Escuro

Foto de Marilene Anacleto

Jesus é Mesmo Meu Lume

Tudo escuro. Janela aberta
Não sei se é a hora certa
Para descrever pensamentos.

Chuva que pinga na calha, vários plim-plim, um alento.
Ao olhar pela janela, nada vejo, sinto o vento.

O pensamento voa com velocidade da luz.
De repente já estou lá nos tempos de Jesus.

O povo ali procurando, como sempre, um socorro,
Como hoje ainda acontece, todos querem o tesouro.

E Jesus vai atendendo o pedido de todo mundo
Sabe que têm mentes duras, necessário explicar tudo.

Sabe ainda Jesus, que eles não querem mudar
A lei dele é o Amor, seu exemplo veio dar.
Deixou claro que primeiro é preciso acreditar.

Lá vai Ele pelas ruas cercado pela multidão
Alguns querem a palavra, outros esperam pão.

E Jesus já nem descansa, apesar de ser humano
Nunca reclama de nada em qualquer lugar tira um sono.

Acordado pelas crianças, abraça-as sorridente
“Deveis proteger a vida, são a continuação da gente”.

Nas montanhas empoeiradas, estava eu ouvindo Jesus
Até hoje ainda me dói aquela lembrança da cruz.

Ele diz que isso é passado, que não há o que sofrer
Ressuscitou e agora vive no coração de quem crê.

Na montanha estou de novo, a ouvir atentamente
Passaram-se vidas e vidas, nada se perdeu no tempo.

Agora estou retornando ao meu quarto lentamente
O pingo de chuva na calha diz que cheguei normalmente.

A doce lembrança do Cristo e o Seu doce perfume
Marcaram-me todas as vidas. Ele é mesmo o meu Lume.

Foto de josé dias

as promesas de amor

eu prometo .
prometo realizar os teus sonhos, agarrar uma bela arco-ires e conpartilhar com a tua belesa, pegar os seus problemas de joga-las no mar.
prometo
quando a saudade estar na tua cola, quando a solidão dominar o teu mundo, quando a saudade te abraçar, e o desespero te acorrentar, eu prometo , enviarei milhões de beijos pelo vento para epulsa-las e manter o sorriso no seu rosto.
eu prometo.
mesmo no escuro eu darei conta do seu olhar, mesmo calada eu darei conta do seu silencio.
eu prometo.
estarei comtigo nas noites de lua cheia e darei-te uma estrela , ou a galaxia
eu prometo.
eu prometo acorrentar o meu coração ao seu , eu prometo

Foto de Melquizedeque

Poetiza

Certa lembrança rasgou dentro de mim os meus diários indeléveis
Vi nas ruas o reflexo de cães melancólicos que vagavam em infinita jornada
Fui banhado por ondas catastróficas de águas salgadas, ao sentar na sarjeta de sua rua
Lembrei de tempos passados em que me recolhia no calor de seus seios
E um bilhete rabiscado recebi de um mensageiro indecifrável

Olhei o papel envelhecido pelo tempo, e sua letra ali estava quase recém escrita
A dor da morte em meu peito apertava e aquela lembrança me remoia
Pensar no tempo em que te amava, mesmo um amor não consumado
Refazia minhas fábulas e cada personagem que eu vivia
Sempre herói tu me fizeste ainda que tão fraco e impotente

Aquela manhã jamais esquecerei... Quando acordei com imensuráveis sentimentos
Não havia forma alguma que minha mente entendesse, mas fui tomado de energia
Corri enlouquecido sem saber o rumo que tomara, não parei em nenhuma esquina
Não sei dizer se cheguei dormindo ou acordado, mas vi você na calçada caída
Na frente de sua casa uma multidão lhe rodeava. Fui banido de ver o que ali ocorrera

Eu sabia muito bem do que se tratava. Percebi que seu respirar eu já não mais sentia
Sua ida foi acompanhada de um crepúsculo fulgurante. Minha poetiza havia partido
Sem haver despedida, nem último beijo foi-se para o reduto onde nascem as palavras
Talvez um dia eu me torne eterno como tu, ou eu seja enterrado no olhar daqueles cães
O escuro hoje é meu aposento que resguardo meu lamento junto com a melancolia.

(Melquizedeque de M. Alemão, 26 de maio de 2011)

Foto de Arnault L. D.

Lado escuro da Lua

Quando ela pensa em amor,
se apega em olhar a Lua.
A vê brilhando iluminada.
O espetáculo em cena que atua.

Nenhum astro há de destoar,
Colaborando a ornar o infinito.
Tendo ao fundo um azul-ultramar,
tanto ponto de luz, tão bonito...

Quando ela pensa no amor,
Suspira, a olhar para o céu...
Colorindo em lápis de cor,
lambuzando-se o querer de mel...

E o luar flui exuberante.
Brilhante, no céu faz-se impor.
Um adorno de diamante
nos dedos da noite, a se expor...

E entre astros estou consumido.
Quando pensa em amor, eu não sou...
Estou lá, mas, como se escondido,
no lado oposto da Lua estou.

Em seus olhos cegos pelo brilho,
eu opaco torno-me invisível.
No lado escuro da Lua me exílio.
Ela pensa o amor e eu a amo, no impossível.

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

$
$
$

Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de Samir Querino

O Vale das sombras

"Caminhei por horas e horas, não achei o que eu procurava
Caminhei dia após dia, encontrei o que não merecia
O amor traçou o caminho que tão feliz eu trilhava
Caminhei por toda uma vida, mas perdi tudo o que eu tinha."

Como conviver com a escuridão
se o sol iluminava o meu viver?
Como me deitar com a solidão
depois de ter sonhado com você?

No escuro desta vida tenho vagado
Quisera eu, morrer de uma vez
Sozinho, sem ter você do lado
meu pobre coração não se refez

Como posso aceitar o silêncio
depois de ter ouvido sua voz?
Como posso não chorar - eu penso...
se o desejo de chorar é feroz?

O silêncio me embriaga o pranto
que o orgulho não deixa sair
Não pensei que doesse tanto
para uma única lágrima cair

Lágrimas de arrependimento...
Ou lágrimas de dor
De angústia, sofrimento...
Talvez lágrimas de amor

Vaguei por muitas léguas
não cheguei a nenhum lugar
Eu preciso de uma trégua
eu preciso me encontrar

Talvez não esteja perdido
pois saída já não existe mais
Eu sou como o anjo caído
que não pode voltar atrás

Talvez seja o meu destino
contra o qual não devo lutar
Fadado ao desatino
de no Vale das sombras vagar!!!

Foto de Carmen Vervloet

MÃOS DE MÃE

Mãe... hoje contemplo suas mãos frágeis e delicadas
e vejo nelas marcas de dedicação delineadas...
mãos que já foram ativas... fortes... tão determinadas,
mãos que amassaram o pão nosso de cada dia,
mãos que souberam ofertar a rosa com alegria,
mãos... onde ainda hoje vibra tanta energia...
Mãos que arrancaram o sustento da vida
com garra e determinação,
mãos que ainda se postam em oração...
Mãos que nos proporcionaram excelente educação,
que sempre mapearam da vida a direção
e indicaram o caminho do bem e do progresso...
Hoje se alcançamos qualquer sucesso
a essas mãos... santas mãos... ele é devido,
mãos que foram à luta...
Mãos que orquestraram em acordes de amor
a vida com sua delgada e suave batuta,
mãos amigas... companheiras...
Mãos de mulher guerreira!
Mãos que em cada delicado gesto
mostraram-nos um rico e intenso universo!
Mãos que nunca se fiaram na sorte
e que nos deram o suporte...
Teceram com trabalho nosso futuro,
mãos que acenderam com sabedoria o escuro...
E como a vida como a lua tem fases,
deixaram para trás o esplendor da lua cheia,
mas em cada uma dessas salientes veias
que marcam essas suas abençoadas mãos
corre o sumo do amor que a nós suas filhas
por toda uma vida devotou... e abençoou...
Um amor ilimitado entranhado para sempre
no âmago do meu ser
que eu sinto de uma forma tão intensa
que com palavras jamais poderei descrever...
Ah! essas santas e abençoadas mãos
que eu venero com toda devoção...
Que eu beijo com amor...
Mãos onde leio a mais linda oração
que nutre e nutrirá eternamente
o meu agradecido coração!

Carmen Vervloet

Foto de Emilayne Cristhina

Quero acordar em mais um dia de sol.

Queria acordar em mais um dia de sol, onde tudo são flores.
Onde não ha tristeza, dor ou pranto.
Tudo isso ja se passou, foi mais um sonho!
Agora sou eu e o nada, sozinha na estrada, no breu ouço os meus passos, o vento sussura em meu ouvido e o escuro me domina, preciso acordar ja é cedo, o começo de uma nova rotina.
Há que saudade daquele dia de sol.
Queria voltar a ser criança, brincar sem responsabilidades, passar horas me sujando no barro, entrar para dentro de casa e ouvir as cantigas da mamãe enquanto está a cozinhar.
Tomar um banho de chuva e sentir o cheiro da terra molhada, sentar embaixo da mangueira e me lambuzar. Depois do banho, aquela comida caseira e na cama as cantigas de ninar e o papai a acompanhar.
Hoje, preciso me libertar desse túnel sem luz pra iluminar, dessa vida amargurada que levo sem ter com quem contar.
Meu objetivo? ultrapassar limites, vencer barreiras.
Ser como um passaro que vive livre para voar, perto do sol, junto ao vento e perto do mar.
Voltar a ver aquele dia de sol, onde tudo são flores.

Foto de Carmen Lúcia

Mãe é eterna

Da parede de meu quarto
cuida-me o teu retrato,
pintura à óleo, indescritível,
imagem que me fala,
imperceptível, o que preciso ouvir,
sussurrando aos meus ouvidos
o canto de uma fada,
voz em mim gravada ao te ver partir...

Teu olhar a me seguir de onde tu estás,
aflito com o que faço, com o que eu possa errar...
Acaricio o teu rosto, beijo tua face,
peço que me abençoes e venhas me brilhar,
és luz que me alivia, me induz a acertar.

Guardo teu sorriso meigo
e sem qualquer disfarce
deixo cair as lágrimas da dor que me quebranta
em meio às lembranças que permeiam os cantos
da casa onde agora o silêncio mora
velando teus encantos em forma de saudade
que ao mesmo tempo arde
e me revigora...

Mãe é para sempre, é amor eterno,
ser que não se acaba mesmo quando ausente,
mesmo quando cedo sai sem ir de nossa história,
marcando com os seus gestos, a nossa memória,
presença radiosa a preencher vazios,
caminho que nos leva e traz de volta ao ninho.

Em cima da mesa a toalha bordada
por tuas mãos de artista, como era antes,
espalhando euforia dos dias de festa,
doravante, desses dias, é o que me resta.
Tua vigília sacrossanta nas noites de medo,
tua luz sempre acesa nas horas de escuro,
os carinhos que não esqueço, verdadeiro abrigo,
colo que abraço e beijo ao sonhar contigo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

*
*
*
*
Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Páginas

Subscrever Escuro

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma