Dia

Foto de Rosinéri

VERDADE

Numa ilha tanto tempo esperei
Para minhas mágoas te dizer
Depois te conheci, tantas incertezas
Amarguras sofri, e por aí andei sem saber

Um dia procurei teu sorriso e carinho
E senti gelo na alma quando sorriso não vi
Mas não sabia que vida rouba alegria do rosto
Amor desse é verdadeiro só que não percebi

Libertar a minha dor procurei outros caminhos
Lágrimas dos meus olhos enxugar tentei
Vi sol nascer e campos floridos e sorri
E no pôr do sol e noites frias chorei

Amei quem não conhecia
E quem não me conhecia me amou
Reconstruir vidas frágeis e ousadas
Não é para quem tão fácil desistia
Vendo horizontes o fim longe pra mim andava

Experiências ganhei e tempo passou
Em noites frias chorei sem saber porquê
Talvez um vazio na alma ressuscitou
Tão distante uma dor renascia sem fim

Em novos horizontes, o sol brilhava...

Com os frutos de noites de amor
Muitos sorrisos e alegrias ganhei
Tanto aprendi quando a eles cuidava
E minha dor da alma o adeus a dava

Finalmente senti tal amor verdadeiro
E então percebi que alguém tanto tinha perdido
Tentei de novo reconstruir esse amor primeiro
Mas deixei meu coração agir e outra vez a dor sentido

Agora sei mais o que é verdade e direito
Não quero viver com essa dor no meu peito
Irei tentar mais uma vez antes do fim
A ti te dar todo o meu respeito, e talvez enfim
um sorriso seu...

Foto de Rosinéri

CAMINHADA

Sou da noite peregrino,
Caminho só, sem destino,
Não tenho onde morar...
Caminho ao longo da estrada,
Em busca da madrugada,
Que me traga a alvorada
Que há muito, em vão, persigo,
E não consigo encontrar!...

Levo por manto, o tormento;
Por bordão, meu sofrimento;
No bornal, meu pensamento,
Que eu solto e deixo correr,
Qual cavalo puro sangue,
De crinas soltas, ao vento,
Correndo para a pradaria
Numa louca correria
Que não consigo deter...

E quando o dia acontece
E a manhã, enfim, floresce,
Lá longe, atrás da montanha,
Minha alegria é tamanha
Que eu quedo-me para ver:
Tanta e tão grande beleza,
Que só mesmo a natureza
Me poderia oferecer...

As searas ondeando,
Trigos loiros, sazonadas
De papoulas salpicados,
De um vermelho rutilante,
São pinceladas vibrantes
De um quadro feito: Matiz;

Escuto a brisa que passa
Em seu estranho rumor,
Como se de Orfeu se tratasse
Cantando a Eurídice
As suas trovas de amor.

E na berna do caminho,
Lírios roxos, macerados,
São sofrimentos passados
Por outros pés já pisados...

O ar cheira a romã,
A jasmim, a alfazema...
A vida é todo um poema
Que me apetece viver!

Foto de Rosinéri

DEIXA-ME TENTAR

Deixa-me tentar
quero ver o mundo
quero voltar a sonhar,
não voltar a cair
num esgoto profundo,
nem ser um resíduo
de traficante imundo,
não quero voltar a ser
as trevas de um mar
de esperança sem fundo,
Deixa-me tentar,
quero ver a luz do dia,
com o sol a brilhar
tranqüilo e em alegria,
não me abandonar
mas não me ilumines
sob o signo da piedade
Deixa-me tentar,
faço parte da sociedade
Quero-me libertar
do pecado da modernidade,
pecado que destrói e mata
e não escolhe a idade...

Foto de Rosinéri

Já viste os pássaros voar?
Já foi de madrugada visitar o mar?
Já sentiu encanto pelo Luar?
Já sentiu o verbo amar?
Já viu a escuridão do dia?
Onde se existe e não se sente,
onde não se come, porque não se tem;
Já se sentiu refém?
Do mundo que passa,
e não te olha, e se te olha,
pensa que faz parte dele também;
Sabe crescer com o tempo?
Que corre com a vida,
atrás do momento, que não para.
O desejo perdido,
da ferida profunda que não sara,
ao momento fingido
deste tempo vivido
num mundo belo e sofrido...

Foto de Salome

Miragem

.
.
.
.
Este sonho voando entre as asas do tempo,
Na eternidade desta nua ilusão e sentimento
Deste objetivo que deixou seu eterno rastro
Na finalidade da realização dessa ausência.

Começo sem fim, sem nunca ter sido iniciado!
E versos que hoje se desfazem na tua ciência,
Libertos da tua mão sem serem chamados,
Me fale se tudo isso não passa duma ilusão!

Um porto vagando entre o abraço desse vento
Me chamando na densa bruma duma canção,
Ausente e vertendo seu coração delinquente
Entre os braços desta eterna paixão ausente

Dizes que meu olhar em ti se desfaz, te seduz!
Quando neles o fogo da sensação é imponente
Refletindo o desejo carnal que em mim faz luz,
Na escuridão de quem te observa sem falar

Carícias queres semear, o meu corpo excitar!
Quando este meu infinito corpo dia após dia,
Dorme entre os lençois do desejo e do absinto
Fortificando seu veneno e saciando a sua fome

Amar ou ficar!... poeta desta tua síngela mão,
Esta miragem entre todas voando e se rasgando
Na ilusão deste teu encanto em plena dosagem
Convertendo a alquimia de amar em mero gozar

Me fale lindo Poeta, qual é essa minha imagem
Que você procura em desvendar e sem desaguar,
Nesse teu eterno apelo ao meu unico sentimento
Sem hoje ser igualado ou finalmente destinado!

*
*

Afinal eís a poesia aos seus poemas que me foram lançados por sua mão...

Poeta! Versejar é o meu desafio lançado...

*
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Salomé - All rights reserved to KM 2008

Foto de Ayslan

Saudade

Tantas palavras, quantas lembranças que machucam. Sabe ainda tenho tanto a te dizer mas sei que você não quer me ouvir meus sentimentos já não importam para ti.
Escrevo-te versos, poemas de amor quando já não existe esse amor apenas, dor.
Fico ansioso na esperança de um dia você ler tudo que um dia queria ti dizer olhando em seus olhos e vê através deles e ouvir você dizer que nunca me amou.
E você poderá ver em meus olhos os meus mais íntimos segredos, desejos e, dor .
Então enquanto você não os ler meu pensamento corre em busca de palavras que possam exprimir meus sentimentos e aliviar essa dor que aperto meu peito.
Apenas consigo encontrar e dizer e sentir saudade.
Se fosse só saudade...

Foto de Sonia Delsin

QUANDO A LUZ SE APAGA

QUANDO A LUZ SE APAGA

Quando a luz se apaga ele a afaga.
E vai embora toda a dor do dia.
Ela sente uma alegria.
Esquece todos os dissabores.
São assim alguns amores?
Brigas e reconciliações?
Quando a luz se acaba a zanga acaba.

Foto de christiancleber

A distância não Vence o Pensamento

Se neste momento eu o vento fosse,
viajaria toda a distância que nos separa
somente para tocar sua face macia...

Tocaria seus lábios beijando-a sem
mesmo você imaginar que estava sendo
beijada.
Usaria a minha invisibilidade e envolveria
todo o seu corpo, como se você fosse abraçada
por mil braços...

Tocaria seus cabelos espalhando em mim o belo
perfume que muitas vezes me embriagara
com pensamentos que só fortificavam sua
imagem em minha mente...

Passaria por um belo jardim, e num gesto nobre
arrancaria todas as flores contidas nele...
E quando passasse sobre ti, faria cair sobre sua silhueta
uma chuva de pétalas, fazendo de ti a mais linda delas...

A cada passo dado, eu diante de ti varreria o chão onde vieste a pisar,
lembrando-te que tal gesto somente a realeza era digna de ter.
Ou seja, te lembraria que somente você fora hoje e
sempre a minha rainha...

Se a chuva de repente e do nada viesse a te surpreender,
Eu mais uma vez usaria meu poder, e desviaria cada gota
de seu belo corpo...

E quando você começasse a desconfiar de algo, eu mais uma vez tocaria sua face e sua boca...
E como se estivesse te beijando novamente, te faria esquecer de tudo aquilo.
Colocando em sua mente através deste gesto, a minha imagem e toda
a saudade que de ti sinto.

Quando fosse noite, eu inevitavelmente visitaria com alegria a sua morada.
Abriria lentamente e sem fazer barulho a janela de seu quarto...
E mesmo tendo minha presença denunciada pelo balançar das cortinas,
de você eu me aproximaria contendo em mim não a frieza do vento
comum, mas o calor que somente quem ama pode ter...

E mais uma vez te beijaria, mas não com um simples beijo de boa noite,
mas com um beijo que com certeza faria de mim o único
integrante de seus sonhos...
E quando isso acontecesse, eu me faria presente em seus sonhos não
como vento, mas como aquele que você sempre preservara com amor
em seus pensamentos e que sempre irá te amar mesmo distante...

Mas o vento eu não sou, e a distância tão pouco posso vencer de imediato.
Então só me resta o único calmante presente no momento...
Somente pensar em ti até que a distância possa ser vencida.
E neste dia a ti me farei presente não como vento e nem em seus sonhos,
Mas como a pessoa que te fará viver cada momento de realidade.

Foto de killas

DEIXEI DE TER CORAÇÃO (*)

Quero saber o que fazer,
Para um dia te ter,
Pois eu irei morrer,
Se continuar a sofrer.

Eu por ti tudo faço,
Diz-me só o que queres,
Dou-te uma prova de amor,
Ou para sempre me perdes.

Não conseguirei ser feliz,
Se ao pé de ti não ficar,
Nem conseguirei ser feliz,
No dia em que te encontrar.

Não posso ser feliz,
Neste amor arrebatado,
Nem posso ser infeliz,
Neste amor negado.

Numa quente manhã,
Recebi finalmente um sinal,
Uma carta do correio,
Sem remetente afinal.

Mas quando a carta abri,
Já tu sabes o que vi,
Eu sorriso ficou no rosto,
Pelo amor que ali vi por mim.

Acabou-se a estoicidade,
Não conseguia mais sofrer,
Se não chegasse esta carta,
Alguém nunca mais me ia ver.

Não quero de Epicuro ser discípulo,
O sofrer hoje e não amanhã,
Aguentar sempre o sofrimento,
Em prol de uma vida sempre sã.

Para ter uma vida sã,
Sem sofrimento futuro,
Não é essa vida que quero,
Estar na frente de um muro.

Mas não podia dar certo,
Este nosso grande amor,
Mais vale parar já,
E evitar maior dor.

Foi contra a minha razão,
E contra o meu coração,
Abraçar o epicurismo,
Com alma e paixão.

Noutra carta tu dizias,
Que eu era um louco apaixonado,
Nessa carta tu dizias,
Que estava tudo acabado.

Terminado o que pode ser?
A amizade ou o amor,
O que vou eu fazer,
Para aguentar esta dor.

Nesta vida desgraçada,
Só há uma solução,
Para sobreviver a esta alhada,
Basta não ter um coração.

(*) – Este poema foi feito em co-autoria com uma colega que andou comigo na Escola Secundária de Santa Maria, pessoa que quis com minha autorização compor o poema de maneira diferente à que eu estava a escrever. O nome de tão ilustre personagem a quem eu dedico este poema na parte que escrevi chama-se “Lady” Elisa Grilo, a quem eu aproveito para mandar um abraço afectuoso.

Foto de killas

AS PESSOAS DO MAL

Aqueles que com língua viperina,
Estão sempre a veneno insuflar,
Ainda numa grande terrina,
Cheia de veneno se vão afogar.

Passam toda a vida a dizer mal,
Não sabem o que é que é gostar,
É algo que não pode ser normal,
Um dia ainda se vão matar.

Vivem como os grandes abutres,
De sangue frio prestes a secar,
A vida são os contínuos embustes,
Com que tentam a todos enganar.

Pessoas para quem a felicidade,
É mais um despojo conquistar,
E é tal a sua perversidade,
Que só sabem as vidas sugar.

Acabam por nunca conseguir viver,
De tanto mal estarem a destilar,
Acabam por a vida perder,
Ao sentirem a solidão a chegar.

Ainda vão morrer engasgados,
Até a maldade conseguirem vomitar,
Ainda podem ser perdoados,
Se o bem decidirem praticar.

Se não um atroz sofrimento,
Os irá para sempre acompanhar,
Porque sem o arrependimento,
Todas as desgraças vão chamar.

Quem pela espada quer viver,
Pela espada se vai matar,
Para ele a vida é só sofrer,
Até ao fim o castigo chegar.

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