Espera

Foto de Lou Poulit

O Trovão e o Sabiá Sereno

Sentada sob alpendre da mansão colonial, sua fortaleza de toda a vida, Sinhá havia se perdido em seus pensamentos. O dia havia se despedido há pouco, na apoteose fugaz de um céu prestante de cores e texturas, que de tudo o que pode tentou fazer para merecer a atenção da moça. Nem a sinfonia da passarada fez efeito. Tudo em vão, restaram as estrelas que nem sequer se aventuravam. A passarada se calou para dar a vez aos grilos, sapos e outros barulhentos notívagos. Sinhá revirava mecanicamente os fartos rendados da saia à sua volta, pois de fato não estava ali.

Então, passos arrastados vindos de dentro precipitaram-na do etéreo, de volta ao corpinho magoado pela posição pouco cômoda. De tão surpresa e assustada, não teve coragem de se virar. E esperou apenas, como seu sangue esperava dentro das veias. Aos poucos uma luz tênue, mas capaz de expulsar soberanamente a escuridão, se aproximou. Depois mais um pouco. A moça temeu que se aproximasse ainda mais e explodiu em gritos nervosos: Saia já daqui! O que quer de mim, demônio? Eu não lhe chamei aqui!

A pouca distância um caboclo mulato de aspecto impressionante, pele muito morena e os olhos claríssimos de uma onça enterrados no rosto embrutecido, como pequenas gemas raras no emboço úmido da terra adubada pelos séculos. O velho Sereno segurava a candeia, tentando compreender, tão próxima, a moça que à distância vira crescer, como flor única naquelas glebas. Durante parcos segundos, Sinhá não conseguiu balbuciar uma palavra. Tentava decifrar como aquela figura estranha havia invadido seu silêncio, que significado poderia ter dentro dele e se seria perigoso para as coisas ricas que guardava em segredo. Porém, achando que o silêncio era ainda mais insuportável, a moça voltou à carga: Quem lhe deu o direito de estar aqui? Ele tentou explicar: Vim só alumiá o negrume da noite pra vosmicê, Sinhazinha... Carecia de se assustá não... Não tenho medo de nada, ela empinou a própria fragilidade. Como poderia temer um empregado dentro da casa do senhor meu pai? Ademais, estava aqui com meus pensamentos...

O homem olhava com segurança os olhos escorridos de lágrimas da moça, cheios de brilhos amarelados pela chama da candeia. Sentia pena dela, mas sabia pelas décadas de convívio que não se devia manifestar piedade para com os senhores. Sereno sabe que está triste, Sinhá. Ma num pode fazê nada não, disse ele abaixando os olhos. Mas como pode saber disso? Não lhe dou esse direito. De onde você saiu?... Ainda com os olhos baixos, ele respondeu: Sempre estive aqui, Sinhazinha. Vim pra essas terras do senhor seu pai na barriga da minha mãe, que se foi embora amarrada naquele pé-de-jurema-branca, bem ali na direção onde a lua vai nascer já. Eu era desse tamaninho, cabia no cesto onde o alazão comia o seu mio. Naquele tempo o capataz era um homenzinho muito do ruim... Ela só queria alimentar a sua cria...

A moça se refez da letargia quando o ouviu falar no alazão, tornando a gritar: Não me fale do meu alazão. Eu amava o Trovão como se fosse uma pessoa! Ninguém montava nele além de mim! E acabaram de trazê-lo num arrasto de pau-de-mangue... Ele estava morto! E eu vou matar quem fez isso com ele... E a chorar convulsivamente ela recostou-se no portal, até sentar-se de novo no degrau do alpendre. Sereno continuou calado, imóvel, com os olhos cravados nas lages do chão. Como se sua alma cansada procurasse uma brecha para um imenso arrependimento.

Tentando descobrir em seu próprio silêncio o que deveria fazer naquela situação triste e constrangedora, o velho caboclo foi lentamente até a arandela pendurar a candeia. Não sabia o que fazer a mais. Durante quase vinte anos quisera ajudá-la em muitas situações de perigo, mas sempre chegava alguém antes. Sereno trabalhara sempre na plantação, às vezes tratando dos cavalos doentes e outras como mateiro. Amava a menina, antecipava os riscos que ela corria, mas haviam outros mais próximos dela. E agora o mesmo sentimento de proteção lhe parecia palpável de tão denso. E ironicamente, embora estivessem ali apenas os dois, simplesmente não sabia o que fazer.

Passados alguns poucos e imensos minutos, a moça quebrou o silêncio, mais calma, porém sem perder a altivez da voz: Como se chama? Sereno, Sinhazinha - disse ele. E porque está aqui, nunca lhe vi dentro de casa?... O velho empurrou a aba do chapéu para trás e coçou a calva rala e branca, como sempre fazia quando se sentia inseguro. Demorou um pouquinho mas respondeu: Eu vim de pés lá de trás da serra dos pastos... O senhor seu pai mandou que me alimentasse e ficasse por aqui até amanhecer. Ela insistiu: Mas por que veio de pés? Ah, Sinhazinha, parei no meio da mata para ouvir o sabiá-da-mata, tava cantando bem em cima de mim. Desde menino adoro os sabiás, num gaio da mangueira, por cima da minha palhoça tem um que fez ninho agora. Quando passo o café da tarde ele tá arrebentando os peitos, de tanto chamá uma fêmea pro seu ninho novinho e arrumadinho. Mas me distraí, meu cavalo assustou-se com a onça e saiu desembestado, nem sei pra onde. Mas vou lá buscar, pro seu pai meu senhor num ficá num prejuízo maió. Não é um bicho caro, é até meio capenga... Mas é um bom companheiro, num sabe? Vendo a perplexidade dela, ele perguntou: Que foi Sinhá, com essa boca aberta, quem nem peixe morto? A moça sussurrou: Onça?... Que onça é essa, Sereno?

O velho respirou profundamente. Não haveria mais de esconder. Ela que soubesse a verdade e que fizesse o que achasse justo. Disse a ela com segurança: a mesma que pegou o Trovão... Aquele sangue todo foi porque quando cheguei ela já tinha garrado no pescoço dele – disse caboclo limpando instintivamente as mãos grosseiras nas calças. A moça mostrou-se inconformada: E você não fez nada para ajudar o coitado? Não tinha uma arma, Sereno? Sinhazinha, ele caiu por cima da bicha, esperneava como um porco endemoninhado... Endemoninhado é você, miserável! Ele era o alazão mais valente que conheci... Só que havia uma onça mordendo o seu pescoço... E um homem medroso e inútil assistindo a sua morte desesperada! Que queria que o Trovão fizesse?... Sereno, se calou constrangido. E ela quis saber mais: E depois, Sereno?... Sinhazinha, num é nada fácil chegar perto de dois bichos grandes e raivosos... E eu só tinha mesmo o meu facão de mato e não queria ferir ainda mais o Trovão. Sim, mas o que você fez? – ela implacável. Eu nada, Sinhazinha, a onça é que resolveu desaparecer. Onça é um bicho covarde. Só pega pelas costas, sangra e espera morrer. Mas se sentindo insegura ela larga e fica de longe só espiando. Esperando a hora de comer sossegada. E o outro, que também é bicho, sabe que vai morrer e que ela vai vir lhe rasgar as tripas. É só uma questão de tempo... O mundo dos bichos é assim mesmo, Sinhá. Ninguém muda não. Vosmicê ta triste e eu também... Mas o Trovão tá não... Só tá esperando os primeiros lampejos do dia, pra correr por essas terras sem fim, pelos campos e pelas matas fechadas, num tem mais nada que lhe impeça... Vai conhecer todos os lugares onde nunca tinha ido, vai beber água do rio grande e vai saltar nas ondas da praia... Enquanto isso nós vai fica aqui chorando de tristeza, porque num pensa que ele ta livre como nunca foi... É que como nós só sente o sentimento da gente, só pensa com a cabeça da gente, então acha que o trovão ta sentindo e pensando a mesma coisa, Sinhazinha... Não tenha raiva não... Que ele não pode aparecer pra vosmicê e lhe contá como que é lá donde ele vem, ele vai ficar triste por causa da sua tristeza...

A moça se esforçava para aceitar aquela sabedoria estranha, que quase desdenhava os seus mais puros sentimentos, todas as coisas que aprendera a sentir. Mas, embora não tivesse coragem de dizê-lo, até que gostava muito de imaginar seu querido Trovão suando da correria que tanto amava, brilhando ao sol e ao luar. Ele amava o vazio dos espaços, os obstáculos que vencia, amava o vento revirando as suas crinas, enchendo-lhe os pulmões no peito enorme e musculoso, e depois expirava com força fazendo seu próprio vento, era quase um deus da natureza... Ah, como ele gostava disso... – dizia a si mesma. Alagada da própria ternura, disse então ao velho: Ele lutou até o último instante não foi, Sereno?

Ele era valente demais, eu o conhecia desde que era um potrinho muito abusado... Sou lhe muito grata, quero que fique, se alimente bem e descanse bastante. E depois vá buscar o pangaré, antes que essa onça o coma, já que não comeu o Trovão, pois que os homens foram buscá-lo antes disso... Sereno sentia-se mais à vontade agora, já sentado também no degrau de baixo. E completou: Vou Sinhazinha, antes de clariá vou atrás dele. E ai dela que se meta... Faça isso por mim, Sereno – ela pediu com raiva.

Não posso prometer, Sinhazinha... Não Sereno, não se arrisque, leve uma arma... E se ela lhe pegar pelo pescoço, como fez com o Trovão?... Vosmicê num fique triste não, Sinhá... Também sou meio bicho, já fiz muita coisa nesse mundo de meu Deus... Já matei oito onças, seu pai meu senhor pode lhe dizer... Uma delas ia morder era o pescoço dele... É que de uns anos pra cá elas estavam sumidas, que os cachorros farejam a catinga delas de longe... Gato tem raiva de cachorro e vice-versa, num sabe?

Eu prometo, Sereno. Vou contar para os meus netinhos essa estória. E vou me lembrar de dizer que você foi um herói, que não pode salvar o Trovão, mas veio de pés buscar homens, para que ele tivesse um enterro digno. Meus netinhos vão aprender a odiar todas as onças, porque essa matou o Trovão... Mas eis que tais palavras indignaram o velho filho-do-mato, e ele quis ser exato: Não, Sinhazinha... Isso não é certo, não é verdade não... Como, Sereno? Se ela não matou o meu alazão, então quem foi?... Fui eu mesmo, Sinhazinha... A moça de um pinote ficou de pé, com o dedo em riste, enfurecida lhe disse: Seu traidor! Vá embora, suma daqui! Nunca mais quero ver sua cara! Não vou lhe perdoar jamais! Vai... Antes que eu grite por alguém para lhe surrar no pé-de-jurema, desgraçado!

Naufragados novamente em profunda tristeza, ambos se foram. Ela para chorar na cama e ele no mato. Mas nenhum dos dois conseguiu dormir. A moça rolou na cama, sobre o lençol úmido das suas lágrimas, até que lhe viessem chamar para o almoço. Não foi. À tarde, na hora da refeição também não quis sair do quarto, deixando a todos apavorados. Seu pai começou a preocupar-se, vendo que as mucamas não paravam de cochichar pelos cantos. Resolveu-se a sacudi-la. Entrou no quarto como um furacão para intimidá-la e foi querendo saber o porque daquele drama. Sabia o porque, também sentia muito pelo alazão, sabia o valor que tinha, mas não queria perder também a filha. Sinhá estava desolada e não apenas pelo seu Trovão. As horas lentas da madrugada lhe convenceram de que havia sido injusta com o Sereno. Estava agora claro que quisera apenas poupar o animal de mais sofrimento. Não podia carregá-lo nas costas e com certeza não quis que o alazão assistisse a desgraçada da onça comer-lhe as carnes ainda vivas. Ela estava soterrada de remorso e com muito jeito fez o velho concordar em mandar buscá-lo. Assim também concordou em levantar-se para se banhar e voltar à vida normalmente.

Alguns dias depois estava novamente sentada no alpendre, mas dessa vez assistiu a obra da natureza que se comprazia em dispor da sua atenção. O dia terminou. Escureceu por completo. Ela se lembrou da noite em que se assustou com Sereno. Dessa vez queria imensamente que ele lhe trouxesse a candeia. Havia preparado algumas palavras para lhe pedir que perdoasse a grosseria. Ninguém lhe dissera uma palavra durante esses dias, tinha a impressão cada vez mais densa de que não lhe queriam falar a respeito. Uma luz veio de dentro, mas pelo andar sem botas não poderia ser Sereno. Era uma mucama, que foi dispensada. Sinhá só queria a luz do velho caboclo, como naquela noite. Agora queria gostar dele, da sua sabedoria e da sua paz. A lua começou a aflorar, derramando seu prateado pelas colinas que pareciam abraçar em segurança a mansão. De repente, algo mexia nas folhas do pé-de-jurema-branca, que pareciam lhe acenar variando o reflexo do luar. Então, para sua imensa surpresa ouviu com nitidez o canto mavioso de um sabiá... Mas como? Sabiá cantando há essa hora? Não pode ser... Não queria aceitar o que seu próprio silêncio lhe dizia, lutava contra com todas as suas forças... Então ouviu de novo, logo ouviu outra vez e de novo tornou a ouvir... As defesas que havia erguido em si própria foram ruindo a cada canto, como se fossem rojões de poderosos canhões. Até que não pode mais sustentar a certeza que preferia. O sabiá só podia estar feliz. Tão feliz que nem se importava com a noite, não queria esperar o amanhecer! Se quisesse vê-lo sempre feliz, devia afastar a tristeza. Libertá-lo do próprio peito para que fosse completamente livre, para que cantasse onde quisesse e quando quisesse. Seu canto não era triste como o de outros, mas vigoroso e doce como o de uma flauta da natureza. A mucama voltou com um semblante pávido, mas quedou-se quando à luz da candeia viu que o de sua Sinhazinha sorria para a lua, já em seu esplendor. A mucama lhe disse: Sinhazinha, o seu pai mandou meu irmão e me primo buscar o Sereno... Mas eles não querem falar, estão com medo. Medo de que? Diga logo... Não fica brava comigo não Sinhazinha... Fala de uma vez, mulher... É que a onça pegou o Sereno também, Sinhazinha...

Completamente perplexa, a mucama ouviu a Sinhá lhe dizer com doçura: Não fique assim tão triste. Há essa hora ele deve estar bem assobiando por aí... Por onde, Sinhazinha?... Pela natureza, pelo céu, pelo rio grande, ou se lavando nas ondas do mar... A pobre mucama não conseguia atinar com aquelas palavras surpreendentes e Sinhá completou: Anda, pode deixar a candeia na arandela e vá pra dentro. Se precisar eu lhe chamo, agora vá. Quando mais tarde seu pai veio lhe buscar para dentro, aliviado pelas falas da mucama, encontrou-a bem disposta, quase feliz para aquelas circunstâncias. Sinhá aproveitara o tempo para fazer uma prece emocionada, repleta de gratidão e amizade, pela alma do velho Sereno. Durante toda vida estivera bem ali e nem o havia notado. Mas havia sido de grande valia justo no momento que mais precisou. Se estava feliz a ponto de assobiar no galho do pé-de-jurema àquelas horas, então deviam estar todos felizes: O Sereno, sua pobre mãe e também o Trovão. Não, não queria mais pensar em tristezas. Foi quando seu orgulhoso pai, sentindo necessidade de participar daquele momento lhe disse: Deixe estar, querida... Aquela maldita onça não irá longe... Eu me encarregarei disso pessoalmente.

Lou Poulit
Direitos Exclusivos do Autor

Foto de fer.car

O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?

O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?
Que olhar mais triste, sem esperança, tão cheio de dor...
O que faz ainda esperando que algo aconteça de especial, sem que se mova deste lugar escuro que você mesmo criou?
O que faz grande homem, com a cabeça baixa, olhando ao além?
Estou aqui para lhe auxiliar, para estender minhas mãos sobre seus ombros...
Para levar comigo sua saudade
Sua desilução de dias, seu amor não correspondido
Seu coração está tão vazio, tão cheio de nada, um nada maior que pode suportar...
De-me suas mãos, venha ao meu lado, siga-me, deixe-me mostrar como vale a pena viver e sonhar
Amigo, você é um homem como eu
sente a fúria de um grande amor
Chora arduamente esta febre que não cura
Esta falta que não cessa
Mas acredite grande homem... tudo passa, acalme esta sua alma
Este amor ainda viverá dentro deste peito
Fará moradia por toda a eternidade´
Mas não esqueça que viver está acima de tudo, não desista
Pode ser que um novo amor ainda esteja por vir
Por isso o que faz aí sentado, extasiado, contemplando a vida passar?
A vida simplesmente não espera
levante-se por mais que não acredite ter forças
Esxugue esta face molhada de lágrimas, esta alma tão calejada
A vida simplesmente não espera você decidir que amanhã pode viver um grande amor novamente
Por isso...
O que faz, sentado, extasiado ao contemplar a vida passar?

Foto de Neryde

Preciso de ti...agora!!

Abraça-me,proteja-me,
Preciso de ti...
Envolve-me em teus braços,
Dá-me teus beijos,
Preciso de ti...
Diga-me , escuta-me,
Espera-me, acaricia-me,
Preciso de ti...
Não me prometa castelos,
Nem sonhos futuros,
Só deixa-me desfrutar o "agora",
Porque agora preciso de ti,
Amanhã pode ser tarde,
De-me agora teu calor,
Entrega-me agora seu amor,
Pois, "preciso de ti".

Foto de InSaNnA

Déjá vu

O que acontece?
o meu coração ainda te espera,
a minha alma estremece ,
de tão apaixonada
dominas os meus sonhos,
quando anoitece..
Me diga,
O que acontece?
Nada muda,
nada,nada..
e eu aqui,angustiada..
Eu ,bem que poderia mudar as coisas,
mas o teu silêncio
me emudece..
Eu já ví tudo isso
ontem..
nada muda..
nada,nada..
Ai ,que merda!
Até o palavrão é o mesmo..

Foto de NewBeginning2006

Vá, mas volte...

Vai minha bela
Vá, mas volte
Estarei aqui a tua espera
Querendo ser o seu Norte

Vá em busca de emoções
Só não destrua corações
Vá aproveitar e curtir
Vá a todo lugar a sorrir

Leve o seu brilho ao mundo
Leve a sua leveza e pureza
Mostre a sua felicidade
Mas volte a sua cidade

Aqui alguém te espera
Alguém que já sentiu seu sabor
Dentro de mim está a garagem
Que guarda ansioso o retorno do seu amor.

Foto de Lou Poulit

Poema do Ateliê Engenho do Mato

Minha arte não pode morar
Em nenhum lugar para sempre.
Mas ficaria eternamente por aqui...
Despertaria ouvindo cantos desconhecidos,
Bem cedo, sem velhos azedos,
E começaria o dia sem medos
Dos tempos futuros, ou dos idos.

Minha arte sempre parte... Para algum lugar
Que não posso imaginar de quem seja.
Mas logo volta e feito doida me beija
E molesta a minha preguiça
Tão ingênua, e me alvoroça.
E antes que pensar algo eu possa,
Ávido, cato o que esteja ao alcance
Do meu silêncio e da minha nudez...

E já nada mais importa
Senão a arte... E essa minha prenhez!
Minha alma... Como um largo portal
Escancarada para todos os lugares,
Não aprende mesmo a sentar-se
Como uma mocinha de boa família...
Mas na verdade o artista é um velho lobo.
Seu silêncio é um cosmo
E seu covil uma ilha.

Não duvidem do seu velho coração
Tão lúcido de abraços e beijos,
Nem subestimem os seus olhares
Baços de tantos lugares...
Porque o lobo sente e vê
Apenas com a alma e, por tanto exercê-la,
Não há estrela no seu manto antigo
Que não lhe trate pelo nome... Amigo.

Itaipú(Niterói)/RJ - 2006

O artista plástico carioca Lou Poulit, criador da série de pinturas sobre tela e esculturas "Element Ballet" (Bailarinos Elementais), dentre várias outras, com centenas de obras vendidas para quase todos os continentes nos últimos 7 anos, escreve poesias, contos e crônicas há 20 anos. Acabou de chegar nesse Site e nele pretende começar efetivamente o trabalho de tornar públicas suas letras. E espera fazer bons amigos nesse espaço.

Foto de THOMASOBNETO

Murmurios

MURMURIOS

Cansado...
Sentado á beira da sarjeta.
Bêbados as portas da loucura,
Balbuciava entre os dentes...
Estranhas e confusas palavras.

Palavras que se misturavam...
As lágrimas e aos risos.
Que pareciam ser sinistros,
Mas eram apenas o desabafo.

Desabafo de um mendigo.
Bêbado maltrapilho de rua...
Que trazia lembranças nuas,
De tempos que ao longe se vão.

Infernos que atormentam.
Sonhos que se desfaleceram.
Numa fasta rotina peregrina...
Que agrilhoa a vida.
Consome as entranhas da alma.

Louco ou possuído?
Quem ouviu os segredos?
Pronunciadas nas estranhas frases.
Ao vento murmuradas.

Vida ou morte? É sem sentido.
Ele espera com viva esperança...
A paz em um distante minuto.
Revelada na ternura de sua...
Intima criança.

THOMAZ BARONE NETO.

Foto de Anjo Violinista

A Chave

A chave é o principio
É o inicio de uma realidade
É o que abre uma porta,
Um sonho,
Uma esperança ou até
Mesmo uma vida

Vivemos e vivemos
O tempo não pensa em parar
As coisas se passam
E muitas das vezes não sabemos
Que chave queremos

Vivo na espera de um amor
Vivo na espera de meus sonhos
Vivo na dificuldade de meu olhar
Vivo duvidando sobre que sou
Vivo tentando achar minha chave

Chave essa q ajudaria muito
Chave que através dela veria meu viver
Chave que entenderia o porquê dos caminhos
E as dificuldades que nele possuem
Chave que em seu formato encaixa você...

Foto de rodrigodupim

So mais um poema comum

Tem dias que você acorda simplesmente por que tem que acordar
Seu corpo esta cansado, porque amar?
Para sofrer, para não ser correspondido????
Por que Sofrer??? por que somos bobos e gostamos de sofrer??
Por que dizem que um homem não chora??
Um homem não pode ser romantico?? quando é pensam que é piada??

É realmente tem dias que acordo com inumeras duvidas na cabeça,
Mais logo abro a janela vejo as vezes aquele dia lindo que nos da mais esperança
De aquela pessoa que você pediu ao Cara Lá De Cima, por tantos anos e que sem querer
Decidiu aparecer na sua vida mesmo longe mais apareceu.... ira ter a honra de ter pelo menos seu sorriso

Por que as pessoas não dão valor para um simples sorriso um simples abraços???
Só daram esse valor quando a pessoa que te tocou mais fundo e esta longe onde não possa fazer isso
De tal ponto que tenha inveja das pessoas que podem fazer isso todos os dias
Por que as pessoas procuram primeiro o corpo para depois ver o coração???
Só descubriram que o verdadeiro amor é quando se apaixona primeiramente com o coração e depois a beleza
Pois quando apaixona-se pelo coração a beleza exterior por mais bela que seja so ira aumentar e solidificar

Agora porque uma mulher não acredita quando um homem diz eu chorei por você?
Sim concordo são poucos mais eu choro por amor, sim eu choro por sentir saudades e não é vergoinha
e sim um ato que mostra que vivier apaixonado é um estado de espirito é um bem ao coração pois este choro
vem do nada quando mesmo do nada pensa naquela a qual você implorou e quando aparece não esta junto
E sim com uma certa distancia, mais logo você lembra o amor não tem distancia mais para o coração sim
Ele se sente carente triste e ai você percebe que não so o homem chora mais o coração de um homem também

Não importa a distancia, não importa as barreiras, não importa todos so problemas que enfrentar pois quem ama por mais dificil que seja ele espera, ele luta ele vai até o fim, pois quando encotra-se o seu verdadeiro amor
Não tem preço que pague, pois o beijos todos os dias parecem que seram os primeiros e a intensidade é tanta Que parecer que será o ultimo, de tão bonito que parece a melhor cena do filme.

O verdadeiro amor quando junta-se não a nada que os separe não a nada mais belo
Tudo em volta parece simples pois tudo que precisa para sobreviver é esse verdadeiro amor
Tudo fica mais facil mais belo e perfeito

Amar é algo que todos procuram muitos se enganam porém poucos encontram, algum encontram mais a distancia
Faz por a prova se é verdadeiro mesmo.

Então se você ama de verdade passa por cima de tudo e seja feliz

ASSIM FAREI!!!!!!!!!!!!!!!!

Foto de Marilac

Solidão

Meu Bebê!!!!
Essa mensagem enviada em 15/02/07, me deixou muito emocionada, suas palavras tocaram no fundo do meu coração.... não sei se hoje estou mais sensível, carente ou se é tudo junto.....bebê eu não tenho que escolher eu já escolhi...é você que eu quero para amar....vc é o homem que sempre amarei.....te vejo com grandeza maior dos meus sonhos, o melhor!............ do meu corpo te fiz dono...és o homem que amo....vc fez minha vida se encher de paixão, quero morar no seu coração com, esse amor profundo.....nosso encontro vai acontecer para reafirmar o desejo que sempre tivemos de se amar....quero confirmar meu amor diante dos seu olhar radiante.....sei que a saudade se faz dor....Tenho vivido a tua espera! Tenho vivido pelo teu amor! Eu te quero em mim...............Mas você não está aqui......Me pego pensando em ti, imaginando ti querendo.......suas doces palavras aliviam a imensa dor que tenho em meu viver......da solidão que sinto......vontade, desejo insaciado, grito de amor calado, pela distância que nos separa, murmúrio de dor, espinho de flor sentido no fundo da alma, de não poder ter aquilo que mais se quer....é a dor mais profunda na vida de uma mulher....não suporto a solidão.....
Bebê!! Ter solidão na vida é viver sem ter vida....é morrer de uma morte que na realidade não mata....que destrói aos pouco.........que machuca o coração....porque a tristeza da ausência acaba se sobrepondo a tudo de bom que vivemos......
Bebê!!! A saudade sempre é marcante, quando se sente amor no coração......Eu te amo muitoooooooooooooooooooooooooo Te quero pra sempre em minha vida.........
Beijos, muitos beijos
Marilac
19/02/07

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