Quando a noite cai sobre mim
Deito-me envolvida pela escuridão,
Tapada com o manto das estrelas,
Contemplando a lua com emoção.
No meu rosto, o véu da melancolia,
Com lágrimas que correm perdidas…
Sou apenas mais um número,
Estatística de pessoas esquecidas.
Quem passa, finge que não me vê,
Sou vagabunda transparente…
Se tenho fome ou sinto frio,
A todos é indiferente.
Sem roupa decente para vestir,
E mais parecendo um espantalho,
Ninguém me abre uma porta,
Como vou eu arranjar trabalho?
De dia ando pelas ruas,
Pedindo, com um pouco de esperança,
Sendo animada por vezes
Pelo sorriso de uma criança.
Já um dia fui feliz
E passei pelos outros sem os ver.
Mal sabia eu que me esperava
Ficar na rua, tudo perder...