Eco

Foto de Henrique Fernandes

AS NOITES SEM TI

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Gritas como eu um amor
Grito íntimo de emoções
Soltando da alma calor
No espelho culto das razões

Teu grito vem nas marés
Tão perto do meu sentir
Alcancei em novas fés
Pujança que me faz surgir

Entoas o altar da paixão
Com teu eco infindável
Na serena aproximação
Perpetua sã incurável

Grito vento de ausência
Retempero as noites sem ti
Sem aroma de tua essência
Sem o prazer de seres aqui

Foto de Henrique Fernandes

ECO DE AMOR

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Amor é eco da minha escrita
Por onde espreito o sonho
Em mim a paixão está hirta
Nos versos que componho

Um constante de acção
E leio-me bem ás vistas
Respeitando o coração
Á janela das conquistas

Sempre fervoroso
Sem as páginas cheias
E para além de bondoso
Sou devoto ás minhas ideias

Sei servir-me de um poema
Num juízo de bem sorrir
Á alma de quem me ama
Abastando o meu existir

Foto de Raiblue

Inv(f)ernais...

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Sempre gostei do inverno, seu hálito de mofo e cheiro de sombras frescas com as quais adorava brincar de adivinhar o que havia por trás delas. O mistério das coisas sombrias me fascinava!Talvez existisse em mim um lado desconhecido, submerso em águas profundas do meu ser inquieto e inconstante.
Alguma coisa acontecia, quando chegava o frio, era como se rompesse a placenta naquele momento e eu nascesse ali, naquele instante, ele era aquecedor para as geleiras da minha mente,irrigava mais intensamente o sangue que parecia parado nas demais estações,as mãos formigavam como se começassem a existir a partir dali...
Finalmente, resolvi sair de casa, estava ansiosa por rondar a cidade à noite, após meses de silêncio quase fúnebre. Foi quando,de repente,o avistei,atravessamos o mesmo caminho.Destinos cruzados?Almas gêmeas ou corpos desesperados ,ansiando carne...? Seu olhar parecia perfurar meu corpo, um punhal rasgando impiedosamente meu coração há muito tempo enclausurado nos porões da alma.Cada um seguiu seu caminho,retornei para casa com uma estranha sensação,estava ardendo,tudo em mim era só chama vermelha, incandescente...,.tudo era só desejo....uma vontade de devorar aquele desconhecido,e,quando pensei nisso,senti um gosto diferente na boca, um cheiro forte impregnava em todo meu quarto,era dele,eu sei,eu reconheci,ficou no ar,ficou em mim...
Acendi velas brancas, coloquei lençóis vermelhos na cama,e me deitei,completamente nua,cheirava apenas à carne crua...fresca...estava ali pronta para ele,num ritual apocalíptico,iria exterminar a solidão. Em meio às sombras da noite, entreguei-me àquele desconhecido, senti seus dentes em minha carne como se quisesse mastigar-me em pedacinhos e aquilo deixou-me louca!De repente, um gosto de sangue na boca e um orgasmo misturado à dor da carne arrancada por suas presas afiadas, prazer infernal!!Despertei gritando!Um misto de sensações me tomava, passei a mão no pescoço, procurei o sangue jorrado ou alguma marca, mas só havia suor, quente,cheirando à coisa antiga,um incenso talvez...As contrações no meu corpo continuaram por um certo tempo,meu sexo estava vivo e explodindo...Como poderia tudo ter sido apenas um sonho?
Levantei absorvida pelo tédio dos dias sempre iguais. O sonho trouxera o gosto amargo da decepção, ao acordar.Continuava sozinha, na minha escuridão de sempre.Antes, ela não me incomodava,mas agora era dilacerante,deixava-me angustiada e faminta...uma fome esquisita que nenhum alimento saciava...
Na noite seguinte, tornei sair, porém,dessa vez,parecia determinada a encontrar algo ou alguém específico,alguma coisa me impulsionava e me atraia de forma irresistível...morte! Essa palavra se repetia em minha mente como um mantra mórbido,eu sei,mas de salvação,eu adorava seu eco, engraçado, ela tinha um sentido diferente...,de vida...,de algo que pulsava,vibrava...
Entrei num botequim situado na esquina de um beco chamado Beco dos Imortais, cada bar tinha um nome de um célebre imortal, escolhi o Bar do Baudelaire,pois estava bem baudelaireana naquela noite,até cairia bem um vampiro...Algo me puxava para lá,farejava qualquer coisa indefinida,começava a sentir aquele gosto na boca novamente...aquele do sonho,e aumentava a minha fome...
Entrei, sentei, não vi nada no cardápio que me agradasse, contudo, na mesa em frente à minha, vi um homem de olhar fulminante a me fitar insistentemente.E, de repente,misteriosamente,vi-me sentada ao seu lado.Ele era de poucas palavras,mas despertava cada vez mais minha fome com seu olhar de serpente, seu veneno era apetitoso...Acho que estava obcecada,tarada ,depois de tanto tempo em reclusão,precisava urgentemente de uma noite orgástica!Então veio o convite tão desejado... e eu aceitei de imediato,é claro!Quando saíamos do bar, ele me abraçou subitamente, um abraço quente, de arrepiar cada poro da pele.Ao abrir os olhos,mirei um espelho que ficava bem na minha direção,para minha grande surpresa,só havia uma pessoa refletida...
Enquanto ele me apertava contra seu corpo, e o seu sangue parecia se concentrar todo no seu sexo,minha boca sentia intensamente aquele gosto daquele dia...estava muito gelada e tonta ,talvez de desejo,não sei,só sei que necessitava de algo quente urgentemente, e ele estava ali,eu podia deixá-lo ir,mas foi inevitável o beijo...a mordida...,ele precisava morrer para que eu sobrevivesse...

(Raiblue)

Foto de Mentiroso Compulsivo

Mentiroso Compulsivo

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Quem sou? A vida não me detém
Ando por ai a vaguear a gritar por mim
Como se procurasse o nome de alguém
Por entre os labirintos de um jardim

Baralho o som da voz que me afronta
Da sombra que pensa ser a gravidade
Da imagem que nunca está pronta
Do poeta que mente dizendo a verdade

Grito as palavras, quero falar alto
O eco que ninguém quer ouvir
Verdades ou mentiras em sobressalto?
(que importa a mim? E sou o devir!)

Sou cruel, a mentir não mentindo,
A palavra que não me descreve
Ah!... Como seria alguém bendito!
Quem definisse o que me circunscreve.

Aqui sou aquele que talento não tem
Será, todavia, isto uma grande utopia?
Ou a fala irreal de um ser do além
A querer ver a vida com outra filosofia?

Serei alguém que não fala, ou viva aqui,
Que escreve o som que se retorque…
Serei sempre um compulsivo “Mentiroso”
Porque ser poeta é mentir ambicioso.

………………………………… Quem tem saudade
………………………………… De sentir a verdade
………………………………… Sabe o que profiro
………………………………… E o que não digo.

© Jorge Olivera / Mentiroso Compulsivo

Foto de Henrique Fernandes

ROSAS DA PAZ

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A paz é o meu farol neste nevoeiro
Onde finto espinhos como oxigénio
Sinto o picar e o arranhar mas respiro
Entre arbustos que falam a linguagem
De sentimentos que choram sem lágrimas
Fazendo ninho no colo do meu ego
No coro de um coliseu sem eco
Cantando cantigas de dor
Tão subtis como o fio de uma lamina
Para uma plateia de orelhas moucas
Esperando aplausos conformados
Entre vaias de quem não entende
O meu lado de outra gente
Que não essa gente desse lado
O meu olhar silencioso é uma sinfonia
De sons deliciosamente afinados
E pautados nesta alma guerreira
Que transformou a espada fria e afiada
De aço pesado em palavras doces
Tão meigas que decoram o horizonte
Com pétalas de rosas belas quão bravas
Que nunca precisaram de espinhos no seu caule
Para serem rosas

Foto de Teresa Cordioli

Na estrada da vida

Na estrada da vida
(Teresa Cordioli)

Corri por entre ruas e alamedas
Cruzei esquinas, fugindo do teu olhar perturbador...
Viajei pelas veredas das emoções,
Ao deixar para traz:
Teus carinhos, teus abraços,
Tuas palavras.

E, na corrida da estrada da vida,
Não ouvi meus passos e não vi meus rastros,
Atravessei pontes,
Cruzei fronteiras, pulei precipícios.
Fechei os olhos diante do perigo,
Estava eu tão só, que chorei e que sorri.

A chuva de minhas lagrimas,
Molhavam meus cabelos que dançavam com o vento...
Minhas únicas companhias eram os pássaros,
Que em seus vôos perdiam suas penas ao vento.
E cantavam enquanto eu chorava.

Fiquei parada pensando:
Por que estava eu ali... Ali, tão só....

Neste momento lembrei-me do teu olhar....
Ah, o teu olhar! Este desnudava meu corpo!
Teus beijos, teu cheiro, tudo ficou lá..
Ficaram lá na esquina.
Pedi socorro,
Mas meu grito se perdia num grande eco,
Onde ninguém me ouvia...

Adormeci, deitada em folhas secas
E nos meus sonhos derramei, a minha saudade...
Foi uma espera de muita dor
Porque se eu voltasse, saberia que não estaria,
A me esperar.

Pássaro, cante, cante, cante para eu te ouvir.
Quero ouvir teu canto,
Nesta espera do nada..
Pássaro, voe, voe bem alto e diga a ele:
“ela ainda te ama”

Foto de Sirlei Passolongo

Um dia...

Um dia vou fazer um mundo novo,
onde o riso das crianças faça eco nas montanhas
onde cada estrela caia no ventre de uma flor
onde cada lágrima morra no calor de um beijo...
E onde você possa estar sempre presente.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"NA PERIFERIA DO ABSOLUTISMO"

“NA PERIFERIA DO ABSOLUTISMO”

Vivi, mas não respirei...
Caminhei bastante, mas não andei...
Sorri muito, mas não senti felicidade...
Chorei, mas não espantei meus fantasmas!!!

Olhei-te, mas não vi ninguém ao meu lado...
Pedi-te, mas não te obtive...
Amei-te, mas não fui amado...
Contemplei teu brilho, mas não fui iluminado...
Servi-te de escada, e fiquei no chão...
Bati palmas para o teu sucesso, e não houve eco...
Sucumbi fadigado, e rastejei sozinho!!!

Avisei-te, e não fui ouvido...
Esbravejei, e fui repreendido...
Implorei, e fui ridicularizado...
Silenciei, e fui mal entendido!!!

Aceitei o adeus, e fui banalizado...
Concordei com os erros teus, e fui prejudicado...
Entreguei tudo a Deus, e fui absolvido...
Encontrei a paz, e vivo sossegado!!!

Foto de Carmen Lúcia

Louco Amor

Sim, fui louca...
De pedra, insana... Quase profana,
Soltei a voz, bradei e fiquei rouca
Gritei o amor guardado, desvairado e cego,
Até ouvir o grito de meu próprio eco
Ao retornar vencido por teu ego,
Armadura dessa tua alma fria
Que escarnece, que desguarnece
A minha alma que está tão vazia!

Sim, fui louca...
Acreditei mesmo sem ter nada em troca
Uma loucura sã, que em nada voga,
Não é nociva, somente a mim própria,
Onde a ternura loucamente consternada,
Repudiada... Mesmo assim se submete...
Ainda que ameaçada e amordaçada...
Até que a loucura latente se manifeste
E profane o sentimento nobre que por ora veste.

Foto de Cecília Santos

VÍDEO "BRILHO FALSO"

Vídeo de Vanessa Brandão

BRILHO FALSO
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Houve um tempo em minha vida.
Em que os sonhos eram dourados.
Onde minha voz chegava até você.
Onde nossos braços se encontravam.
Houve um tempo em que seu calor
me aquecia a alma.
Seus lábios me beijavam.
Sua alegria era minha felicidade.
Mas, hoje somos vidas separadas.
Caminho longo, sem volta.
Hoje somos sonhos, vagueando no
no tempo da saudade.
Somos vozes sem eco algum.
Somos um tempo de dor e vazio.
Somos distâncias infindáveis.
Onde o caminhar se torna lento.
Onde as quimeras se escondem.
Onde me perco num labirinto de ausência.
Entre nós há uma história de amor eterno.
Entre nós existe a soma do tempos.
Que eu fui juntando dia após dia.
De saudade em saudade.
De lembranças em lembranças.
Desse pranto de dor, só restou.
O brilho falso de uma lágrima
que derramo de saudades.

Obrigada Vanessa por esse carinho.

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

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