Estado

Foto de Daemon Moanir

É algo

É algo estranho,
Estranhamente doce, mas vazio.
Ela é bela, muito até, demais talvez
Meu buraco continua a crescer...
Ó Deus agradeço o nada de tudo que tenho
Que me faz ver com olhos de ninguém o que existe.

Que confusão!
Que estado o meu,
Estranho,
Estranhamente suave,
O voltar das conversas do âmago
E sinceridade em cada palavra.
Ah Deus é tão bom!
O ser tão natural! Tal como comer uma maçã,
As frases fluírem sem estorvos!
O querer do acordar amanhã!
Ó Deus é tão bom!
O cheiro a terra molhada pela manhã.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"CONVITE AOS AMIGOS"

Caros amigos/as, depois de muito pensar resolvi a editar, a culpa é da maioria de voces, portanto estou convidando a todos serem cumplices e para prefaciar meu livro, vou deixar aqui meu e-mail, e quem quiser mandar uma pequena colaboração em forma de frase ou comentario estarei colocando nas primeiras paginas, tem que ser pequena pois ja estou com problemas de espaço, quem sabe duas ou tres linhas no maximo, ficarei extremamente honrado com os comentarios, estou selecionando os poemas em um total de 120, usarei muitos que ja postei aqui talvez, mas com certeza POEMAS-DE-AMOR estara presente em meu primeiro livro, quero que saibam que sou melhor agora depois que tive o previlegio de interagir com varios de voces, esta familia que cada dia chega mais e mais adeptos é muito interessante, a cada poema que leio, degusto emoções de primeira linha, e este viajar entre poetas foi o que me inspirou, obrigado a todos voces, estarei aguardando os comentarios/frases para que possa elaborar o prefacio, VIDA LONGA A TODOS. EDSON MILTON RIBEIRO PAES.

e-mail : edsonmrpaes@hotmail.com

em tempo: favor colocar embaixo das frases seus nomes e localidades(cidade,Estado, País) Obrigado.

PS: ESTAREI ACEITANDO AS FRASES PARA PREFACIAR MEU PRIMEIRO LIVRO ATÉ DIA 29/02/2008, ME SENTIRIA MUITO HONRADO SE VOCE PARTICIPASSE.

Foto de HELDER-DUARTE

Coimbra II

Coimbra! Coimbra! Coimbra!
Cidade linda! Linda!..
A ti canto um fado,
Que fala do meu ser estado.

Estava triste ao ti, chegar.
Mas minha alma se alegrou,
Assim que a ti chegou.
Pois recebi do teu amar.

Teu grande saber,
Teu grande conhecimento.
Me livrou do meu sofrer.

Porque tua verdade,
Vem, do eternamente.
E para sempre é liberdade!

Foto de Ana Botelho

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE...
Passar a infância no interior do Estado do Rio de Janeiro, com vida pacata, bucólica, como tantas outras crianças, que ali puderam conhecer a simplicidade e aprender o amar a essência que existe em cada ser humano, fez, definitivamente, a diferença para mim.
Quando chegava a época da adolescência, tínhamos que estudar das formas mais estranhas possíveis, ou saíamos para longe, em casas de parentes e amigos, ou ficávamos em sistema interno, em instituições particulares para jovens. E foi lá, justamente às margens do rio Paraíba do Sul,que conheci alguém muito especial, com uma gama de características incomuns, que vieram de encontro às minhas. Tornamo-nos grandes cúmplices em assuntos relacionados a poesias, músicas e a tantas outras afinidades, que só mesmo quem conseguiu se harmonizar com a natureza rústica e intocada, poderá entender o que preencheu cada minuto dos anos que lá estivemos. Uma lástima não termos guardado tantos poemas e registros que fizemos de situações inusitadas e muitas vezes até cômicas, ou trágicas...
À tardinha, quando ficávamos, as minhas amigas e eu, no pátio do referido internato, chovia aviõezinhos e outras dobraduras, com recadinhos carinhosos, através do gradil de madeira, que cercava o nosso espaço físico. Eram poemas lindos e bem trabalhados, que voavam do Clube de Futebol, onde os atletas da cidade treinavam( acho que até muito mais vezes que realmente necessitavam...rsrsrs). Aos fundos do internato, ficava a tal estrada fluvial cheia de corredeiras, que o meu especial a conhecia em suas detalhadas curvas, de tanto ir e vir entre remos e nados.
Chegara a época do vestibular, nos separamos... Os anos se passaram e cada um seguiu o seu curso natural, assim como as águas do velho Paraíba, que a tudo assistiram, mas foi observando o curso do rio, suas voltas , as pedras e as quedas, que aprendemos ver em nossa vida, para que servem e como elas nos colocam, a cada momento, diante dos nossos afins.
Como é bom ter isso tudo na lembrança e sentir agora as mesmas emoções, tal qual aconteceram.
Sempre apareciam notícias ou comentários saudosos e conjecturávamos onde estaria cada um morando e se ocupando do quê.
Os filhos nos chegaram e o tempo, senhor implacável e poderoso transformador da vida, atingiu a muitos com os seus sacodes, testes e até resgates desafiadores. E mais uma década se passou...Eu, a essa altura, já me encontrava cuidando sozinha de três filhos, que tinham entre seis e dez anos de idade, quando numa linda manhã de sol, o interfone tocou e o porteiro anunciou o nome do meu amigo tão lembrado em minhas constantes horas de poesias e divagações...cujo arquivo mental veio à tona imediatamente, era aquele companheiro do passado, que com um calhambeque ou uma vespa, percorria toda a distância entre as nossas cidadezinhas em estradas de terra, para nos vermos nos finais-de-semana, ou para passarmos as tardes e as domingueiras no clube onde nos dias que não tinham "feira", era um cinema de piso em declive, terrível para dançar, mas que achávamos tudo de bom (afinal, era aquele o nosso mundo e que mundo maravilhoso...) Respondi ao porteiro , entre palpitações e descompassos respiratíorios, que ele subisse, momentos preciosos esses... Estávamos de saída para a praia e ele achou ótima a idéia, só que não havia sequer uma sunga de adulto em minha casa. Brinquei, oferecendo uma das peças dos meus biquinis e foi com uma naturalidade ímpar que ele aceitou e se pôs a escolher ... Fui cuidar dos meus filhos e o deixei à vontade. Ao chegarmos à prainha de Itaquatiara em Niterói, nos acomodamos , cadeiras, cangas, brinquedos, foi quando ele tirou a roupa , fez alguns alongamentos e partiu correndo na areia com as tirinhas laterais se agitando ao vento ( só faltaram as bolinhas amarelinhas...rsrsrs).
-Olhem só, dizia eu aos meus filhos naquele instante, esse é um amigo de alma pura, tanto, que nem está aí para o que possam pensar ou falar dele com essa roupa esquisita, se dedicou à psiquiatria por entender a vida sob a ótica do amor.
Rimos muito e ele, definitivamente, caiu nas graças dos meninos também.
Hoje, como se tivéssemos planejado, moramos no mesmo balneário, num remanso onde a natureza, sempre presente, nos brinda a todo instante com uma vida iluminada. Ele é um respeitado profissional e excelente escritor e eu uma sonhadora incorrigível, entre os meus poemas, pinturas e leituras sem fim, mas conservamos ainda os traços que nos uniram: os versos e os "causos" do cotidiano. Quando nos encontramos, rimos muito ao falarmos do passado. Valeu à pena tudo o que aconteceu...
E ao ouvir, em qualquer ocasião, citações como " de médico , poeta e louco todo o mundo tem um pouco", imediatamente, a minha mente passa a caricaturá-lo como agora faço, aqui, em palavras de carinho a você, Zeus, meu doce amigo e parceiro pela eternidade...

Foto de Darsham

Elogio ao Amor

"Quero fazer o elogio ao amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível, já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje, as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se numa questão pratica. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou farto de conversas, estou farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "está tudo bem, tudo bem?” Tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores de romantismo, romanticidas. Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo do amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos cante no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraço, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro e uma condição. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar e a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Foto de Poeta Desastrado

Suicidio... solução? ou problema?

Eu tenho pouca experiência de vida, mas pelos 17 anos já sofri muito...
sempre pensei e vi o suicidio como uma estupides, como um caminho extremo que só as pessoas fracas e incapazes de resolver os seus problemas é que o decidem seguir... se a morte é uma estupides, o suicidio seria uma estupides ao quadrado...
esta sempre foi a minha forma de encarar este assunto, mas a vida quando chega a um certo ponto prega-nos partidas...
No momento em que descobrimos o amor, que nós encontramos aquela pessoa que nos faz sentir bem, aquela miúda em que se pensa 24h por dia, quando se esta com ela queremos abraça-la, ficar assim eternamente, parar o tempo e o espaço, ... quando se esta longe conta-se cada milesimo de segundo para a voltar a ver nem que seja por uma ultima vez...
perco-me no seu olhar, sem querer voltar, sonho com as ondas do seu corpo como se fosse um mar... começo a pensar que estou a ficar louco, porque passei a ouvir a sua voz a chamar-me sem ser realidade...
Porque que é tao dificil ser feliz?!O vazio que me consome cada vez é mais, ja nenhuma palavra amiga me alegra... 2 anos... é o tempo que já te começo... é o tempo que te amo... e sofro a todo este tempo porque ñ me amas... kando te conheci descobri o k era a vida, a verdadeira razão do meu viver... uma força extra k me elava e me conduz tds os dias... mas tu... amas a quem ñ te ama, a kem te faz sofrer, a kem ñ merece as lagrimas k deixas cair... eu aki amando kada pedacinho de ti, cada lagrima k deixas cair é menos uma gota de sangue k corre em minhas veias, a tua indiferença perante mim sofoca-m, angustia-m... kando dou conta de mim estou escrevendo para um caderno ou no livro de português (durante as aulas),... coitados ficam humidos de tantas lágrimas derramadas, mas são os unics capazes de me ouvir e de me entender...
se eu tivesse direito a pedir um desejo em troca da minha vida eu pediria k ela fosse feliz, k ela encontrasse alguem k a ame tanto como eu a amei, amo e amarei (independentemente do lugar k eu esteja e no estado)... k nunca a faça sofrer... só depois eu poderia morrer...
A ciência sonha com a imortalidade... se essa imortalidade significa viver para sempre longe dela, eu ñ kero... prefiro viver um segundo do seu amor do k nunca o sentir...
eu keria era viver num sonho, e nunca acordar... pois pelo menos lá eu sou feliz contigo, lá eu posso te amar, lá tu dizes k me amas, eu posso ter esse olhar dentro de mim, sentir as tuas caricias......
mas a realidade é totalmente diferente... tu ñ me das mt atenção com medo do meu amor...
são kada vez mais os dias em k chego a casa, deixo-m cair no chão e choro, sou homem mas tb choro, e ñ tenho vergonha disso, choro apenas pelo meu amor... pelo meu sofrimento... questiono muitas vexes deus sobre o meu verdadeiro destino, e peço-lhe para k ele me tire deste mundo... se a minha missão é sofrer... então eu já posso partir...
O que adianta ser romântico num mundo, onde o romantismo se extingue cada vez mais. O que adianta ter tanto amor para dar, e sentir cada vez mais que não terei com quem compartilha-lo. O k me adianta ser tão carinhoso,se não consigo encontrar uma pessoa que queira receber meus carinhos. Ter maturidade e estar preparado para um relacionamento, num mundo o qual todos só querem “curtição”.
Ser persistente e procurar cada vez mais por uma pessoa, a qual sinto não existir mais. Ser engraçado e divertir todos ao meu redor, se por dentro a tristeza me corrói cada vez mais. E ainda me pergunto: O que adianta sentir e não poder tocar?
O que me adianta amar se so tenho kem me faça sofrer?
serão estes motivos suficientes k justifiquem k passem ideias estupidas ou soluções pela cabeça em momentos de desespero? em momentos em k se pensa k é melhor morrer do k continuar a sofrer assim... estas ideias serão perdoadas pela sociedade? ñ quero saber... essa mesma sociedade vê este assunto como um mero caprixo das pessoas...

"ai ele quis matar-se? olha o mal é dele..."

só realmente dão valor kando passam pelo mesmo... kuaisker k sejam os motivos... mas normalmente é pelo amor...
ate no momento de cortar uma maçã nos deparamos olhando para a faca, andando desorientado pela estrada, observando o rio de cima de uma ponte... valerá a pena continuar????
esta dúvida será eterna... será uma solução assim tão facil de resolver as coisas?
mas só depois destas pessoas morrem é k akelas k eram amadas mas despresavam, se dão conta de k erram assim como akeles k se mataram... poderiam ser tão felixes... mas no entanto... tudo acabou...
estes pensamentos já me passaram mtas vezes pela cabeça, akeles k eu sempre axei nunca vir a sentir, akeles k eu axava serem pura estupides...
mas no momento "h" o meu coração ñ deixou...
Eu ñ me vou suicidar...
Eu ñ a kero deixar soxinha, e nunca o irei fazer, mesmo k ela esteja com outro, mesmo k ela ñ sinta nada por mim, eu estarei sempre por perto, farei tudo para a ajudar... apenas pk k a amo, nasci para a amar... estarei por perto para dar a minha vida por ela... se um dia o seu coração falhar, tirarei o meu do meu peito e colocarei no dela... aí ñ será suicidio... mas apenas amor...nesse momento serei feliz... pk estarei com ela ate ao fim...

Foto de Antonio Marcos Dias Alves

Que a dor se apague, e que o amor seja a luz eterna do nosso amor

Eu desejo q você vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixa em paz
Essas feridas parecem
não querer cicatrizar
Essa dor é muito real
Isso é simplesmente muito mais
que o tempo não pode apagar
Quando vc chorou
eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou
eu lutei contra todos os seus medos
Eu segurei a sua mão
por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim
Você costumava me cativar
Pela sua luz ressonante
Agora eu estou limitado pela vida
que você deixou p/ trás
Seu rosto assombra
Todos os meus sonhos,
que já foram agradáveis
Sua voz expulsou
Toda a sanidade em mim
Eu tentei com todas as forças
dizer a mim mesmo que você se foi
Mas embora voce ainda estejas comigo
Eu tenho estado sozinho todo este tempo
mas aqui estou refletindo em palavras todos os obstaculos que me ferem, mas o importante de minha vida e que a vitoria to conseguindo pelo seu amor em dor estou te amando e lhe conquistando no amor.

Foto de Antonio Marcos Dias Alves

Por este amor, sei que existe a dor, mas o amor luta pelo nosso amor

Eu desejo q você vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixa em paz
Essas feridas parecem
não querer cicatrizar
Essa dor é muito real
Isso é simplesmente muito mais
que o tempo não pode apagar
Quando vc chorou
eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou
eu lutei contra todos os seus medos
Eu segurei a sua mão
por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim
Você costumava me cativar
Pela sua luz ressonante
Agora eu estou limitado pela vida
que você deixou p/ trás
Seu rosto assombra
Todos os meus sonhos,
que já foram agradáveis
Sua voz expulsou
Toda a sanidade em mim
Eu tentei com todas as forças
dizer a mim mesmo que você se foi
Mas embora voce ainda estejas comigo
Eu tenho estado sozinho todo este tempo
mas aqui estou refletindo em palavras todos os obstaculos que me ferem, mas o importante de minha vida e que a vitoria to conseguindo pelo seu amor em dor estou te amando e lhe conquistando no amor.

Foto de Lou Poulit

LASO, Cia. de Dança Contemporânea

UMA EXPERIÊNCIA LINDA

O bailarino/coreógrafo/ator/professor CARLOS LAERTE, seus intérpretes e assessores, foram uma das mais felizes surpresas da minha vida.

Estava expondo minhas pinturas no Corredor Cultural do Largo da Carioca. Derrepente chegam um mulatinho e uma mulher, ambos lá pelos trinta. Perguntam quanto tempo eu levava para pintar uma daquelas telas (série Bailarinos Elementais). Descrente, respondo que dependia do grau de elaboração, uma hora... um dia... Eles se entreolham e depois o mulatinho pergunta se me interessava por apresentar meu trabalho num espetáculo de dança contemporânea e quanto cobraria. Confesso: além de não acreditar, na hora também não entendi. Nunca soube que espetáculos de dança apresentassem pintores trabalhando ao vivo!

Acertamos cachê, marcamos data e hora. Me pegariam de van em Copacabana, onde tinha ateliê, e estaria embarcando para Campos, cidade aqui do estado conhecida pelas muquecas e peixadas, onde faríamos uma apresentação no dia seguinte. Só acreditei quando a van chegou, trazendo uma penca de bailarinas tímidas e a tal mulher, que parecia saber todas as respostas mas não era a deusa. O deus era o tal mulatinho, bem quetinho no canto dele.

Pois bem, a gente nasce com dois olhos e ainda assim é muito pouco. Íamos fazer um ensaio técnico de véspera e estava prestes a conhecer um trabalho artístico maravilhoso, seríssimo e cativante. Fizemos aquela apresentação no Teatro Municipal de Campos, depois fui novamente convidado e fizemos outras, no Espaço Sérgio Porto, no Centro Coreográfico da Tijuca... A cada dia tinha a impressão de reencontrar uma aura registrada no meu sangue e da qual não me lembrava mais. Explico para que entendam: minha avó paterna, Nair Pereira, fora bailarina no tempo do teatro de revistas. E dessa história só restava, até há pouco tempo, a madrinha de batismo de meu pai, hoje falecida, Henriqueta Brieba. Também pelo lado paterno, meu bisavô que não conheci em vida, Antônio "Paca" Oliveira, fora homem de circo: o maluco (me perdoe o linguajar moderno) foi o primeiro homem-bala do Brasil, num tempo em que se fazia isso para matar a fome. Só podia ser! E sem seguro?! Em troca de meia-dúzia de cobres e o aplauso de meia-dúzia.

Na hora da apresentação ficava pintando no palco e de costas para o balé, mas durante os ensaios aquela gente me impressionava. Assim descobri o talento inequívoco do coreógrafo Carlos Laerte, a sua memória fantástica de um trabalho artístico que usa vários recursos simultaneamente, e ainda tem registrados todos os pequenos erros das últimas apresentações para que não se repitam. Até eu, que estava ali assim, como vira-lata caído do caminhão, também mereci uma crítica para melhorar o desempenho!

Os intérpretes estimulavam a minha adimiração. Carol, Simone, Yara, Bianca e Rodolfo, o espírito da arte habita, com certeza, todos eles. Não se pode compreender aquela gente de outra forma. Repetem infinitas vezes seus movimentos, perseguindo pequenas eficiências. Tornam-se íntimos do cançasso e, não é exagero dizer, da dor física. Controlam o próprio ego para que o coreógrafo corrija a interpretação de outro bailarino, já que precisam estar sincronizados, e isso é uma espécie de ginástica psíquica. Outra deve ser a nacessidade de por temporariamente na gaveta os problemas de casa, filhos, maridos/namorados, para não perder a concentração.

E tudo em troca de cerca de cinqüenta minutos. Esse é o seu tempo. O tempo em que os intérpretes são os senhores do momento, da luz que explode em seus corpos húmidos, da linguagem do movimento, do ritmo do qual nem o cosmo pode prescindir, enfim, da emoção que paira sobre e em todos, profissionais e expectadores, como uma hóstia artística que paira sobre o cálice do sacrifício e da adoração. Nessa hora a arte é a deusa e o espetáculo me parece uma grande comunhão, porque nos faz comuns uns aos outros, porque amamos isso e nos oferecemos para construir e transmitir a emoção. Incrível isso, eles constróem sua arte complexa em muitas horas de dureza. Ao final é como o velho exercício de imagens feitas de areia colorida nos mosteiros do Tibet, como alusão à transitoriedade da vida humana: o mestre passa a mão na imagem pronta, perde o momento, e nos liberta dela para que possamos recomeçar, com o mesmo amor, a reconstrução do nosso próximo momento. Uma pintura minha pode ser feita por dias consecutivos e depois guardar aquela emoção por décadas, talvez um século. Por isso me parece tão menor do que a arte que esse pessoal faz.

O espetáculo "Caminhos" fala exatamente disso: reconstruir sempre. Recomendaria aos expectadores de primeira viagem que se vistam condignamente. Aos homens que não deixem de fazer a barba e se pentear. Às mulheres que não usem saias demasiadamente curtas, pintem-se com sabedoria, cuidem do andar e do falar. Porque talvez estejam indo na direção de um grande e insuspeito amor. Se em minhas palavras houver poesia, não há mentira. No meu caso particular, como no de muitos outros, esse amor atravessou várias gerações".

Foto de Sonia Delsin

O MISTÉRIO DAQUELA SALA

O MISTÉRIO DAQUELA SALA

Surgia uma luz na escuridão.
Algo para clarear as suas idéias, para comover seu coração.
Algo acontecia enquanto ela escrevia.
Uma depuração.
Um encontro com o ser em construção.

Se naquela sala um mistério existia?
Claro que existia. O tempo lhe diria.

Magia? Fantasia?
Pura utopia?

O tempo lhe diria...
Ele mostraria.

E mostrou.
Foi um sonho.
Acabou.

Mas a sala na lembrança ficou...
Como algo que lhe marcou.

Aquela sala lhe trouxe a compreensão do passado.
A compreensão do seu verdadeiro estado.

De graça.
E de absolvição.
De renovação.

Não era a sala da ilusão.
Era a sala da salvação.

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