Leis

Foto de Rawlyson junqueira

pai

Pai

Arrepio-me ao querer relatar sobre este.
Tão difícil falar.
Como falar de alguém maior
que você mesmo?

Não importa o erro não importa a classe. Ele sempre será maior que você.

Com pequenos gestos, e pequenas ações, ele se torna maior de que muitas nações.

Meus olhos se enchem ao ver-lo resolver o mais simples dos problemas. E penso será que serei assim, tão grande aos olhos de meu filho?

Não sei, só sei que maior que meu pai nunca serei.
Por mais que eu tente jamais serei.
Sabes por quê? Ele é meu rei.
É quem criou meu mundo e minhas leis.

Me educou, me ensinou, me deu conselhos, e me amou.
Como falar? Não teria palavras para expressar.

O engraçado é, que o tempo passa e você cresce, e a pessoa que era grande, não parece mais tão grande assim.
Que pena, se tornou adulto.

Mais quando se vê em dificuldades, a quem recorrer?
Percebes então que aquela pessoa nunca parou de crescer.
E no momento em que ele enxuga sua dor, é como te pegasse no colo, como quando era criança.
Fazendo renovar toda esperança.

Uma homenagem não para um pai, e sim para o pai o meu pai
Manoel da Silva Junqueira, o progenitor.

Rawlyson M. Junqueira.

Foto de Carmen Lúcia

Concurso Literário"Meu grande amor": Ter você...

Ter você...

É atingir o inatingível,
decifrar o indecifrável,
transpor o intransponível,
explicar o inexplicável,
compreender o incompreensível,
violar o inviolável,
profanar o mais sagrado.
E viver a plenitude do inusitado...

Pra ter você...

Quebrei todos os preceitos,
livrei-me de preconceitos,
rompi barreiras,
transcendi fronteiras,
desagravei as leis,
desacatei princípios,
desmoralizei os fatos,
repudiei valores.
Morri de amores...

Sem ter você...

É ver o amanhecer sombrio
trazendo a luz de um sol sem brilho...
É ver a noite sem o prata da lua
e o breu soturno de estrelas apagadas;
fantasias pelos cantos, desperdiçadas,
entre sonhos vazios, solitários, vagos.

É viver com a sensação de ter morrido;
é morrer como se não houvesse nascido.

Carmen Lúcia

Foto de Jeff.YM

sei que quando canto tu podes me escutar...

Espero algum dia poder dizer a mim mesmo que estou tranqüilo com as coisas que desejo. Quero um dia parar no meio da noite pra pensar e perceber que estou suficientemente lúcido para ordenar os meus objetivos e minha trajetória.

Há tantas coisas que me confundem, que ora me dão certezas, ora incertezas. Situações, percepções, interjeições que me fazem parecer um louco querendo viver.

Querer viver eu quero, mas será que essa loucura faz parte do "meu" prefácio? Tive dúvidas, acabei com elas. Sucumbi em preocupação, nervosismo, sentimentos tristes. Demorou até que percebi que não era o que eu queria no momento. As coisas passaram. Passei a viver outro mundo, outro hemisfério, tão próximo quanto poderia ser...

Eu estou feliz, muito mais do que pensei que poderia um dia estar. Mas assim, tão perto e tão longe... o maior problema nisso é que não posso dizer a ninguém o que penso, o que sinto, pois eu estaria me expondo de uma forma anormal, estaria dando aos outros motivos para me destruírem mentalmente, pra me esfolarem pelos olhos num círculo perfeito de acusações.

Eu posso mesmo estar infringindo algumas das leis naturais de todas as coisas, mas é pertinente a mim estar sempre atento aos pensamentos e a todas as minúcias de meus lapsos comportamentais. Sou indicador de meus próprios problemas.

Queria poder dizer-te que estou livre de todas as lembranças, mas estaria sendo um mentiroso. Tendemos a criar fábulas acerca de nosso passado... a minha teria um início melancólico, um meio entristecedor e um final trágico.

De tudo o que eu viver, não sairá da minha cabeça... a segurança, o conforto, o olhar...

cedo ou tarde...

Foto de Rose Gonçalves

CONDUTA DESASTROSA

Não está nada fácil entender a onde os dirigentes da Igreja Católica pretendem chegar, são declarações extremamente polêmicas que chegam a nos deixar de cabelo em pé. Primeiro é a insistencia em ser contra ao uso da camizinha, se você explicar para uma criança o risco que corre uma pessoa que não faz o uso de preservativo com certeza ela vai entender, mesmo que você não entre em detalhes (o que não é necessário), todos nós sabemos que o uso é necessário não apenas para evitar uma gravidez, são várias as doenças que são transmitidas através da relação sexual.
A conclusão que podemos tirar é que estão querendo que o ser humano faça voto de castidade por livre e espontanea pressão, o que todos nós sabemos que é impossível. Pior ainda, esta condição é imposta aos padres que infelizmente não conseguem lidar com esta situação e muitos (é claro que não são todos) estão aí aliciando menores, encabeçando redes de pedofilia chegando a pagar quantias altíssimas em indenizações, isto tudo não é um mal do século XXI este tipo de conduta que nos causa náusea sempre existiu, só que os casos com certeza eram abafados. Outra pérola publicada no jornal do vaticano O “Osservatore Romano” diz que a lava-roupas é o símbolo da emancipação feminina, deixando a pílula anticoncepcional que trouxe maior controle sobre seus corpos e o trabalho que trouxe a independencia financeira de lado apostando no eletrodoméstico como símbolo desta independencia, parece história da carochinha. Esta matéria foi publicada pelo jornal no dia 08/03/2009, dia em que se comemora o dia internacinal da mulher.
Não dá para não comentar o caso horroroso da menina de nove anos que foi estuprada pelo padrasto e engravidou de gêmeos, foi terrível, particularmente eu sou contra o aborto, apesar de não poder deixar de lado a idéia de que nestes casos ele é totalmente discutível, mas o que me deixou indignada foi a atitude do bispo que excomungou o médico que fez o aborto, a menina e a mãe dela, e o canalha do homem que cometeu este ato imperdoável não foi excomungado, sinceramente eu não consigo entender, é este tipo de atitude que estimula cada dia mais estes atos abomináveis, sem contar que definitivamente no Brasil não existem leis e quando alguém diz que elas existem, simplesmente não são cumpridas, existem recursos para tudo que possamos imaginar, sem falar das fianças. É revoltante, isto é um crime contra a mulher, pior ainda um crime contra uma menina de nove anos. Esta, como muitas outras atrocidades que acontecem no Brasil e no mundo estão se tornando comuns a cada dia que passa, aqui no Brasil é pior ainda pois os nossos “QUERIDOS POLÍTICOS”, aqueles que recebem apenas “UM MÍSERO SALÁRIO MÍNIMO” que nós “RICOS E ABASTADOS POVO BRASILEIRO PAGAMOS”, ainda não entenderam que eles é que tem o dever e o poder de mudar o ‘CÓDIGO PENAL BRASILEIRO’, nós não estamos mais nos anos 40. É preciso agir e rápido, os criminosos, os bandidos, os ladrões, os pedófilos, os traficantes e outros do ramo estão agindo estes não perdem tempo. Enquanto nós perdemos a liberdade, o direito de ir e vir, a confiança, a moral, o respeito e sem dúvida não acreditamos mais nestes homens, que são os responsáveis por pelo menos tentar melhorar, no amplo sentido da palavra a vida de todos os que são honestos,decentes e só querem viver a vida em paz, sem medo de ser feliz!

Foto de Rosinéri

LEMBRE-SE SEMPRE DISSO

Ainda que:
Não escrevas livros, é o escritor que escreve tua vida.
Mesmo que não seja Michelangelo, você pode fazer de sua vida uma obra prima.
Mesmo que cantes desafinado, sua vida pode ser uma linda canção
Que qualquer compositor invejaria.
Mesmo que não entendas de musica, sua vida poderia ser uma sinfonia
Que muitos clássicos respeitariam
Mesmo que você não tenha estudado numa escola de comunicação
Sua vida pode se transformar numa reportagem modelo
Se você não tiver cultura, poderá cultivar a sabedoria da caridade
Mesmo que seu trabalho seja humilde ,você pode converter seu dia numa oração
Ainda que tenhas, 40,50,60,70 anos, você pode ser jovem de espírito.
Mesmo que as rugas marquem seu rosto, lembre-se que vale mais a sua beleza interior
Mesmo que seus pés se machuquem nas pedras e tropeços dos caminhos de sua vida
Seu rosto ainda pode sorrir.
Suas mãos podem conservar as cicatrizes dos problemas e compreensões,
Mas seus lábios podem agradecer.
Ainda que lágrimas amargas corram por teu rosto, lembre-se que você tem um coração para amar.
Ainda que não compreendes as leis de deus, talvez no paraíso você tem um lugar reservado...

Foto de Joaninhavoa

UM AMOR CEGO!

*
UM AMOR CEGO!
*

Como o Sol e a Terra
se predestinam pelas leis do universo
Assim foi! Ao encontrarmo-nos naquela linha do infinito

Tu e Eu! Num longo corredor que encerra o segredo
Para além do horizonte a pura liberdade
Arco íris de energias renováveis

D`espertar! Implica o doce “Olvitar”
O doce “faire niente”arriscar a consciência e superar
Nas ondas magnéticas as existências criando
Uma orquestra etérea e dançante

Entreolhamo-nos na muda expressão do desafio
Insistentes gestos ociosos folheam vestes cheias de cifras
E no ar frases melódicas adormecidas latentes

Vestem-se para esconder em cada recanto
O timbre e todo um estilo de nossos corpos harmoniosos
Prisioneiros da paixão de um amor cego

Assim é!

Joaninhavoa
(helenafarias)
24/02/2009

Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2009
Código do texto: T1451218

Foto de Joaninhavoa

Em estocada és tesão! Aqueces meu violão

*
Em estocada és tesão! Aqueces
meu violão...
*

O rio que eu canto desaguou nesse mar
Fundiu-se e banhou-se no fundo das águas
Envergonhado! Por timidez

Na rocha sentado como um "pensateur" contas
As estrelas lá do céu uma a uma de quando em vez
Ou num vôo rumo ao desconhecido
À Lua, caminho vedado! A Marte, talvez...

Em contemplação não há combates
A não ser na mente que reina! Um rosto
Se cruza no olhar recordar

Os olhos dela e uma pontada de paixão...
Meu violão...

Penso na ponta nua da bengala d`estoque
não deve contrariar as leis da honra...
Quanto às leis da natureza! São divinas demais
Pl`o que faço jus a meus ais...

Joaninhavoa
(helenafarias)
07 de Dezembro de 2008

Foto de ivete azambuja

RETRATOS DE AMOR

O carro,
O clima,
A cama,
O cigarro australiano,
O cálice de vinho do Porto...

A chuva,
O chá,
O chão,
O chinelo,
A chave da porta girando no escuro...

A donzela,
A dança,
O dedo,
A dor,
A despedida sempre adiada...

A escada,
A empregada,
O emprego,
A estação das flores,
Os encontros furtivos no meio da noite...

O jeans,
O jato,
O jogo de xadrez,
A janela,
O jeito exótico de piscar os olhos...

Os livros,
As lâmpadas,
As leis,
A lingerie de renda branca,
O licor de damasco em taças de cristais...

O mundo,
O medo,
A música,
A mesa,
A massa italiana da pizza de banana....

Os queijos,
Os quindins,
Os quadros,
Os querubins,
O quer mais dito com gosto...

A rua,
A reunião,
A roupa,
O relógio,
A roda-viva da vida...

O sofá,
A samambaia,
O sabonete,
A solidão,
A sensação,
O sono, solto, suado...

O telefone,
A televisão,
O teto iluminado por mil formas multicores....

A varanda,
A vidraça,
O retorno da viagem,
A vinólia do nosso banho...

Retratos,
Pedaços,
Momentos de amor!

Foto de Manu Hawk

RESPEITEM os Direitos Autorais! Plágio do meu poema, leiam poetas!

Talvez não seja correto, mas me sinto usurpada e insultada com a lamentável atitude de um membro aqui do site, que assina "SolEterno".

No dia 22/11 entro no site e leio um poema postado por ela, e fico indignada, pois o que lia era MEU poema "Tato Virtual", apenas com algumas alterações de palavras por sinônimos, e outras acrescentadas. Fiz um comentário para ela mostrando toda minha tristeza e indignação, inclusive postei o poema na versão original, e link dele no meu blog, para que todos pudessem comparar e ver que não estava acusando indevidamente. Avisei inclusive que estava encaminhando cópia para a administração do site. O que recebi dessa pessoa? Nada! Nenhuma resposta, sequer um pedido de desculpas. Ela simplesmente apagou o post do poema, e com ele foi minha resposta, ficando assim a confirmação de que agiu incorretamente.

Como até hoje, 24/11, não recebi nada por parte dessa pessoa, deixo aqui todas as provas que tenho, para que todos tomem ciência, e possam também se precaver com esse tipo de atitude. Sempre uso abaixo dos meus poemas, e tenho também no meu perfil, a seguinte mensagem:

Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]

Isso não é enfeite, é para lerem, compreenderem, e respeitarem! Existe a LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, que protege os Direitos Autorais. Quem quiser ler mais acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9610.htm

Vejam a imagem copiada do post de SolEterno com minha resposta:
http://img179.imageshack.us/img179/1504/plagiotatovirtualem3.jpg

Poema que ela postou no dia 22/11/2008 as 11:31:

Ler o que você escreve é puro tesão,
Que dom é esse que você tem ,
Provocando em mim emoção ao digitar?
Fico imaginando seus dedos
Não no teclado e sim...
Teclando no meu corpo.....
Vejo as palavras surgindo na tela,
Fecho os olhos, e começo a sonhar ...
Posso sentir tua lingua,
Lambendo minha boca e nuca.
Teu corpo quente encostando levemente em mim,
E teus braços me envolvendo,
Continuando a beijar minhas costas...
Suas mãos acariciam meus seios ,
Descendo lentamente, explorando cada centímetro,
Desse corpo que é puro desejo por você
me enlouquecendo a cada segundo,
Desejando mais...e mais...
De repente.. abro os olhos......
infelizmente!!!
Estava sonhando....
Vejo você ali na minha frente , em uma foto na tela,
Imóvel, eu sei...
Mas espero o dia em que fecharei os olhos,
E serei levada para tua cama....
Quero sentir o teu corpo,
Se esfregando no meu ..
Tua boca no meu corpo...
Tua língua na minha boca..
Tuas mãos na minha pele...
Teu corpo no meu...Fazendo-me...
Estremecer... Arrepiar... Sonhar...!!! Um sonho real .....

SolEterno
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Meu poema, escrito em 25/09/2003, e postado aqui no site em 28/05/2008 as 15:48:

Ler você é puro tesão!
Que dom é esse que possuis,
provocando arrepios ao digitar?
Fico imaginando esses dedos
teclando meu corpo, minha alma...
As palavras vão surgindo na tela,
fecho os olhos, e começo a viajar.
Posso sentir sua barba por fazer
roçando a boca na minha nuca,
ao mesmo tempo em que sinto
seu corpo quente encostando levemente,
e seus braços me envolvendo,
continuando a beijar minhas costas.
Suas mãos acariciam meus seios retesados,
descendo lentamente, explorando cada centímetro,
enlouquecendo a cada minuto,
querendo mais e mais...
Mas abro os olhos, infelizmente.
Você ainda está ali, um retrato na tela,
imóvel, eu sei,
mas espero o dia em que fecharei os olhos,
e essas palavras serão um sussurro em meu ouvido,
movendo o chão e invadindo todo meu corpo!

(por Manu Hawk - 25/09/2003)

http://www.poemas-de-amor.net/blogues/manu_hawk/tato_virtual

Espero que entendam minha indignação, acho que tinha o direito de postar levando ao conhecimento de todos, uma vez que minha voz foi calada quando ela apagou o post.

Manu Hawk

Foto de Osmar Fernandes

O mundo encantado de Isabel

O mundo encantado de Isabel

Em uma terra muito distante, vivia uma menina que se chamava, Isabel. Essa terra, onde ela morava, era um lugar encantado. Havia fadas, gnomos e duendes. Nesse lugar encantado as flores falavam e todos os animais se comunicavam entre si. As nuvens eram feitas de algodão doce e os rios eram formados de sucos, refrigerantes e água potável. A menina Isabel adorava essa terra de sonhos, era o seu mundo encantado. Todos, ali, viviam felizes.
Um dia a menina Isabel e a sua amiguinha – a fada Raio de Sol, ficaram desesperadas ao verem a floresta do mundo encantado pegando fogo. Uma enorme nuvem negra era vista pelos quatro cantos do mundo encantado. Formou-se um cataclismo. Viram que um imenso Dragão do mal estava incendiando a floresta, soltando muito fogo pela sua boca. A menina Isabel ficou muito angustiada, indefesa e sem saber o que fazer. Foi quando teve uma idéia supimpa e falou de supetão à sua amiguinha:
- Fadinha, você tem que me ajudar a salvar o mundo encantado, urgente, antes que seja totalmente destruído pelo dragão do mal. Transforme-me num animal poderoso para que eu possa dominar e conter a fúria desse monstro de asas.
Tristemente, a fadinha lhe respondeu:
- Não posso fazer isso sem a permissão do poderoso mago, Merlin. Ele é o comandante do meu reino. Se ele descobrir que alguma fada principiante, como eu; desrespeitou o livro sagrado, ele a manda para ser julgada no Tribunal das Fadas; e dificilmente a ré obterá a absolvição, pois é falta gravíssima e a condenação é inevitável. Além de perder todo o poder mágico, a fada condenada volta a ser uma simples mortal. Para mim, é sentença de morte. Não posso correr esse risco. O castigo é muito severo.
A menina Isabel, chorando, respondeu:
- O mago, Merlin, nunca vai saber disso. Será o nosso segredo para o resto de nossas vidas. É causa justa, é caso de vida ou morte! Se você não me transformar logo, vai ser tarde demais. Todos irão morrer. Aquele dendroclasta está exterminando o meu mundo. Amiguinhos meus estão morrendo indefesos. Pelo amor do criador do mundo do faz-de-conta, ajude-me a salvá-los, por favor!?
A fadinha amiga, piedosa que era, não vendo outro jeito, comovida, repleta de compaixão, resolveu desobedecer à ordem do seu superior, e, ao estatuto de sua lei, e decidiu ajudar a menina Isabel.
Pôs o seu dedo mindinho no narizinho dela e pronunciou as palavras mágicas, dizendo:
-Pirilim, trintrinc, trimplintrinc... Repetiu três vezes, e, de repente, o corpinho da menina Isabel foi sofrendo uma mutação, e transformou-se numa ave grande e forte e muito formosa – numa Águia Dourada.
Bem baixinho, a fadinha sussurrou ao pé do seu ouvido, dizendo:
- Voa, voa, voa bem alto minha linda Águia Dourada, e salve o mundo encantado e todos os habitantes do reino da menina Isabel.
A ave deu um vôo rasante, e aos poucos começou a voar, voar bem alto e poderosamente, como nem outro pássaro jamais havia voado em todo o mundo encantado.
A fadinha sentou-se muito preocupada diante da sombra de uma bela arvoreta, e, resmungando, disse a si mesma: “Por Merlin! Como vou sair dessa?... Desobedeci o mandamento mais sagrado do livro das fadas. E, agora?!”
Só aí ela se deu conta do que tinha feito. Não havia mais jeito de voltar atrás. O grande problema, além de sua desobediência, era que não sabia desfazer aquela mágica. A menina Isabel poderia viver eternamente como uma Águia Dourada. Era sua primeira mágica, sua iniciação.
Enquanto isso, a Águia Dourada fora ao encontro daquele monstro destruidor da floresta e ao se aproximar dele, furiosamente, disse:
- Por que você está destruindo o mundo encantado da menina Isabel?
O dragão respondeu:
- Porque alguém deste mundo encantado roubou o ovo de ouro do meu povo, e, sem ele, todos os dragões desaparecerão. Será o fim da minha espécie. Eu soube ainda, através da bruxa Doroti, que, o sumiço do ovo foi a mando do mago Merlin, porque ele quer dominar todos os mundos.
A Águia Dourada, ficou entristecida e muito pensativa... Na verdade, o que aconteceu, de fato, foi que a bruxa malvada invejosa queria destruir a felicidade do mundo encantado da menina Isabel, e, ao descobrir o segredo do ovo de ouro dos dragões resolveu roubá-lo, e pôr a culpa no mundo da menina Isabel.
A Águia Dourada, levantando a cabeça, emocionada e preocupada com a mentira da bruxa, respondeu ao dragão:
- Como você pôde acreditar numa loucura dessas! Você sabe que a feiticeira é cheia de inveja, de ira; ela tem ciúme de todo mundo que vive feliz. Você acha que o poderoso mágico de todo o universo, o criador de todo o mundo do faz-de-conta, precisaria mandar alguém do mundo encantado roubar o ovo de ouro dos dragões para aumentar o seu poder e dominar todos os mundos? Você não acha que aí tem coisa? Tem o dedo podre da feiticeira?!
O dragão, fazendo uma pausa, parou e pensou... Deu um vôo extraordinário, foi até o rio do mundo encantado, encheu sua enorme boca d’água, e, sobrevoando a floresta em chamas, como um verdadeiro bombeiro, começou a apagar aquele incêndio, que ele mesmo havia provocado.
A Águia Dourada ficou muito feliz com a atitude do Dragão, e começou a ajudá-lo. Depois de muito trabalho, o fogo foi controlado e apagado, e o incendiário disse à sua ajudante:
- Desculpe-me, perdoe-me! Causei muitos estragos, sofrimentos, tristezas e mortes. Eu estava enfurecido, descontrolado, irado, e não parei para refletir. Acreditei na conversa mole daquela malévola feiticeira e fiquei fora de mim. Acreditei em quem não deveria, e, agora, estou arrependido. Vou tirar isso a limpo, vou até o castelo daquela maldita e vou exigir suas explicações, minuciosamente, detalhadamente, e, se ela não me disser a verdade e não me devolver o ovo de ouro, destruirei aquele lugar fedorento e horrendo.
Animada, feliz com esse procedimento, disse ao Dragão:
- Vou junto contigo, quero olhar bem no fundo dos olhos daquela invejosa, e quero ouvir o que tem a dizer.
O monstro concordou imediatamente, e os dois voaram três dias e três noites rumo ao destino almejado, o castelo da bruxa.
Mas, antes que eles chegassem, a feiticeira foi informada pelo seu olheiro, que vivia no mundo encantado – o seu Piolho, seu puxa-saco – de tudo o que havia visto e ouvido... E que o Dragão e a Águia Dourada estavam a um passo de seu castelo.
A feiticeira não perdeu tempo e convocou o seu exército do mal para impedir a ação do Dragão e da Águia Dourada.
O exército da feiticeira armou uma cilada, uma tocaia para os invasores, que foram surpreendidos, feridos e imobilizados, acorrentados e presos no calabouço do castelo.
Longe dali, no mundo encantado, Dona Arvoreta despertou subitamente e acordou a fadinha angustiada e disse:
- Eu tive um sonho muito ruim, um mau presságio. Vi o seu Dragão e sua amiguinha – a Águia Dourada, tocaiados pelo exército do mal da feiticeira e foram surpreendidos, feridos, acorrentados e presos no calabouço do castelo da bruxa. Correm perigo de vida. Você tem que fazer algo imediatamente, senão eles vão desaparecer para sempre.
Meio sonolenta ainda, e sem compreender direito, a fadinha disse, de supetão:
- Mas, como assim? Que conversa fiada é essa? Quem me diz uma asneira dessa?
Só um pouquinho depois, ela se deu conta de que estava sozinha, que havia sonhado, tido uma premonição ou algo parecido... Confusa, olhou para os lados, não viu ninguém... E dona Arvoreta mais uma vez insistiu, dizendo:
- Não, não é devaneio seu, sou eu que lhe falo.
E, despertando a fadinha, dona Arvoreta lhe mostrou, através do seu espelho mágico, o Dragão e a sua amiguinha, presos. E, contou-lhe tudo o que havia acontecido... e ainda, disse-lhe:
- Somente você pode salvá-los. Faça isso antes que seja tarde demais, pois a bruxa malvada pretende transformá-los em soldados de seu exército maligno. Esse castigo é pior que beber do veneno da própria morte.
A fadinha, chocada com essa notícia, não viu outro jeito, senão pedir socorro para o grande mago, Merlin, e lhe contar toda a história, acontecesse o que acontecesse. Era tudo ou nada! Era caso de vida ou morte! De súbito, transportou-se para o Castelo do grande Mestre. Imediatamente, marcou uma audiência e foi ter com ele, e lhe confidenciou:
- Senhor, criador do planeta da imaginação, do mundo encantado e do mundo do faz-de-conta, cometi um grave erro, um pecado mortal, desobedeci a lei do grande livro das fadas. Sem o seu consentimento transformei a menina Isabel em uma ave poderosa. Mas, afirmo-lhe, senhor, foi por causa justa e urgente, caso de vida ou morte! O Dragão destruidor, estava incendiando o mundo encantado. Perdoa-me, senhor, por isto! Mas, a menina, Isabel, desesperada, vendo o seu mundo em chamas ardentes e os seus amigos morrendo, suplicou-me, e, naquele instante, agi de acordo com o meu coração, e vi que a única forma da menina enfrentar a fúria do monstro era através da minha ajuda, por isso, fiz o que fiz.
A fadinha contou-lhe toda a história, e disse que precisava de sua ajuda para salvá-los das garras da bruxa malvada, senão eles poderiam morrer ou tornarem-se escravos do exército da feiticeira. O poderoso mago, respondeu:
- De fato, você cometeu uma gravíssima falta e será julgada de acordo com o seu erro, pelo Tribunal das Fadas. Se for condenada, nada poderei fazer para ajudá-la. Se for absolvida, dar-lhe-ei poderes para que lute contra o exército do mal e os feitiços de Doroti, e salve os seus amigos.
A fadinha ficou detida no palácio do mago. Mas, naquele mesmo dia, o grande mestre convocou o Tribunal das Fadas, para julgá-la, assim composto: O juiz – O mago Merlin; o defensor público do livro sagrado – o papa das fadas – o senhor Bagú; o advogado da fadinha – o doutor Galileu; O corpo de jurado – formado por sete fadas madrinhas, dois duendes e dois gnomos.
Iniciado o julgamento, o defensor do livro sagrado do mundo do faz-de-conta, disse, após a leitura dos autos:
- As leis do livro sagrado são bem claras, e diz: no seu capítulo I - art. 4°. “-Nenhuma fada iniciante poderá fazer qualquer mágica sem a permissão do grande mago, Merlin. Aquela que desobedecer a lei perderá o seu poder mágico e viverá como uma simples mortal, e será jogada e abandonada para sempre no calabouço do mundo da escuridão.” Por isso, peço ao corpo de jurado que a condene, para que isto sirva de exemplo para as outras fadinhas principiantes. Não podemos abrir nem um precedente, para que não caiamos na ridicularidade em casos futuros. Peço pena máxima para a fadinha desobediente.
Levantando-se, o advogado da fadinha disse:
- Excelentíssimo senhor Defensor se esqueceu de que toda regra tem a sua exceção. A fadinha não fez uma mágica por achá-la bonita ou para se aparecer. Ela socorreu uma amiga em apuro, que, desesperada, implorou-lhe ajuda para salvar o seu mundo da fúria do Dragão e do incêndio da floresta. Foi caso de vida ou morte! Se a fadinha não tivesse tomado essa atitude naquele momento, todo o mundo encantado teria sido destruído e se transformado em cinzas, e todos os seus habitantes estariam mortos agora. Não vejo nenhum crime nisso. Provavelmente, se ela não tivesse tomado aquela decisão, naquela hora, estaríamos aqui, não a julgando, mas condenando-a por omissão, o que seria de fato um crime imperdoável.
Nesse momento, a platéia, que era formada por muitos gnomos, duendes e pelos habitantes do mundo encantado, pronunciaram: “Ela é inocente! Inocentem-na! Salvem-na, antes que seja tarde demais! E o Juiz, o poderoso mago, Merlin, com o seu martelo prateado, bateu-o várias vezes em sua sineta, pedindo: silêncio! silêncio! Senão vou colocá-los para fora do tribunal.
O Julgamento foi suspenso por duas horas. O júri reuniu-se para tomar a decisão final.
Logo depois, recomposto o julgamento, o juiz, o todo poderoso mago, Merlin, perguntou ao Presidente do júri:
- Senhor presidente, qual foi o veredicto do júri?
O senhor presidente respondeu:
- Excelentíssimo senhor juiz mago Merlin, o júri, depois de muito raciocinar, por unanimidade, chegou à conclusão de que a fadinha Raio de Sol é inocente!
A felicidade do auditório foi de grande euforia... E o senhor juiz determinou que ela fosse solta, imediatamente. A Fadinha agradeceu o seu advogado e todo o júri, dizendo: “Muito obrigada! Por Merlin, muito obrigada!” E, foi ter com o juiz, em seu gabinete, dizendo:
- Senhor, meu poderoso mago Merlin, ajude-me a salvar o Dragão e a menina Isabel, eu não sei o que fazer!
Merlin disse à fadinha Raio de Sol:
- A partir de agora, você será uma fada de quinta grandeza e terá poderes de uma fada madrinha. Ordeno-lhe que descubra quem roubou o ovo de ouro do mundo dos Dragões e o puna conforme a sua consciência. Dê-lhe o merecido castigo.
A fadinha, rapidamente, convocou treze amigos, para ajudá-la nessa missão. E partiram para a batalha na hora do crepúsculo.
O exército do bem, representado pela fadinha e seus amigos, iria enfrentar o exército do mal, da bruxa malvada. O risco de morte e destruição era muito grande. O combate seria sangrento e ninguém podia prever o seu final.
Ao se aproximar do castelo maligno, o exército do bem surpreendeu o exército do mal; e a fadinha, seus gnomos e duendes, transformaram o exército da bruxa em estátua gélida... e invadiram o castelo; e de surpresa adentraram o laboratório da megera, e a fadinha Raio de Sol, com os poderes ganhos do seu mestre, disse a ela:
- Exijo que solte os meus amigos agora mesmo, senão, vou transformá-la numa coisa feia, tão feia, que teria sido melhor nunca ter existido. Se não me atender agora mesmo, vai se arrepender por toda a sua existência diabólica.
Sentada no seu trono horrível, a bruxa, desconcertadamente, com ares de coitadinha, disse:
- Não sei do que você está falando!
E, a fadinha, irritada, impaciente, severamente, respondeu:
- Estou perdendo a minha calma, obedeça-me, ou destruí-la-ei eternamente.
A bruxa, notando que a fadinha falava com compostura, com medo respondeu:
- Eu sei que você agora tem poderes, é uma fada madrinha, mas, só vou pô-los em liberdade, se fizermos um acordo.
A fadinha, angustiada, disse:
- Que tipo de acordo?
A bruxa, tremendo de medo, falou:
- Você tem que me prometer que vai conter a fúria do Dragão, para que ele não me destrua. Esse é o acordo. Sei que a palavra de uma Fada Madrinha não pode ser quebrada em hipótese alguma. Isso está escrito no grande livro sagrado das Fadas. Não é?
Raio de Sol, respondeu à bruxa:
- É verdade. Tem a minha palavra! Agora, solte-os.
A bruxa ordenou aos seus malfeitores, que soltaram o Dragão e a Águia Dourada. Foram trazidos imediatamente ao laboratório da bruxa, que ao verem a fadinha, alegraram-se, e o Dragão, enfurecidamente, disse:
- Doroti, bruxa de belzebu, larapia e mentirosa, agora me fale aonde está o ovo de ouro do meu povo?
A bruxa, encurralada, sitiada, resolveu ceder e contar a verdade, dizendo:
- Está bem, eu confesso que o roubei, mas só vou devolvê-lo se me prometer que não vai destruir-me, conforme o acordo que fiz com a Fada Madrinha.
Nesse exato momento, o Dragão fitou a Fadinha, que balançou a cabeça, afirmativamente, e, o Dragão então disse:
- Sendo assim, prometo. Mas, traga-me logo o que é meu, antes que eu mude de idéia.
A bruxa mandou os seus comparsas buscarem imediatamente o ovo de ouro, e o entregou ao seu legítimo dono.
O Dragão, felicíssimo, despediu-se dos seus amigos e mais uma vez pediu perdão para Águia Dourada, pelos danos, mortes e sofrimentos que causou aos habitantes do mundo encantado, e partiu.
A fadinha disse à bruxa malvada:
- Prometi e cumpri. O Dragão não lhe destruiu. De hoje em diante, você não terá mais o poder de fazer mal. Passará o resto de sua vida nojenta condenada a vegetar no mundo da escuridão, no calabouço do seu castelo sujo, sozinha. Conhecerá o sofrimento da pobreza, da solidão e da velhice. Depois pagará os seus crimes conforme o que está escrito no grande livro do mago Merlin. Será, a partir de agora, uma simples mortal, e conhecerá a morte... Seu exército transformá-lo-ei numa tropa do bem, vai ajudar todos os necessitados... Chamar-se-á o exército da salvação dos excluídos. Aonde houver uma destruição, incêndio ou catástrofe, estará lá para ajudar a salvar e depois a reconstruir... Esse é o seu castigo.
Condenando a bruxa, enviou os exércitos para uma missão secreta... A fadinha, despediu-se... E partiu com a sua amiguinha.
Depois de longa viagem, resolveram descansar. Aterrissaram debaixo daquela mesma arvorezinha... E a Águia Dourada disse:
- Estou muito feliz por toda ajuda que me deu. Salvei muitos amigos e meu mundo encantado da fúria do Dragão, e a questão do roubo do ovo de ouro foi esclarecida. Agora quero voltar a ser novamente o que sou, a menina Isabel, certo?
A fadinha tristemente lhe respondeu:
- Virei o meu mundo do avesso para ajudá-la. Fui parar no Tribunal das Fadas por isso. Não estou nenhum pouco arrependida pelo que fiz. Faria tudo de novo. Mas, não sei como desfazer essa metamorfose, não sei como transformá-la novamente na minha amiguinha. Naquele dia eu tentei avisar você, mas tudo aconteceu tão rápido, que não me deu ouvidos, nem tempo para eu falar.
A Águia começou a chorar, desesperadamente, e a dizer para si mesma: “E agora, meu Senhor, Merlin, criador do mundo do faz-de-conta e do mundo encantado, o que será da minha vida? O que vou dizer para os meus pais? O que vão pensar de mim ao me verem assim? Ajude-me!”
De repente, com autoridade, uma voz serena sai da boca daquela arvorezinha e diz:
- Não chore, menina Isabel, não chore! Sou eu, o mago Merlin. Ouvi os seus clamores... Conheço seu coração e a sua grandeza, e vi o amor que sente pelo seu mundo encantado e pelos seus amigos; vi a sua coragem ao enfrentar a fúria do Dragão para salvá-los; o desafio que encarou para provar quem era a verdadeira ladra do ovo de ouro. Todo o seu gesto e toda a sua ação são dignos de aplausos em todo o meu mundo. Portanto, dou à fadinha o poder para que ela possa desfazer essa mágica e você voltar a ser quem era.
O poderoso mago Merlin deu poderes à fadinha, e ela pôs o seu dedinho no nariz da Águia Dourada e disse:
- Pirilin, trintric, trimplintric... Repetiu três vezes as mesmas palavras e mais três de formas inversas, e a menina Isabel, num passe de mágica voltou a ser como era.
O mago Merlin, assistindo a esse momento espetacular, deu um grande “arroto”, fechou sua boca, enorme, e adormeceu novamente. E, a fadinha disse à sua amiguinha:
- Vá imediatamente para o seu mundo encantado e reencontre a felicidade, porque é a única riqueza que vale a pena, é o tesouro; todo mundo a carrega dentro de si mesmo, mas pouca gente consegue encontrá-la.
E, falando assim, abraçou a menina Isabel, deu três beijinhos e partiu...
A menina Isabel, correu para o seu mundo, convocou todos os seus amigos, e disse:
Vamos reconstruir nosso mundo encantado, num mutirão de solidariedade, porque a vida só tem valor e graça se tiver cooperação de todos, em qualquer momento, mas principalmente nos difíceis. O amor, o respeito e a amizade são sentimentos fundamentais para que uma sociedade possa viver em paz. A amizade salvou o nosso mundo encantado da fúria do Dragão e da mentira da bruxa Doroti.

“Lembrem-se que a verdade vem sempre à tona, doa a quem doer... A mentira tem perna curta!... E, o bem sempre vencerá o mal, custe o que custar!”

(Respeite o direito autoral... - do livro de minha autoria Crisálida - a motivação da vida)

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