Estado

Foto de carlosmustang

DESCARRILHO

Pra nascer esse poema
Assim por acaso...
Precisei estar apaixonado
O vento a jogou no meu coração

E ai tudo existiu...
Esse novo poema surgiu
Junto as palpitações harmônicas
Deslanchava, dilacerantes, meus sonhos

Mas em ritímos pardos...
Ilumina meu amanhecer
Em meu estado de nirvana

Dominío da razão, não tenho mais
Total falta de controle...
Idealizei você, num mundo de cores.

Foto de ek

Quando o Mundo Chorou

No dia em que o mundo resolveu chorar,
nada parou,
porém todos sabiam que já não havia movimento.
No dia em que o mundo resolveu chorar,
as almas sucumbiram a um estado imóvel de dor,
e embora sem gritos era ensurdecedor o vácuo da angustia.
No dia em que o mundo resolveu chorar,
o que havia no peito,
não se derramou em lágrimas,
e nem em palavras,
e já não eram sentimentos.
No dia em que o meu mundo resolveu chorar,
a alma de meus pensamentos se calou,
e tudo que pude fazer
foi contemplar tão sublime dor
de um coração que não sabia chorar
nem para por para fora a falta que lhe fazia
aquilo que já não lhe pertence mais.

....................................ao meu avo materno Moacir
Evandro Kunha

Foto de Claudia Nunes Ribeiro

Porque se deseja Feliz 2008?

Porque se deseja Feliz 2008?

A felicidade é um estado tão efêmero que se ficarmos o ano inteiro procurando a tal felicidade desejada, não viveremos os momentos felizes que tivermos.
Às vezes são poucos, esses momentos, mas significativos e importantes para nossa caminhada ao longo do ano.

Portanto, já que é essa a minha impressão, vou fazer meus votos de bom ano de 2008 assim:

"Que em 2008 você possa ser mais simples.
Não simples demais, do tipo de não se importe se esta vestido ou calçado,
Mas simples em não se preocupar se a roupa ou o calçado pertencem à última coleção de Dior ou Chanel.

Que em 2008 você possa ser mais alegre.
Não a alegria bêbeda e implicante, de quem não pode ver ninguém quieto que vai logo implicar,
Mas a alegria autêntica, de quem fica contente em apenas ver uma criança.
Ou que se delicia, verdadeiramente, apenas em tomar um sorvete.

Que em 2008 você tenha muitos amores.
Não o amor que nos maltrata e nos faz perder as estribeiras,
Mas o amor que nos eleva a alma e nos torna mais humanos
Apenas porque sentimos no peito o calor que é estar amando.

Que em 2008 você tenha dinheiro.
Não dinheiro de sobra, pra gastar com bobagens e coisas sem sentido,
Mas dinheiro o suficiente para que você possa ter conforto nas suas necessidades e sobre o bastante para ajudar aos que precisarem.

Que em 2008 você tenha saúde.
Não saúde pra perder com noites insones, em boates e baladas,
Mas saúde para estar presente entre seus entes queridos e poder trabalhar em prol do bem estar comum.

Que em 2008 você tenha paz.
Não a paz de quem fica isolado num canto, esquecido,
Mas a paz de espírito, de quem sabe que fez o possível e o impossível para fazer de seu mundo um mundo melhor.

Que em 2008 você tenha sucesso
Não o sucesso das capas de revistas, de flash e entrevistas,
Mas o sucesso de ser alguém melhor do que foi em 2007.
Afinal, todos queremos ser sempre melhores do que fomos.

Um abraço a todos os meus amigos, reais ou virtuais... Isso é o que menos importa, todos são meus amigos.

Grande beijo no seu coração.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Sentimento sublime

Solidão!

Solidão!

É um vazio no peito
Que nos envolve não tem jeito
Deixando-nos no chão
Um estado de espírito
Levando-nos a incompreensão
De uma existência vazia
Sem motivos e razão
Alma vencida
Pelas circunstâncias da vida
Derrotada perdida
Por sofrer ingratidão
Silêncio profundo
Um poço sem fundo
Retiro do mundo
Fazendo-nos expiação
Momento sublime
Nossa alma redime
De qualquer ilusão
É um querer saber
O de tudo, o por que.
Em nossa vida acontecer
Por mais que esforcemos
Nem se quer percebemos
O frio silencioso
Em que nossas almas
No momento de solidão
Veio um dia a ter.
De tristeza e melancolia.
Tua alma chora
Ficou calada vazia
Do tempo que você a deu
Para que ela um dia
Possa a vontade de viver
Teu eu contigo
Em algum lugar dentro de ti
Enfim renascer.
Osvania

Foto de Naja

AMOR OU ILUSÃO

AMOR OU ILUSÃO?

O sentimento de amor pode muitas vezes ser confundido com a solidão,com o desejo de ter alguém que se sinta à vontade, para falar,
e que seja pessoa de outro sexo. O ser humano não nasceu para viver só, se vive sózinho, precisa sentir-se querido, e no caso não quer ter amigo, quer amor; porém às vezes, esse sentimento de amor é tão confuso que, não fosse tanta solidão, tanto viver só, e muitas vezes até mesmo, no meio da familia que, pensa-se amar alguém que poderia ser um grande amigo, pois nem sempre se pensa em sexo..há pessoas que amam apenas um sonho, uma ilusão, pois o ser, pensado ser o objeto de nosso amor, está a quilômetros de distância e seria a situação mais impossivel de se verem. E nem sempre esse amor sentido por um , é correspondido por outro. Que pode tambem, estar amando outra pessoa ilusória, do mesmo modo impossível e distante. O que me faz lembrar de um poema que dizia: Jão ama maria, que ama José, que ama ....e por aí vai,,,devem conhecer o poema, não lembro dele todo, aliás , quase nada.
Nessa busca de carinho, de afeto, pensa-se amar e por vezes, se crê tanto nesse amor que a pessoa se perde, se confunde, e até sofre realmente se perder esse "amor" que na verdade era apenas sentimento de um.
O que não entende é que não perdeu amor, perdeu a ilusão, o sonho de realização real de seu desejo. O amor verdadeiro faz a pessoa sorrrir sem motivo aparente, os olhos brilham, a pessoa fica mais bonita, com viço.
Caso contrário, o sofrimento abate a fisionomia , ofusca os olhos, e a ãparência de tristeza não dá para ocultar.
É, mais ou menos como as doenças psicossomáticas. Elas sentem todos os sintomas do que se quixam, o médico trata da doença e do doente, da mente que criou a doença, por sofrimeto, medo, várias causas,que não vêm agora ao caso. Mas a pessoa não está fingindo, ela realmente está doente, só que criou essa doença em sua mente.
A carência afetiva pode causar doenças, mas a pessoa deve procurar um psicoterapeuta, e conscientisar-se que alí havia apenas um desejo de ser querida, mas está com a pessoa errada; longe , sem sentir o mesmo por ela e causará bastante sofrimeto . Esse sentimento deve ser transferido, com a ajuda ou sem ela, cada pessoa é de um modo, para outra pessoa, uma atividade, qualquer situação que a faça esquecer a ilusão sofrida.
Há alguma pessoas que transferem todo o seu amor, um montão que
têm acumulado em seu ser, para animais de estimação, tratando-os como se fossem seres da familia; humanizam o animal..não poderia ser contra isso, pois já tive três cockers que não eram cadelas, eram minhas filhas, e ao morrerem me engasguei guardando as lágrimas, pois nem conseguia chorar, tamanho o sofrimento. Mas o correto, é procurar ocupar-se com outros objetivos ou outra pessoa, de mesmo lugar, de mesmo país, de mesmo estado em que se possa , quem sabe, viver um amor verdadeiro e feliz
O ser humano precisa de amor, dar e receber, não nasceu para viver só, até se vive só, mas ninguém que tiver a oportunidade de encontrar sua companhia, e nessa companhia achar o amor sonhado, nao vai preferir viver só.
NAJA

Foto de Ana Botelho

COMO TE AMO...

COMO TE AMO...

"Bateu a tal saudade a caminho do mar,
Enxuguei as lágrimas e segui arrepiada...
Tocaste à minha alma e ao meu corpo,
Lugares mágicos onde habitas, repousas
E acendes toda a minha essência,
Onde vibramos, como se fôssemos um só,
Onde moureja o amor sôfrego e saudoso,
Das turbulências e silêncios de nós dois.
Se procuro por mim, não me encontro,
Não importando em que estado eu esteja,
Mas se busco por ti, encontramo-nos
E a duas almas, longamente nos completamos.

Se desvanecida pelo sono, desdobro-me,
E de novo, nos mesclamos entre afagos,
Enquanto nossos corpos se agüentarem amar,
Se em almas nos misturamos tanto, imagine ...
Quando nos encontrarmos verdadeiramente.
Em estando junto aos outros, sinto-me bem,
Mas se estou sozinha, tu bates à minha porta
E eu não me imagino respirar sem o teu cheiro...
Vem um novo dia e já sei o que me espera:
Acordo mais uma vez e sinto a tua energia
Já tentei viver distante disso, juro,
Mas tenho que confessar que te amo,
Amo mais que a mim mesma e, muito,
Muito mais do que já pensei amar."

Foto de Paulo Marcelo Braga

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS"

“OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS”

“Quem oculta o crime tem culpa,
quem ocupa o trono também...”.
(Engenheiros do Hawai).

De 09 a 28 do mês de novembro de 2007, uma ação integrada do Governo do Estado, fez a “operação paz nos rios”, sob o comando ponderado do coronel PM Barbosa. A população sentiu os brios da briosa equipe de funcionários públicos de várias secretarias, levando segurança, cidadania e saúde às periferias ribeirinhas, durante vinte dias inteiros, à bordo do navio Grão Pará, do Corpo de Bombeiros.
Nas localidades beneficiadas pela referida “operação”, alguns alcaides, influenciados pela atrevida oposição, perderam as oportunidades de uma integração com o poder estadual. Pode ser que o relatório do coronel, comandante da missão fluvial, sirva para desfazer o escarcéu reinante em alguns municípios visitados e atendidos no cumprimento da “operação” determinada pela governadora Ana Julia Carepa. Como integrante efetivo da SESPA, com passagens traumáticas pelo interior deste Estado, não estranhei as defasagens enfáticas, promovidas por um e outro gestor empossado, cujo prazer maior é deixar um trabalhador caloteado e o povo sofredor desamparado.
Durante a viagem, o trabalho foi estressante, sem atalho, mas teve um atenuante: felizmente, a Guarnição de Saúde dos Bombeiros tem (isso eu pude comprovar) a potente vocação, além da boa virtude de verdadeiros profissionais solidários. Eles são guerreiros sociais comunitários, cuja parceria com a SESPA foi importante para me manter atuante, sem esmorecer ao cansaço e atender com desembaraço. Deixo minha gratidão registrada àquela guarnição bem treinada que esfacela qualquer articulação complicada com uma atuação bem organizada.
O expressivo aprendizado adquirido na viagem teve o incentivo inspirado inserido na bagagem. A embarcação saiu fora do horário pré-determinado. Então, quem chegou na hora fez um comentário exaltado, sem perder o requinte. O trajeto navegado foi o seguinte: Gurupá, Melgaço, Breves, Bagre, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Ponta de Pedras. Em Gurupá, após dois dias trabalhados, a embarcação seguiu viagem. Quem lá compôs poesias guardou a composição na bagagem. Melgaço é uma cidade com discrepâncias marcantes e um traço de atividade com importâncias atuantes. Em Breves, há desrespeito pela saúde da população. Sem greves, não haverá feito que mude tal situação. Bagre é uma cidade pequena, hospitaleira e organizada, que não tem gestão plena, mas a saúde é bem tratada. Curralinho, pobre município, onde muito poderia ser realizado, se o caminho do benefício fosse o intuito do poder empossado. Em São Sebastião da Boa Vista, os desafetos da ditadura oficial não estão parados à toa na pista, são corretos e têm postura social. Em Ponta de Pedras, os exames são aprazados para o mês seguinte. Há tantas refregas e vexames: muitos são prejudicados pelo acinte.
Breves é exemplo de município com gestão plena e recursos adequados, porém não utilizados em prol da população. Lá, graças aos abusos confirmados a doença social não tem cura e merece uma prensa judicial dura. Vários pacientes denunciaram, durante o atendimento médico, que devido o fingimento antiético de quem deveria fornecer passagens fluviais, guias de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e casa de apoio para as consultas especializadas em Belém, ao invés de se ater às molecagens, sem respeito por ninguém. No Hospital Municipal de Breves, consultas são desmarcadas sem justificativas. Pacientes passam madrugadas na expectativa do atendimento e, no dia seguinte, são informados, com atrevimento e acinte, de que as esperas não serão compensadas, nem com aprazamento, quando as consultas são desmarcadas. O sofrimento clama por lutas organizadas, respaldo jurídico e alento ao estorvo considerado crítico.
Resta esperar que as discrepâncias sejam solucionadas pelas instâncias legalizadas. O intento do Governo do Estado em dar alento ao povo desamparado do interior deve ser mantido, aprimorado, e serve para ser instituído, caso seja bem programado, sem que o pagamento dos funcionários saia atrasado. Passei vinte dias trabalhando, enfim, no navio Grão Pará e o meu pagamento ainda não saiu. Assim não dá... Nem a propósito, as diárias e os plantões, devidos e não quitados, são sectárias embromações dos partidos burocratizados, que deixam trabalhadores populares aborrecidos e desestimulados. Apesar dos pesares, é tão bom voltar pra casa, após cumprir o dever em paz e conseguir cortar a “asa” de um algoz “poder” fugaz.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 02/12/2007

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS":
AS IMAGENS DAS VIAGENS


Foto de HELDER-DUARTE

Loucura

E nesta loucura; Neste vale de morte;
Em que parece-me, que não alcançarei o norte,
Neste estar só. Mesmo, nem em mim tendo solidão.
Cumprindo-se, em mim, a da «Menina e Moça» depressão.

Nesta ausência de tudo, em que ainda caminho e caminho.
Em que nem mesmo, sinto ter, ou vir a ter, enfim destino.
Nem em que ninguém, sinto a meu lado, neste sem ser estado.
Pois ser meu, somente sente, nem ter sido, mal ou bem fadado.

Pois não sinto, em mim existir, vida ou mesmo alguma morte.
Porém, às vezes outro sentir em paradoxo, aqui em mim se aninha.
No meio de tanta loucura, sem sentimento, de ter tido, alguma sorte.

Neste confuso existir, sentir, não sentir, também se faz abrir um caminho.
Mas este, com muita certeza, mesmo no meio de tanta, aqui incerteza minha.
É o de que, eternamente com Deus irei estar e d'ele receber muito carinho!...

Foto de TerrArMar

Milagre de Natal

Milagre de Natal

Há muitos anos, havia um país onde viviam dois irmãos, eram completamente diferentes um do outro, um, o mano mau, vivia só par fazer maldades ás outras pessoas, só ficava contente quando conseguia fazer mal a alguém, o outro, o mano bom, era precisamente o contrário, vivia para espalhar o bem, só se sentia feliz quando conseguia ajudar alguém.
Um dia, o mano mau foi ter com o mano bom e disse-lhe:
- Olha lá, tu já viste, que todo se aproveitam d tua bondade? Tens mas é de fazer como eu, deixares de t importares com os outros e pensares mais em ti.
O mano bom respondeu unicamente:
- Consegues ser feliz assim?
- Ser feliz, o que é lá isso de ser feliz?
O mano bom resignou-se, ele sabia que nunca conseguiria mudar o modo de viver do irmão, contentava-se em o ir desculpando perante as pessoas a quem ele magoava e ofendia.
Passados dias o mano mau foi ter com o mano bom e disse-lhe:
- Mano, estou desgraçado.
- Desgraçado porquê o que é que e aconteceu?
- Meti-me numa trapalhada e agora estou desgraçado.
O mano bom que não podia ver ninguém mal, muito menos o seu próprio irmão, disse-lhe:
-Oh Homem, senta-te e conta-me o que se passa.
- Mano, preciso urgentemente de uma grande quantidade de dinheiro, tenho uma divida e ameaçam matar-me se não pagar.
- Mas quanto homem?
Mano mau disse-lhe quanto e o ma bom fico incrédulo, onde iriam arranjar tanto dinheiro.
- Mano, o que acabas de me contar é e facto complicado.
- Tu é que me podias valer, toda a gente gosta de ti, podias pedir no banco e eu ia-te pagando.
- Não, o banco não me empresta tanto dinheiro.
- Podias ao menos tentar, promete-me que tentas. Só tu me podes salvar a vida.
O mano mau sabia como enganar o mano bom.
- Está bem, prometo-te que vou ao banco, mas não te prometo mais nada.
- Obrigado mano, eu sabia que não me virarias as costas. Agora tenho de ir falar com o tipo a quem devo o dinheiro.
Saíram ambos, o mano bom em direcção o banco e o mano mau em direcção ao encontro de um homem.
- Então, conseguiste enganá-lo?
- Claro, caiu que nem um patinho, vais ver que não tarda muito temos o dinheiro para ir festejar o fim de ano como nunca festejámos.
- Podes acreditar, isto é que vai ser, tudo do melhor.
Passados poucos dias mano bom lá conseguiu o desejado empréstimo e assim que recebeu o dinheiro apressou-se a entregá-lo ao mano mau. Quando soube que tudo não passara de mais uma mentia do irmão ficou em pânico, ele tinha ido embora, desaparecera e agora quem pagaria o empréstimo? Bem talvez o irmão voltasse rápido, o seu bom coração não lhe deixava pensar mal de ninguém.
Foi na semana do natal que a noticia chegou, o mano mau morrera, tinha apanhado uma grande bebedeira e caíra ao mar, não conseguiram resgatar o corpo. Estava desgraçado, como iria pagar o empréstimo? Pensou em suicidar-se, preparo uma corda e fez o laço, atirou-a sobre a viga da velha casa e preparou-se para o desfecho final, subiu ao banco, colocou a cabeça entre o laço e…
Aquelas três pancadas na porta acabaram por lhe salvar a vida.
- Amigo, tu! O que estavas a pensar fazer?
O mano bom acabou por contar a sua desgraça ao amigo providencial.
- Tu vens comigo para minha casa, logo arranjaremos uma maneira de resolver o problema.
O mano bom aceitou a ajuda, caminharam rua abaixo e passaram defronte de uma casa de apostas:
- Anda ali comigo, quem sabe se está ali a resolução de todos os problemas, os teus e os meus.
- Qual quê, amigo. Há quanto tempo tu jogas?
- Desde que começou o loto.
- E o que é que já te saiu?
- Bem, na verdade nada. Mas tenho fé, estamos no Natal e é por uma boa causa.
Lá foram, entraram e o mano bom disse:
- Tenho estado a pensar no que me disseste, ser Natal e não sei quê mais e também vou jogar.
Assim o fez. Passaram-se os dias e nunca mais se lembrou do loto, era a primeira vez que jogava, além de que andava preocupado.
- Amigo, tu já viste o teu loto?
-Eu não, nem sei ver isso.
- Onde está o bilhete?
- Aqui mesmo.
Deu-o ao amigo, este desdobrou-o, fitou-o muito bem e começou a ficar pálido.
- O que foi homem, sentes-te mal?
- Não meu amigo, sinto-me muito bem. Tu estás milionário, tu acertaste no loto. Tu tens o teu problema resolvido.
O mano bom nem queria acreditar o que ouvia, ajoelhou-se, apertou as mãos, elevou-as ao ar e exclamou:
- Obrigado meu irmão, se não fosses tu eu nunca jogaria.
Levantou-se, abraçou o amigo contra si e passado um pouco colocou-lhe as mãos nos ombros, olhou-o nos olhos e disse:
- Há aí uma coisa que não bate certo.
. O que é que não bate certo, homem?
- Tu disseste que eu estou milionário e que o meu problema está resolvido.
- Sim.
- Não.
- Mas como não?
- Eu não, nós estamos milionários e os nossos problemas financeiros estão resolvidos, tu ajudaste-me na pobreza e eu não te iria abandonar na riqueza.
Levantaram, ambos, as mãos ao céu e exclamaram:

“Milagre de Natal”

Moral da História: “ Não hesites em ajudar quem nada tem, porque será ele quem te poderá valer um dia”

FrancisFerreira

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