Dizer

Foto de Sonia Delsin

DESPEDIDA

DESPEDIDA

Meus olhos andam nas coisas.
Nas imutáveis.
Eles andam nas paredes
caiadas.
Nas calçadas.
Meus ouvidos ainda estão presos nas risadas.
Antigo tempo de gargalhadas.
Estou deixando um mundo que rejeito.
Se ele tem defeito?
Dizem que o defeito está em mim.
Que sou anjo torto.
Que nasci assim.
Digo adeus às linhas retas.
Aos is bem pingados.
A um mundo de pecados.
Busco o sol.
Se vão cair minhas asas neste vôo desprendido?
Se a cera corre o risco de derreter pelo caminho...
Preciso arriscar o vôo.
Mesmo que eu me machuque muito preciso tentar.
Senão só posso dizer da vida que foi um
eterno estagnar.
Que cortei as asas por medo de voar.
Vou arriscar.
Vislumbro um mundo que desejo alcançar.
Deixo aqui o medo antigo.
As amarras.
Deixo para trás as cascas dos répteis.
O casulo abandonado.
Na verdade eu sou uma borboleta e sonho amplidão.
Rejeito a lagarta e sua eterna solidão.

Soninha

Foto de Henrique Fernandes

SERMOS NÓS PRÓPRIOS

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Sabe tão bem parar
Para ouvir os sentimentos
Ouvir a sua fiel voz
Que não mente não engana
É preciso parar
Atender a nós próprios
Estar atentos sem folias
Ouvindo o que temos para nos dizer
Julgamos por vezes
Sermos a raiz do problema
E até a somos por vezes
Não paramos para nos escutar
E sentirmo-nos a própria solução
Ao seguir os sentimentos
Mas senti-los com egoísmo
Só nosso de bem dentro de nós
Só assim saberemos quem somos
E o que desejamos sem interesse
O melhor porquê da razão
Se não paramos em nós
O ego fica sem sentido
Fica esquecido num espelho
Que só ao nada reflecte
Ao nada a que chegaremos
O nada é não sermos nós

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"MANIA DE GRANDEZA"

“MANIA DE GRANDEZA”

Tenho péssimos hábitos...
Sempre acho que tudo meu é melhor....
A capacidade dos meus amigos....
Fazem somente o bem, nunca o pior!!!

Acho meus vizinhos os melhores da minha cidade...
Também é verdade que a cidade é a mais bonita...
Todos são felizes não importa a idade...
Posso dizer claramente, oh vizinhança querida!!!

A pracinha do outro lado da vila...
Tem o verde mais lindo que eu já vi...
Ali todos têm prazer em ajudar...
E cuidar do mais lindo jardim!!!

As casas são as mais bem cuidadas...
Parece até um presépio...
As paredes muito bem caiadas...
A beleza parece decreto!!!

As pessoas da minha cidade...
São honestas e todas legais...
Não se importam muito com vaidade...
Mas não admitem descaso jamais!!!

Por este motivo tenho mania de grandeza...
Sempre acho que sou privilegiado...
Aqui só tem gente boa, não tem safadeza...
Trabalhadores e cidadãos dedicados!!!

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Actor

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Cansei-me.
Desliguei o leitor de CD’s, fechei o livro, e rodei do sofá para o chão. Cheguei à janela, afastei as cortinas. Chovia a “potes”.

Fui comer. Voltei à janela. Já não chovia. A noite estava escura, o ar, fresco da chuva, cheirava a terra molhada; a cidade lavada. Vesti a gabardine e saí.

Cá fora, a cidade viva acolheu-me. No meio dos seus ruídos habituais, nas luzes do passeio. Percorri algumas casas e vi um bar um pouco retirado. Era um destes bares que não dá “muitos nas vistas”, sossegado e ao mesmo tempo, barulhento.

Com alguns empurrões, consegui passar e chegar ao balcão. Pousei o cabo do guarda-chuva na borda do balcão e sentei-me. O bar estava quente e o fumo bailava no ar iluminado. Senti o cheiro a vinho, a álcool. Ouvi as gargalhadas impiedosas de duas mulheres e dois homens que se acompanhavam. Deviam ser novos e contavam anedotas. Eram pessoas vulgares que se costumam encontrar nas pastelarias da cidade, quando vão tomar a sua “bica” após o jantar. Estes foram os que mais me atraíram a atenção. Não, esperem... ali um sujeito ao fundo do balcão, a beber cerveja...
- Desculpe, que deseja? – perguntou-me o empregado.
- Ah! Sim... um “whisky velho”, por favor.
Trouxe-me um cálice, encheu-o até ao meio e foi-se embora.

Bebia-o lentamente. O tal sujeito, desagradável, de olhos extraordinariamente brilhantes, olhou para mim, primeiro indiferentemente, abriu a boca, entortou-a, teve um gesto arrogante e voltou o rosto.
Estava mal vestido, tinha um casaco forte, gasto e sapatos demasiado velhos para quem vivesse bem.
Olhou-me de novo. Agora com interesse. Desviei a cara, não me interessava a sua companhia. Ele rodou o banco, desceu lentamente, meteu uma das mãos nos bolsos e veio com “ares de grande senhor” para o pé do meu banco.
O empregado viu-o e disse-me:
- Não lhe ligue... é doido “varrido” e “chato”.
Não lhe respondi.
Entretanto, ele examinava-me por trás e fingi não perceber. Sentou-se ao meu lado.
- É novo aqui?!... – disse-me
Respondo com um aceno.
- Hum!...
- Porque veio? Gosta desta gente?...
- Não os conheço – cortei bruscamente.
Eu devia ter um ar extremamente antipático. Mas, ele não desistiu.
-Ouça, - disse-me em voz baixa, levantando-a logo a seguir – devia ter ficado lá donde saiu, isto aqui não vale nada. Vá-se por mim... Está a ver aqueles “parvos” ali ao canto? Todos reparam neles... levam o dia a contar anedotas que conhecem já de “cor e salteado”...Vá-se embora. Todos lhe devem querer dizer, também, que não “ligue”, que sou doido...

Tinha os olhos raiados de sangue. Devia estar bêbado. Havia qualquer coisa nos seus olhos que me fez pensar. Era um homem demasiado teatral, havia nos seus gestos e segurança premeditada, simplicidade sofisticada do actor. Cada palavra sua, cada gesto, eram representações. Aquele homem não devia falar, devia fazer discursos.
Estudando-me persistentemente, disse-me:
- Você faz lembrar-me de alguém que conheço há muito, mas não sei quem é... Devia ter estado com esse alguém, até talvez num dia como este em que a chuva caía de mansinho... mas, esse alguém decerto partiu... como todos... vão-se embora na noite escura, ao som da chuva... nem olham para ver como fico.
Encolheu miseravelmente os ombros, alargou demasiado os braços e calou-se.

Eram três da manhã. Tinha agarrado uma “piela” com o ilustre desconhecido. Tinha os olhos muito abertos, os cotovelos fincados na mesa da cozinha e as mãos fechadas a segurarem-me os queixos pendentes. Ele tinha um dedo no ar, o indicador, em frente ao meu nariz, abanava a cabeça e balançava o dedo perante os meus olhos. Ria às gargalhadas, deixava a cabeça cair-lhe e quis levantar-se. O banco arrastou-se por uns momentos e cai com um estrondo. Olhou para mim com um ar empobrecido, parou de rir e fez: redondo no chão. Tonto, apanhei-o e arrastei-o para a sala.

Deixei-o dormir ali mesmo. Cobri-o com uma manta, olhei-o por uns instantes e fui aos “ziguezagues” para o meu quarto.

No dia seguinte acordei com uma terrível dor de cabeça. Dirigi-me aos tropeções para a casa de banho. Vi escrito no espelho, a espuma de barba; “Desculpe-me, obrigado. Não condene a miséria!”

Comecei a encontrá-lo todos os dias à noite. Fazíamos digressões nocturnas, íamos ao teatro. Quando percorríamos os corredores dos bastidores, que ele tão bem conhecia, saltavam-nos ao caminho actores que nos cumprimentavam; punham-lhe a mão no ombro e quando ele se voltava, davam-lhe grandes abraços. Quase toda a gente o conhecia.

E via-lhe os olhos subitamente tristes, angustiados. Ele não se esforçava por esconder a tristeza: era uma tristeza teatral. De vez em quando, acenava a cabeça para alguns dos seus amigos e dizia:
- Não devia ter deixado...

Inesperadamente, saía porta fora, certamente a chorar, deixando-me só. Quando saía via-o pelo canto do olho encostado a uma parede mal iluminada, mão nos bolsos, pé alçado e encostado à parede, cenho franzido e lábios esticados. Nessas ocasiões estacava, por momentos, e resolvia deixa-lo só. Estugava o passo e não voltava a olhar para trás.

O seu humor era variável. Tanto estava obstinadamente calado e sério, como ria sem saber porquê.
De certa vez, passei dois dias sem o ver. Ao terceiro perguntei ao “barmen”:
- Sabe o que é feito do actor?... Não o tenho visto.
- Ainda não sabia que ele tinha morrido? Foi anteontem. A esta hora já deve estar enterrado...foi melhor para ele...
Nem o ouvia. As minhas mãos crisparam-se à roda do corpo, cerrei os dentes. Queria chorar e não conseguia. E parti a correr pelas ruas. Por fim, cansei-me. Continuei a andar na noite, pelas ruas iluminadas. E vi desfilar as imagens. Estava vazio e, no entanto, tantas recordações. Não sentia nada, e apenas via as ruas iluminadas, as montras, os jardins.
Acabei por me cansar, de madrugada tive um sonho esquecido.

Percorro as ruas à noite, os bares escondidos, à espera de encontrar um actor “louco e chato”. De saborear mentira inocente transformada em verdade ideal. E há anos que nada disso acontece. É verdade que há sujeitos ao fundo do balcão, mal vestidos, a beber cerveja... mas nenhum que venha e pergunte se sou novo aqui... As pessoas continuam a rir como dantes, todos os dias vejo as mesmas caras, e se me perguntarem se gosto desta gente digo-te que não as conheço ainda... e olho-os na esperança que venha algum deles e que lhe possa dizer, como a raposa de “ O principezinho”:
- Por favor cativa-me.

Acordei, tinha parado de chover, lá fora ouviam-se as gotas mais tímidas ainda a cair dos telhados, fazendo um tic-tac na soleira do chão, como quem diz o tempo da vida continua, por segundos parei o tempo e pensei, mais um dia irá começar e neste dia eu também irei pisar o palco, todos nós iremos ser actores, uns conscientes da sua representação, outros ainda sem saber bem qual seu papel, uns outros instintivamente representando sem saber que o fazem e outros ainda que perderam o seu guião....

Foto de housy

Meu querido....

As grandes amizades, os grandes sentimentos, os grandes amores perduram no tempo e pelo tempo.
Deixar que o tempo eventualmente, como sempre faz, reduza coisas à verdade dos sentimentos torna-as indesmentíveis ontem e hoje.
Disso é a prova desta carta... com alguns anos, mas tão actual na sua essência como só o conseguem ser as coisas reais.
LC
....................................................................................

Meu querido...,

Podia dizer-te que estou a arrumar algumas coisas no pc e que dei com isto e que me lembrei de ti e... e... e...
A verdade é transversalmente diferente: lembrei-me de ti e fui procurar-te dentro do meu pc. Apeteceu-me falar contigo e ainda tive o telefone na mão.... mas não o fiz. Não me perguntes porquê mas pensei que, talvez, não te importasses de me ler.

Tive saudades tuas e a arrogância suficiente de pensar que também as tenhas tido minhas. As fotos que te envio são pedaços de uma felicidade que é feita de um somatório de momentos .... "lugar comum" o que acabo de dizer, mas é assim .. é mesmo!
Os momentos contigo, fazem parte desse tempo. Continuam inteiros... como se tivessem sido ontem.
Soubemos misturar sexo, carinho e amor... e separar uns dos outro ... ou mistura-los em momentos consecutivos, por vezes com segundos de diferença. Soubemos fazer do corpo o deve ser... uma extensão de sentimentos. É esse o encanto e a magia que encontro em ti.

Não sei onde estaríamos hoje se não tivesses ido a Málaga naquele dia. O que sei é que se esse dia não tivesse existido, talvez não estivesse hoje aqui a escrever-te. Ambos ficamos mais "ricos"um do outro ... ficaste em mim, por todo este tempo que já nem tempo tem ... mesmo que te quisesse tirar daqui. Não o vou sequer tentar, nunca! E se eu tivesse a mínima dúvida de que o que estou agora a dizer, te feriria nunca mais o ouvirias de mim.

Infringimos alguns códigos da "moral clássica". Nunca infringimos os nossos códigos e ( por ti também falo) fomos fieis a nós próprios, sempre! E a maneira como agimos um com o outro não quebrou nenhuma dessas regras.
Tomara a "moral clássica " .... !!!! Não juro, até porque não tenho que o fazer mas meu querido, acredita, que todos os dias em que voltei para ti vinha ... inteira!

Histórias "iguais" a esta estão contadas por aí, mas nenhuma é a tua nem a minha. Esta é só uma confissão que serve para fundir "coisas" de qualquer maneira na consciência e no desejo de cada um de nós.
Por ironia, disse-te aqui o que provavelmente não te teria dito ao telefone.

Hoje tudo é diferente, já te quis ter sabendo que nos teríamos como mais ninguém... mas também que nos voltaríamos a ter no desencontro das coisas.
Se alguma vez nos voltarmos a ter será da forma antiga. Afinal, daquela que sempre funcionou connosco... onde todas as teorias caem por terra e nos possuímos sem querer que mais ninguém possua o outro....

Não te zangues com o que te acabo de escrever, mas se o fizeres não te esqueças que ninguém se gosta enquanto não se zanga pelo menos uma vez ...

Acabo por aqui, porque se faço mais algum comentário sem conseguir chegar a lado nenhum, fico aqui para sempre.........

Um beijo

Foto de Cecília Santos

ME FALTA CORAGEM

ME FALTA CORAGEM
#
#
#
Me falta coragem pra
dizer-te adeus.
Me faltam lágrimas pra
chorar nosso adeus.
Da nossa vida de
amor vivido.
Me falta um rosário
pra contar as suas contas.
Meu coração conhece as
batidas do seu.
Doce compasso, que
descompassa o meu.
Transitórias alegrias.
Eternas tristezas.
Nuvens brancas que
voam calmamente.
E o vento chega até a mim
trazendo lembranças suas.
Tempestade de amor
que me rouba a calma.
Falta-me coragem pra
dizer-te adeus.
Falta-me palavras pra
completar nosso adeus.

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de sofiavieira

TRISTEZA

Tristeza seria:
Não te ter por perto...
Seria não te poder ver adormecer
Ou acordar...
Grande tristeza
Seria não te poder
Amar,
Nem por ti ser amada...
O que seria de mim
Se diariamente
Não pudesse dizer:
- AMO - TE!?!?
Por isso posso dizer
Que tenho o privilégio
De não sentir tristeza
Nem qualquer tipo
De frieza!
Porque fazes parte
Da minha Vida!
Não há nada mais maravilhoso...!

Foto de Duzinha

fim

Depois da última vez que te vi… de quando me despejaste da tua vida… passou-se tanta coisa… que iria jurar que se tinham passado anos e não meses… e passados esses meses…resolvi escrever… porque quero que fique tudo dito agora… e não quero dizer mais estas palavras em relação àquilo que um dia pudemos chamar de “nós”… E porque neste momento a raiva que sentia por ti…passou…e ficou simplesmente a recordação…Ainda hoje me pergunto se terei tido alguma culpa em te teres apaixonado por outra pessoa, ou se simplesmente já não estávamos destinados a ficar juntos… apesar de termos pensado nisso um dia… Acho que fiz o possível e o impossível para que a distancia não fosse uma barreira entre nós… mas se calhar não foi suficiente! Amava-te tanto… que não imaginava que conseguisse sobreviver sem ti, sem o teu sorriso, sem o teu olhar… Mas a dura realidade aconteceu… e assim, sem mais nem menos (pelo menos para mim foi), disseste “acabou”… Os dias que se seguiram foram os mais difíceis da minha vida… acordar e saber que já não m amavas…adormecer e saber que já não pensavas em mim… tu eras a minha vida… eras aquilo que me fazia sorrir quando o resto do mundo me fazia chorar… eras a pessoa que sabia os meus sonhos, as minhas manias, os meus segredos… (depois de dois anos…) Acho que nunca chorei tanto na minha vida… e o que mais me custava não era saber que já não estávamos juntos… mas que tu estavas com outra pessoa e que provavelmente das ultimas vezes que estivemos juntos… pensavas nela! Mas pronto… consegui superar a tua ausência, graças ás amigas fantásticas que tenho… e a pessoas novas que fui conhecendo… acho que te tentei substituir, transportar o amor que sentia por ti para outras pessoas… e sei que agi mal… no fim só me consegui magoar ainda mais… Mas agora. … estou bem comigo mesma… consegui esquecer-te… e apesar de tudo, espero que tu também sejas feliz… Pelo menos aprendi… que não é bom estarmos demasiado presos a uma pessoa, e que não podemos dar uma relação como certa…para sempre… porque afinal… isto não é um conto de fadas… com um “viveram felizes para sempre”…

E o “nosso” conto de fadas acabou…

Foto de housy

De La Habana ... para ti !

Desta vez não te falei que ia. Só na volta te enviei uma mensagem a dizer que já tinha chegado. Talvez por essa razão tenhas estado tão presente nas ruas por onde passei em Havana.
Quis escrever-te logo ali mas não pude. Quis colocar-te dúvidas e perguntar-te se sabias porque é que tudo aquilo me estava a impressionar tanto. No meio de todas as ruas degradadas da cidade, de casas que caem destruídas por falta de reconstrução, de um militar a cada esquina, existe um povo que sorri e canta sem razão aparente.... um povo que me faz lembrar que os meus problemas são só meus e sem valor ou peso. Impressionaram-me os murais escritos nas paredes, os "hasta la vitória siempre" que li. Impressionaram-me os hotéis de 50, as mesas e cadeiras de verga, as bandas nos bares de daiquiris, as margueritas em cima das mesas, os Chevrolets que povoam a cidade e estacionam em ruas onde quase não cabem e lhes conferem um ar que, por muito que tente encontrar outra explicação, só consigo achar que se existe um local onde um carro assim faz sentido é ali, estacionado naquela rua que já teve vida e época e onde agora existe alma, música, run e o sorriso de uma ou outra criança, de um ou outro velho que te olha sentado no poial de uma porta aberta que não esconde um olhar para dentro, que eles permitem. Dentro da casa, dentro dessas vidas.

Impressionou-me a vontade que tive de te ter ali, de te perguntar se sabias se em 50 se vestiam fatos de linho branco, se as tardes eram passadas em bares e hotéis de cadeiras de verga, a olhar o fumo de charutos a subir, a beber run, daiquiris ou mojitos ao som de música que só em países assim se consegue produzir.
Quis perguntar-te porque é que eu acho que são poucos, muito poucos os beneficiados de um regime, seja ele qual for, cujo maior interesse nunca é o das pessoas. Achei revolucionário e inconformista da minha parte mas não consegui evitar o pensamento. Talvez a minha democracia, no final, também não seja tão justa assim. Só me dá mais dinheiro... não me dá o sorriso.
Antes de sair daqui, li tudo o que pude sobre Cuba mas nada me preparou para as sensações que tive. Uma Havana destruída mas cheia de charme que a todo o custo eu queria que partilhassem comigo e da qual queria ficar ali sentada a ouvir... para que me contassem histórias. Dessa e doutras cidades, contadas por alguém que soubesse muito mais que eu. Por alguém que tivesse uma sensibilidade maior que a minha.

Estas e muitas outras foram as minhas percepções de uma viagem que terminou hoje ao fim de 22 horas entre esperas e aviões. Algumas são coisas que não te direi por receio de ouvir o que não goste e destrua o estúpido romantismo que ainda tenho quando vejo alguma coisa que mexe as minhas emoções....

Talvez tenha ido para férias frágil demais ...

Um beijo
Sempre!

Foto de Rosita

O AMOR E A MÚSICA

Quando a música começa a tocar
Os olhos, em cumplicidade, se encontram
O som suave e doce espalha no ar
As mãos insinuantes se procuram

O sorriso que fala mais do quer
Traduz palavras que dita o coração
Não é necessário nada mais dizer
Porque os corpos transpiram de paixão.

O abraço surge inconseqüente
O imã do amor é forte e os atrai
O coração bate desesperadamente.

Os dois parecem deslizar
Através da música inebriante
Tendo como testemunha apenas o luar.

Rosinha Barroso
20/02/2008

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