Detalhes

Foto de SATURNNO

Passageiro do Tempo

Sou fruto do imperador dos momentos
Do grande criador dos instantes
O tempo é um trem que jamais volta
Sou apenas um viajante

E sentado ao lado da janela desse trem
Olho a vida passageira em meio a outros passageiros
Tudo passa e nem tudo se vê
Em uma soma de detalhes sorrateiros

Olho para trás e vejo
Que o trem da vida avança
Percebo-me na metade da viagem
Enquanto há vida espero abonança

Três quartos se passaram
A estação final já não está tão longe assim
Reflexões, decepções e realizações
Estou pronto para o fim

Ao desembarcar na derradeira estação
Para a minha admiração o final se revela fictício
E o fim da vida apenas um artifício
Pois assim, passo a outra dimensão

João F..R. 17/03/2011

Foto de Evelline Andrade

Viagem pelo teu ser

Hoje me veio uma vontade, mas uma vontade tão diferente de tudo que já quis. Hoje meu amor desejei acordar num belo dia sendo você. Desejei ser você, pensei em como seria ser eu estando em você, saber o que sentes por mim, perceber teus medos, anseios, angustias. Olhar para mim através dos teus olhos, e saber o que mais gosta em mim, entender quais dos meus detalhes te fascinam, enxergar o que não gosta o que não quer... Quero me sentir revestida pela tua sensibilidade de poeta e somado a tudo que sinto, mergulhar na tua essência e te presentear com o amor puro e perfeito que tanto sonha. Seguindo a maravilhosa viagem por dentro de ti avisto um coração belíssimo brilhante pulsando pureza e felicidade, e ali me procuro, me procuro e me entristeço ao não me ver ali e de repente o amor me pega pelo braço e me olha no olho e me diz “ veja através de mim o que procuras” rapidamente me olho em volta e me vejo cravada em todos os lugares do seu corpo físico, mental e espiritual, me vejo rodeada por mim mesma e logo me ponho a refletir que precisei viajar por entre você para perceber algo tão simples e natural. Compreender que não existe separação entre nós, pois eu estou em você e você está em mim, o amor que nos une nos faz um só e a vida nos deu a oportunidade de desfrutar e mostrar ao mundo que o amor existe e é a força sutil que faz a conexão entre o homem e a felicidade. Por isso meu amor quando digo que te amo é apenas uma maneira de resumir rapidamente tudo isso para me expressar para você na correria das nossas vidas. Sinta-se o ser mais amado do mundo, infinitamente mais amado...

Evelyne Andrade
06/04/2011 às 01h14min: 45

Foto de kaew

ROBERTA

Sozinho numa noite fria e calada
procuro uma fuga num mundo virtual
um mundo interativo , mas bem individual
dentro de um oceano de futilidade minha mente é resgatada

Suas palavras parecem fazer sentido
e acabo atraído para armadilha de te conhecer
faminto, devoro cada palavra que você "têcer"
o instinto afirma nada é fingido

Tua sinceridade desperta a ância
de descobrir esse novo mundo
mas à noite é pequena demais para minha ganância

O dia é longo na espera da noite chegar
enfim ela chega e agora é só aguardar
Em cada letra, o novo mundo, não parece tão novo

Reconheço detalhes e me sinto seguro
como uma criança curioso investigo
e logo percebo que conheço quase tudo

É como um espelho a refletir uma imagem
ela parece comum, mas o brilho e o reflexo atrai
e como narciso mergulhei e caí

Agora estou perdido no nesse mundo
quer dizer teu mundo, já não sei o que pensar
más é adorável descobrir tudo.

Foto de Arnault L. D.

Única

Embora muito me esforce,
a cada dia os fatos se diluem.
Perco detalhes na lembrança,
feita a renda que se esgarça,
perdendo laços, que se excluem
ao esquecimento que avança.

A cada vez que recordo,
as linhas são mais fragmentadas,
as cores tem menos contraste.
Porém, nesta nau ainda abordo...
E ela me leva ao céu, qual escada,
que a cada passo do chão me afasta.

A realidade torna-se imprecisa.
Mesclada, a confundir-se ao sonho.
Talvez, lembre tal real o que sonhei,
e os vendáveis diga sentir em brisa...
Teu perfume, por mais que estranho,
sinto junto a mim... e apenas lembrei...

Mas, obstante a cada traço
que o viver eruda, a tornar distante...
No fim, inda haverá o que esquecer. Sei.
Enorme amor, mesmo se em mínimo pedaço,
ainda haverá, quando findar todo restante.
Talvez sem história, lembre apenas que amei.

Foto de betimartins

Hino de amor à natureza

Hino de amor à natureza

No verde que minha vista já não alcança, no espaço repleto de beleza eu vejo as rolinhas, felizes e contentes debicarem seus petiscos, os insetos soltos por ali...

Entre os vôos de marcar territórios, os bem-te-vis são agressivos por demais, disputa o pobre pica-pau de penas avermelhadas, fazendo mesmo assim as suas graças na árvore...

Olho o lago com suas imensas águas, espelhando Dourado do Sol, refletindo as nuvens e as árvores dali, e na beira do lago os canto agitados dos quero-queros, querendo eu longe dali...

Entre os pulares nas árvores gigantes, olho e não consigo entender vejo misturados no verde os belos periquitos a namorar, que algazarra eles fazem ali...

Observo as outras árvores e vejo os ninhos do joão-de-barro, quanta perfeição e observo ali e quanto trabalho árduo ele tiveram pelos seus amados filhinhos...

De repente escuto o barulho na água de um mergulhão quase azul e esverdeado a pescar, que belos vôos ele fazia na água, rumando para a enorme castanheira descansar...

Ruídos estranhos e estridentes me fazem olhar para as arvores vizinhas, qual é o meu espanto que vejo famílias de sagüis espreitarem-nos, alguns ainda muitos bebezinhos...

Perdemos em breves pensamentos, ao ver tanta união ali, os bebês seguirem suas mães e lembrar quantos de nós os humanos mataram e maltrataram as nossas crias...

Jamais são deixados ao esquecimento, nem deitados ao lixo, apenas são animais, mas que cuidam verdadeiramente das suas crias como as mães devem ser de verdade...

Olho para o relógio e vejo que são onze horas, vejo gente com seus lanches, para ficar a descansar do trabalho, ficando apreciar o que a natureza ali oferece...

Rasga o silencio da represa, o trem que esta chegando ali, sãos os mais variados vagões de mercadoria, onde outrora era o café que mais se transportava ali...

O Sol se esconde por breves momentos, ficando tudo no mais absoluto silêncio, a penumbra sobressai ali recolhendo os nossos pensamentos...

As nuvens são arrastadas pelo vento que suavemente se faz sentir, deixando o Sol, emergir trazendo o calor e iluminando tudo por ali...

Uma pequena serenata se escuta ali, como agradecimento á vida que corre ali, de novo o barulho das águas, são a belas famílias de capivaras, que vem descansar ali...
Na cor prata da água, vejo emergir os peixinhos, buscando os restos de comida, deixados para as famílias de patos que vivem espalhados ali...

Observo a vida em forma bruta, quanto ela é majestosa, recheada de coisas tão belas como o amor, partilha vivida por eles ali...

Imaginei um verdadeiro artista pintando aquele quadro visto ali, quais seriam as cores pintadas, até os detalhes das minúsculas borboletas e as belas libelinhas voando por ali...

Alegre e completamente feliz, quis dançar ali, esvoaçar como os pássaros, cantar como um canário, como se fosse uma oração e agradecimento a vida...

A paz que eu encontrei e senti ali, apenas é a melhor união com Deus, o mais belo hino de amor cantado pela natureza para mim...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net 25 de Março de 2011

Foto de odias pereira

" EM MEU SONHO TE ENCONTREI " ...

Hoje acordei sorrindo,
Feliz da vida eu sonhei.
Foi um sonho muito lindo,
Nesse sonho eu te encontrei.
Tu estavas tão linda,
Num vestido branco de alcinha.
Contando detalhes de tua vinda,
Ao meu lado você caminha.
Era um sonho tão real,
E eu estava feliz.
Tu estavas linda , um cristal,
Como uma dama em Paris.
Mais o tempo foi passando,
E você foi se despedindo.
E eu senti que eu estava acordando,
E lá ao longe você foi sumindo.
De mais um sonho eu acordei,
Acordei muito feliz.
Não importa, se com você eu não fiquei,
Foi o destino que assim quis...

São José dos Campos sp
Autor: Odias Pereira
20/03/2011

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa XXIV - Sonho

Alegria e decepção.
Esta era da vida do Tigre a definição.

Alegria por ter a Rosa ao seu lado.
Decepção por não tê-la ao seu lado.

O coração dela era seu novamente,
mas nada impediria o futuro iminente.

O quê aconteceria ?
O mais óbvio caminho ela seguiria.

Iria se unir ao Jardineiro.
A Rosa iria para outro canteiro.

Mesmo discordando disso completamente,
pensou que era o certo e decente.

Não havia simplesmente nada,
que pudesse mudar esta caminhada.

O melhor era apoiar a sua decisão.
A ajudaria em qualquer situação.

Se fosse pela sua felicidade,
o Tigre não se importaria com a sua infelicidade.

Conversaram sobre os preparativos,
detalhes sobre o enlace festivo.

Disse que não conseguia acreditar,
que pudesse com ela sobre isso conversar.

Rosa: “- É estranho para mim também, deveríamos estar juntos !”
“- Assim poderíamos decidir sobre isso tudo !”

Respondeu à Rosa que não custava sonhar.
Sonho é algo que se possa no coração guardar.

Rosa: “- Discordo de você !”
“- Como posso sonhar com algo que não vou ter ?”

Respondeu que mesmo que tudo seja incorreto e medonho,
ninguém nunca conseguiria roubar os seus sonhos.

Foto de giogomes

Detalhes

Um grande furacão se forma com leves brisas
Tempestade com pequenas gotas d´agua a se acumular
Congestionamento com poucos carros em avenidas
Um grande amor com apenas um olhar

O furacão se vai e nada fica
A tempestade se deixa pelo rio levar
Congestionamento termina ao final da fila
Um grande amor se vai ao não se cultivar

Tudo se inicia e termina pelos detalhes
tudo é mais interessante com todos os entalhes
Cada ação pode ser o começo
de um triste fim ou um belo recomeço

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de Amy Cris

Frases...

Aquilo que se vê por fora nem sempre é o que está se sentindo por dentro.

O amor nunca tem sentido, pois ilusões não precisam ser explicadas.

A beleza da vida está nos detalhes de cada emoção.

A palavra "nunca" só é real para aqueles que têm medo de viver.

A morte é um estado de espírito impossível de se mudar.

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