Destino

Foto de DeusaII

Esperei... Esperarei para sempre!

Numa cabana feita de olmo
Onde os apaixonados de amam,
Onde os sentimentos fluem
Ao sabor dos dias que passam,
Esperei por ti...
Minha vida criou raízes,
Minha alma findou com o tempo,
Meu coração esqueceu-se de amar.
Neste paraíso desconhecido
Onde deixei tudo de mim,
O sol já não se põe
E a memoria do que foi
É uma permanente saudade.
Nesta espécie de vida,
Onde os sentimentos andam
A uma velocidade alucinante
Esperei por um sinal teu,
Por algo que pudesse devolver-me a esperança,
Criei calos, com o tempo,
Mas esperei...
Sentei-me na areia molhada pelo mar,
E vi os dias passarem...
Vi as noites morrem,
Vi pessoas passeando,
Deixando suas marcas na areia,
Vi pássaros voando,
Em busca do seu destino....
Vi crianças sorrindo,
Como se o mundo fosse delas
E esperei....
Olhei o mar, distante,
Com o seu brilho esplendoroso,
Com a sua mágica cor.
Vi enamorados clamar à lua,
E no entanto continuei esperando...
No fim...
Já sem forças, já sem alma,
Levantei-me,
Olhei em meu redor....
Vi as gaivotas lá no céu azul
Entoando seus cânticos...
E continuei esperando....
Como sempre vou esperar....
Até meus olhos se fecharem
Para sempre!

Foto de Josi Mozer

Um dia I.

Um dia...

Um dia tornei-me uma de suas melhores amigas...
Um dia descobri que te amava. Um amor puro, sincero, realista, mas platônico.
Amei-te tanto, mas você não me ligava.
Conhecia, mas fingia desconhecer o meu amor por você.
Enquanto eu sofria, você sorria, ignorando meu sofrimento, dando valor a outro alguém que talvez não desse a você metade do amor que eu te dava.
Um dia me perdi em ti.
Um dia você me amou, e eu a você...livres, em fim...
Um dia você quis ir embora.
Um dia você disse adeus.
Um dia o destino foi cruel, falou duro comigo.
E nesse dia sofri muito...
Um dia você se foi.
E partiu sem me dar uma chance de mostrar todo o meu amor por você.
Um dia esperei por ti.
Um dia quase não agüentei.
É...Você se foi e eu fiquei aqui, sofrendo, chorando, sonhando que você voltaria e diria:
"_Olha amor...Voltei porque na distância descobri que também te amo e não posso viver sem você."
Mas, isso não aconteceria, pois era apenas um sonho.
Um dia acordei, caí na real e descobri uma coisa: Não fui eu que te perdi, foi você que perdeu, pois eu sei que um dia amarei alguém tanto quanto amei você.
Mas, um dia renasci para a vida...
E resolvi descobrir o mundo em outro alguém.
Nesse dia me dei conta que tudo que foi lindo com você passou.
Um dia você retornou e disse que queria ficar e se arrependera.
Mas, não precisou um dia para eu ter forças e dizer que por mais que eu tivesse te amado... era tarde demais.
Será que um dia, alguém te amará tanto quanto eu?
Aqui termino de dizer tudo que um dia senti por você.

Josi Mozer

Foto de Carmen Lúcia

A acompanhante

(texto inspirado no conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, em homenagem ao centenário de sua morte.)

Lembranças me vêm à mente. Ano de 1968. Meus pais já haviam falecido e me restara apenas uma irmã, Ana.
Foi preciso parar com meus estudos, 3º ano do Magistério, para prestar serviços de babá, a fim de sobrevivência.
Morava em Queluz, cidade pequena, no estado de São Paulo, quando, ao chegar do trabalho, bastante cansada, recebi a carta de uma amiga, Beth, que morava em Caçapava, para ser acompanhante de uma senhora idosa, muito doente. A viúva Cândida. O salário era bom.
Ficaria lá por uns bons tempos, guardaria o dinheiro, só gastando no que fosse extremamente necessário.Depois, voltaria para minha cidade e poderia viver tranqüilamente, com minha irmã.
Não pensei duas vezes. Arrumei a mala, colocando nela o pouco de roupa que possuía e me despedi de Ana.
Peguei o trem de aço na estação e cheguei ao meu destino no prazo de uma hora, mais ou menos.
Lá chegando, fui ter com minha amiga Beth, que morava perto da Praça da Bandeira e estudava numa escola grande, próxima de sua casa. Ela me relatou dados mais detalhados sobre a viúva, que, não fosse pela grande dificuldade financeira que atravessava, eu teria desistido na mesma hora.
Soube que dezenas de pessoas trabalharam para ela, mas não conseguiram ficar nem uma semana, devido aos maus tratos e péssimo gênio da Sra Cândida.
Procurei refletir e atribuir tudo isso a sua saúde debilitada, devido às várias moléstias que a acometiam.
Os médicos previram-lhe pouco tempo de vida. Seu coração batia muito fraco e além disso, tinha esclerose, artrite, bicos-de-papagaio que a impossibilitavam de andar e outras afecções mais leves.
Depois de várias recomendações de paciência, espírito de caridade, solidariedade por parte de minha amiga e seus familiares, chamei um táxi e fui para a fazenda, onde morava a viúva, na estrada de Caçapava Velha.
A casa era de estilo colonial e lembrava o passado, de coronéis e escravos.
Ela me esperava, numa cadeira de rodas, na varanda enorme e mal cuidada, onde vasos de plantas sucumbiam por falta de água.
Percebi a solidão em que vivia, pois apenas uma empregada doméstica, já velha e com aspecto de cansada, a acompanhava.
Apresentei-me:-Alice de Moura, às suas ordens!Gostou de mim.Pareceu-me!
Por alguns dias vivemos um mar de rosas.Contou-me de outras acompanhantes que dormiam, não lhe davam seus remédios e que a roubavam.
Procurei tratá-la com muito carinho e ouvia atentamente suas histórias.
Porém, pouco durou essa amistosa convivência. Na segunda semana de minha estadia lá, passei a pertencer à lista de minhas precursoras.
Maltratava-me, injuriava-me, não me deixava dormir, comparando-me às outras serviçais.Procurei não me exaltar, devido a sua idade e doença.Ficaria ali por mais algum tempo. Sujeitei-me a isso pela necessidade de conseguir algum dinheiro.
Mas, a Sra Cândida, mesmo sendo totalmente dependente, não se compadecia de ninguém.Era má, sádica, comprazia-se com a humilhação e sofrimento alheios.
Já me havia atirado objetos, bengala, talheres, enfeites da casa.Alguns me feriram, mas a dor maior estava em minh’alma.Chorava, às escondidas, para não ver a satisfação esboçada em seu rosto e amargurava o dia em que pusera os pés naquela casa.
Passaram-se quatro meses.Eu estava exausta, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.Resolvi que voltaria à Queluz.Só esperaria a próxima rabugisse dela.Foi quando, de sua cadeira de rodas, ela atirou-me fortemente a bengala, sem razão alguma, pelo simples prazer de satisfazer seu sadismo.
Então eu explodi. Revidei, com mais força ainda.Mantive-me estática, por alguns minutos, procurando equilibrar minhas fortes emoções e recuperar a razão.
Foi quando levei o maior susto de minha vida. Deparei-me com a viúva, debruçada sobre suas pernas e uma secreção leitosa escorrendo de sua boca.Estava imóvel.
Já havia visto essa cena, quando meu pai morrera de ataque cardíaco.
Aos poucos, fui chegando mais perto, até que com um esforço sobre-humano, consegui colocá-la sentada na cadeira e com o xale que havia caído ao chão, esconder o hematoma no pescoço, causado pela minha bengalada.
Pronto!Tornara-me uma assassina!Como fui capaz de tal ato?
Bem, fora uma reação repentina, em minha legítima defesa.Ou quem sabe, a morte tenha sido uma coincidência, justamente no momento em que revidei ao golpe da bengala.
Comecei a gritar e a velha empregada apareceu. Ajudou-me a levar o corpo até o quarto.Chamei Dr. Guedinho, médico da Sra Cândida e padre Monteiro, que lhe deu extrema unção.
Pelo que percebi, o médico achou que ela fora vítima de seu coração, um ataque fulminante.E eu tentei acreditar que teria sido mesmo, para aliviar a minha culpa.
Após os funerais, missa de corpo presente na igreja Matriz de São João Batista, recebi os abraços de algumas poucas pessoas que lá estavam, ouvindo os comentários:
-Agora você está livre!Cândida era uma serpente!Nem sei como agüentou tanto tempo!Você foi a única!
E, para disfarçar minha culpa, eu retrucava:
-Era por causa da doença!Que Deus a tenha!Que ela descanse em paz!
Esperei o mesmo trem que me trouxera à Caçapava e embarquei para minha cidade.Aquelas últimas cenas não saíam de minha mente. Perseguiam-me dia e noite.
Os dias foram se passando e o sentimento de culpa aumentando.
-Uma carta para você!gritara minha irmã.-E é de Caçapava!
Senti um calafrio dos pés à cabeça. Peguei a carta e fui lê-la trancada em meu quarto.
Que ironia do destino!Eu era a herdeira universal da fortuna da viúva Cândida!Logo eu, que lhe antecipara a morte.Ou teria sido coincidência?
Pensei em recusar, mas esse fato poderia levantar suspeita.
Voltei para Caçapava e fui ter com o tabelião, que leu para mim o testamento, longo e cansativo.
Realmente, era eu, Alice de Moura, a única herdeira.Após cumprir algumas obrigações do inventário, tomei posse da herança, à qual já havia traçado um destino.
Doaria a instituições de caridade, às igrejas, aos pobres e assim iria me livrando, aos poucos, do fardo que pesava em minha consciência.
Cheguei a doar um pouco do dinheiro, mas, comecei a não me achar tão culpada assim e passei a usá-lo em meu benefício próprio. Enfim, coincidência ou não, a velha iria morrer logo mesmo e quem sabe se era naquele momento.
Ainda tive um último gesto de compaixão à morta:Mandei fazer-lhe uma sepultura de mármore, digna de uma pessoa do bem.
Peço a quem ler essa história, que após a minha morte, que é inevitável para todos, deixem incrustada em meu epitáfio, essa emenda que fiz, no sermão da montanha:
_”Bem aventurados os herdeiros universais, pois eles serão respeitados e consolados!”

(Carmen Lúcia)

Foto de Joaninhavoa

PONTO VERMELHO...

*
PONTO VERMELHO...
*
Vermelhinho!
*
*

Hoje vou te flechar
e dizer
Que essa boina verde
d`esperança
E esse ponto vermelho
é uma força
Tamanha em que está seu
Ser

Nosso Ser e a nossa vontade
como marionetas
Colocamos nas mãos d`amor
o destino
Força superior à razão superior
ao desejo
Ponto vermelhinho sobre o verde
veredas

Únicas! Somos
Vermelho sobre o branco
Realidades no imaginário

Fecho os olhos para apagar
A máscara! E vejo uma lágrima
De sangue.

Almas ao céu no céu … já voando!
Joaninhavoa,
(helenafarias)

Foto de Sonia Delsin

UMA CONVERSA CONTIGO

UMA CONVERSA CONTIGO

O que tu fazes vale a pena?
Quem sou eu pra julgar?
Não posso tua vida mudar.
Nem quero ser enxerida.
Cada um faz o que quer de sua vida.
Tens livre arbítrio.
Escolhes teu próprio caminho.
Talvez seja este o teu destino.
Dizes que sofres desde menino.
Talvez seja teu carma.
Talvez o que pensamos que seja uma ferramenta seja uma arma.
Não sei.
Sinceramente não sei.
Não posso interferir.
Mudar teu existir.
Fico assistindo.
Não mais penalizada.
Compreendi que tenho também minha estrada.
Gostaria apenas de frisar algo.
Pode ser que nunca tenha compreendido, mas foste uma criatura muito amada.

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Incertezas do amor & Meu anjo pra que sofrer - Due Rozeli & Von

*
*
*
*
O destino me trouxe dores, mágoas
Feito um manto negro, cobriu
o vermelho do meu coração
Pensamentos vagando...
O nada diante de mim
O tudo tão distante
Não seguro...te deixo partir.
A solidão, aquela constante
Num coração consumido em tristeza
que eu permitir conhecer
Me perdi entre aflições e incertezas.
Caminho sobre o fio da navalha
numa escuridão atrevida
Angustia e sofrimento
Sozinha em meio à multidão.
Corri, caí,chorei, levantei...
Sobrevivo!
**Rozeli**

Meu anjo pra que sofrer

Você é meu anjo do amor
Que me leva à paixão,
E me faz delirar de tanta tesão,
me enche de amor
e me faz pairar no teu mar de ilusão...
Você é o anjo da minha vida !!!
Minha razão de viver
Minha eterna paixão...
Anjo, nunca quero me afastar de você...
**Von**

Foto de DeusaII

O coração daqueles que não sabem amar

Ondas de calor,
Num dia de tempestade,
Corpos envoltos em prazer
Sentidos dispertos
Olhares apaixonados.
Mágoas vividas ao sabor da chuva,
Que cai de mansinho,
Antes do dia terminar.
Sofrimentos atrozes,
Que já se perderam e renasceram
Em almas separadas.
O frio gélido, que paira em corações perdidos
Em olhares distantes,
Em sorrisos esquecidos.
Sentimentos de impotência,
Perante vidas perdidas,
E nunca relembradas,
Por má sorte do destino.
Almas fingidas,
Que se esqueceram de amar,
Que se perderam no caminho de um destino
Cruel e distante.
A tempestade passa, lá fora,
A chuva diminui de intensidade
Mas o frio permanece colado aos corpos
Dos que se esqueceram de amar.
Daqueles, que um dia, esqueceram-se a vida.
Um frio gelado,
Quase vida, quase morte
Que permanecerá sempre,
Até que a luz,
Assole suas alma e as traga
De novo à vida.

Foto de LUIS EUDARDO

voltar no tempo

Quem dera voltar no tempo
Seria um tempo pra corrigi o que ficou pra trás
Nem tudo sai como a gente quer.
Tudo na vida tem um destino certo.

Tive tantos sonhos
O primeiro dele pude realizar
Foi ter conquistado você!
Isso que aconteceu foi bom!

Foto de LUIS EUDARDO

CUIDADO

CUIDADO.

Amor muito forte pra quem realmente ama de verdade
O amor nunca foi desejo do ser humano, e sim do coração.
Eu cobiço você, mas nada adianta porque o coração pode não gostar, quando o coração gosta nada mudará o destino.
A não ser Deus!

É por isso que tenho medo de você
Meu coração bate muito forte por você
Só pensa em te amar todo dia, toda hora!

PORQUE A GENTE É TÃO CRIANÇA?

Foto de Rose Felliciano

Mais um Setembro....

.
.
.
.

"Poderia ser mais um setembro,
que por si só já é encanto.
Mês das flores, clima suave, amores...

Poderia ser mais um dia comum
que por si só tem seu sabor
mas não foi...

Só nós sabemos...
Mas, não pudemos mudar o destino
tampouco sentimentos....

E a roda viva do tempo
trouxe e trará outros setembros
eu sei....

Com eles, vieram e virão novas flores
novos dias, suas cores,
primaveras...

E a contínua espera
em que novamente floresça,
no frio dessa ausência sentida,
O amor... combustível da vida...." (Rose Felliciano)

.

*Mantenha a autoria do Poema*

No link abaixo, está o poema com a belíssima música do Neil Diamond- September Morning...

http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=1176985

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