MURMURIOS
Cansado...
Sentado á beira da sarjeta.
Bêbados as portas da loucura,
Balbuciava entre os dentes...
Estranhas e confusas palavras.
Palavras que se misturavam...
As lágrimas e aos risos.
Que pareciam ser sinistros,
Mas eram apenas o desabafo.
Desabafo de um mendigo.
Bêbado maltrapilho de rua...
Que trazia lembranças nuas,
De tempos que ao longe se vão.
Infernos que atormentam.
Sonhos que se desfaleceram.
Numa fasta rotina peregrina...
Que agrilhoa a vida.
Consome as entranhas da alma.
Louco ou possuído?
Quem ouviu os segredos?
Pronunciadas nas estranhas frases.
Ao vento murmuradas.
Vida ou morte? É sem sentido.
Ele espera com viva esperança...
A paz em um distante minuto.
Revelada na ternura de sua...
Intima criança.
THOMAZ BARONE NETO.
Comentários
Para THOMASOBNETO
Grande poema, digo já de partida! Uma das coisas que mais me magoa é ver mendigos de vidas perdidas a rastejar pelos pavimentos molhados, em suas vestes rotas e rostos de uma vida infeliz... retratou isso muito bem, parabéns.
Porque mais lindo que o amor, é só mesmo escrever sobre o amor:
^Ö^ Cheila Pacheco ^Ö^
THOMASOBNETO
Olá poeta, estou encantada com os poemas que até agora li de
sua autoria sempre belos... estes mrumúrios que ninguém quer ouvir... Onde eu acredito que em cada ser viva uma criança sempre a nos perguntar o que fazemos conosco mesmos ...Muito bom poeta!!!
Beijinhos iluminados
ângela lugo