Escola

Foto de Marilene Anacleto

Maternidade

$
$
$
$

Madura. A menina mãe
Evolui de forma dolorida.
Acaricia seu pequeno ventre,
Onde brota a vida de sua própria vida.

Passos mansos e comprometidos,
De um corpo de sonho contido,
Sorriso brando num brincar criança
Esparge no espaço a pura esperança.

Deixou de ser a formosura,
Quadril equilibrado com a cintura,
Para arredondar-se de flores roseadas
E ser, do fruto gerado, a raiz sagrada.

Amadurece mais, quando se rasga,
E silencia o choro com o abraço.
Refloresce em sorrisos doces alargados
A cada cantiga, a cada toque no pequeno amado.

Mas já se preocupa em levá-lo à escola,
E se um dia pisará na grama,
E se dormirá na sombra das árvores
Como os meninos das histórias que lhe conta.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Retrato de Minha Mãe

*
*
*
*
Aos dezoito anos, era terra fecundada,
Susto a modificar a vida da professora ainda não formada.

Aos dezenove, o nascimento da filha.
E, seguiram-na, mais sete filhos.

Na vida de professora, sem ajudante certeira,
As que iam surgindo só pensavam em brincadeira.

O astro-rei adoecido precisou de grande ajuda.
A maior cuidou dos menores, fazendo as coisas miúdas.

Nas férias da escola, julho de cada ano,
Costurava, limpava casa, reformava velhos panos.

Transformava-os em cueiros, fraldas e fronhas.
Roupas e sapatos dos grandes, ficavam para os pequenos.

Cadernos a corrigir, roubaram nosso carinho.
A atenção aos alunos, tirou-nos a alegria.

Plantava, no quintal, frutas, verduras, legumes,
Não tínhamos comidas chiques mas nunca passamos fome.

A arte de reciclar, moderna nos dias de hoje,
Aprendemos no dia-a-dia, entre bananas e repolhos.

Hoje, apenas cinco filhos. Os outros seguiram caminho.
Viúva recentemente, aprende a viver sozinha.

Sua presença, a cada instante, nos ensina:
Perseverança, trabalho e fé são o caminho.

Marilene Anacleto

Foto de fisko

Diário de inocência

Pouco se sabia dela. Era baixa, pálida, engraçada e reservada. O mundo tinha menos cor sempre que Jaime, o miúdo mais novo da família, ficava sem a ver.

Falava-me muitas vezes da tal moça, que esperava por ela no portão da escola, escondido, só para a poder contemplar de perto.
Um dia chegou-me a casa branco, mais branco que a farinha que sua mãe usava para fazer o pão. - Ela disse-me olá! - Bem, fiquei sem saber o que lhe dizer, como é evidente, mas logo apertei aquele pedaço de carne com uma máquina por dentro, a máquina que nos leva a gostar mais deste do que daquele sem que nos notemos, quase como dois organismos diferentes.
Abracei-o com tanta força que o pobre rapaz ficou assustado. - Que se passa António? Oh, oh! Larga-me! - E eu sorria tanto. Parecia que estava a abraçar-me a mim mesmo, o “eu” de quando tinha a idade de Jaime, o “eu” que amava tudo como a inocência dispunha.

- Oh rapaz! Então ela disse-te olá? E como foi? - Perguntei-lhe eu, como se já não soubesse da resposta prática.
- Bem, eu estava a jogar às escondidas, ela passou por mim e disse-me olá para que o Pedro soubesse que eu estava ali escondido. - Meio envergonhado e com cara de malandro, riu-se às gargalhadas quando me viu sorrir ao ouvi-lo.

Todos os Jaimes e Marias, ou Joanas, ou até donos dos nomes mais esquisitos acham piada a este "adorar" alguém quando se é pequeno.
E rimo-nos muito durante algum tempo. Se calhar o pequeno só se ria por aceitar o meu sorriso também.

Hoje já não sei o que é feito de Jaime. Já algum tempo se passou desde este nosso episódio épico. Nem sei se ainda se ri quando semelhante calha, só sei que dele já nada sei. Entretanto mudei-me para Lisboa e o rapaz lá ficou na pequena aldeia.

Quando somos pequenos é-nos tudo tão diferente. Ninguém nos legenda a vida para que percebamos logo as suas manhas (e também precisamos de nos cultivar um pouco).
Ah Jaime, relembra-me o tempo de que a alma se esqueceu. O corpo cá fica o mesmo. Envelhece, muda de cor, mas fica sempre o mesmo.

Jaime, dá-me o lume da leveza que é não ter preocupações.
Ah! Pudesse eu viver de novo e não me espantar sempre que alguma moça me diga olá, só para não provar o desgosto de uma paixão sumida.

Jaime, Jaime, relembra-me da felicidade que eu era.

Foto de Carmen Vervloet

AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando nos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

Carmen Vervloet

Foto de Fernando Vieira

Bullying

Bullying
(Fernando Vieira)

Geralmente é na escola
Que essa prática acontece
Uma agressão desnecessária
Algo que ninguém merece

Feito por um coleguinha
Para auto afirmar-se
Buscando aprovação contínua
De outros colegas de classe

Sentir-se bem ele precisa
Por isso chama a atenção
Para aumentar sua autoestima
Agride a muitos sem razão

Agressão muitas vezes física
Que fere a moral e o emocional
De pessoas tímidas e introspectivas
Que não tem um bom convívio social

O Bullying deixa traumas
E é assunto importante
Se você tem filhos na escola
Esteja sempre vigilante

Criança quieta e arisca
Desconfie se é normal
Deprimida ou agressiva
Pode ser algum sinal

Mudança comportamental
Já é sinal de alerta
Pai, mãe ou responsável
Façam sempre a coisa certa

E você que é professor
Nunca silencie o fato
Não colabore com o agressor
Resolva logo isso no ato

Reprovando tal prática
Chamando a atenção
Mostrando a todos na escola
Que Bullying não é legal não

Foto de odias pereira

"TRAGÉDIA DE REALENGO "

O meu coração esta de luto,
Depois de ter assistido nos jornais e na televisão.
Uma tremenda covardia um insulto,
Essa tragédia do Rio que feriu o meu coração.
Esse louco varrido,
Que invandiu essa escola.
Deixou o nosso povo querido,
Triste e que chora té agora.
Não entendo o porque,
Um ser humano normal.
Derrepente sem querer,
Se transforma em um louco, um animal.
Deixa de ser um filho de Deus,
Incorpora a imagem do cão.
Vira um louco um fariseu,
E destroi vida, matando corações.
Os anjinhos que lá estavam,
Não faziam mal a ninguem.
Apenas estudavam,
Para um dia ser alguem.
Derrepente entra um louco,
Invadindo o seu espaço.
Dando tiros um sufoco,
Tirando das familias , um filho um pedaço.
Mães e pais estão de luto e chora,
A falta de um filho quera seu dengo.
Crianças que morreram e foram embora,
Por causa de um louco,que causou essa tragédia em Realengo....

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
12/04/2011

Foto de Osmar Fernandes

O dia em que o luto sangrou a educação brasileira

Era apenas mais um dia de aula.
Onde o sonho tinha mais esperança.
Professores ensinavam nas salas...
Alunos, quase todos, ainda criança.

Um ex-aluno adentrou a Escola...
Chegou à sala dizendo que ia proferir palestra.
De repente, tira duas armas de fogo de sua sacola,
E, atira... matando inocentes, poupando a mestra.

Foi um banho de sangue, uma chacina chocante...
O dia em que o luto sangrou a educação brasileira.
O facínora se suicidou depois de vitimar doze estudantes.

Esse lunático destruiu a vida de brasileirinhos.
A Escola Tasso da Silveira nunca mais será a mesma.
Que Deus lá no céu abençoe seus novos anjinhos.

Foto de Graciele Gessner

Até Quando Suportaremos? (Graciele_Gessner)






Até quando teremos que sofrer com a perda de nossos filhos? Até quando as posses de armas ilegais serão à base da morte de inocentes? Mesmo que o tempo e a razão digam que a situação é inevitável, ainda acredito, quero crer, que há algo que possamos fazer.

Quantos corações de estudantes deixaram de pulsar? Tantos sonhos estilhaçados, caminhos interrompidos. Restam os sentimentos dos pais devastados com a dor sem definição, momentos que não se encontram explicações.

Existia tanta esperança e fé na juventude... De repente alguém cruza o nosso caminho e muda todo o nosso destino. Deste massacre sobraram a tristeza e o nada. O dia que o Brasil parou. 07 de abril de 2011, o massacre na Escola do Rio de Janeiro que ficará na memória. Mesmo que os anos transcorram, as perdas irreparáveis destas vidas inocentes não serão esquecidas.

Até quando suportaremos tantas perdas por falta da posição atuante dos nossos governantes, pela falta de segurança policial? Até quando?



09.04.2011

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Karlos Henrique

Eu sei

Fui pra escola e aprendi
os direitos e os deveres.
Perdão! Os deveres e os direitos!
Pois, sei que estes sempre vêm primeiro!
Ou são esses?!
Vou à escola aprender.

Foto de Danilo Matos

Pensamento motriz

Uma tristeza sem precedentes mostra-se ativa na profundeza do meu ser.
Vozes vindas do além, quase que inaudíveis, ecoa constantemente calando a minha voz.
Interrogações sufocam-me constantemente, são dúvidas vociferando, causando um som insuportável nos meus tímpanos.
Quem sou? Por que sou?
Responder... Quem poderá?
Horas mostro-me forte, suportando todas as afrontas que a vida me propõe, mas não sou de ferro nem muito menos super-herói.
Quando não suporto mais, abro a boca e levanto meus ouvidos, com intrepidez vocifero: - Oh! vida minha, o que tu tens comigo? Por que me silencia quando estou convicto do que quero? Será que serei sempre escravo seu? Responda-me, pois, meu coração está ávido por respostas.
De repente, ouço um burburinho...
Meu coração palpita em uma velocidade desordenada, causando-me falta de ar.
Lanço-me ao chão e tento ouvir o que a vida quer falar:
-Oh! vivente insensato até quando me interrogará com suas perguntas vazias?
Não sabes que vives em uma escola? Não percebeste que o erro de ontem te fortaleceu para o agora? Até quando duvidarás de mim? Não sabes que só quero o seu bem!
-Viva constantemente o agora, pois, tudo que fizeres hoje refletirá amanhã.
Com os olhos lacrimejando, levanto-me do chão, conformado com tudo que ouvi, silencio-me.
Cabisbaixo, saí do anfiteatro, triste, mas convicto que: a escola da vida formará apenas aqueles que têm a sensibilidade de escutar o que todos rejeitam, de ver o que ninguém quer e de fazer o que todos têm medo.
Quando saíres em busca de seus objetivos não se esqueça de levar contigo uma caneta, para você reeditar todos os erros cometidos, os erros são quem te fortalece para o amanhã.

Páginas

Subscrever Escola

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma