Horas

Foto de Cecília Santos

POR ONDE ANDA VOCÊ!?! / POR ONDE EU ANDO? (JUNÇÃO DE POEMAS: CECI & EDÚ)

POR ONDE ANDA VOCÊ!?!
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Por onde tu andas!
Já não encontro teu
Olhar como antes.
Já não encontro mais
Teu sorriso.
Perdi meu paraíso
Que antes encontrava
Em teu lindo sorrir.
Que antes encontrava no
Gracejo dos amantes.
Quando juntos jogávamos
Jogos insinuantes.
Quando sentia a
Essência do prazer.
Que exalava dos corpos
Deixando a alma à arder.
Por onde andas!
Que não mais te encontro.
Meu coração chama por ti,
Meu corpo clama por ti.
Cadê aquela paixão
Que incendiava o corpo
E tirava a razão!
Cadê aquelas mãos que
Sem noção desnudavam
Todas as emoções.
Cadê você, cadê o amor
Cadê aquela paixão!
Não encontro você
Nem as palavras de carinho.
O amor deixou de ser um
Jogo de puro prazer.
Passou a ser uma roleta russa
Onde o perigo ronda insistente.
Por onde anda você!?!
Preciso saber! (Ceci-SP/09/2008*)

POR ONDE EU ANDO?

POR ONDE EU ANDO?
ANDO A TE ESPERAR
ANDO A NÃO VER AS HORAS PASSAR.
MINHA ANSIEDADE ESTA POR ESGOTAR
A VONTADE LOUCA DE TE ABRAÇAR.
AH! MINHA PRINCESA
EU NÃO FUGI DE VOCÊ
APENAS A CORRERIA ME PROIBIU
ESTAMOS VENCENDO O TEMPO.
ME DAREI A TODO A VOCÊ
SEREI SOMENTE SEU.
VAMOS RECUPERAR O TEMPO PERDIDO.
TU SERAS MINHA E EU SÓ SEU.
MEU CORPO ARDE DE PAIXÃO
LEMBRO DA SUA PELE CHEIROSA
LEMBRO DOS SEUS LONGOS CABELOS
LEMBRO DAS NOITES QUE NOS AMAMOS
AH! MINHA PRINCESA, VENHA ESTOU AQUI
NÃO ANDEI JOGANDO COM VOCÊ
A ROTINA DA VIDA NOS SEPAROU
MAS HOJE ESTOU A TE ESPERAR
VENHA MINHA PRINCESA,
VAMOS DIVIDIR ESSA ALEGRIA
E VIVER NOSSO AMOR QUE NOS CONTAGIA
ESTOU AQUI A TE ESPERAR
MUITO ANSIOSO A TE ESPERAR
LOUCO PARA MEU AMOR TE DAR
ESTOU MAS PERTO DE VOCÊ
QUE VOCÊ POSSA IMAGINAR.
VENHA MINHA PRINCESA, VENHA... (EDÚ)

Direitos reservados*
Cecília & Edú*

Foto de FEMENINA

Como aliviar a dor do que não foi vivido

Sabia que "viver não dói.... O que dói é a vida que não se vive".
Definitivo, como tudo o que é simples nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável....um tempo feliz. Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos.... Por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e Não compartilhamos.... Por todos os beijos cancelados, pela eternidade Interrompida....
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar... Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

Foto de Cecília Santos

O TEMPO COMANDA AS HORAS

O TEMPO COMANDA AS HORAS
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Meu rosário desfiei, conta por conta, eu contei.
E no final totalizei.
Dias longos, noites intermináveis.
Horas que não passam, segundo que se eternizam.
Meses cheios de saudades.
O tempo não pára, segue a diante.
A vida segue os rumos que lhe foram designados.
A cada piscar de olhos, o sentido da vida de modifica.
As nuvens que ontem brincavam no céu.
Hoje não são as mesmas, mas o céu é mesmo.
Assim é o viver da minha vida.
O caminhar de hoje, não é o mesmo de ontem.
Mas o caminho, continua o mesmo.
É como folhear um livro.
À cada página virada a historia transmuda.
O livro da minha vida é difícil de ser lido, e de ser entendido.
Pois nele contém o passado, e o presente.
O agora, momento presente em que vivo.
É de saudades, recordações, momentos felizes que já vivi.
Lindas lembranças trago comigo, o sorriso que não se apaga
na minha lembrança, a alegria, seus olhos verdes.
Mas ainda me dói muito falar de você!
Sei que só o tempo é que vai amenizar minha dor, e curar as feridas.
Mas pra sempre vou levar comigo as cicatrizes.
Dois anos depois da sua partida.
O relógio continua marcando, os segundos e as horas.
O tempo não parou...
O sol continua brilhando todos os dias...
As flores continuam lindas e perfumadas...
Os anjos continuam chegando e indo embora...
Assim como um dia chegaste, e partiste.
Assim como a noite que chega e me convida .
A admirar a estrela com o mais lindo lume do firmamento.
Fico à admirar a estrela maior e mais bonita.
Que me sorri através do seu brilho.
Esta estrela é a minha favorita.
Que vou admirar pra todo o sempre.
Pois ela simboliza você... meu amor maior!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/10/09/08*

"Dedico este poema à minha filha Fernanda, que hoje faz dois anos que está brilhando no firmamento como a mais linda de todas as estrela"

Foto de Margusta

Amor, é Primavera!...

Dizem que já é Outono meu amor
Mas, eu e tu sabemos que não
Quando nos amamos com esse ardor
De sol quente, em dias de Verão

Para nós, o Inverno nunca irá chegar
Mesmo que o tempo, diga que é assim
Pois, é nesse nosso jeito de amar
Que o próprio tempo se perde, sim!..

E o brilho das estrelas, do sol e da lua
Espelham a paixão...Ah, e os ardentes beijos
Sufocados por dias, de longa espera...

E, se, perguntares ás pedras da própria rua
Nas horas habitadas por todos os desejos
Dizem-te amor que não é Outono. É Primavera!...

@Margusta

* Reservados os direitos de autor *

Foto de Margusta

Unos

Um dia conheci " Maresia" num dos meus passeios matinais pela praia. Era um mulher de olhar triste e sofrido. Nem o sorriso que parecia habitar nos seus lábios, conseguia disfarçar, o que a alma traiçoeiramente lhe espelhava no olhar.Com o passar do tempo ficamos amigas e uma certa manhã escutei da sua boca uma estranha, incrível, mas belíssima história de amor e paixão...
Como a história termina, foi por mim imaginado. Já que a única coisa que sei, é que " Maresia" partiu numa linda manhã de sol. Pelo que me contaram no seu rosto transparecia a felecidade...
Chorei quando soube que " Maresia" tinha partido...sinto a falta dela quando vagueio pela praia ao amanhecer...

“Unos”

Descerrou as pálpebras. O sol já entrava pela janela do quarto. Sentou-se na cama com dificuldade, e compôs os cabelos alvos como a neve. O rosto pálido mantinha ainda os traços da beleza que tivera na juventude. Sorriu. Depois de trinta anos tinha sonhado com ele. Existiria história de amor como a que tinham vivido?...Talvez não!...Como se tinham cruzado as suas vidas ?...Nem eles o sabiam explicar. O “Sol” e a “Maresia” assim se chamavam carinhosamente um ao outro.

- Somos unos...uma alma em dois corpos, separados pela vida e pela distancia. – costumava ele dizer .Viviam um amor etéreo. Os contactos que mantinham eram diários , quer por telefone, cartas ou ainda pelos poderes sensoriais de que eram dotados, ele mais do que ela. Uma coisa eles sabiam, só lhes era permitido encontrarem-se uma única vez nesta vida. Depois o contacto seria suspenso. Preço demasiado alto a pagar. Embora o desejassem muito, conseguiram adiar o encontro por onze anos. Até que um dia o inevitável aconteceu. Finalmente foram unos de corpo e alma . Ah...como foram unos!...Os seus corpos explodiram em ondas de prazer durante horas , culminando em orgasmos cósmicos...
.....Depois desse dia “Maresia” nunca mais foi a mesma, e do “ Sol” não mais chegaram notícias .

Ao recordar tudo isto uma lágrima rolou-lhe pelo rosto levemente enrugado e veio aconchegar-se nos lábios ainda rosados. Um raio de sol ainda mais luminoso incidiu sobre a sua mão direita. E foi então que ouviu aquela voz inesquecível.
- Maresia...Maresia...sou eu minha querida. Vim para te levar comigo!
- Sol...finalmente!
Se a felicidade tivesse rosto, por certo estava espelhada no dela naquele momento. Fechou os olhos e adormeceu. Desta vez para sempre....

@Margusta

*Direitos de autor do texto reservados*

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

ALERTA A IMPORTÂNCIA DO USO DO CAPACETE

*
*
* "FATO REAL"
*ONDE EU VIVENCIO.

Alerta.
Queria dar um alerta....Sei que aqui é site de poemas de amor...
Mas meu alerta é de amor....
Quem tem algum parente ou amigo que anda de moto
Que tem esse fascínio por moto.
Ou até um de nossos amigos poetas escritores aqui, dentre nós.
Que usa moto, ai vai um alerta de amor a vida...
Obrigue-o que use capacete....
Não vim querer aparecer, nem tão pouco me mostrar...
Quero alertar!!!!
Na ultima sexta- feira, não sei se notaram minha ausência, mas isso não vem o caso.
Citei apenas para comentar, que nessa sexta-feira última.
Se não fosse o uso do capacete eu teria perdido meu irmão de apenas 28 anos de idade.
Ele derrapou na pista, a moto jogou longe, ainda por cima contra mão, correndo o risco
De bater no veiculo que estivesse vindo.....Mas menos mal nesse momento não estava
Vindo carro algum...Mas ele foi jogado por 10 metros e bateu em pedras, seu corpo foi lançado a mais de 80 km por hora nas rochas na beira do asfalto.
Tendo serio e graves ferimentos, ele esta com as duas pernas quebradas, e um braço quebrado, fora outros ferimentos...E ficou mais de 12 horas inconsciente.
Pra se ter idéia do impacto....O capacete dele rachou ao meio.
Mas Graças a Deus, ele já fez todos os exames, e na cabeça, ele não sofreu nada.
Nem com a rachadura do capacete ele não sofreu nenhum arranhão no rosto..
Mas a perícia constatou....Se não fosse o uso do capacete ele teria morrido.
E nessa história toda, todos nós ficamos desesperados....Meu pai sofre de hipertensão
Ele também ainda veio passar mal com essa situação toda. Mas agora tudo se acalmou.
Meu irmão ainda se encontra internado fora de perigo!!! Mas esta todo quebrado, dependendo mesmo de ajuda.
Ai meu alerta para que as pessoas, assim como o cinto de segurança, que inclusive nossa
Amiga Civana a uns dias atrás postou esse alerta.
Eu venho pedir:
A moto já sabemos que não nos da segurança alguma, não que eu seja contra as motos, até gosto de andar de moto....mas todo cuidado é pouco....
Não DEIXEM DE USAR O CAPECETE....ele salva vidas. Mesmo que seu corpo
Se machuque , se arrebente se quebre todo, ainda sim a cabeça é o Alvo de muito cuidado.
Motoqueiros tem que andar com mais atenção que ele possa imaginar!!!
A moto é muito perigosa, mas que veículos. Não que o veículo não tenhamos
Perigos, temos!!!!Mas sabemos que o veiculo ainda nos da mais proteção que a moto.
Então meus amigos que aqui me lerem. Vamos pedir a quem goste de moto, mas atenção
E o uso do capacete....
Obrigada por tudo....acabo de ligar para o hospital e meu irmão esta bem!!!
Ah! Um detalhe, tenho que agradecer a uns amigos que ainda não sei como souberam desse ocorrido e me enviaram muitos e-mails, repondi alguns, vou terminar de responder o restante....
Eu peço a licença de todos, para uns minutos de atenção ....Isso é muito sério!
O Capacete salvou a vida do meu irmão!!! E pode salvar de outras pessoas. Basta usar!!!
Obrigada!!!!

Anna A FLOR DE LIS

Foto de lua sem mar

lua

Procuro-te num sonho,
Nas noites que durmo,
Sou espaço vazio,
No dia do teu fim.

Não desisto da dor,
Não perco o sofrimento,
Contigo tive muito amor,
Hoje não quero perder-te.

O meu olhar te sorri,
Uma lua carente,
Desfecho que não vi,
Preciso de ti presente.

A lua era medieval,
No dia que te vi,
De olhos bem espetados,
Nunca me fizeste mal.

Já não tenho olhar brilhante,
Perdida numa lágrima,
Em horas constantes,
Foi o fim de duas luas cintilantes.

Foto de Sonia Delsin

QUEM CASA QUER CASA, QUEM DESCASA TAMBÉM

QUEM CASA QUER CASA, QUEM DESCASA TAMBÉM

Eu queria uma casa nova. Uma casa sem lembranças.
Tinham morrido todas as minhas esperanças.
Quem casa precisa de uma casa pra viver e quem descasa precisa de uma que o ajude a esquecer.
Era o que eu pensava.
Mas tinha já um lugar para morar. A casa que ficará pra meus filhos quando eu morrer.
O que eu podia fazer?
Botei pra vender.
Vieram alguns interessados. Diziam que a casa era bonita. Mostraram até algum interesse e não voltavam.
Fui ficando, algumas coisas nela mudando.
O tempo foi passando.
Não vendi a casa e hoje ela está mais bonita. Eu a enfeito, ajeito.
Meus filhos a adoram.
Tem horas que penso que nossas raízes vamos fincando.
Dia destes eu conversava com minha mãe, uma sábia criatura, e ela me falou.
Filha, você sabe por que nunca conseguiu vender esta casa?
Fiquei olhando-a ternamente e ela concluiu.
Você não vendeu porque minha oração tem mais força que a sua. Você pedia para que alguém comprasse e eu pedia para que ninguém por ela se interessasse. Esta casa, minha filha, é o seu lugar no mundo. É uma bela casa e no fundo, no fundo você gosta muito dela.
Abracei minha mãe dizendo que ela mais uma vez estava certa.
Onde quer que eu fosse as lembranças iriam comigo.
Só o tempo tem o dom de amenizar as dores e trazer esquecimento.

Foto de Sonia Delsin

ENCERRADO UM CICLO

ENCERRADO UM CICLO

Um dia nós conversávamos.
Em nosso jardim sentados nós conversávamos.
Tu me disseste.
A vida é feita de ciclos e um está se fechando.
Eu não podia entender e fiquei chorando.
Eu chorava tanto.
Me punha em pranto.
Não conseguia entender porque isto precisava acontecer.
Se eu te amava e acreditava que tu também me amavas.
Tudo estava sendo preparado para nossa separação.
Tudo estava sendo ajeitado.
E eu não queria aceitar.
Queria consertar.
O que já tinha não conserto.
Sempre acreditei que em tudo se dá um jeito.
Foi uma das nossas últimas conversas aquela e me ficou tudo gravado.
Teu jeito de me olhar.
Era um olhar pesado.
A noite escura. A rede no canto.
Nós sentados conversando.
Tem horas que me pego pensando.
Por que as pessoas se conhecem... se apaixonam... se casam, vivem juntas anos e anos e se separam?
Por que dois seres apaixonados se tornam dois estranhos?
Coisas da vida.
Sei que está encerrado um ciclo. Tenho plena consciência disso.
Mas tem horas que fico refletindo.
É do ser humano pensar, lembrar.
E aquela noite nunca vai se apagar.
Estávamos nos despedindo.
Eu te via indo.
E queria segurar.
Queria segurar o tempo que arrasta tudo como uma grande enxurrada.
Penso.
Não resta nada?

Foto de Carmen Lúcia

A bela cigana

“A bela cigana”

texto inspirado no conto de Machado de Assis: "A cartomante"
(Homenagem ao centenário da morte de Machado de Assis)

O velho relógio da matriz acabava de ribombar a nona badalada, que pairava no ar, feito fundo sonoro e enigmático da história empolgante que acontecia.
Passos apressados se fizeram ouvir, como os de alguém que ansiava chegar rapidamente ao destino a que se dirigia. Pelo toc-toc dos sapatos percebia-se serem de salto alto e consequentemente, de mulher.
Parou por uns instantes numa esquina, como que a espreitar, sem se fazer notar, ao ouvir o barulho de um trem. Esperou nervosamente sua passagem e atravessou a linha. Seus passos agora eram mais rápidos, como se quisesse recuperar o tempo perdido.
Seguiu pela Rua do Porto, tortuosa, escura e esburacada. Aquela noite sem luar estava
propícia para o que se propusera a fazer. Uma grande aliada! Após atravessar algumas esquinas úmidas e sombrias, chegou ao local que lhe haviam, sigilosamente, indicado.
Não era bem uma casa, mas algo parecido.Deparou-se frente a um barracão bastante surrado, meio fantasmagórico, mal iluminado por velas e lampiões.
Ficou assustada.Pensou em voltar, desistir de seu intuito, mas o motivo que a levara até ali era muito forte e resolveu continuar.
Olhou para os lados para certificar-se de não haver ninguém por perto e começou a bater palmas.
Uma figura excêntrica, trajando roupas exóticas e coloridas surgiu silenciosamente feito uma aparição. Escondia o rosto num véu, lembrando dançarina do Oriente Médio, deixando à mostra um par de olhos negros, grandes, belíssimos e um ventre bem torneado.
- Boa noite!disse-lhe Lígia.
A cigana fez um leve movimento com a cabeça, cumprimentando-a e estendeu o braço, apontando-lhe o local a que deveria se dirigir.
Ambas sentaram-se nas almofadas que havia ao redor de uma mesinha onde a misteriosa mulher, à luz de velas, começou a colocar cartas de um baralho sinistro, pedindo que Lígia escolhesse algumas. E assim ela o fez, sem tirar os olhos da bela cigana, agora sem o véu.
De repente, viu um largo sorriso em seus lábios, revelando dentes muito alvos e um canino revestido de ouro.
-Vejo imensa luz em seu destino!Seus sonhos serão realizados!Nada a afastará de seu grande amor.Somente a morte, após terem vivido longos anos de felicidade.
Em seguida, pegou a mão esquerda de Lígia :-Essa linha mais comprida da palma de sua mão vem comprovar o que lhe disse.
Lígia sentiu-se muito feliz e um alívio tomara conta de seu coração.Pagou a mulher, que já aguardava o pagamento pelo seu trabalho e retirou-se dali.
Eram vinte e três horas quando chegou à Avenida Coronel Alcântara, onde residia.Não ficava distante do local de onde viera.
Tirou as roupas, os sapatos, vestiu uma camisola branca e deitou-se, sem qualquer ruído, ao lado de Álvaro, seu marido, que roncava, dormindo profundamente.Apagou a luz do abajur e adormeceu logo em seguida, satisfeita com o que ouvira naquelas últimas horas.
Cássio a esperava no lugar de sempre, sem muito movimento de veículos e transeuntes.Final da Rua Vinte e Oito, local ideal para encontros clandestinos.Olhava seu relógio, pois, já passava das vinte horas, horário combinado por eles.

Lígia apontara na esquina, mais bonita que nunca, com um insinuante vestido preto colado ao corpo, ornamentado por um generoso decote, mostrando seu colo macio e branco e uma boa parte de seus seios.Deixava no ar um rastro de perfume francês.
Cássio a olhou com olhos de admiração e desejo.Saiu do carro e abriu a porta para que ela entrasse.
Partiram para um lugar retirado, onde pudessem conversar e namorar tranquilamente.
-Nada irá se opor a nós!As palavras da cigana foram convincentes.Seu misticismo é contundente.Não há como descrer.
Ele riu da credulidade infantil da amante, mas não proferiu qualquer palavra sobre o assunto.Preferia-a assim, crédula e feliz.
Cássio havia sido chamado ao gabinete de seu chefe. Esperava o elevador que demorou um bom tempo para chegar.Bateu à porta levemente e ouviu:-Pode entrar!
Álvaro girou sua poltrona e ficou frente a frente com seu assessor.Fumava um charuto cubano e fazia questão de soltar a fumaça em direção ao seu subalterno.
Este ficou um tanto constrangido, pois notou algo de diferente no ar. Pensou:-Será que ele descobriu tudo?
-Preciso resolver um problema da empresa, em São Paulo, e pela confiança inabalável que tenho em você, pela sua inegável competência, quero pedir-lhe que vá em meu lugar, pois tenho outros assuntos pendentes a resolver .
Deu uma pausa no falar para acender outro charuto.
Cássio jamais negaria esse pedido ao seu chefe e amigo, ainda mais pela consciência pesada que trazia, decorrente da traição amorosa com sua mulher.
-Conte comigo, Álvaro!Amanhã mesmo tentarei resolver isso.
Sentiu-se livre do mau presságio que o invadira.
Combinaram o horário da viagem, despediram-se e Cássio voltou para sua sala.
Lígia atendeu o telefone que tocava insistentemente.
-Olá, querida!Que tal irmos para São Paulo e termos uma semana somente para nós?
Do outro lado da linha, uma mulher pálida e trêmula, não sabia se chorava ou ria.
Ele a tranquilizou e até sugeriu uma desculpa ao marido.Ela diria que precisava visitar uma amiga de infância, em fase terminal de câncer, na cidade de Resende.
Bem, parecia que tudo conspirava a favor para que os amantes ficassem juntos por mais tempo e se amassem muito.
Poucas horas antes da viagem, Lígia fez um pedido ao Cássio:-Gostaria de agradecer à cigana por essa felicidade, que em grande parte, ela nos proporcionou, já que eu andava tão angustiada, acreditando numa possível desconfiança de meu marido.
Cássio colocou alguns obstáculos nessa idéia da amante, mas, se era para deixá-la mais feliz, concordou.
As horas passavam e Lígia não chegava. Preocupado, resolveu ir até lá. Já era noite e um chuvisco embaçava o vidro do carro, deixando-o impaciente. Parou próximo à linha do trem, para esperá-lo passar. Era um cargueiro que parecia não ter fim.
Finalmente, linha desimpedida! Acelerou o carro e chegou em frente ao barracão que sabia muito bem onde se localizava, graças às informações de Lígia.
Bateu palmas e ninguém apareceu. As velas acesas piscavam e os lampiões estavam apagados.
Resolveu entrar, na surdina. Pé ante pé...A cena que viu jamais sairia de sua mente. Abraçados sobre as almofadas, a bela cigana e Álvaro...e mais adiante, numa poça de sangue, o corpo sem vida de seu grande amor...Lígia!

(Carmen Lúcia)

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