Blog de ivete azambuja

Foto de ivete azambuja

MOMENTOS DE UMA POMBA

Inteiramente destoante do cinzento dos edifícios e da multidão de carros barulhentos, ali estava ela...

Era como se, de repente, tivesse sido aberta uma clareira no meio daquela selva, para ela, inabitável.

Era como se fosse uma concessão feita, especialmente para um incrível momento delicado.

O momento triunfal em que ela,
toda branca,
atravessava, a passos lentos, a imensa avenida!

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RETRATOS DE AMOR

O carro,
O clima,
A cama,
O cigarro australiano,
O cálice de vinho do Porto...

A chuva,
O chá,
O chão,
O chinelo,
A chave da porta girando no escuro...

A donzela,
A dança,
O dedo,
A dor,
A despedida sempre adiada...

A escada,
A empregada,
O emprego,
A estação das flores,
Os encontros furtivos no meio da noite...

O jeans,
O jato,
O jogo de xadrez,
A janela,
O jeito exótico de piscar os olhos...

Os livros,
As lâmpadas,
As leis,
A lingerie de renda branca,
O licor de damasco em taças de cristais...

O mundo,
O medo,
A música,
A mesa,
A massa italiana da pizza de banana....

Os queijos,
Os quindins,
Os quadros,
Os querubins,
O quer mais dito com gosto...

A rua,
A reunião,
A roupa,
O relógio,
A roda-viva da vida...

O sofá,
A samambaia,
O sabonete,
A solidão,
A sensação,
O sono, solto, suado...

O telefone,
A televisão,
O teto iluminado por mil formas multicores....

A varanda,
A vidraça,
O retorno da viagem,
A vinólia do nosso banho...

Retratos,
Pedaços,
Momentos de amor!

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FRAGMENTOS

Não sei se fujo ou se corro ao seu encontro.
Para ir, todas as perspectivas são vagas, todo sentimento é insuficiente,
mas a solidão me põe na balança.

Ah! Se eu pudesse abrir esse chão,
enterrar nele todas as minhas estrelas,
pequenos fragmentos de minhas ilusões.

Não sei se quero ou se fujo, não sei se consigo fugir por muito tempo, se não vou fraquejar diante de eróticos pensamentos...

Não me conheço
Não sei se conheço algo,
Mas sei que não sou de todo ignorante,
Pois te desejo!

Espero que a fuga termine,
quem sabe encontro um buraco aberto e,
nele possa colocar todas as estrelas,
fragmentos de minhas ilusões!

(Ivy Portugal)

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BORBOLETAS

Borboletas

Se sair do casulo faço-o em mil pedaços,
inutilizo-o totalmente.
Se não sair, fatalmente serei morta,
estou diante de um impasse!

Depois da constituição do sujeito, que foi o primeiro,
o segundo drama de minha existência.

Sair de mim,
Voar livremente sem amarras,
Não esperar o forno quente
que me incendiaria,

Voar sem compromissos,
Mesmo sabendo que, dentro em breve,ao me tornar crisálida também morrerei,

Mas que morrerei me defendendo,
Batendo asas,
Sentido no corpo o abraço amigo do vento...

Foto de ivete azambuja

CONFLITOS

Ao voltar de um momento de descontração, onde viajava em pensamentos, vejo absurda e literalmente o paradoxo projetar-se à minha frente...

De um lado, a luz, o verde, o estonteante amarelo de um ipê desabrochando sem limites! Do outro, olhos inchados, desalento, dor. Dor intensa, porém contida, como que com medo de aflorar...

Vejo por uma fenda milimétrica da janela do ônibus esses dois momentos presos num só olhar meu...
Num olhar feliz que me pareceu inoportuno, quase ofensivo, diante dos olhos de quem acabou de passar pela vida...

Fico paralisada, estática, procuro o choro que não vem!

Por um instante tento fixar meus olhos nas mãos dos que acariciam a morte numa muda, mas frenética despedida. Meus olhos porém, como que driblando o momento funesto, se inundam de amarelo. Procuro o choro, desponta a vida!

Oh! Céus, não posso me envergonhar de ser feliz!

Ivy Portugal

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APELO

Não se culpe por não dar tanto amor
Quando tantos precisam dele.

Não se culpe por fingir que não sofre,
Quando é preciso usar máscaras.

Não se culpe pelo que já tem,
Se ainda existem mil coisas que não conseguiu,

Não se culpe pelo desejo do outro,
Quando o desejo é característica humana
e há a necessidade de se desejar a todo o momento...

Senão você morre...

E se você morrer,

Pobre de mim que te desejo,
Pobre de mim que sofro a sua ausência...

Ivy Portugal

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SAUDADES DO QUE NÃO VIVI...

Sou hoje um colibri apressado
A voar pelo infinito
Sem ter a mínima idéia de onde encontrar você....

Clico aqui, clico ali,
Na tentativa de inventar um jeito de ser feliz...

Invento sentimentos bons,
Choro de saudade de algo que não vivi;
tento de tudo para não sucumbir;
Invento você, invento a mim...

Clico de novo ali,
E como encontro seu status sempre offline;
Descubro que tenho que inventar outras maneiras de ser feliz;
então, adormeço...

depois recomeço;
descubro que é primavera;
percebo uma explosão de cores;
de flores;
de dores, de amores;
apesar de tudo....

De novo fecho os olhos para não sofrer;
me reeinvento
tento de tudo para ser feliz....

Mais um dia,
mais uma primavera,
quimera,
quem dera meu Serafim;
neste dia especial, afinal
poder ter te beijado
como havia sonhado...!

Ivy Portugal

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IMPOSSIBILIDADE

Eram amarelas de sol,
Agora estão alagadas,
Pobres ruas da cidade, da alma,
Dos momentos de solidão!

Lentamente
Mornos minutos
Escoam-se...

Aperto o passo
Esbarro,
Peço desculpas,
Chego atrasada...

Tento fugir
Mas para onde?
A briga é minha. Tonta, é isso que sou,
Lutar contra os momentos de solidão,
Como se fosse fácil, como se fosse,

Como se fosse!

Ivo Portugal

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RETORNO

E aí, chegou até a mim a consciência exata de não querer,
É que não é mais possível violentar-me
Por mais que sofra se solidão!

Ainda não se verdade nenhum amor encontrado.
Ás vezes me venço pelo cansaço da busca, entregando-me,
Só que a busca não para no cansaço da entrega,
Não sossega o peito, transcende a todos os limites definidos, evapora-se por entre os dedos onde eu tento segurá-la.

E a paz momentânea bate asas, empreende novos vôos pelo noturno de mim,
E então há o encontro, o retorno à forma original.
Aí eu penso: Talvez passe a vida retornando, ou talvez quem sabe,
Um dia eu me vença pelo cansaço definitivo da busca,
A morte!

(Ivy Portugal)

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CAOS DE AMOR

Amei-te tanto que perdi a noção do tempo,
Desejei-te tanto que só não fiz loucuras,
Porque já era loucura te amar tanto!

Coloquei o pé na estrada sem perceber que havia,
Pedras, poeira, pântanos...

E a tempestade veio e eu estava sem abrigo,
Numa estrada escura, lamacenta...

O silêncio da noite me atormentava.
Eu havia perdido a fé na vida!

Pense bem, pense em mim...

Sem estrada,
Sem sol,
Sem noção de tempo, de espaço,
Sem vida, sem cor,
Sem amor!

Pense bem, pense em mim.
Veja em que caos, sua ausência me deixou!

(Ivy Portugal)

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