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Com as pontas dos dedos
Teço mil e uma noites
Bagdás de amores
Céus de néon
A escorrer sobre a carne
Que arde...trêmula de prazer...
Arterial, o desejo contrai veias
Expele verbos delinqüentes
Sobre a pele desnuda no papel
Expande... uni... versos
Alonga os segundos
No ópio dos hormônios
Evaporados dos olhos
Molhando as horas
Desafiando Cronos
Diluindo o tempo...
Éter na mente ...
Nas entrelinhas se revelam
Corpos suados de luas vermelhas
Que contornam o excitante silêncio
Que antecede o beijo cadente
Entrelaçados na colcha de palavras
Fragmentadas em sussurros
Mantra, Sutra, Seita
Cama encharcada de sílabas nuas!
Ondas...saliv(ações)...
Línguas serpentes lambem sentidos
Bocas mordem a maçã
Re des cobrem paraíso
In sonatas rubras
In tensa madrugada
Sax...sexo...seios intumescidos
Dentes cravados nos mamilos
Antropofágica fome!!
Amantes purpurinam o espaço
Círculos de fogo
Mandalas de gozo!
Corpos relampejam sobre a Terra
Propagando-se seus tremores
Sobre outros amores...
Atmas florescendo Darmas
Samsara a girar no céu da boca!
Cosmos em plena ereção
Derramando estrelas
No chão da poesia!!
Doce céu que nos protege...
(Raiblue)