Para: Alguém que me despertou!
Você deve estar se perguntando, quem me mandou esta carta? Pois bem, leia até o fim.
Não te conhecia, esbarrávamos pela casualidade ou por mera coincidência dos horários que permitia ficarmos frente a frente. Por fim, você tomou coragem e falou do seu interesse por mim. Fiquei surpresa e assustada! Tenho receio dos homens “corajosos” demais. Um ano você insistiu, um ano tentando chegar perto de mim.
Admito, jamais consegui confiar em suas verdadeiras intenções. Nunca aceitei seus convites para sair. Por isso levamos tanto tempo para uma aproximação. Sabe? Foi melhor assim, não era para acontecer antes.
Palavras e mais palavras, este é o meu mundo imaginário, escrevo tudo que vem a mente. Desta vez, tento escrever esta carta - já sinto dificuldade, porque preciso manter a realidade em cada letra escrita (digitada), não posso fugir do foco principal, nós.
Eu fugia de você, evitava-o. Mudei muitas vezes os meus trajetos, percorri novos caminhos. Tentei de todas as formas, mas você sempre conseguia me cercar. Adiantou tomar estas precauções? Não!
Até que um dia, uma fatalidade abalou todas as estruturas da minha vida. Lá estava você me socorrendo, aceitasse a missão quase impossível. A partir dali, te conheci. Conheci a pessoa humanitária e incrível.
Depois de uma semana, aceitei sair contigo. Sol, calor, verão! Uma aventura, sem noção da perigosa armadilha. Mas para eu me envolver preciso além da atração, preciso de sentimentos. Resumindo, eu estava encantada por ti, mesmo que você tenha me dado o alerta geral “não se apaixone por mim”.
Ainda bem que o encanto logo se quebrou. Você foi um cristal fino e frágil que se estilhaçou pelo chão. Tentei te socorrer da queda e acabei me ferindo. Você estava em muitos pedaços, revelando a sua verdadeira face.
A partir dali, mudei a minha visão sobre você. Aprendi que preciso ser menos emoção e mais fria com as minhas ações. Não posso ser muito carinhosa, porque posso me apaixonar. Não quero me envolver se você não pode sentir o mesmo por mim. É medo? Não! Uma forma segura e não dolorida para quem não deseja se envolver.
Obrigada, por ter me despertado para a vida!
Sou aquela que aprendeu a dizer não friamente, lembrou de mim?!
10.03.2010
Escrito por Graciele Gessner.
*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!