Espaço

Foto de Carmen Vervloet

POEMA ALADO

POESIA ALADA

Mesmo quando a vida
colocar em mim seu ponto final,
mesmo quando a morte meu corpo levar afinal
qual andorinha que fez seu ninho no beiral
e partiu cruzando o espaço abissal
minha alma voará pelo desconhecido
e misterioso caminho astral, mas
imortalizada no poema deixarei minha emoção
com asas de pássaro, com cheiro de alfazema
que por certo num velho livro amarelado
pousado numa página esquecida
tocará algum sensível coração
e nele florescerá qual miosótis orvalhado
fazendo renascer o momento
que ficou tão longe, no passado.

Carmen Vervloet

Foto de Fabricio silva

De ilusão em ilusão

Estou escrevendo esta carta para dizer que nunca te encontrei. Eu nunca estive onde você estava, onde você esteve. Minha margem era sempre o fundo do rio. Você insistia em voar de asa delta.

Ontem sentei novamente na ponta daquele quebra-mar. Lembrei das tantas vezes em que tudo era saber você. Lembra do universo que era meu corpo? Está implodindo, toda aquela escuridão de beleza, de prazer, de intimidade, está indo embora. Meu corpo (e isso é algo que me deixa triste) está voltando a ter a cor de sempre. Mas essa, essa cor não fica para sempre e você também não vai ficar.

Estou escrevendo esta carta porque o tempo é inevitável. Esta carta foi feita para ser perdida dentro de um livro esquecido na estante, para ser roída pela traça mais gordinha que a sua biblioteca tiver, para ser encontrada por escanfandristas (Ah! Chico Buarque...) quando o dilúvio vier e o sertão virar mar. Esta é uma carta feita para ser desfeita.

Ontem foi ontem novamente e eu lembrei de você pela penúltima vez. A última ainda está por vir, e não é essa. Ontem foi ontem, mas a minha sede, que você imbecilmente ignora, é de apenas um hoje feliz. É de um carinho que retorne para mim como o protetor solar espalhado nas suas costas. Eu também quero me proteger do sol. Quero que me protejam.

Estou escrevendo esta carta porque não paguei o telefone, esqueci dos prazos esperando que as nuvens refizessem a imagem do seu rosto. Estou escrevendo esta carta porque você não atende o telefone. Estou escrevendo esta carta molhado da chuva que tomei no orelhão.

Ontem ficará para trás, mas enquanto isso eu deixo esse dia ecoar no meu albúm de fotos imaginário. Irá diminuir, diminuir, passará de poster de 3 folhas, frente e verso, para uma fotografia 3 x4 no canto inferior esquerdo da página ímpar. Vai ser preciso separar com cuidado as folhas para não arrancar seu rosto dali. Enquanto isso, ocupe o espaço que quiser.

Estou escrevendo esta carta porque você não quer. Estou escrevendo esta carta porque não sei onde você está.

Escrevi esta carta, mas não sei como entregar.

Carinho,

Later.

Foto de nowmoon

férias

*
*
*

Não consigo correr com o tempo,
Não sei que mais fazer para que ande,
Tento esquecer as horas,
Quero afastar-me desta dor
Mas não consigo,
Adormeço no chão,
Acordo com a solidão,
Finjo estar bem,
Mas as lágrimas descem,
Dois dias de férias,
Mas para que?
Onde poderei gastar o tempo,
Como poderei apagar a dor de não te ter,
Onde me poderei encontrar,
Para de novo voltar a sonhar,
Esqueço a alma,
Porque a dor não acalma,
Não sei o que mais me dói,
Se a ausência,
Se a tua partida de vez,
Sinto-me nua,
Sem espaço nem coração,
Para quê seguir?
Se esta dor não me deixa existir!
A família não me vai entender,
Não posso lá aparecer,
Mas, preciso de colo,
De um abraço que me aqueça,
Alguém!
Que me acalme e que assegure,
Que amanhã esta dor vai parar….
blackmoon

Foto de nowmoon

"Vazio"

*
*
*
*
Esqueço o sol,
Sinto-me nua…
Finjo que sou,
Tento ser,
Não sei ser,
Como ser?
Abraço o frio,
Aqueço-me com o vento,
Tento viver,
Finjo não me importar,
Esqueço porque estou…
Visto-me de mim,
Sem nada de mim,
Com nada de mim….
Afogo-me na água que por mim desce,
Penetro a solidão e imagino-te…
Não sei o porque,
Não sei o quando,
Não sei como,
Sei que aqui estou,
Aqui te espero,
Sem certezas do meu espaço,
Da minha vida,
Espero!
Como barco que deriva no mar,
Velas pintadas como telas de carvão,
Pintado enquanto se come pão,
Porque são,
Espaços vazios onde não entra devoção,
Devoro as horas,
Entro em pressão….

Foto de THOMASOBNETO

Você e as Rosas

No absoluto espaço, em que o olhar se perde.
Transbordando brilho de perpétuo esplendor!
Absoluta senhora sobre as nobres estrelas.
Lua prata, singra o céu, em doce mistério.

Paira um instante de profundo silencio...
Quebrado pelo jorro das gotas de orvalhos,
Que em serena cascata beijando as madrugadas!
Rouba dos anjos, a boêmia e seus fados!

Desabrochando como as pétalas das rubras rosas.
Que já foram botões, antes de serem perfumadas flores.
Roubando o encanto da lua, consolando as estrelas.

Meus pensamentos tal qual ditosa lua.
Indiferente á tristeza que persiste em me torturar...
Singra minha alma em busca da presença tua!

Baroneto

Foto de Carmen Vervloet

NOVO AMANHÃ

O ouro da aurora tão puro
Surgindo do espaço sideral
derrete um sentimento tão denso e duro
neste meu pranto torrencial.

Minha alma sombria evoca tédio mortal
Nas reticências de um lamento
Qual pássaro que emudeceu no beiral
Mas o sol põe um ponto final neste tormento

Meu eu profeta surge no compasso do verso
E cerca-se de ondas de inspiração
Capta os sinais sutis do universo
Com os olhos videntes do coração

Traz-me prenúncios de um novo destino
Pintado de sonhos cor de rosa
E neste meu desvelo repentino
Desabrocho qual delicada rosa.

E flor... espalho meu perfume
Nas sombras móveis do jardim
E faço da minha alegria um lume
Nas nuances de minhas pétalas carmins.

Carmen Vervloet

Foto de faby braga

PALAVRAS.....

PALAVRAS...

O que são palavras diante desta paixão que me domina,
Que explode dentro de mim, exalando através dos meus poros,
Todo o amor que sinto pôr ti.
As palavras se perdem na imensidão do espaço enquanto que o meu sentimento expressa a mais pura beleza de um ser.
Quantas palavras preciso dizer...
Quantas palavras preciso escrever quando só basta me olhar e se convencer de quão iluminado estou.
O amor... Simples, natural, astral...
De quantas palavras precisamos para decifrar o óbvio?
Mergulhe em meus olhos e veja em sua profundidade um brilho que te traduz.
O teu sorriso me cala e a febre que me queima também te incendeia. É só te tocar.
Se mesmo assim queres ouvir-me, tentarei dizer-te o quanto penso em ti.
Amo-te doentiamente,' inimaginavelmente' mesmo quando tu não estás. Respiro o mesmo ar que tu respiras e nem posso pensar em como viveria sem ti.
Ai, como me dói tua ausência!
Obsoletas e repetitivas se tornam as palavras de amor...
Se queres saber o quanto te amo, olhe a sua volta e respire o perfume do ar que te rodeia, sinta a magia das flores e da natureza, ouça a sinfonia dos pássaros fazendo-te serenatas em pleno alvorecer, e perceba numa noite de Lua toda a suavidade de uma bruma a envolver-te levando-te até mim,.
As palavras, afinal, amenizam as saudades que sinto de um amor eterno que viaja através dos tempos sem abater-se.
Lágrimas rolam pela minha face recordando-me da felicidade infinita e embora um tímido sorriso me apareça, é só porque acredito no nosso encontro futuro.
Mesmo que eu estivesse no mais alto grau da minha existência, conseguiria traduzir-te em palavras todo o meu amor e agradeço aos céus a cada dia pôr sermos um só.
Perdoe-me! Tardias se fazem minhas palavras. Eu sei. Mas também sei que tu escutas e que teu espírito estás a ouvir-me. Não me abandonarás e me esperarás até nosso próximo encontro. E, com esta certeza, consigo agora me firmar para continuar sem ti.
Não mais sei quem sou! Não mais me identifico! Só consigo pensar em uma única palavra: Amor.
Incoerente! Pensar que, o quê me sobrou foi somente uma única palavra: Amor! A qual sempre contestei pôr querer apenas sentir e fazer com que você me interpretasse. Um verdadeiro egoísta!
Irõnico! Logo eu, que sempre desprezei as palavras, tenho agora que contentar-me com elas. Em apreciá-las até.
Um mero mortal eu sou!
Tu tens enfim, o que sempre quis ; "As Belas Palavras de Amor".

Faby

Foto de Ana Rita Viegas

Tenho Sede

Tenho sede
das tuas mãos,
que percorrem meu corpo.
Das pontas dos teus dedos,
tocando suavemente minha pele.
Da palma côncava da tua mão.
Amarrando meu corpo.

Tenho sede
das tuas pernas atléticas,
entrelaçadas nas minhas.
Dos teus joelhos quentes,
roçando nos meus.

Tenho sede
do teu olhar ao acordar.
Do brilho no escuro,
iluminando o meu espaço,
cobrindo-me de luxo.

Tenho sede,
desses teus beijos fogosos,
que atrevidamente e ardentes,
saciam todo o meu ego, todo o meu ser

Tenho sede,
e esta sede não vai saciar-se...
Cada dia que passa
fico com mais e mais ardor

Tenho sede,
sede dos nossos desejos latentes
de quando nos inundamos
em jogos intensos
do suor escorrendo pelo teu corpo.

Tenho sede,
sede das tuas veias em relevo.

Tenho sede,
sede de ti.

Foto de Carmen Lúcia

Fim de tarde...

Fim de tarde...
Infinitamente tarde.
Que faço do amor
que não se finda
com a tarde...
Como a tarde.
Dos sonhos que não se acabam
embrenhados na tarde que se vai,
sem alarde.
Sem piedade, sem aviso, ela sai
e a nostalgia que fere, cai.
Como fino punhal
trazendo o final.

Por toda parte
o amor invade...
Sem saber que já é tarde,
sem saber o quanto arde
quando é infinitamente tarde.
E a tarde finita e fria
se alastra pela noite
sem sonhos, sem poesia
e acaba vazia.

E pelos cantos o amor se anuncia
pensando que ainda é cedo,
que ainda é dia...
que ainda cabe no curto espaço de tempo,
que cabe à tarde
que se finda,
levando toda magia...

Carmen Lúcia

Foto de betimartins

Quando o coração fala de amor...

Quando o coração fala de amor...

Foram vidas, caminhos sempre sofridos, choros perdidos
Etapas que tu e eu, passamos separados, sozinhos, abandonados
Foram porquês, não esclarecidos, revoltas, tristezas, solidão
Momentos que nunca soubemos, preencher nos nossos corações
Sedentos de amor, querendo amar-nos, sorrir juntos, dançar e caminhar...
Mas caminhamos, construímos vidas ao nosso redor, sem medos.
Construímos famílias, doamos o que teríamos de melhor dentro de nós
Mas dentro de mim e de ti faltava algo, faltava tudo...Faltava amor...
Faltava amor de verdade, faltava te encontrar, e como nós. nos procuramos.
Na nossa ânsia de nos encontrar, buscamos respostas, nas entrelinhas da vida
Dentro dos nossos corações, pedimos a Deus este momento, pedimos com fé
E Deus concedeu, Deus nos colocou, nestes caminhos, juntos, unidos.
Tudo mudou, tudo clareou dentro de nossos famintos, corações sofridos
E quando, nos encontramos, a terra chorou, o dia amanheceu rapidamente
Alegre, feliz e o canto da felicidade vieram morar, em nossos corações
E eu, quis morrer ali naquele momento de tão cansada mas eu renasci
Em cada palavra dita por ti, em cada, caricia tua feita a mim e nesse teu amor
No teu amor que deste sem eu nada pedir, no amor que tanto, tu e eu procuramos
E, juntos encontramos, neste nosso olhar viajamos pelo espaço divinos, juntos...
Que só eu e tu sabemos acessar, sabemos chegar falando de amor, almas únicas
Almas, deixando os nossos corações falar de amor, falando sempre apaixonados...

betimartins

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