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Festa

Foto de Sonia Delsin

DÓI A LEMBRANÇA

DÓI A LEMBRANÇA

Meu olhar se perde no que resta...
Da floresta.
Os galhos que se balançavam estão na minha lembrança.
Eu guardei o meu lugar.
Guardei a relíquia da minha infância.
Passo lá e olho o que sobrou.
Meu peito fica apertado.
Suspiro fundo, suspiro dobrado.
É do meu passado.
A floresta em festa.
As abelhas, os pássaros, o vento nas folhas...
O cheiro.
Deus, o cheiro de mato!
Guardo tudo e a reminiscência chega a me doer.
Parece que meu coração vem moer.
Quem diria que uma pequena floresta ia morrer?

Foto de Mentiroso Compulsivo

O TOURO

DECIDI PUBLICAR ESTA HISTÓRIA A PROPÓSITO
DE UMA POLÉMICA QUE EU PRÓPRIO LEVANTEI
(como todas as histórias, esta também tem uma moral)

Numa linda manhã primaveril em que os raios de sol brilhavam pelos verdejantes campos do Ribatejo, parecendo reflectir a essência da vida de um botão de flor que acabava por desabrochar, estava um menino de três anos a brincar com dois dos seus primos, uma vizinha e dois irmãos: uma irmã de nove e um irmão de cinco anos.

Naquele lugar, podíamos avistar ao longe o cinzento da serra a contrastar com o verde da planície e dos olivais.

Por entre as oliveiras e um ribeiro que passava por perto, as crianças corriam, pulavam e brincavam às escondidas, como se o mundo girasse à volta daquele instante.

O pai das três crianças, por trabalhar em turnos nocturnos, estava a dormir com a sua irmãzinha mais nova de um ano e meio, enquanto a sua mãe trabalhava, por aquela altura, no turno de dia.

Na euforia da brincadeira, ignoravam um perigo eminente que estava por perto, até que o seu irmão de cinco anos apercebeu-se da surpreendente e bizarra fatalidade que a qualquer altura poderia acabar em desgraça.

Apressando-se de imediato a avisar a irmã mais velha, que se certificou do touro selvagem que andava à solta por aquelas bandas. Ficando em completa histeria, começou aos gritos e apelou à fuga das restantes crianças que ali brincavam para se refugiarem em local seguro.

Pânico instaurou-se entre todos que intuitivamente começaram a correr em direcção à casa mais próxima, tentando evitar, a todo o custo, serem apanhadas por aquele touro.

O seu primeiro instinto foi o da sua própria protecção. Depois, já em local seguro, numa das casas das redondezas, a irmã lembrou-se do mais pequeno de três anos. Este talvez ficasse admirado com toda aquele reboliço e deveria ter pensado que aquilo era uma grande festa e brincadeira. Será fácil imaginar ver a sua cara feliz daquela enorme satisfação, para ele um touro era um simples animal, tal como uma vaca, um pouco estranha, por ser diferente, o que até lhe dava até um ar de mais engraçado. Habituado aos porcos, galinhas, vacas e ovelhas que os pais e os vizinhos criavam por ali, para ele aquela criatura não representavam qualquer ameaça.

O inevitável aconteceu, segundo o relato de algumas testemunhas que presenciaram à tragédia, ao terem acorrido ao local levados pelo alvoroço e o grito das crianças, o rapazito foi arrastado por três marradas do touro, sendo que uma o fez levantar para o ar a uns dois ou mais metros do chão e nas outras duas foi arremessado pelo campo vários metros para a frente.

Os habitantes locais depressa afugentaram o touro e socorreram a criança já toda molestada. Um vizinho pegou-a nos seus braços, cheia de sangue por todo o lado, nas roupas e na cara onde o verde dos seus olhos contrastava com sangrento vermelho que neles ficou. Rapidamente, levando a criança no colo, acorreu para a casa do seu pai para contar o sucedido e pedir auxílio médico. Bateu à porta, bateu e tornou a bater, mas ninguém apareceu para a abrir. Dizia-se por ali que deviria estar muito cansado e talvez com um copito a mais que teria bebido ao sair do trabalho, parece que já se tinha tornado num hábito.

Profundamente a dormir num sono descansado, pai e filha ali estavam, ela sã e salva, pois não estivera a brincar com os seus irmãos naquela hora e local, dado que era a mais pequenita, se lá estivesse, quem sabe não teria sido ela a vitima.

Foi então que um dos vizinhos decidiu pegar no seu carro e levar o miúdo para o Hospital da cidade mais próxima. Naquela altura os carros eram raros e na povoação só haviam duas famílias que possuíam carro.

Mais tarde, os seus pais, como é óbvio, depressa ficaram a saber do sucedido. Enquanto a criança lutava pela vida ligada a máquinas, ninguém tinha esperança. Esteve assim por três dias em coma e quando já as esperanças eram poucas a criança conseguiu vencer a vida.

Veio-se depois a saber que o touro teria fugido já ferido de um matador das redondezas.

Pensado que estava marcado o destino desse menino por aquela tragédia, vaie-se lá saber porquê, a sua mãe um dia saíra de casa para ir fazer alguns afazeres e deixara um candeeiro a petróleo aceso no quarto da irmãzinha, nessa altura não havia electricidade por aqueles lugares.

Ao contrário do dia da tragédia do touro, ela não conseguia adormecer, estava muito agitada e com curiosidade, própria daquela idade, mexia em tudo o que apanhava pela frente, até que conseguiu alcançar o napron onde estava o candeeiro, fazendo-o tombar para o chã. Depressa as chamas se espalharam, primeiro pelo quarto, depois por toda a casa. Por mero acaso ou destino, um soldado estava passando por perto, e ouvindo gritos vindo dentro da casa, não perdeu tempo, entrando por uma das janelas salvou primeiro o irmão, depois foi a vez dele e por último a irmã também foi retirada.

Saíram todos com vida e logo foram levados para o Hospital, o seu irmão não tinha sofrido nada, ele apenas teve algumas queimaduras que vieram a sarar, contudo, a sua irmã tinha sofrido graves queimaduras e acabara por sucumbir antes de chegar ao hospital.

Esta é uma história que nunca contei a ninguém, esta é uma história real. Quando a lembro, lembro-a em jeito de tourada e conto-a muito vagamente, apenas pequenos trechos, como o pequeno toureiro que enfrentou o touro pelos chifres, em jeito de brincadeira. Por coincidência ou não o meu signo é Touro.

Foi acaso, foi destino, não sei. Essa criança de três anos, é hoje um homem e pessoa. Essa criança cresceu normal, talvez só diferente na sensibilidade para a vida (será que afectou o cérebro?).
Esta história foi dedicada à minha irmãzinha, ANA MARIA, que nunca conseguiu viver a vida. Eu não dou mérito ao facto de ter sobrevivido, apenas à vida. É A VIDA QUE INTERESSA. Vale a pena pensar ou levar tão a sério aquilo que eu chamo de «mesquinhices» da vida? Fica para pensar.

Esta foi a primeira vez que tornei esta história pública, tentei um dia fazê-lo, mas por respeito a uma pessoa que esteve numa situação muito mais grave e delicada que a minha, retirei a publicação da história. Hoje essa pessoa, penso ter conseguido ultrapassar já os obstáculos mais difíceis. Eu teria mais dia, menos dia, que quebrar o gelo.

Foto de Ana Botelho

RETORNO

RETORNO

Após uma longa caminhada
Retorno totalmente extênue...
E aqui, de olhar longínquo
Aguardavas ainda por mim.
Eu, profana, aturdi-me
Brincando com tantos perigos,
Iludi-me entre os sinos,
Sorri para a vã felicidade
E, permaneci soluçante
Entre as fátuas alegrias,
Sepultando em minha vida
As mais cândidas alegrias...
De vestes estranhas e sedenta,
Solitária e de alma vazia
Personificava a própria dor,
Quão pobre eu era!
E, se vislumbrei os campos,
Foi por pensar em ti,
Sorvi doces esperanças
Como fora raro vinho...
E nem por um instante
Te afastaste de mim.
Agora nos pertencem
Os sorrisos, a beleza,
A musicalidade dos versos.
E como prêmio te ofereço
Um composto madrigal,
Na ansiedade da aurora
Desta manhã em festa,
Em cujo alabastro precioso
Esculpido nas vigílias noturnas,
Guardo ainda úmidas de dor
As minhas, só minhas lágrimas.
E, nas mãos,um tanto trêmulas,
Trago madressilvas raras
Colhidas nos nossos jardins
De tão lindos castelos,
Para ornarem pelo eterno
Os nossos, só nossos sonhos...

Foto de Carmen Vervloet

FESTA DO SIM

Vinha...
Seta ligada...
Vou entrar... Atenção!...
Corta-me
Pessoa apressada
Sem razão
Pela contra mão...

Carros em choque...
Susto... Atordoamento...
Sensação de desfalecimento...
Amigos que correm,
Que socorrem,
Que falam,
Que se ocupam
E se preocupam...
Amigos...
Só amigos...
Amigos que se dão...
Que vem e vão...
Que assumem comigo
A angústia, a preocupação!...

E a rua toma para mim
Um ar de festa...
É a festa da amizade e do sim...
É a festa da comunicação...
Da doação...
Da distribuição...

Mas de repente tenho pena
Do imprudente solitário...
Ninguém lhe acena,
Ninguém lhe é solidário...
Tenho vontade de com ele
Dividir o que me é trazido
Mas nada faço constrangido
Por esse homem desconhecido...

E da batida,
Ficou a mágoa da omissão...
Da oportunidade perdida...
Da não valorização...
E o agradecimento a Deus
Pela vida...
E o propósito de que seja
Melhor distribuída!...
Carmen Vervloet

Foto de Bira Melo

TROVOADA

Está relampagueando...
E eu fico aqui a pensar
Será que Deus tira fotos
Desse meu lindo-triste olhar?!

Está relampagueando...
E eu aqui nessa escuridão,
A rezar para passar a tempestade
Aplacar essa angústia do meu coração.

Está relampagueando...
Eu sinto que é festa no céu,
Imagino Xangô com Stª. Bárbara
Brincando num lindo dossel!

Está relampagueando...
Oxóssi pediu a Xangô :
Afaste-se de Iansã...,
Ela é o meu único amor!

Bira Melo*
*direitos autorais reservados

Foto de Osmar Fernandes

O outro lado da moeda

É carnaval...
Festa mais popular do Brasil.
Os foliões se enfeitam, brincam, pulam e soltam seus cachorros...
O carnaval tem escola de samba; blocos; bonecos gigantes...
Tem trio elétrico, bandas e muito samba no pé.
Muita gente ganha dinherio com o carnaval.
Turista do mundo inteiro vem
apreciá-lo.
Infelizmente o outro lado da moeda é triste.
Tem muita bebida... drogas correndo solta... Tem muita gente que vai ao carnaval para fazer mal...
Nas estradas que dão acesso aos grandes eventos carnavalescos a morte anda à galope... Pessoas perdem a vida no trânsito por excesso de bebidas, imprudência e pressa... Bebida e volante não combinam.
Nessa época as funerárias vendem muitos caixões...
A alegria e a tristeza andam de mãos dadas.
É a morte rondando a vida.
Assim é a folia do carnaval... Folia e agonia... No carnaval de rua o povo se diverte, há um grande alerta: pular sem cair.
Viva o carnaval!
Abaixo a violência; abaixo a intolerância; Viva a vida!
O carnaval deve ser sempre um vendaval de alegria.

Foto de Sirlei Passolongo

Carnaval

          Carnaval
           Festa pagã
          Sabor
           De pecado

          Corpos suados
           Vozes unidas
          Pés cansados

           Carnaval
          Tradição
           Paixão
          Emoção
           Samba!

          Amores que vem
           Amores que vão
          Amor de carnaval!

           Carnaval
          Vista a fantasia
           Pense na alegoria
          Se encha de Alegria!

           Divirta-se
          Mas, cuide-se
           E ótimo Carnaval!

          (Sirlei L. Passolongo)
           ................. @@ ......
           ............. @ (';') @
           ..........>==/""\==< ♥
           ................/___\
           ................. _l l_
        

Foto de Paulo Gondim

É carnaval !

É carnaval
Paulo Gondim

Vou des-fi-lar.
Vou sair de “nega-maluca”
De bigode e de peruca
Vou me esbaldar!

Eu vou pra farra.
Nem sei se é feriado
Trabalho fica de lado
Ninguém me esbarra!

Vou me arrumar
Com essa tal de “odara”
Eu quero é "encher a cara"
Até o dia raiar

Vai ser nesse carnaval
Que eu te pego de vez
Me paga tudo o que fez
Me liberto desse mal

E quando a festa acabar
Quando chegar quarta-feira
E eu sem eira nem beira
A ressaca vou curar

********************************
Quem quiser ponha a melodia. Ta liberado!

Foto de Sirlei Passolongo

LUZ

Luz
da alma
do poeta
que de um flash
faz festa
iluminando os corações
Luz dos túneis dos
desejos
da esperança
e dos enredos
Luz do amor
e dos segredos
desafias a razão,
luz da vida
estrela guia,
LUZ É VOCÊ
POESIA!

Sirlei Passolongo

Foto de psicomelissa

cuidado ... surpresas fortes virão

MEU CORAÇÃO ESTÁ TRANSBORDANDO...

Ontem o destino pregou uma peça, e para quem estava com o coração duro e frio por tantas quedas hoje se mostra cheia de vitalidade e restaurando seu ser estas.Como o coração do Sr. Café se alegra, afinal pensava ele que Maria Eduarda se afundaria em sua tristeza incalculável.

Como ela tivera se entregado ao seu ultimo príncipe que não fora nunca com ela um nobre, mas que usara ela da pior maneira, não sexualmente (isso seria fichinha), ele fora canalha o suficiente de perceber que nossa heroína é inteligente, dedicada, perfeita, mas sempre frágil.

Mesmo se mostrando sempre muito forte e durona ela só almejava ser feliz ter pra quem voltar no fim do dia, um príncipe que lhe salvasse, que lhe fizesse ser única, especial. Mas Maria Eduarda teve a infelicidade de cruzar o caminho de um ser desprezível.

Porque este ser usava de uma sedução violenta para que pudesse conquistar as coisas que almejava e ao longo do tempo este ser foi percebendo que Duda se torna perfeita e fantástica quando se envolve num relacionamento.

Tola!!

Ele usará seus conhecimentos intelectuais para seu próprio crescimento profissional, depois chegando a cuspir no prato que comeu, ingrato... Neste momento o Sr. Café ficou enlouquecido quis ir ate o encontro deste ser desprezível e fazer ele confessar o que fizera e assim como desejava dar um corretivo neste ser. Mas a pedido de Duda nada fez.

Este ser do mal, manipulou a realidade (ou melhor, a verdade) pra que assim obtivesse ao seu lado uma mulher perfeita, mas ele imaginou que pudesse comandar e controlar a vida de Maria Eduarda. Começando a querer proibi la de fazer determinadas coisas e ate decidir que tipo de roupa ela devesse usar.

Os amigos de Duda da tabacaria todos eram seus inimigos mortais. Mas o Sr. Café já havia alertado ela que isso não era adequado nem normal e que os meninos (seus amigos confrades) nada tinham haver com este relacionamento complexo de Duda e que ela deveria ser madura e astuta de não permitir que as coisas se misturem.

Hoje, Duda se apresenta muito triste por que permitiu que um fosse deste nível (desprezível) fizesse parte de sua vida. Mas ela também hoje esta com o coração em festa, pois sabe que suas esperanças, as que ela tinha enterrado quanto à possibilidade de encontrar o seu verdadeiro amor, estavam apenas adormecidas e sufocadas pela magoa e rancor.

Mas com o destino trouxe pra Maria Eduarda um presente, um coração puro que lhe cativou e encantou. No que dará isso? Só o nosso amigo destino e o tempo poderão nos falar...

Por hora um poema pra alegrar:

“Mas o passado fica pra trás
E hoje temos um novo motivo pra sonhar
Maria Eduarda pode voltar a amar
E seu nobre rapaz encontrar
Preenchendo seu lar
O que deveras a satisfaz”

PS: não resisti e até pra fazer a dedicatória tive que brincar com as palavras....

“Este texto eu dedico a ti,
Meu nobre anjinho
Que me fez olhar a vida de outra forma....
Meu doce menino...
obrigadaaaaaaa
Beijos eternos pra ti
Do seu flokinho”

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