Engano

Foto de SuKitt

Eu sei que te amo!

Sei nada
Sei tudo
Sei quase nada!

Posso ser indecisa, ou não...

Pois na certeza de tudo
é o saber que te amo

Saber que tudo não passa de um engano
Que a vida continua
Mesmo sem saber de nada!

Coisas que tenho certeza
Apenas sei dizer
Algo que sinto, tão profundo e tão forte
TE AMO, sei dizer!

Foto de joão jacinto

Mortais pecados

Olho-me ao espelho, debruado de talha,
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens,
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas,
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?

No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.

Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.

No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.

Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.

Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.

Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.

Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.

Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.

Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.

Foto de Raul Los Dias

Viro santo e só infernizo você

Você é mesmo a fera intensa
A que desbanca, quebra a tranca
A mais linda e vadia da floresta

A gata que mia no meu telhado
A que acorda o sono dos certos
E desperta todos para o pecado

Mulher do corpo mais lindo
A mais louca, de amor tenso
A minha mais dura alegria

Você é mais que uma graça
É o milagre e a divindade juntos
O muito, a parte que me falta

É você é quem me instiga todo
Quem me desalinha, desacerta
Escultura tesa culta e incerta

Você me chama me inflama
Fico cachorro no mato sem faro
Você apaga e luz me tira o tato

Cutuca-me com vara curta
Desperta-me e ganha a mata
Vai pela fresta pela trilha estreita

Abre horizonte/ fecha a cancela
Sinaliza na curva/ detona a ponte
Inflama e depois manda a chuva

O que você faz não é preciso
Diz que não a mereço/ não sou certo
Que sou muitos/ sou de outras

Puro engano Sou só inquieto
Mas se for assim, viro santo
Infernizo só você e só a ti canto

Foto de Ana_Luar

Sonhos Lunares

Hoje...
Especialmente hoje
senti saudade do teu nome.
Senti vontade de revirar contigo,
palavras que já gritamos em sintonia.
Permaneces distante...
estranho...
Como se algo ou quem sabe eu própria
estivesse no lugar errado,
Encontro em mim tantos vestigios teus
que ainda me custa
saber-te do outro lado da porta.
Onde andas?....
Não vês que a tua ausência solidifica-se em mim,
sempre que revivo em nuances noites
pinceladas de azul
Onde colorimos o sonho.

O nosso sonho!!!....

ou teria sido "O meu sonho"

Mesmo na distancia de um beijo
sempre nos podemos tocar...
sinto falta da intimidade
jamais entendida ou sentida...
Essa é a razão da minha inquietude
Onde nas nossa semelhanças
tanto nos pareciamos.

Contigo viajei por lugares nunca explorados...
Em ti vivi olhares perdidos
caminhei por um caminho sem volta...
O do Amor!
E logo eu...
Eu, que já me havia desacostumado dos sonhos
da vontade de amar.
Seria tolo dizer-te que és passado
quando te sinto tão presente em mim...
Sei que sou a bruma que passou de leve pela tua vida...
sendo depressa extinta pela luz do sol...
ou quem sabe pelas estrelas.
Mas tu...
sim tu, ...
serás sempre o meu mar de sonhos.

Hoje...

sim hoje...

o que me resta são as páginas
do livro que não te consegui escrever,
Que esvoaçam hoje, na dor da minha saudade.
Resta-me este amor em vigilia
As mão repletas de sonhos
de incansáveis esperas...
Enquanto o teu caminho se afasta do meu.
O destino, reconheceu-nos um dia...
mais tarde deu-se conta do engano....
Nunca nos tinha visto.

(Desabafos da Lua)

Foto de Fatima Cristina

Como foi que acabou??

Sento no sofa, entre um copo de licor, a tua voz soa no meu ouvido, acendo um cigarro e passado uns segundos outro.
Olho em volta, vejo tudo mas nao te vejo a ti, a ausencia de um homem que em tempos me fez feliz.
A tua colonia ainda no banheiro, a tua escova de dentes junto a minha, as tuas roupas lavadas no armario, como se nunca jamais me irei ver livre delas.
Um corpo que se foi, uma alma que passeia no meu quarto e se deita comigo, imagino o que fazes com ela, as mesmas coisas que fazias comigo.
Pego numa tesoura e corto o meu longo e encaracolado cabelo, que tu cheiravas sempre pela manha.
O creme que espalhavas pela minha pele, depois de um banho a dois...Tanta coisa que nao existe mais.
Mas e o teu amor?
Como foi que acabou? Como pudeste partir, sem sequer levar contigo os teus pertences que agora sao apenas amargas lembrancas.
Uma cama de casal, meio vazia, meio preenchida e uma dor completa.
Saio para a rua, em passos lentos recordo nos os dois na chuva a rir, o som do teu riso, o sabor do teu beijo.
E sem mais nem menos te foste, nao falaste que ias, apenas me abandonaste...
O que correu mal, que mal fiz eu para te perder ou para nao te merecer?
A musica ainda toca, vezes sem conta a mesma, o nosso cd, uma historia que ficou por contar.
Sera que `e sempre assim, quando comecamos a amar alguem, esse alguem nos deixa?
Um desejo de te ter fica agora num delirio.
A minha lingerie sobre a cama, a mais bela feita de seda, pronta pra ser observada por ti, pra ser vestida por mim e despida pelo teu tesao.
Como foi que tudo isso acabou?
Ligo te, na esperanca que atendas o telefone, oico a voz dela, do outro lado oico a tua, pegas no telefone e dizes "quem `e?"
Eu respondo "Como foi que acabou?"
Dizes " `e engano" e desligas.
Entao tudo fica de repente claro, foi engano teu quando me falavas que me amavas e foi engano meu quando acreditava.

Foi assim que acabou.

Foto de Fernanda Daniela

Onde

Lá em cima a Lua brilhando
Me lembra vc,lembra os sonhos quebrados
Lembra o amor desperdiçado... cacos de ilusões...
Eu achei que pudéssemos... tentar e conseguir...

Ledo engano dessa pobre criatura...
Caí de um penhasco de altura inimaginável...
Quebrei as asas, que um dia me trouxeram vc..
Quebrei em mil pedaços a fonte de toda a ilusão...

Hoje , mais um dia finda,
Mais uma noite se aproxima,
E com ela a lembrança da Lua...
A lembrança de vc...

Como eu queria poder dizer que não te amo
Como eu queria dizer que não penso em vc
Que não sinto sua falta...
Que a sua falta não me machuca...

Será que quando vc olha a Lua
Vc lembra de mim?
De todas as Luas cheias que partilhamos...
De todos os encontros mágicos que tentamos ...

Será que vc pensa em mim
Quando à vê grande e prateada no céu???

Foto de @iram

Razão

Os céus se abatem
lá fora.
Como estão cansados
deste enegrecer chamado vida.
Desperdiçio de alma doente
em corpo latente,
descontente e inerte;
sem sorte ou força para mudar.
Na água o peixe não sabe nadar.
Porque se chama peixe então?
O engano;
o tributo perdido
daquilo que se chama razão.

Lídia de Sousa 19-05-2006

Foto de Saramar

Ilusão

Eu o esqueci tantas vezes!
E, no entanto, permanecem
Em meu sangue, o perfume
dos seus beijos enganosos
e a luz dos seus olhos traidores.
Eu o esqueci mais ainda
E suas melífluas palavras
ainda entristecem minhas noites.
Eu o esqueci, juro que esqueci
e minto, engano meus desejos.
Não quero suas marcas assim
esculpidas em minha alma.
Ai de mim! Não as quero, mas
por mais que elas se derramem
dos meus olhos constantemente,
ficam em mim, ficarão para sempre.

Foto de paulobocaslobito

O perdão que devo aos amigos

Quantas vezes nos sentimos tristes por não sermos compreendidos?
Porque aquilo que se disse, se escreveu ou se pensou, afectou profundamente os sentimentos desses ou dessas pessoas em causa...
Quantas vezes desejamos pedir desculpas, sem nos escusarmos de lamentar todos os nossos erros ditos, cometidos, sentidos, pensados ou não.
Quantas vezes deveriamos lamentar sermos tão arrogantes, para nos desculpar-mos e assumir-mos a nossa cota parte da "culpa"? Se é que nos julgamos culpados de algo!
Lamentamos, porque é muito mais fácil lamentar. Lamentamos, porque é mais simples não assumir. Lamentamos, porque desejamos fugir. Lamentamos, por falta de coragem. Lamentamos, por tudo e por nada. Lamentamos da vida, das pessoas e de nós.
Mas, não lamentamos mudar; não lamentamos mudar porque nos é bem mais difícil. Porque nos falta vontade; sendo: perdemos os amigos e as amizades, e a vida.

Sinto-me triste muitas vezes, porque não me compreendem, sinto-me triste porque me engano e principalmente, porque os meus pontos de vista não são de modo nenhum uma tirania. Pois que todos têm o direito deles objectar ou vetar; assim como outros têm o direito de ou não os elogiar ou votarem neles.
Sinto-me triste muitas vezes, porque as palavras têm dois sentidos e milhares de interpretações; mas a culpa delas só a mim me cabe defenir.

Aquilo que se faz, diz ou se escreve, pode sempre ter dois sentidos; sendo: deveriamos também pensar nesse sentido...

Uma dúvida dissipa-se discutindo, e abolindo-se o "não verdade", desvanece-se ao podermos pedir desculpas pelos nossos enganos ou desenganos, esbate-se por nos entendermos.
Não nos adianta de nada colocar-mo-nos em "offline", cada vez que acessamos o "msn", não nos adianta nada não respondermos as mensagens que nos enviam, não nos adianta de nada fugirmos de portas trancadas e escondidas do mundo lá fora; isso chama-se: Covardia!

Sei que sou também culpado por coisas que assim acontecem... algumas porque a vida te impõe, outras por falta de tempo ( que desculpa! ), outras porque não tens resposta e outras por seres imbecil!
Então, só me resta ser submisso dos meus próprios erros, mesmo que eles traduzam dois significados pois há sempre um lugar na Terra para nos arrependermos e para nos entendermos; há sempre uma hora em que tudo o que somos, somos por dizermos e desculparmos, e, se não o fizermos, podemos nunca sermos felizes.
Não custa nada pedir-te desculpas pelos meus actos e as minhas ideias impostas, não custa nada pedir-te desculpas por não ter atendido aos teus chamamentos e mensagens e ou ter discordado de ti.
Não custa nada mudar desde que nos sintamos capazes de querer.
Não custa nada, porque sinto vergonha, porque não te quero perder, porque em algum momento da minha vida, o que fizeste, disseste, escreveste ou me levaste a sentir; não me mereces que te perca.
Por isso te peço perdão, nem que seja como amigo ou simplesmente como és e pelo que és...

Paulo Martins

Foto de Joca

O Medo

Linda: não te basta
Saber que te amo?
Sabê-lo não te afasta
Do medo do engano?

Tens medo de arriscar?
Porquê, se eu te adoro?
Medo de Amar?
Linda, eu te imploro:

Esqueçe o medo!
Vem comigo
Ainda é cedo!

O real Perigo
Tenho-o eu sentido:
O não estar contigo!

Joca

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