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Os dias correm longos
E sem sentido, tudo é ausência
Tudo cinza
Tudo cinzas...
Da luz, apenas sombras
De um amor mal dito
Perdido na doce ilusão das palavras
Na lâmina afiada de um ato inesperado
Cortando os versos em pedaços
Sangrando as sílabas
Agora, sílabas vermelhas da morte...
Versos agora sem rimas
Apenas ecos do que poderia ter sido...
Esse pretérito mais que perfeito
Que me persegue...
Deixando-me sempre
Em um subjuntivo
Que nunca acontece...
Tudo que eu quero hoje
É não querer...
É não sonhar...
E esquecer...
Ao menos essa noite
Quero parar o relógio da memória
Zerar essa história
Ao menos por uma noite, dormir...
Amanhã, talvez retorne
O velho subjuntivo
O eterno ‘se’...
E o verbo se faça carne...
Agora, tudo que eu quero é um sono sem você...
Agora , tudo que eu quero é a escuridão e mais nada
Agora, tudo que eu quero é dormir...
(Raiblue)