A frente, o inesperado a espreita,
como é de seu uso, o futuro.
Ora carinho e justa colheita,
nasce o que semeou, germinar seguro...
Induz pensar ser dono da vida feita.
Mas, é olhos fechados numa dança no escuro.
Eu sigo uma melodia imprevista,
danço na penumbra a esquecer do entorno,
improvisando para a vida uma vista,
sem saber do próximo passo, ou contorno.
Uma música que o porvir insista,
quente, gélido, ameno ou morno...
Em nossas mãos, apenas a esperança.
O sonhar que as coisas conseguiram ser,
quando não, desejar que a próxima dança
seja melhor, boa parceira vai trazer...
Não há certeza à nada que se lança,
pois, a canção pode mudar e nos colher.
Num ritmo caprichoso e aleatório,
de encontros e despedidas; de sim e não;
de acerto e erro, fatal ou provisório,
nossos, ou alheios, e os que insondáveis são...
Mas, dançar é o viver, compulsório,
então bailemos a vida, louca canção.