Inferno

Foto de Carmen Lúcia

Ah...Como eu amei!

Hoje já não amo mais...
Mas, por amor, de tudo fui capaz.
Tropecei, me levantei, morri, ressuscitei,
Me despojei do orgulho, me entreguei,
Caí de quatro...Amei de fato!

Se fui feliz? Às vezes, sim...
O seu carinho me fazia bem...
Sentia-me amada, mesmo enganada,
Eternizava momentos em que me abraçava,
Dias intermináveis quando me deixava...

Conheci o inferno e o céu...
Chorei lágrimas amargas, cuspi sabor de fel,
Dancei por entre estrelas, corri por todo o céu!
Sorri feito menina...Fui dama de bordel!
Vivi todas as dores...Amei todos os amores.

Agora estou imune, meu coração parou,
Não sei se ele me pune ou me livra da dor,
De um mundo que oscila, amor e desamor,
Se sou feliz?Não sei...
Eu nunca mais amei!

Foto de Carmen Lúcia

"Mania de poetar"

Se a poesia, um dia, virasse mania
E contagiasse o universo de versos, euforia,
Feito bando de aves, poetas migrariam
Encobrindo céus de perfeita harmonia.

Cantada em versos, o que fosse dor, seria
Tragada pelo amor, lançada para amar...
Banido entre os homens, envolto em poesias,
Sucumbiria o ódio, por lhe faltar o ar.

E todos os poetas, em grandes romarias,
Desarmariam o mundo, de versos guarnecidos,
Fragilizariam seres empedernidos,
Libertariam almas de um inferno dantesco!

Oh! Sonhos, quimeras, quiçás...
Pensamentos perdidos aqui e acolá...
Alastram-se inúteis manias...Megalomanias!
Só não se contagia mania de poetar.

Foto de Sirlei Passolongo

A Cor do Pecado - Dia de Consciência

Qual a cor do pecado?

Me roubaram a liberdade
Tomaram posse da minha alma
Me fizeram
rezar outros credos
abandonar minhas canções.

Trocaram o meu nome
Poluíram minha cultura
Criaram mitos malditos
De que minha crença
Era bruxaria e feitiço...

Mas a crença dos brancos
Poderia me salvar do inferno
E me mostrar o paraíso
Um lugar de escolhidos...
E me jogaram num tumbeiro
Conheci o inferno e o lixo.

Perdi pai, mãe, filhos
irmãos e companheiros
Para conhecer o tal céu
Pra libertar minha alma
Onde esteve esse Deus dos brancos?
Meu povo morreu no mar
Na terra, na guerra, no canavial
No chicote, de doenças
No tronco e corrente
Da sorte de todo mal.

Mas não me responderam
E o pecado tem cor?

(Sirlei L. Passolongo)
às 16 hrs: 54 / 20/11/07

Foto de Marta Peres

Morte

Lá fora ouço a canção serena do vento,
O sol quente ilumina, aquece tudo,
Dentro de mim não mais existe o inferno
Sopro luminoso mostra o que é viver.

Livre como pássaro vôo, liberdade,
Som que canta no pensamento
Escorre pelas veias...

Tormenta acabada, fim de solidão,
Descaso e inquietação,
Ferida disforme que cicatriza
Momentos duros que findam.

Apenas lágrimas lavam a alma,
Já me sinto leve como pluma ao vento,
Tudo é alvo e calmo, árvores frondosas
Em jardim colorido pelas flores, pela grama
Chego ao descanso infinito!

Marta Peres

Foto de Osmar Fernandes

Eu mudo ou mudo o mundo?

Eu mudo ou mudo o mundo?
Um mago há muito já dizia:
– Eu mudo ou mudo o mundo?
O planeta esperança tem luxo e lixo.
Tem luto e vida.
Tem sonho que expira.
Realidade que grita...
Tem gente que vence o inferno do coma.
Outro não quer nem levantar da cama.
Por isso, não entendo tanta hipocrisia.
Uma multidão depende da própria apologia.
Há uma tropa que só pensa em ganhar na sorte.
Deus deu o sopro... O homem inventou a morte.

Você deve traçar o seu destino.
Desejar ser gente, andar de cabeça erguida.
Olhar para frente, realizar o seu sonho divino.
Ter em mente: vencer na vida.
Ou, ser marginal e viver no inferno.
Pisar nos espinhos e abrir a ferida...
Viver com a alma no cemitério,
e chorar a vergonha de cada mentira.
Sábio é aquele que é dono do seu barraco,
ou o escravo do palácio do rei?
Afinal, quem estabelece a sua lei
é um homem ou um macaco?

Tem gente que quer ir à lua de bicicleta!
Um outro quer ser doutor, mas não estuda.
Você quer ganhar na sorte grande, mas não aposta.
O sol nasceu para todo mundo.
A sombra, só para quem luta.
Só balança a rede quem chuta a bola.
O otimista transforma palha em ouro.
O pessimista não consegue nem comprar um ovo.
O planeta é feito de grãos de areia.
A vida, de sementes de sonhos.
Logo, não fique esperando o prato pronto.
Lute pelo seu pé de meia

Foto de Osmar Fernandes

É muito fácil ser bandido, difícil mesmo, é ser gente!

O planeta está repleto do que não presta.

Muito corpo sem cabeça virou lixo.

Afinal, o que nos resta?

Tornar-nos um ermitão?

Ficarmos à mercê do inimigo?

Ovacionarmos esse mundo de trevas?

Ou combatermos essa tribo do cão?

É muito fácil ser bandido,

Difícil mesmo, é ser gente!

Difícil, é ir e vir contente.

Fácil é tropeçar e cair no buraco

Negro do abismo maldito.

Onde achar a saída é esperança quase morta.

Onde esse destino é uma chave sem porta.

Eu não consigo entender o prazer bandido...

Onde matar ou morrer é apenas correr mais um risco.

Onde o sangue inocente não tem nenhum valor.

Não entendo esse mundo em vão!

Onde a falta de amor sufoca e sepulta um irmão.

Onde o homem torna-se um animal mesquinho.

Onde a falta de Igreja o transforma num deus de dor.

É sórdido não ter compromisso com a História.

Ficar esquecido numa cova como um cão sem dono.

Vegetar no mural do desengano.

Morrer sem deixar memória.

Anular sua alma e desistir de si mesmo.

Coisa de quem nunca teve carinho de berço...

É ter como selo na testa a digital da besta.

É fácil pôr a culpa dos seus fracassos em alguém.

Difícil é ter vergonha na cara e enfrentar o problema.

É muito fácil mergulhar na lama!

Difícil, é ter a vontade de livrar-se dessa sujeira.

De se libertar do inferno que é prisioneiro.

De impar a alma desse chiqueiro...

e acordar para sempre desse coma.

Foto de Sirlei Passolongo

Mel com limão

     
     

Nosso amor tem gosto
de mel com limão
O prazer da chuva
Em tarde de verão.

Momentos de dengos
Outros felinos
Tem cheiro da relva
E os uivos da selva
Assim que se completa
Feito a taça e o vinho.

Tem calor do sol
E mansidão das nuvens
Às vezes insano, Inferno
E paraíso... É assim que amo
Assim que te preciso.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Paulo Gondim

Nova Comédia

O inferno é aqui, perto de nós
Com suas geenas, suas profundezas
Aqui, onde todos somos sós

Perdidos em nossas fraquezas
Somos todos pobres esquecidos
No lamaçal de nossas incertezas

Afoitos, embora preteridos
Ignorados em tudo o que se faça
Ainda buscam ser compreendidos

E por desconto no preço da desgraça
Perdemos de longe nossa afeição
Na ambição cruel que em todos grassa

Não se apiedam com tanta aflição
O inferno é aqui, na dura realidade
Na ausência de fé e de compaixão

20/07/2007

Foto de Raiblue

Erótica(mente)...

Sons
Sensações
Silêncio
Sonífera ilha
Dos sentidos
Trilha sensorial
Riacho natural
Cortando nosso sexo
Ardido...
Olhos fechados
Sentidos ampliados
Êxtase!
Orgasmos múltiplos
Únicos
Erótica viagem
Da mente
Delinquente
Que mente
Quando nega
O que sente
Deseja ardentemente
Na alma...
Nas entrelinhas
Entre os olhos
E as palavras
Há um abismo...
Há sempre um risco
De se perder o juízo
E encontrar o prazer...
Delicioso precipício
Onde habitam
O inferno e o paraíso...

(Raiblue)

Foto de du coral

eterno é o amor

Os anos passam de uma forma estranha:
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
depois as teias e os sons de aranhas,
e a alma, no inferno, quase sempre só.

Depois o choro de um recém-nascido,
no ano três mil, no meio de uma guerra,
que quando cresce fica bem sabido
em distrações que a um pobre homem ferra.

Vasos de vidro com milhões de flores,
mulher dos sonhos, você é linda assim?,
que surge nua na manhã com cores.

E os anos passam novamente estranhos,
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
é lindo o amor, eterno amor tamanho!

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