Jornal

Foto de Mentiroso Compulsivo

Dia Branco

.
.
.

Hoje senti
que queria o mundo branco,
branca a folha do jornal
escrita a tinta branca.
Um véu branco
em rosto encoberto.
Sentir a noiva de branco,
antes de ser desflorada.
O branco da primeira comunhão,
Com a hóstia de pão ázimo, consagrada .
Atirar pétalas de rosas brancas,
ao soldado que a bandeira branca ergue ao alto.
Ler em linhas brancas ódio e a ambição
e tornar livre o Homem dessa escravidão.
Queria ter a pomba branca a saltar
das minhas mãos e livre voar.
Um mar branco de águas,
para banhar meu corpo em anáguas.
Sentir o cheiro do branco dos lençóis lavados,
antes de uma noite de amor.
Ter numa folha branca este poema escrito
com palavras gravadas em branco de êxito.
Como eu queria ter um coração branco
e pintar uma lágrima branca numa tela cã.
O branco e só o branco e mais branco queria,
a reflectir todas as cores deste dia.

© Jorge Oliveira

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Pequeno-Almoço de Hoje

.
.
.

Joguei o jornal para o lado, pois fez-me mal,
As palavras da vida humana em tom tão formal.
Folhas moídas de tinta preta a saírem sem versos,
Alvoroço de vocábulos lacados em sons diversos.

Hoje quis a mesa limpa de papéis, sem Jornal.
Como me soube bem esta manhã mais serena!
Bebi e mastiguei ao pequeno-almoço o actual,
Sem notícia e sensacionismo atroz … só a paz plena.

Hoje expirei o começo do dia da insana loucura
E inspirei o mundo da harmonia com a existência.
Despido da vida que se lê curta, mas assim mais dura.

Hoje não senti as palavras a vencer a transcendência,
Foram só palavras vazias sem supremacia nem postura,
Sem nada incompleto ou excessivo de dita conveniência.

© Jorge Oliveira 6.MAR.08

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÕES XVII - CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap III

*
* PRINCESA DO JOGO DE XADREZ
*
"Ah, esse jogo insano,
peças se arrastam delicadamente,
ao toque das mãos,
deslizam, pulam, encaixam
e comem deliciosamente...
Não importa quem venceu,
olhares cruzados, beijos roubados,
corpos abraçados, desejos saciados.
Nessa luta não há vencedores,
somente vencidos,
pelo cansaço, pelo amor,
enternecidos." (Civana)

**************
PRINCESA DO XADREZ

Acordei em tua cama
Coberto pela colcha de cetim
Que colocaste sobre mim
Enquanto cochilava.

Levantei-me:
Fiz as necessidades primárias
E fui para a área.

De tua bela casa,
Onde em uma mesa branca
Estavam as peças enfileiradas
Do nosso jogo preferido.

O xadrez.

Sentei-me a mesa,
Peguei o jornal e nem sei se o li
Pois, estava pensando
Na nossa última
Jogada.

Enquanto sonhava
Nem percebi tua chegada
Só senti o teu perfume
E o calor que me transmites.

Sentas-te à minha frente
E mudas, calmamente,
A primeira peça branca,
O peão da ala do Rei Branco,
E, automaticamente, mudo a preta,
Da ala correspondente.
Imediatamente, muda outra branca,
Eu, outro peão preto.
Mas, na próxima
Atacas-me com o cavalo.
Tive que prestar mais atenção,
Senão capturarias o meu bispo,
Pois, os teus cavalos são de raça,
Verdadeiros puros sangues,
Corcéis Negros, do haras,
De Carmem Cecília.

Ah! Como gosto de brincar com isso!
Foi assim a minha primeira “cantada”,
Disse-te para me atacar com a Rainha,
Pois, é essa que gosto de comer
E me advertiste, por usar
Termo tão chulo.

Eu, também, acho,
E, em então não falo mais,
Mais cada vez que eu te ataco
Não sei por que é isso que eu falo,
E tu, nunca mais o rejeitaste,
Como vou falar agora,
Como fiz ontem
Ao vê-la nesse vestido
Vermelho reluzente,
Marcante e sedutor,
Mostrando as tuas curvas
Os teus vales e teus montes,
Desde as falésias até o de Venus,
Os dois colossos e teus dotes.

E num racho cativante
Uma das colunas de alabastro
A mesma em que me encaixo
E ajeito-me o meu inchaço
E te abraço e te amasso,
E te levo e me segues
Suavemente.
Estou pensando, mas,
Isto foi ontem.

O teu colo
É um verdadeiro
Protocolo.

Suave,
Bronzeado,
Não se sabe pelo sol,
Ou pelo dom que lhe foi dado
No dia em que nasceste
E teve todo o corpo
Modulado...
Sarado.

Do jardim
Que nos rodeia
Exala-se um perfume sem igual,
Talvez, provocado pelo sol,
Em uma mágica da natureza
Que faz abrir as flores
E cantar o rouxinol.

Vejo inúmeras flores,
Mas sempre destaco as rosas,
Levanto-me, no exato momento
Em que me atacas com a Rainha
E apanho a mais bela rosa
Uma exuberante vermelha,
Mas vejo que teu vestido
E fechado por detrás
Com cinco botões
Em formato
De rosinhas,
Cor de rosas.

Então, me aproximo,
E te pergunto num sussurro:
“_Queres que te coma novamente?”
Pois, nessa posição, será fácil a captura,
E, não terás mais saída, pois, essa jogada é muito dura,
Ou te como a Rainha, ou capturo o teu Rei,
Como sou o Rei Negro, vou dar-lhe essa
Chance, mas tens de mudá-lo primeiro.

E foi o que fizeste,
E então se levantaste,
Demonstrando preocupação,
Como se a noite toda comigo não estiveste,
Ficou à minha frente, em pé,
Tremula e excitante,
E, então,

Carinhosamente,

Afaguei-lhe o pescoço,
Encostei-me suavemente
E dedilhei o primeiro botão,
Enquanto, levemente,
Fui acompanhando
Os teus passos,
E te beijando
Ternamente,
Abrindo o
Segundo,
E mordiscando teu pescoço,
No terceiro,
Já estávamos dentro da sala,
E toda sua costa exposta,
Não precisaria nem
Abrir os demais,
Pois, já deixastes cair
Teu lindo vestido vermelho
Até a cintura.

Então te beijo mais sensualmente,
Alisando com meus lábios,
Aquela pele reluzente e macia
Com gosto de quero mais.
Aquela rosa de pétalas felpudas,
Vermelha e sensual
Ainda está em teus cabelos
E por isso imagino em abrir os outros dois botões,
Nos dentes e te levo para o quarto,
Pois, com certeza, com eles abertos,
Vai desabrochar a rosa mais formosa
E é essa, justamente, a que quero.

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

(Carmen Lúcia)

Obs:Já havia postado essa poesia, mas não a encontro.

Foto de Raiblue

Beco sem saída

.
.

Nos becos sujos
Da cidade vazia
Eles se encontram
Fugitivos do cárcere
Da burguesia
Amam-se como bichos
Sobre um jornal
Anunciando
As dores do mundo...
E o amor se derrama
Sobre a notícia
Dissolvendo as letras
Desfazendo a realidade
Tudo por um instante
É só carne...carne...
Quente...úmida...trêmula...
De dia, nos becos,
A fome dos meninos
Abandonados nas ruas ...
À noite,outra fome....
Dos pervertidos amantes
Abandonados
Ao mais carnal desejo...
Alheios a tudo
Aos perigos dos submundos
Bebem na taça do corpo
O antídoto dos dias vazios
Sem a rebeldia do amor...
Dissolvem os medos
E fazem do beco
Um ninho...um segredo...
Devoram-se
Como se devorassem a vida
E não mais precisassem
Voltar...
Perdidos no beco sem saída
Da paixão mais devassa
Em uma noite que não passa...
E,de repente,
Estrelas de sussurros
Iluminam o beco escuro
E os amantes tocam o céu
Azul derramado sobre o concreto
Mar invadindo o deserto
Milagre...
Mistério...

(Raiblue)

Foto de ek

Em minha Mente

em minha mente quase humana
e viciada,
o vírus vira vida e a vida não é
nada,
no meu país a ignorância
fica escondida atrás das paginas
de um jornal,
aqui todos sofrem,
todos choram,
e ninguém se importa,
ninguém...
a minha mente é desumana
é bitolada,
e o vírus que era vida
é loucura calculada,
o preço do prazer é uma
guerra programada.
e você já era...
já era...
tempo de notar que a grande
roda não para...
que a linha da história
não espera os bitolados...
que a vida te quer...
vivo ou morto,
e ela vai te pegar.

Foto de psicomelissa

cumprimento da minha promessa ...

bom , promessa cumprida ...
os dois textos feitos por mim sobre os misterios da bolsa feminina, porue curiosamente a bolsa de uma mulher gera tantas piadas, brincadeiras e para nós mulheres é um objeto de extrema importância.
bom, espero que vocês gostem ...
esses textos surgiram porque um amigo ficou indignado qdo foi comprar cigarro numa banca de jornal, e na sua frente havia uma mulher enlouquecida tirando tudo da bolsa para que pudesse encontrar o cartão de crédito, para que assim pudesse pagar suas compras.
este meu amigo ficou profundamente irritado e incomodado com a desorganização desta digna colega.
aproveitem ...
até breve ...
bjs mel

Foto de carlosmustang

O LADO OBSCURO HUMANO

Mais uma varredura cerébral
Imagêns no vidêo, uma foto no jornal
Morte proposital
Terror constitucional

O poder da combustão das máquinas
A intolerância de uma palavra
A morte pré julgada
Fundamentalismo destoado, desse mundo futuro

Como valeria um simples "APERTO DE MÃOS"
Mas o amargo no coração, impede tudo isso
Mais uma lágrima cai, sem perdão

O ódio, a vida sem amor, sem valor
O corpo explode de um modo sagaz
Anunciando o fim da paz...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"HELENA"

HELENA
Em solitários devaneios
Mergulhei na tua vida
Não supri os meus anseios
Nem tive você como queria

E o tempo foi passando
O sonho ficando distante
Dias desses, me vi pensando.
Como será daqui pra diante

Você mudou não sei onde mora
Mas penso em você todo dia
Meu coração aperta quando chega a hora
Ir para cama até me da agonia

Certo dia ao abrir o jornal vespertino
Deparei-me com um anuncio estranho
Desafiando-me a mudar o destino
Alguém me chamava para um encontro

Telefonei sem perder tempo
Do outro lado uma voz calma e serena
Atendeu-me, e só naquele momento.
Descobri que estava falando com minha querida Helena
A felicidade antes tão distante
Agora chegou pra ficar
Amo e sou amado a todo instante
Não tenho mais motivos pra chorar

Foto de Claudia Nunes Ribeiro

QUERO APENAS AMAR

QUERO APENAS AMAR

Quero amar apenas esse amor libertino,
Sem pensar no tempo nem nas conseqüências.
Marcas de batom,
Mordidas e arranhões,
Esconder por baixo de polidas camadas
De auto controle.
Como luvas de látex,
Mordaças e focinheiras,
Que serão instrumentos de fetiche
Nas nossas horas de loucuras.

Quero apenas amar esse amor bandido.
Sem sábados nem domingos,
Sem feriados nem dias santos.
Que aparece no fim da tarde
E some no início da noite,
Porque o jantar esta na mesa
E o Jornal Nacional já vai começar.

Quero apenas amar esse amor vulgar.
E na vulgaridade ser apenas mais uma
Que norteia seu leme no caminho do seu deleite.
E entre puxões de cabelo e afagos delicados,
Vocifera que mulher apaixonada não se contraria
E morde-lhe o lábio num beijo apaixonado.

Quero apenas amar esse amor inominável.
Sem rótulos, nem bulas, nem credos, nem medos.
Nem meios, nem fim, nem começo do fim.
Quando tiver que acabar...
Acabou e pronto!
Sem choro nem vela,
Nem pensar no depois.

Hoje eu quero apenas amar...
Amar esse amor viajante,
Que no momento passeia pelo meu leito,
Mas que mantém seu barco atracado
Em outro cais que não é o meu.

Nada importa...
Quero apenas amar...

Páginas

Subscrever Jornal

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma