-->

Janelas

Foto de Carmen Vervloet

Porto de Tubarão - Um Grito Solitário

Acordo nesta ensolarada manhã de segunda feira que teria todos os motivos para ser mais uma agradável manhã de verão. Moro no bairro mais nobre de Vitória, a Praia do Canto. Uma belíssima vista para o mar, hoje calmo e azul. Da minha janela vislumbro uma paisagem capaz de inspirar os mais lindos versos de amor e devoção à natureza. Mas não. O que grita dentro de mim é a revolta de ver minha cidade coberta por nuvens negras vindas do Porto de Tubarão. Nuvens que poluem minha cidade e trazem em suas garras graves problemas de saúde à população. É o nosso “famoso” pó de minério, um pó preto que cobre os pisos, os móveis, as cortinas das nossas residências. Que as invade sem dó nem piedade. Que chega ao sopro do vento nordeste. Entra por portas, janelas, passa por entre frestas e causa danos irreparáveis a nossa saúde. Pobre coitado do nosso aparelho respiratório! Ele já não suporta mais tanto pó! Mas esse pó preto não é apenas sinônimo de luto. Ele também faz com que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas. Ah!... E como ficam... Pessoas envolvidas no processo de camuflagem dessa devastadora poluição. Basta passar a mão sobre qualquer canto da casa e a mão fica negra do maldito pó. É um negro que nos remonta a triste morte e ao luto dos nossos corações face ao descaso de tantas “autoridades” envolvidas em altíssimos jogos de interesse. A imprensa fala superficialmente sobre o assunto. Ela tem na Companhia Vale do Rio Doce um de seus maiores anunciantes e precisa de anúncio para sobreviver. E então a quem recorrer? Ao bom Deus, incomodá-lo lá no céu? Creio ser a única alternativa que nos resta. Conversando casualmente com uma funcionária de determinada Secretaria (que deveria zelar pelo meio ambiente) disse-me ela que apenas em véspera de eleição é que o referido órgão “abre os olhos” numa campanha eleitoreira. De vez em quando, creio que quando o povo pressiona mais, durante o dia o pó é mais ou menos filtrado e a noite os filtros são desativados para que se dobre ou mais a produção. Mas daqui eu tudo observo. Nada me passa despercebido. E sofro na carne esse tormento. Falo como cidadã que paga seus impostos, que com seu voto ajudou a eleger esses dirigentes que fazem “vistas grossas.” Falo porque esta é a terra da qual tiro meu sustento e eu a respeito. Falo, sobretudo porque amo essa cidade, minha terra mãe, sempre tão calorosa e acolhedora! Vou gritar sim... E brigar pela minha querida Vitória e pelo seu povo que também é o meu. Ninguém mais agüenta respirar tanto minério de ferro. Afinal nosso pulmão não é contêiner para carregar tanto pó! O nosso grande cientista e ambientalista capixaba, conhecido internacionalmente, Augusto Ruschi, na época ainda do projeto para a construção deste Porto, foi totalmente contra a sua atual localização. Já previa todos os malefícios a que viria ocasionar a população de Vitória. Mas o jogo de interesses prevaleceu e o Porto nasceu no lugar errado. Já condenado por antecipação, pelo grande cientista. Agora é limpar a casa no mínimo duas vezes por dia e carregar nos nossos pulmões, que todos juntos já devem valer uma pequena fortuna, todo o minério de ferro que inspiramos em cada segundo das nossas cada vez mais curtas vidas. E conviver cordialmente com bronquites, rinites, sinusites e tantas outras “ites”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que os PODEROSOS não sentem com o coração e nem pensam com a cabeça. Pensam apenas com a conta bancária ou quem sabe com a BUNDA que se instala na poltrona do PODER e fica viciada e defeca sobre a cabeça do povo.

Carmen Vervloet

Foto de Maestrorenato

Vida

“VIDA”

V ivo querendo ser o homem que eu sonho ser o tempo todo, nunca sei exatamente em qual portão devo bater para receber a ajuda que eu sigo buscando.Deixo de lado as minhas

Idéias que fluem diante das situações, como o relampejar dos trovões, que sem permissão humana emanam no meio do céu sua luz inebriante, assim os flashs da minha mente que vaga dentro do mesmo sentido.

Durante toda a caminhada que é o desenrolar da existência do homem, as coisas e as situações que se repetem o fazem concluir em quase todos os casos que a própria vontade incontrolada pode tornar o prazer de existir numa lastimosa solidão,

Até que alguém, por misericórdia, veja de longe o que está acontecendo ao homem que segue vivendo, possa fazer algo pra ajudar o homem que segue existindo, as fontes de força humana se acabam deixando o homem a mercê do única e verdadeira fonte de vida que é o amor.Dado aos homens por Deus para demonstração da própria existência de Deus aos outros homens.

E a vida que se pensa ser tua, descobre-se agora mais não tua do que antes, e se faz mais dEle do que tudo, deixando você mais fraco e dependente de quem realmente merece de fato...Deus....

Como se em mim estivesse a força que preciso para existir...

“Existência”

Eles que pensam que minha vida é medíocre, pensam que minhas dores são passageiras, que meus sonhos são castelos de areia, que meus olhos são de pedra, e que minhas mãos não adormecem com a dureza do labor diário.

Xícaras e mais xícaras pra todos estejam ao meu redor, tentando me fazer refletir com base na hipocrisia, achando que o mais nobre vocabulário tornar-se-á na mais verdadeira amizade.

Imitam os sinceros o tempo todo, fazem o que querem com nossas emoções, deixando-nos muitas vezes ao relento com o corpo descoberto, e com a cara quebrada pelas duras palavras que muitas vezes arremessamos ao vento.Vida, que nobre pesadelo, que nobre graça.

Sempre nos deixando nos olhos lágrimas de alegria, lágrimas de tristezas, sempre nos fazendo perceber como é bom ter alguém que não deixe nossa história passar em branco, mas que possa relatar as nossas proezas e esconder nossos fracassos, fazendo de nós heróis do nosso próprio cotidiano.

Tendo a destreza de usar as palavras corretas, para nos fazer merecer os elogios que com certeza nos darão no porvir.Vida que deixa nas mãos dos outros os nossos méritos, e nossos feitos.

Enfatizo o ensejo, buscando alcançar lugar melhor na eternidade, sabendo que minhas próprias palavras me hão de dizer onde eu passarei meus últimos dias.Vida é a dívida que todo homem faz, e a morte a dívida que todo homem paga”.

Como num jogo, a existência passa a ser quase que uma graça obrigatória concedida ao homem, e faz dele o maior dentre todos na criação.Sei que em momentos onde meu corpo deixa de sentir vigor, e minhas forças se esvaem, tenho vontade de cobrar de Deus mais alguns minutos e insistir pra que ele permita que eu realmente viva de verdade.

Incrivelmente a velhice também faz parte da vida e é a maior e melhor parte que o home pode viver, sabe-se lá o que nos faria a vida se nós tivéssemos de sermos jovens pela eternidade?Onde estaríamos agora?Sempre teríamos uma nova desculpa para não morrermos.

Andando atrás do ciclo natural da vida verifiquei que não somente eu mais todos que estão ao meu redor, são obrigados a passar por estas coisas, de modo que a graça vem, ainda que para permitir desgraças, ela vem, e quando nasce é lindo, cresce lindo, vive lindo, envelhece lindo e quando morre, o faz de forma deslumbrante, mostrando aos homens que pode-se morrer com dignidade.

Existência após o Sopro...

Sopro

Suspiro de ar, pra dentro, pra fora, pra dentro de novo, pra fora outra vez, e
Outra, agora já não sabe mais, embora já tivesse ouvido de outro o
Preço que custa doar os olhos á outros pra que eles vejam o que você vê.
Respire, sinta o ar entrando e saindo, sinta a vida crescendo, emergindo.
Ostentando o tempo em que você insiste em pensar que não vive só porque não sabe respirar.

Sopro que abrem os olhos, janelas da Alma...

Janelas

Já era noite, e eu nascia já era tempo, já era dia
A vida que insistia entrar em mim, me fez pulsar o coração.
Nem sequer perguntou se eu realmente queria existir, somente me fez!
Eterno, cheio de vigor com o desfalecer pra anos além dos 10.
Lentamente me pôs de pé, me fez andar, me fez caminhar, me fez sentir
Amor, latente na alma, nas veias, no sofrimento, no alento, no conforto dos braços
Seus braços que me afagavam, e sua voz que eu podia ouvir...Dizendo..Seja!

Janelas que abrem minh’alma fazendo-me ver o que eu não quero

Alma

Alvorecer da vida, aprendizado, vivencia, nada que se possa comprar
nada que se possa obter de fato, visto que sem dono não existe e
sem forma não pode ser o que é.

Lembranças que latejam dentro da mente controlando o crescimento
do caráter, da personalidade, do prognóstico humo.

Mente formada, parte humana dentro da criação divina,
aceitação do Trino Deus como indivíduo, como único, como cheiro.

Amor de Deus, amor de pai, amor de mãe, amor de amigos, amor ágape expresso em todos os sentidos.

E como sendo Alma confesso que sinto dor, vejo então o sofrimento....

Sofrimento

Sentimento solitário, só quem sente sabe como, e com que efeito.

Ora traz lições, ora traz desgostos ainda maiores, ora traz de volta
lembranças.

Fiel em fazer doer, sem nenhum tipo de remorso ou culpa, apenas
satisfação por fazer doer.Calculista.

Refrigério, este, parece que nunca vem, e quando diz estar vindo,
parece demorar ainda mais.

Idéia maluca de viver sabendo que o certo é sofrer.

Mentir aos outros dia-a-dia um sorriso, um olhar, uma capa

Entusiasmar os outros e desanimar-se com choros e velas.

Não são assim os que por si mesmo vivem, não provam deste mesmo
cálice,nem da mesma água, que...

Turva e sem gosto não sacia a sede nem tampouco refresca.

Outrora alegria constante, no olhar inebriante, uma força vibrante, ouro, diamante,ágora não vê, não anda, não vive, somente sofre, pois para este não existe substitutos. Que bom termos estímulos.....

Estímulo

Exatamente como éramos quando nascemos,nos tornamos no momento do erro, desnudos das máscaras que a existencia nos proporciona.

Sumimos do mais atento grito de socorro da nossa alma, que clama dia e noite por liberdade.

Totalmente chocados com os valores que alcançamos pelo erros, avaliamos todas as possibilidades de sermos apenas mais um, dentro da história da nossa própria vida.

Ideias que sempre nos afogam, e nos fazem delirar enquanto o mundo, que não para, segue em massa para o destino que precede á si mesmo.

Masturbamos a mente, exigindo o êxtase total do ser, na entrega , nas lágrimas, nas aflições, nas guerras em busca da paz, somos....

Únicos em raciocinar que todas as coisas, ao mesmo tempo que conspiram contra nós, mesmo sabendo que existe, acima de nós, esta um Deus que não conhecemos direito,por isso rejeitamos sem restrições.

Louvável atitude tem aquele que descobre que sua vida não é gratuita e, sim que todos nós temos um preço,faz tudo segundo a nobreza da consciência e excelência da humildade.

Outrora éramos somente barro, agora respiramos e podemos andar, todavia ainda não crescemos e nem amadurecemos, somente temos altura, e nosso dias são contados por anos........

“ Porque no vai e vem do io-io, vê-se as voltas que a linha da.”

Foto de Carmen Lúcia

Quem sabe...

Quem sabe
uma nova manhã se abra
num leque surreal
de cores inimagináveis
e raios de sol transpassem
por frestas de janelas entreabertas
convidando a sonhar,
a sorrir, a viver, a amar...

Quem sabe
a dor já nem mais exista,
o pranto não seja tão triste,
somente lágrimas de tanto rir
agora insistam em vir
a pincelar o rosto,
colorindo a última lágrima de desgosto.

Quem sabe
as amarguras
se afoguem no mar
a se abrir de imediato,
deixando-as passar,
fechando no momento exato,
impedindo-as de voltar.

Quem sabe
correntes de águas cintilantes
banhem de luz a esperança
clareando o verde musgo pesado
que o mundo tem carregado
e o verde fique mais brando
reativando a semente
de um novo acreditar.

Carmen Lúcia

Foto de Diario de uma bruxa

Noite de Amor


Noite escura sem luar.
Da um frio na barriga
Ao te ver se aproximar.

No escuro, sem sombra
Posso te ver, por causa
Das luzes das janelas abertas.

Você caminhando tão leve
Em minha direção
Perco a respiração, cada vês que se aproxima

Você...
Um deslumbre na imensidão
Fecho os olhos pra sentir sua respiração

Cada vês mais próximo
Agora posso escutar
A batida do seu coração

Que bate por mim
Somente por mim

Nessa noite ninguém irá impedir
Nosso amor fluir
Seremos um só

Até a lua virá aplaudir
Será nossa guia e companheira
A noite inteira.

O amor é uma semente
Plantada no coração
Cresce tão de repente

Que quando percebemos
O amor já tomou conta
E não tem reparação.

É o amor em meu coração.

POEMA AS BRUXAS

Foto de diana sad

Feito bicho

Estou saindo da pista
Indo pro meio-fio
Pulando a cerca
Estou num terreno baldio
Atrás de um coração que possa
Estar perdido e que quase sem querer
Venha a caber dentro do meu.

Corro feito bicho acuado da rejeição
Se quando me resta esperança
Eu brigo, eu grito, não abro mão
Mas, quando portas e janelas estão fechadas eu...

Corro feito bicho acuado da rejeição.

Foto de Carmen Lúcia

A vida e a dor...

A dor de uma separação
não há o que conforte;
o sofrimento é tanto
que a vida sepulta
mais que a própria morte...
Ficamos cambaleando,
perdemos a rota,
sem perceber que a vida continua,
lá, bem distante,
fora de nosso alcance.
Desafio de gigantes...

Ter que continuar
com a ausência de quem foi tão presente...
Ter que se conformar
com a lacuna imposta diariamente...
Reagir de maneira positiva,
não velar a dor eternamente,
para que não percamos a nós mesmos,
entregues ao que jamais virá a ser novamente.

Reconstruir a vida
partindo através da chegada.
E não da partida...
Sermos maiores que a dor que vivemos,
nos amarmos para resgatar o que perdemos...
Livrarmo-nos dos lixos afetivos
que nos fazem depressivos...

Escancarar portas e janelas
e esperar o novo que vai chegar...
E acreditar...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Medo do Amor...

Tenho medo do amor...
Recuo... Ele se aproxima...
Por que não raciocina?
Se alastra, nem se lastima
da proporção do estrago que é causador.

Vem de mansinho, na lentidão,
como brisa leve, mansidão...
E adentra pelas janelas abertas
que a alma carente, irrequieta,
esqueceu-se de fechar.

Depois se faz furacão,
invade seu coração,
desconcerta seu mundo.
E por qualquer razão
se vai assim como veio,
causando transtorno profundo.

Tenho medo do amor...
Tento fugir, mas ele é tão rápido!
Vive a me ludibriar,
está sempre a me esperar,
no lugar que menos espero.

_Carmen Lúcia_

Foto de Osmar Fernandes

Silêncio!

Não fala nada...
Não há nem um ressentimento entre nós dois.
São águas passadas.
Nossa história há muito acabou.

Um dia vivemos uma loucura de amor.
Encaramos o mundo de frente.
Vencemos todo dissabor.
Éramos jovens, destemidos, inconsequentes.

Hoje, cada um tem sua família, segue seu rumo.
O relógio do tempo já deu tantas voltas...
Ninguém acreditaria se lesse sobre nossas revoltas.
Já dormimos nus na praia... Viramos o avesso do mundo...

Parece bobagem, mas se nossos filhos fizessem isso...
Provavelmente perderíamos o júizo.
Inda bem que ninguém sabe disso.
Imagina!... Seria um calvário, um martírio.

Em nossa juventude fomos os rebeldes,
Pulávamos janelas quando éramos trancados nos quartos.
Se minha filha fizer isso, entro em estresse.
Há trinta e cinco anos, lhe roubei na ilha dos macacos.

Nossa história vive irrequieta, nunca terá fim.
Olho pra você, uma bela senhora, continua linda...
Olho-me no espelho, e vejo aquele menino vivo dentro de mim.
A vida nos prega peças... Eu era seu e você era minha.

Apesar desse silêncio, dentro de mim, vive o passado.
Nunca mais amei de verdade outra mulher.
Nosso tempo devia ter ficado parado...
Perdi o encanto, o amor, a fé.

Hoje meu mundo é assim, incolor.
Vivo por viver, para completar minhas páginas.
Dou o melhor de mim, mas não é com o mesmo amor.
Nossa separação foi a minha maior baixa.

Eu senti tanto amor por você,
Que não sobrou nem paixão para mais ninguém.
Esse poema é nosso dossiê...
Quem sabe um dia a gente ainda se vê no além!
Osmar Soares Fernandes

Foto de maria guimaraes

o que eu fiz hoje

Lisboa cidade de luz, envolta em historia.
Caminhei pelas suas ruas silênciosas e descuidadas...
Pobre Lisboa, tão bela, e sedutora, mas vazia de vida...
Onde andam as pessoas que te vizitavam? Os turistas que te amavam e agora viram-te as costas, correm por outras terras, Paris, Londres, Madrid...
Lisboa,tão linda, mas tão mal cuidada... Com tanta história, com ruas por onde caminharam santos, poetas, pintores. Lisboa boemia do fado da guitarra,do Bairro Alto, Alfama, Mouraria. Com a Baixa do marquês....
Que fizeram de ti Lisboa, se até querem fechar o Martinho....
Canto onde Pessoa escreveu e conviveu com Almada,Santa Rita Pintor, Mario Sá Carneiro... Eu sei lá!.....
Que fizeram de ti Lisboa, que de fora ninguem te procura, não te vizita.
Algo precisa de mudar, abrir as portas do Tejo, limpar as ruas,trazer vida, animação, espectaculos, teatro muisica... mosrar lá fora quanto és bonita e afavel.

Fim de tarde. O sol escondeu-se entre as nuvens..
Abro a janela o vento morno roça meus cabelos, e trás-me aromas de mar...
Vivo aqui numa terra de mar e pescadores, terra pequena e perfumada de maresia...
Á tardinha quando os barcos chegam á praia, os pescaderes levam o peixe para ser vendido pelos muitos restaurantes da terra, onde se come o melhor peixe acabado de pescar...
Paço d'Arcos é a terra de que falo, com gaivotas e cheiro a mar..

Vai caindo o Agosto... O sol ainda doira os campos.
A cidade refresca-se entre os chafarizes dos bairros populares, e as fontes e repuxos pelo resto da cidade.
Quando a noite cai, acendem-se uma a uma as janelas de cada predio, de cada casa, como olhos mirando o entardecer.
Nas ruas caminham apressados os que ficaram, os que não partiram, não tiveram ferias...
Há alguns turistas virando as esquinas, brancos da cor das terras frias de onde vieram... colhem o sol com um prazer quase sensual...
Olham com olhos espantados e mapa na mão as ruas e vielas estreitas onde a noite corre. Uma brisa morna vinda do lado do Tejo, trás o som de uma guitarra... A alma pára ali ao som da saudade, no trinado de uma voz de mulher que chora em versos de amor, um amor perdido...
Noite a dentro: Silêncio, calam-se todos os sons, só o Tejo regorjeia no seu eterno marulhar...

MUSICA E MEMORIAS

Falar de mim, quem sou? Sou momentos após momentos, agora sou saudade e recordação...
´Há uma musica rolando pela sala... calma, cadênciada, nostalgica, falando de amor, de saudade , de Ipanema, da garota de Ipanema... Vinicius!...
Solta-se o pensamento, corro em busca de memórias, saio de mim volto ao passado, ao RIO á CIDADE MARAVILHOSA... aos meus 16 anos, aos sonhos que sonhei... sinto o sol quente de Copacabana, toco a areia da praia, sinto no rosto os pingos de espuma desse mar que se desfaz aos pés do CRISTO REDENTOR...
Solto-me ao vento da saudade, e fico lá não querendo acordar

PERGUNTA?........

Há dias vim até aqui, onde antes estiveram os meus poemas havia um vazio... que aconteceu?
Erro meu? Não, não creio.
Fica um aviso a todos que aqui passam cuidado porque em algum momento podem ter uma surpresa como a minha... Principalmente se o trabalho apresentado for bom!.......

Foto de Manu Hawk

Desejo X Desejo (Conto)

O que fazer quando o desejo é maior que a razão? Quantas pessoas já não se imaginaram em situações inusitadas? Quantas tiveram coragem de levar adiante a imaginação? Quantas se arrependeram depois? Mas quantas se sentiram plenamente realizadas...

Fim de festa, taças e copos espalhados por mesas, canteiros, janelas, em todos os lugares... Agora somente os mais amigos estavam reunidos, alguns ainda dançando na pista, outros sentados na beira da piscina do Iate Clube, hoje palco de risadas e olhares cheios de tesão. Tudo era perfeito, cada palavra saía deliciosamente da boca, combinando com cada gesto, lentos, leves, soltos.

Estava cansada depois de um dia de trabalho, mas nada poderia quebrar o encanto dessa noite maravilhosa, onde todos da empresa puderam se conhecer um pouco mais. Não somente conhecer, mas extravasar os desejos mais ocultos depois de algumas doses.

Ric estava mais lindo do que nunca, livre da fisionomia tão séria e preocupada que carregara durante todo o ano. Conversamos, rimos, e dançamos muito. Estávamos conversando na beira da piscina, liberada para os poucos que ficaram. Mauro, amigo de Ric, e divulgador de uma das empresas que trabalhavam conosco se juntou ao nosso grupo. Era extremamente simpático, inteligente e agora pude reparar cada detalhe, era divinamente másculo e lindo. Enquanto falava fiquei extasiada, o que ele não demorou muito a notar. Fomos dançar, e ao sentir seu corpo tão próximo, me senti culpada. Mantinha um certo relacionamento com Ric, sem compromisso, eu sei, mas era um relacionamento afinal. E como negar? Desejava até o perfume que sentia em Mauro, naquele momento. Voltamos e Ric me chamou para irmos, havia combinado de dormir na casa dele. Para minha surpresa chamou Mauro também.
No caminho pensei em como fugir daquela situação, nenhuma idéia. Fui...

Ao chegar fui direto para a cozinha, queria água, muita água, me afogar se possível, para apagar aquele fogo louco que sentia. Como poderia estar desejando aqueles dois homens assim? Mauro entrou na cozinha, passou entre o pouco espaço que havia entre a cadeira e meu corpo, bem devagar, roçando, provocando, arrepiando-me. Pegou o copo, me olhou firme, sorriu e saiu.
Quando cheguei ao quarto, Ric estava no banho, fiquei da porta admirando como era lindo. Suas mãos esticadas na parede, descansando, e a água escorrendo pelo seu corpo. Pediu-me que pegasse algo para bebermos, isso não ia dar certo, rs. Na sala Mauro já havia se servido, estava deitado no sofá, seguindo cada passo que eu dava, sempre sorrindo...eu queimava...isso definitivamente não vai dar certo, rs.

De volta ao quarto, entreguei o copo a Ric, que me puxou para debaixo do chuveiro. Minha roupa caiu tão rápida quanto à água pelo corpo, nos beijamos com tanta loucura, como nunca havia acontecido. Senti que não estávamos sozinhos, aquela sensação de que alguém observava, mas não paramos, estava queimando, louca de tesão por Ric e por saber que Mauro poderia estar ali. Isso me deixou mais excitada, sentia que Ric também havia percebido e gostava. Suas mãos percorriam meu corpo, a água caindo, bocas unidas, sugando, encaixamos...

A música invadia o quarto, banheiro, meus ouvidos, movimentos deliciosos, a cabeça rodava. Senti me acariciarem nas costas, dedos percorriam levemente até minha nuca, parei! Não sabia o que fazer, tudo era muito louco para minha cabeça! Queria pensar, raciocinar, mas não era isso que meu corpo pedia, deixei-me levar. Pela primeira vez me entregaria a imaginação, aos desejos somente.
Ric estava louco de tesão, me penetrava firme e deliciosamente, olhou como se perguntasse se continuaria...sim, sim, responderam meus olhos, mãos, boca, pernas, movimentos...movimentos deliciosos que faziam sentir cada vez mais o corpo de Mauro próximo, roçando em minhas costas, beijando meu pescoço... PAAAAAAAAARA! Vou enlouquecer!
Não sabia mais o que queria, quem beijar, abraçar, corresponder. Parar? Não! Decidi não pensar, atenderia somente meus instintos. Como um animal? Sim! Não vou me condenar, queria os dois e se havia chegado até ali, não recuaria.
Desejava loucamente sentir o gosto de Mauro, desde a festa pensava nisso, como seria sua boca, seus beijos, seu corpo. Ric sorria como se adivinhasse meus pensamentos, naquele momento nós sabíamos exatamente o que cada um desejava. Saciei-me dos beijos, carícias e corpo de Mauro! Me entreguei plenamente a dois homens maravilhosamente viris e carinhosos. Foi uma noite lindamente estranha, dupla penetração, tripla emoção, infinito tesão!

( por Manu Hawk - 13/06/2004)
°
°
°
Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
°

Páginas

Subscrever Janelas

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma