Hoje eu quero uma poesia diferente de todas.
Não quero falar de dor, saudade ou ilusão.
Quero algo que exponha em simples palavras
o que eu calo e escondo em meu coração.
Sei que muitos quando me olham não podem ver,
que na verdade escondo-me atrás de uma couraça.
Que brinco, sorrio e falo a todos
que tudo em minha vida é alegria. É graça.
No entanto meu peito é um jardim sem flor.
Meus olhos sem brilho escondem todo um vazio,
e escondo-me e em versos e simples poesias.
Meu mundo de ilusão, eu mesma crio!
Se sou feliz ou não, eu não deixo transparecer.
Vou levando a vida assim de forma a não me ferir.
Levo na alma amores vividos e desfeitos,
e trago a garganta embargada, mas os lábios a sorrir.
Mas não fico lamentando o que passou,
e o futuro eu não temo ou fico a esperá-lo ansiosa.
Vou vivendo a cada dia como se fosse o ultimo,
afinal sei que minha vida é única e é preciosa.
Eu sei que ao meu redor as pessoas acreditam
que meus versos são reflexos daquilo que minha alma cala.
Porém eles são para mim uma musica suave,
que minha existência angustiada embala.
Assim eu me mostro, me crio e recomponho.
E em palavras que nada dizem, eu me deixo revelar.
E somente quem tem a alma pura e sincera,
poderá através de meus versos me desvendar.