Linguagem

Foto de Rafas

VOCÊ é feliz

Você é feliz
Como és feliz por ter olhos para ver mais um amanhecer, e assim sentir nascer com ele a esperança de um dia melhor;

Tantas pessoas gostaria de apreciar o espetáculo maravilhoso do sol nascente e são felizes à sua maneira, mesmo não conhecendo a luz.

Como és feliz por ter pernas para se locomover, caminhar livremente; Tantas pessoas gostariam de não depender de outros ou de algo para fazer isto que para você é tão banal.

Como és feliz por ter um trabalho;

Tantas pessoas passam dias e dias atrás de uma oportuinidade e só encontram frustação

Como és feliz por ter voz para falar, aconselhar, dar uma palavra de consolo, ouvidos para ouvir e até mesmo escutar;

Tantas pessoas que nunca ouviram o som da vida e se conhecem a linguagem dos sinais.

Como és feliz por ser capaz de amar, sonhar, chorar, gritar, sofrer e tudo que a vida pode oferecer.

É! Você é feliz e não sabia.

Quando se sentir infeliz, visite um hospital, orfanato, asilo, prisão e assim saberá dar valor às pequenas coisas da vida que nos fazem realmente FELIZES.

Foto de andlusan

Amar o Poema (improviso)

Amar o Poema não é amar o poeta.
Amar o Poema não é escolher a forma.
Amar o Poema não é escolher o conteúdo o contexto.
Amar o Poema não é esperar boa como perfeita.
Amar o Poema não é esperar a linguagem consciente
mas de sentimento.
Por que o sentimento as vezes é justamente o somatório
de nada disto ou justamente a subtração de tudo.
Amar o Poema é justamente não generalizar.
Amar o Poema é justamente ver o de sempre evolto em surpresas. É ter a surpresa com o de sempre...
E estrear sempre, sempre por mais que se tenha estado no mesmo palco por muito tempo, por toda a vida.

Foto de Osmar Fernandes

Seu veneno é seu fim...

Seu veneno é seu fim...

Você é o veneno da mentira.
Se acha esperta, vitoriosa.
Mas não passa de uma maldita.
Sua atitude é vergonhosa.
Não tem freios na língua.
Por onde passa, espalha o ódio.
Vive sozinha à míngua.
Seu orgulho vai virar pó.
Não sabe o que diz.
Só carrega malícia.
Não tem mais raiz.
Seu desejo é cobiça.
Tem inveja da felicidade alheia.
Sua vida é vazia.
Sua linguagem não tem letra.
É azeda e só anda com azia.
Assim é sua imagem no espelho.
Briga com todo mundo à-toa.
Seu sangue não é vermelho...
Sua alma vive sem roupa.
Você é asim!
Por onde passa é pavor, confusão.
Não tem Deus no coração.
Seu veneno é seu fim.

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de pttuii

Fugir

Fugir, mas sem fazer com que me aperceba de cobardias adstritas. Aliás, sempre vi nas imposições de limites ao bater de asas, uma forma de conter abismos deleitados. Quase como se derrubasse uma ponte estreita, de palhota, entre o quase e o consumado, o impossível e a medalha de ouro, o escuro e a alva.
Conheci-me numa fase em que desdenhava que teria alguma vez futuro. Sentia-me surdo, e se alguma vez falei com o devir, tornei-me capaz de ignorar a lição de métodos que porventura tenha sido proferida. Vesti-me antes de sonolência, com um xaile de xadrez fortuito, que nem sequer já conseguia aquecer. Passaste por mim sem que eu te compreendesse, e frustrei em mim mesmo o que me pareceu um pedido.
Ainda vais a tempo de traduzir o refastelamento sintáctico que me pareceu ter percebido. Se calhar foi ladaínha. Provavelmente nem foi nada. O que restou? Sou incapaz de me dar de mãos vazias. Prefiro longos campos de trigo, com um vento inquiridor que, de sorriso de criança em riste, deixa na terra uma fenda igual a amor ensanguentado. Sobram pequenos resquícios de um conflito benemérito. Galhos de árvores sucedâneas do limbo, ninhos de pássaros que, indiscretos, explicam em linguagem pré-românica a diferença entre um segundo, e o outro.
Dá para ponderar a pouca estima que existe entre as pessoas que guardaram o passado em meias rasgadas. Envolve-as um fumo azul, medíocre, que eu nunca tive por nunca ter querido fazer da lealdade uma nódoa de pequenas dimensões, no quadro resoluto da existência.
Acabei. Fico-me pelo suficiente das coisas simples. Sem necessidade de fugir.

Foto de caetano trindade

A Fernando Pessoa

A Fernando Pessoa2,

Hoje sou a saudade da estrela D’alva
Do que já na existência que em mim vivi
Eu próprio sou aquilo que senti

E nesta linha vertical para curva
Floresce Brumen imperatriz turva
As ervas no planeta que comi

Eu que nao sei onde ou como vivi,
Uma coisa me parece ser,
O ser entre o que sou e que vi
No sono do encoberto aparecer…

Fui assomo doirado nas artes gnômicas,
Com assoma fui Gandhi em terras temporândicas
Daquilo que aqui na vida näo me houvesse pertencido
No meu intuito com alas do meu único pomo ido

Fosse eu um símbolo de linguagem em algum livro subserviente
Dum amigo „caritatoso“ na penungem sedenta de ferrugem
Ele ergue as espadas no crepúsculo do deus doente
Na frutrica bandeiras levanta a semente no império pool demente

Prefiro ficar ignomado no meu destino preso entre eleos e palios sempre a vista
Num painel dourado de chispas de douros contornados num hino incivitas,
No meu hiperponteado de frases com soletrasapos onde o desatino póstumo atino levanta,
Cuja arremecada é um fagulho vitalino que alcanca…

E pelos meus campos ricos de ócios entrevio em mim antilhas musas orfeônicas
Através de, com palavras findando os apartados, a frênesi arte idiônica
Ela me pega de pousada fazendo acrobacias com pórticos velados
Ao sentido velo o mar que veio na noite arraiar sentidos constelados
Em constelacöes triunfosas esguiam partidas mercuriosas
em ritos estrelados
Do alto infinito!

Foto de Joaninhavoa

VISLUMBRE II

*
VISLUMBRE II
*
Eu Vi!

Num divino êxtase de loucura
O impudor espreita sua sorte
Sai da gruta a truta vai pira
Ou resta e geme nela sua morte

Quero-te viva óh onda gigante
É teu destino como vento Norte
Que faz vibrar o mar ondulante
E a espuma em grande porte

Teu corpo pede o meu
Em frenéticas e compulsivas
Alusões! A linguagem gestual

Dimensional! Vislumbro
E envolvendo-te em mim
Felinamente! Dançamos ao som

Da música voluptuosa...

Joaninhavoa
(helenafarias)
25 de Outubro de 2008

Foto de ROSA GUERRERA

Uma pessoa especial

Pode até não falar a nossa linguagem,
mas entende tudo que dizemos !
Uma pessoa especial
não precisar entrelaçar nossas mãos,
mas nos conforta com um simples olhar !
Uma pessoa especial
não tenta ser especial ,
mas nos faz especial no seu viver !
Uma pessoa especial
não insiste em ficar ,
mas aceita o nosso convite
para entrar no nosso coração!
Uma pessoa especial
não se emoldura em virtudes,
mas mostra humildemente suas falhas !
Uma pessoa especial
não precisa gostar dos nossos gostos,
amar nossos livros,
vibrar com nossas músicas
ou seguir a nossa religião...
Uma pessoa ESPECIAL
é aquela que não se dá ...mas , se doa !!
E doação é entrega, é caminho ,
é verdade, e pureza de coração ...
Uma pessoa ESPECIAL
é finalmente aquela que se alegra
quando consegue trazer para a nossa vida

A VERDADEIRA ALEGRIA DE VIVER

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Amor Horizontal

O amor horizontal deixa as entranhas em brasa
Tira a lucidez e traz à tona a insensatez
Revira os olhos...cenas embriagantes
Sangra o momento.
Petrifica a razão, encena outra linguagem
Insana, profana, devassa
Encontro de desejos alucinados
Na horizontal é combustível da luxuria
Colisão de corpos num mar sem ondas
Gemidos sobrenaturais
Cascata jorrando prazer. Cálice transbordante
O amor horizontal deixa vestígios
Perpetua marcas em lençóis
Respiração desordenada
Aula de anatomia. Desvenda geografia!
O amor na horizontal desvenda mistérios
Cala bocas, invade pensamentos
Conjuga prazeres,invade intimidade
Anestesia a mente.
Ato consumado!

Foto de pttuii

Reformados

não somos tão poucos assim
que nem nos reste discernimento,
sôfrega batelada de nada é o que é,
depreendo que nos reste o
arrastamento pelos bicos
das mesas de esplanada,
a mirar tetas,
a mirar cus,
seremos poucos
quando fecharem as
ruas do sofrimento neoplásico,
meninos de ranho fácil
ganharão nesse dia,
as esquinas melancólicas
serão balizas dos vossos berlindes,
lençóis brancos amarelecidos,
sim, irá de assoar nesses trapos
pois as velhas desleixadas merecem,
até lá,
seremos cada vez menos,
os senhores de clemência
misturada com fortuna,
as almas centrípetas que se
portam pior que gatos em lutas jónicas...
com os próprios rabos,
em suma,
os controlos remotos de fugida,
(epitáfio de punheteiros, na minha linguagem)
para o fim ficam os sonhos,
nunca feliz soma de nadas,
é como os chamo,
odeio-os.....

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