Vou começar a postar uma série de sonetos, nos quais fazem parte de um "projeto" que fala sobre a destruição do mundo, e no qual mesmo com todas as barbáries, um amor é capaz de superar a tudo. No decorrer entrará tercetos, poemas e etc.
Vida e Morte
I
I- P. Vida num Mundo em destruição
Viva doce manhã que tanto amou
Duma alegria dissipada no tempo
Dorida pela desgraça que tomou
Oblitera, ó filho de meu seio
- Ah mãe, anseio futuro, alegria
Paixão, esperança e busco amor
- Ó filho, corra nele, finda a dor
Ame, esqueça a vida que entristecia
Nela deixe a ávida lembrança
Tais quais viveu, e ainda vive
Dores e lamentações que acolhia
Mesmo que não creia, o amor emana
Num momento triste, esperança tive
E mesmo na morte, ainda te amaria
II - P. A morte dum Mundo morto?
Vã, almeja que inerte a sorte chora
Na tristeza do ataúde o vil caminho
Hão de ter, Mundo tosco, clama o hino
"Cântico das desgraças, a morte aflora"
Indo na fatídica esperança do enfermo?
D'alma que ainda crê, que ainda ora
Ah e nasceu vida, ah e ela está morta
Dum coração que sangra, e encontra ermo
Débil o que ainda acredita na vida
Complacente, há bela virtude rara
Onde está o nobre? Conheças a derrota
O mundo tortura realidade sombria
Deslumbra o fim, sinta, contemplara?
Ainda almeja que inerte a sorte chora?
Próximos sonetos - "Flores" e "Jardim enfermo"