Deserto

Foto de poetisando

Alentejo

Lindos campos de trigais
Em tempos que já lá vão
Época em que até diziam
Que eras o celeiro da Nação
Tempos que já não voltam
Às paisagens dos teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Com o esvoaçar dos pardais
E quando chegava a época
De o trigo ter que se mondar
Era ver ranchos de gente
Homens e mulheres a cantar
Como era lindos os teus campos
Até na cor das suas papoilas
Como era o trigo mondado
Por rapazes e por moçoilas
Logo cedo pela madrugada
Era ver tanta gente a se juntar
Homens e mulheres faziam coro
Para com alegria irem mondar
Alentejo que tanto pão produziste
Desses tempos só recordações
Deixaste de ser o que eras
Só se vê a tua gente triste
Lindos eram os teus campos
Cobertos com teus lindos trigais
Hoje estas a ficar deserto
Tempos que não voltam mais
Que saudades têm a tua gente
Desses tempos que já la vão
Davas trabalho á tua gente
E que produzias tanto pão
Que lindos eram os teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Ouvir o teu cante alentejano
Cantado também por moçoilas
O que fizeram de ti Alentejo
Que deixaste de ter trigais
Fizeram de ti um deserto
Que já nem sustenta pardais
De: António Candeias

Foto de vânia frança flores

Hagar no Deserto

Hagar no Deserto
Gênesis 21: 8 a 21.

Meus amados, vejamos que Deus maravilhoso. Podemos ver que versículo 19 Deus abriu os olhos de Hagar e viu um poço de água. Acontece que não havia um poço de água alí. Mas o nosso Deus faz brotar a fonte no Deserto . Se você está num deserto e não vê futuro nem esperança. Deus quando ouvir a tua oração, as tuas lágrimas ele já deixou preparada a benção para tua vida, abra os teus olhos que você irá ver. Deus esta mandando você olhar com olhos espirituais e verás a benção que Deus preparou para tua vida. Deus está mandando você olhar.

Hagar abriu os olhos e viu a fonte. Encheu de água o odre e deu de beber ao rapaz que estava delirando.

O profeta Isaias no cap. 12:3 está escrito assim: Vós com alegria tirareis águas da fonte da salvação. Sabe o que significa isto? Hagar estava alí jogando água no menino,dando água para ele beber e se alegrando e gorificando a Deus e dizendo: Ismael Deus ouviu você mais uma vez, Deus ouviu a tua oração, Deus enviou um anjo.

Apareceu uma fonte aqui no meio do Deserto eu estou jogando esta água no teu rosto te dando para você beber porque esta água de salvação foi enviada pelo Deus de Abraão, foi enviada pelo teu pai, o Deus do teu pai. Ismael recobrou a vida, foi salvo naquela hora, e veja que Deus não agiu mal com Ismael nem com Hagar, ainda que eles dois tudo parecia um abandono, mas Deus continuava no controle. Amém? Ainda que em muitos momentos da tua vida pareceu que Deus te abandonou, eu te digo Deus continua no controle, está no controle e por isso esta lhe permitindo ler esta ministração e abrir a fonte de salvação diante de você e lhe dar água viva para beber, para te salvar, para te recuperar deste estado de fraqueza em que você se encontra.

Olha que coisa tremenda. Deus estava com o rapaz, que cresceu habitou no deserto, e se tornou flecheiro. Habitou no deserto de Parã: e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito. Deus tinha prometido que iria fazer deste menino aqui, um rei e que a sua descendência seria numerosa.

Amados quero lhes mostrar no capítulo 16 e ver se Deus agiu bem ou não com Hagar e Ismael. Voltando agora a 16 anos também, na vida de Hagar e Ismael quando Hagar ainda estava grávida de Ismael, aquela primeira vez que hagar fugiu, (hagar quer dizer fuga) podemos ver que a vida de Hagar era uma vida marcada mesmo.

A mulher tinha no nome um princípio de vida. Ela vivia fugindo, o destino dela era fugir. Até de Deus ela fugiu, mas mesmo fugindo no deserto Deus a achou. E aqui no capítulo 16 quando o Anjo do Senhor lhe apareceu pela primeira vez no verso 9 está escrito: Então disse o Anjo do Senhor: Volta para a tua senhora, e humilha-te sob suas mãos. Disse-lhe mais o Anjo do Senhor: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por numerosa, não será contada. Hagar tenho um plano na tua vida, não fuja de mim não. Disse-lhe ainda o anjo do Senhor. Concebeste, e darás a luz um filho, a quem chamarás Ismael, porque o Senhor te acudiu na tua aflição. Ele será, entre os homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de todos será contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos. Ismael vai ser o pao dos Àrabes.Quando diz aqui ele serás como um junto, quer dizer homem bravo. (Voces já viram os árabes conversando?). O árabe quando esta sendo gentil ou mesmo quando ele esta dizendo EU TE AMO, parece que ele esta xingando ou brigando. (é uma atrapalhada de falar alto). Porque árabe fala bravo. E ele será bravo, Deus falou para Hagar. O menino que va nascer será bravo. Não que ele seria bravo, mas o jeito de falar que parecia ser bravo. E Deus prometeu que sua descendência seria numerosa. Deus disse para Hagar: Ergue-te levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. Deus vai cumprir isto ou não? Vamos ver? Tem que cumprir, pois ele disse que sempre cumpriria as suas promessas em nossas vidas. Vamos ver quem são os descendêntes de Ismael: São estas as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Hagar egípicia, serva de Sara lhe deu à luz.

Estes os filhos de Ismael, pelos seus nomes, segundo o seu nascimento: o primogênito de Ismael foi Nebaiote, depois Quedar, Adbeel, Mibsão, Misma, Duma, Massa, Gadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá> Doze principes de seus povos.

Os anos de vida de Ismael foram cento e trinta e sete;e morreu, e foi reunido ao seu povo.

Amados creia que os planos de Deus jamais serão frutados em suas vidas, se Ele prometeu irá cumprir. Não adianta vir pessoas enviadas por satanás para tentar te tirar da presença de Deus ou alguem rogar qualquer praga para a tua vida, porque voce é lavado e remido no sangue do Cordeiro, raça eleita, escolhido e de ti sairá uma grande nação. Deus não vai te desamparar, mesmo que você esteja triste com sua família, um filho(a). Deus vai ter grandes alegrias coma tua parentela, com a tua casa, você vai ver a obra de Deus na tua família. Ainda que você pense que Deus te abandonou, eu te digo, Deus vai cumprir todas as promessas na tua vida, tudo que Deus tem prometido em fazer ele vai fazer.

Agora Deus quer que você se erga, levante desta prostração. Beba da água da vida. Voce estava num deserto, agora você esta num ponto em que Deus esta enviando um Anjo para te dizer. Venha meu filho, venha beber da água. Eu sou o teu pastor.Quero matar a tua sêde e dar vida e vida de verdade, quero te colocar em um lugar seguro, quero te abençoar. Para que seja preciso, precisa que você dê um passo de fé, se você não erguer, e tomar uma posição agora. Deixa a vida errada, ou quem sabe você já conhece as minhas palavras, mas se desviou. Retorne faça a renovação da tua aliança comigo, pois eu sou o teu Deus.

Medite: Uma conciência tranquila, é um travesseiro macio.

Foto de Laís Rangel27

Jardim das Sombras

Pareço perdida, perdida em meus proprios medo. Sonhando com o dia em que me encontrarei com meu interior, sonhando com o dia em que palavras não magoaram.
A noite cai e com ela seu manto sombrio, adormece o meu corpo, e os dias ja não tem cor, me vejo em frente a um abismo profundo e sombrio, tento me encontrar no silêncio desse jardim de sombras.
Preciso de um caminho, um lugar onde eu possa me encontrar com meus maiores anseios e encotrar o meu olhar que vaga perdido em meio a tanta solidão.
Não quero mais voltar, não quero mais pensar nem ouvir o que me faz mal, me seinto perdida sem amor, vazia como um jardim sem flores, meu mundo agora é cinza e o que fazer?
Não há solução, e o caminho está deserto e frio, a solidão grita e ecoa em meu caminho.

Foto de Rosamares da Maia

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO
Um amor que sobreviveu as diferenças e contradições.

I

Vivemos como o vento errante do deserto
Construindo, revolvendo e desfazendo as dunas.
O ar é quente, sufocante, irrequieto e apaixonante.
Desperta a minha emoção, tomando os meus sentidos.
Tocando-me por inteiro, arrebatou-me a alma,
Virou-me do avesso e colocou-me em sua palma.
Mas, era vento e partiu. Invadiu-me a solidão.
Eu, deserta e plena de ti, embora antítese do teu ser,
Das incertezas do desejo e medo de amar.
Pacifiquei meu ser, pois meu amor amava ao vento.

II

Um perfume vem do deserto, está por todo o ar,
Nas dunas escaldantes por onde andas e transpiras,
Está o teu cheiro - o cheiro do meu homem.
No sussurrar do vento posso ouvir a tua voz.
Lembro o encontro da minha boca com a tua, de sonhar,
E a vida real? Somente promessas em território hostil.
Negando evidências, vivemos o que desejamos sentir.
Ignorando a verdade, tornamos surreal nossa vida.
Lembro a dor e da saudade, de sussurrar em oração.
Preces, solidão e areia quente - preces da tua boca ausente.

III

O vento trás de volta meu ar – o meu Califa.
O vento que em sua companhia fora guerrear,
Agora trás meu homem, mais moreno e magoado...
Vem curar suas feridas, recuperar o brilho do olhar.
Sonho e creio que finalmente voltou, agora é meu.
Amamos na areia quente, também em sua tenda,
Entre as almofadas, luxuria em panos de seda.
Inebriados pelo ópio, essências de mirra e benjoim,
Entre pétalas de rosas, tesouros em jóias pilhadas.
Serei eu somente mais uma entre suas as prendas?

IV

Soçobrou outra vez o vento do deserto – ele se foi.
No meio da noite, d’entre almofadas e sedas, roubou-me.
Dos meus braços partiu – Não podia! Era meu, só meu.
Amaldiçoei suas batalhas sem compreender as razões.
Neguei meu desejo, maldizendo a vida. Fiquei deserta.
Minh’alma não é mais minha, também parte, se esvai,
Galopa no dorso do seu árabe a minha vida - ao vento.
Deixo-a para morrer com ele, se tombar em batalha.
Não mais me pertence. Submeto à sua barbárie milenar
Meu frágil e multifacetado mundo ocidental, desmoronado.

V

Tudo que vivemos foge ao meu entendimento.
Seus cuidados, suas ordens, mesmo os seus carinhos,
De certo me quer cativa dentre os seus tesouros.
Como se cativa espontânea não fosse. Amo-o sem pudor.
Novamente ouço o vento que traz o odor das batalhas.
No espelho, vejo seus olhos negros, a mão brandindo a espada,
O semblante altivo de comando o torna cruel.
Seu mundo não é o meu, tudo nos confronta e agride.
Sinto frio e dor. Meu corpo tem o sangue das suas mãos.
Agasalhada em sua tenda, sufoco entre lagrimas e incensos.

VI

Pela manhã fujo, vago errante entre as dunas,
Quero sucumbir nas areias da tempestade anunciada
O sol é escaldante. Quem sabe uma serpente? – Deliro.
E delirando sinto o vento. É sua voz – quente.
Sinto a sua boca que me beija e chama – agonizo,
Na febre ultrapassei o portal de Alah - quero morrer.
Vejo-te em vestes ocidentais – como uma luva.
Olhando por uma janela, de horizonte perdido.
Não há delírio, não é morte – Desperto no Ocidente.
Reconheço-me neste ambiente – a mão para a luva.

VII

Aqui o vento é frio, sem motivos é inconseqüente.
À areia banha-se por mar fértil, de sol brando e casual.
Não brota a tâmara nos oásis, para colher a altura da mão.
Será fácil esquecer a claridade das dunas quentes?
Mirra e benjoim exalando, almofadas e panos de seda?
Não fazemos amor nas tendas, no sussurro do vento quente.
No Ocidente fazemos sexo em camas formais, monogâmicas.
Homens possuem concubinas ilícitas e, não é bom amar a todas.
Sempre há cheiro de sangue no ar, sem batalhas declaradas.
Não nos orientamos pelo sol ou estrelas – estamos perdidos.

VIII

Eis meu mundo que corre de encontro ao teu,
Desdenha das diferenças, da antítese de nossas culturas.
De Oriente e Ocidente, da brisa do mar e do vento do deserto
Teu amor violentou as tradições para devolver-me a vida.
Aqui também estas ao sol, mas tua pele morena é contradição.
Há perfumes sofisticados, frutas, panos e almofadas de seda.
Não há o trotar do teu árabe, vigoroso, mas a ti cativo,
A mirra e o beijoim não cheiram como em tua tenda.
As tâmaras são secas e raras. Não está a altura da mão nos oásis
Meu amor violentou tuas tradições – em ti, a vida se esvai.

IX

Teus olhos vivem em busca de um horizonte distante,
Perdem o brilho do guerreiro que fazia amor nas areias.
Ama-me com um amor ocidental, sem paixão, comedido e frio,
Não há paladar da fruta madura em tua boca, ou o frescor da seda,
Tua alma quer o vento quente do deserto, escaramuças e batalhas.
Muitas esposas entre almofadas e sedas - o mercado das caravanas.
Aqui existem muitos desertos de concreto, janelas inexpugnáveis,
Batalhas invisíveis e diárias, nem sempre com armas nas mãos.
Mas a língua dá golpes certeiros, tiros de preconceitos mortais.
Meu amor em ti morre, sucumbe ao vento frio da tua solidão.

X

Teu amor ensinou-me a ser livre. Como negar o vento do deserto?
Aprendi a ter a companhia das dunas, sempre mudando de lugar,
O deserto deu-me um homem para amar nas tendas nômades,
Mostrou-me a lógica das batalhas e como perguntar por e ele ao vento.
Ensinou-me a sorrir com o brilho dos seus olhos simples e negros,
Meu corpo está acostumado com o toque quente da sua pele morena.
Novamente fugi - do meu deserto. Temi tempestades e serpentes,
Supliquei a Alah, para que em sua misericórdia houvesse vida,
No ar, um doce perfume de benjoim, na pele, o delicado toque da seda,
Meu Califa ama-me com o gosto das tâmaras maduras – e vai guerrear.

Rosamares da Maia
2005/ JAN/2006

Foto de Rosamares da Maia

Se...

Se...
Se eu apenas tivesse te olhado sem te ver,
Sem arder na mesma chama, sem te tocar,
Se eu não houvesse desejado os teus desejos,
Se apenas pensasse em tua boca... sem te beijar,
Se tudo fosse brincadeira, um jogo entre anjos,
Se não houvesse considerado as possibilidades da paixão,
Se não houvéssemos desfrutado os prazeres do sexo.
Todo este amor diluído no tempo perderia o sentido.
Se somente eu, não houvesse te deixado me amar,
Ou se pelo menos houvesse amado pouco e no tempo certo,
Meu peito, certamente, desta dor estaria liberto.
O deserto deste meu presente seria passado.
Mas o ninho estava aberto para o beija-flor inesperado.
Se finalmente houvesse eu, esquecido de sentir saudade,
Não me machucaria hoje esta louca vontade...
...de com você fazer tudo, ...tudo de novo.
Rosamares da Maia

Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

SARÇA ARDENTE

SARÇA ARDENTE
Por: William Vicente Borges
CANTO I

1
Há um fogo que arde na sarça.
Ela está na minha frente.
Eu tremo. A terra treme!
A sarça arde, mas não se queima.
Continua viva, continua verde,
continua sendo sarça.

2
Há um fogo que arde na sarça.
E meu coração é pequeno demais
para entender este fogo que não queima.
Esta sarça que arde e não se consome.
Esqueço quem sou quem eu fui,
esqueço de tudo, até de meu nome.

3
Há um fogo que arde na sarça.
O deserto está muito quente.
Mas o fogo, este é diferente.
Fogo sem combustível, mas ardente.
Não sei o que faço, se corro, ou fico,
mas não dá pra ficar indiferente.

4
Há um fogo que arde na sarça.
Nunca vi nada assim antes,
como isto pode acontecer?
Será miragem de sol escaldante?
Será que fiquei louco neste instante?

5
Há um fogo que arde na sarça.
Não consigo ver nada ao redor.
Só eu e esta sarça que arde.
O chão não pára de tremer.
Ou são minhas pernas que tremem.
Será aqui que vou morrer?

6
Há um fogo que arde na sarça.
Ouço o crepitar do verde que não queima.
Ouço o crepitar de meu coração batendo forte.
Meu peito também está ardendo.
Sabe que está diante de algo não natural.
Será isto do bem, ou do mal?

7
Há um fogo que arde na sarça.
Devo me aproximar, ou não?
Há algum perigo que a espera?
Não sinto o perigo, mas temo.
Sairei daqui, machucado? Ferido?

8
Há um fogo que arde na sarça.
Quem me trouxe aqui pra ver?
O acaso? O destino? Não sei.
Não acasos ou destinos, creio.
Há propósitos e caminhos,
há na minha mente muito receio.

9
Há um fogo que arde na sarça.
Minha vida, sempre sem pressa, espera.
Preciso aqui aguardar.
O que vem depois da espera?
Deveria ser outro neste lugar.
Não eu diante de estranho queimar.

10
Há um fogo que arde na sarça.
Não irei mais me preocupar.
Uma paz estranha invade minha alma.
Posso neste fogo confiar.
Quero ficar aqui afinal.
Não preciso realmente recuar.

CANTO II

11
Há um fogo que arde na sarça.
O tempo parece que parou.
Começo a pensar em muitas coisas.
Lembranças antigas de outro tempo.
Não sei por que penso nela aqui,
parece que encontrei o infinito.

12
Há um fogo que arde na sarça.
Lembro-me menino ouvindo histórias.
As histórias de um único Deus vivo.
Ouvi de um menino lançado num rio.
Que não foi almoço de crocodilos.
E se tornou um príncipe no Egito.

13
Há um fogo que arde na sarça.
O meu povo escravo naquele país.
Tantos anos longe da terra de seus pais.
Da terra dos antigos adoradores.
Terra que mana leite e mel.
Vivendo, hoje, todo tipo de horrores.

14
Há um fogo que arde na sarça.
As lembranças não param de vir.
De minha mãe ouvi tantas histórias sem fim.
Dos sonhos do jovem José, que sofreu,
que usava capa colorida,
e que em terra estranha venceu na vida.

15
Há um fogo que arde na sarça.
Que faz arder meu peito.
Tenho um povo, tenho uma missão?
Mas não volto mais de onde saí.
Estou velho, tenho medo, não sei falar.
Nada posso fazer nesta situação.

16
Há um fogo que arde na sarça.
Melhor eu parar de pensar.
Esta loucura tomou conta de mim.
Meus olhos doem, estou tonto aqui.
Não quero mais recordar tanto.
Não quero lembrar que fugi.

17
Há um fogo que arde na sarça.
Isso não faz o menor sentido.
Ou será que todo sentido faz?
Não parece haver caminho de volta,
Perdi o sentido de direção
Por quer arde tanto este coração?

18
Há um fogo que arde na sarça.
Quer confrontar minha identidade.
O que espera de mim?
Não respeita minha liberdade?
Como pode me afetar tanto
logo eu nesta minha idade.

19
Há um fogo que arde na sarça.
As lembranças, teimosas, vem e vão.
Objetivação ou subjetivação?
Sim, eu feri, eu matei, em vão.
Meus pecados queimam meu interior.
Não vou reviver mais esta dor.

20
Há um fogo que arde na sarça.
Não vou lutar com estas recordações.
Queria eu, não ter mais memória
Aqui fiz nova vida, estou muito feliz.
Tenho esposa, família, filhos.
Estou como sempre esperei e quis.

CANTO III

21
Há um fogo que arde na sarça.
Volto-me finalmente para o hoje.
Detenho-me diante deste instante.
Como a vida se me apresenta dura.
Mas nada muda o que observo
A sarça cujo fogo perdura.

22
Há um fogo que arde na sarça.
Numa desconhecida relação universal.
Neste dia de um tempo qualquer.
Quem sabe na história ficará.
Ou apenas na lembrança de um homem velho.
Definitivamente não sei o que será.

23
Há um fogo que arde na sarça.
Parece elaborar uma nova ordem.
Acabará com o caos da minha vida.
Sabe bem aonde quer chegar.
Irá iniciar uma jornada definida.
E nada vai lhe embaraçar.

24
Há um fogo que arde na sarça.
Não há como isto contestar.
Há saída para o sofrimento.
O mal não irá triunfar.
Há dia para o fim do tormento.
Heróis com ou sem medo irão lutar.

25
Há um fogo que arde na sarça.
Há belos hinos angelicais.
Há milagres sendo gerados.
Há ventos que sopram do norte.
Há uma obra metrificada.
Há cheiro de vida e de sorte.

26
Há um fogo que arde na sarça.
Há segredos que nele se escondem.
Há verdades que serão reveladas.
Estou perdendo a respiração.
O fogo não vai se apagar?
Não sinto mais nenhuma aflição.

27
Há um fogo que arde na sarça.
Algo que jamais irei esquecer.
Momentos que jamais passarão.
Parece sonho, mas é vulcão em erupção.
A sarça arde com grande poder.
Aumenta minha palpitação.

28
Há um fogo que arde na sarça.
Que beleza sem igual esta visão.
Que mais eu poderia ver depois disto?
O que me chamaria mais a atenção?
Nunca mais esquecerei tal dádiva.
Será minha maior recordação.

29
Há um fogo que arde na sarça.
E que grande ponto de interrogação.
Quantas perguntas me estrangulam.
Quão grande minha imperfeição.
De onde me virão respostas?
Quem me dará a solução?

30
Há um fogo que arde na sarça.
E ninguém segura minha mão.
Que profunda é esta situação.
Como roda minha mente.
Estou ficando sem forças.
Tenho que ficar alerta novamente.

CANTO IV

31
Há um fogo que arde na sarça.
O tempo vai passando sem passar.
Minhas pernas continuam bambas.
Há um silêncio difícil de explicar.
As respostas ainda não vêem.
E eu não paro de suar.

32
Há um fogo que arde na sarça.
Estou com os nervos à flor da pele.
Este lugar parece não existir.
Quero gritar, mas não consigo.
Como suportar este mistério?
Preciso que alguém fale comigo.

33
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz retumba no ar.
É perturbadora, forte, tensa.
Fico paralisado de pronto.
Meu coração reconhece o estrondo.
Minha emoção se torna imensa.
34
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz sem igual sai dela.
Uma voz que não confunde.
Não posso estar delirando.
Não é o calor do deserto
É a voz que estava esperando.

35
Há um fogo que arde na sarça.
Tudo está tremendo mais.
Eu tremo absurdamente.
Não haverá misericórdia?
Quantas coisas na minha mente.
O coração e a razão entram em discórdia.

36
Há um fogo que arde na sarça.
Não sou tão corajoso.
Algo então me acalma.
A voz entra no meu interior.
Sinto que ela me abraça.
Ela é expressão maior de amor.

37
Há um fogo que arde na sarça.
Voz que é igual a de muitas águas.
Que faz até o céu enrolar.
Simplesmente Toda Poderosa.
Voz que tudo transforma.
E ao mesmo tempo formosa.

38
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz que está a me chamar.
Quem fala me conhece bem.
Sabe tudo o que sinto.
Sabe o que penso se,
digo verdades ou minto.

39
Há um fogo que arde na sarça.
Ela não se consome nunca.
Dela vem a voz não natural.
Nada pertence a este mundo.
É tudo para mim estranho,
Tudo é muito profundo.

40
Há um fogo que arde na sarça.
Sei agora que alguém comigo.
Nesta voz que tudo estremece.
Mas sinto nela um amigo.
Estou mais descansado,
Aqui se tornou meu maior abrigo.

CANTO V

41
Há um fogo que arde na sarça.
Há um comando que dela vem.
Ouço em alto e bom som:
E eu obedeço de pronto
__ Tira as sandálias dos pés.
Este lugar é santo!

42
Há um fogo que arde na sarça.
Há foco também na voz.
Há fogo em cada ordem.
Não há como não obedecer.
É a verdade personificada.
Sou parte do seu querer.

43
Há um fogo que arde na sarça.
Tirei as sandálias empoeiradas
Meus pés sentem o chão santo.
Nada é como dantes era.
O passado, o presente, o futuro.
Não existem mais nesta esfera.

44
Há um fogo que arde na sarça.
Uma voz que se deixa ouvir.
Um solo de santificação.
Pés descalços então.
Um poder que sente no ar.
E quase pára meu coração.

45
Há um fogo que arde na sarça.
Ouço atentamente quem fala.
A voz que os antigos ouviram.
O sonho que se tornou real.
O poder que os antigos sentiram.
Neste tom e sobrenatural.
46
Há um fogo que arde na sarça.
Ele esteve comigo no rio.
Guiou meus débeis passos.
O que quer ainda comigo?
Logo aqui no meu sossego.
O que quer meu amigo?

47
Há um fogo que arde na sarça.
Esse fogo existe e não come.
Muita coisa para este finito ser.
Diminuto verme neste mundo.
Tão pobre quanto inútil.
Um simples pastor imundo.

48
Há um fogo que arde na sarça.
A voz continua a falar.
E eu a ouço forte e potente.
O chão treme, estou tremendo.
Um misto de emoções me surpreende.
Mas eu escuto e compreendo.

49
Há um fogo que arde na sarça.
Eu vejo, escuto e sinto.
A cada dito sou atingido.
Não posso sair daqui.
Estou preso fora do tempo.
Não há nem como fugir.

50
Há um fogo que arde na sarça.
Tudo isso é tão possível.
Àquele que fala; àquele que vive.
Nunca de mim se esqueceu.
Em todo tempo me preparou.
Mas porque logo eu/

CANTO VI

51
Há um fogo que arde na sarça.
Ele ouviu o clamor dos aflitos.
E eu aqui livre e contente.
Sem ouvir de todos os gritos.
E daí, se um dia fui valente.
Hoje sou sombra de velho mito.

52
Há um fogo que arde na sarça.
Eu digo que não quero ir.
Vendo o fogo, ouvindo a voz.
Mesmo assim me mostro covarde.
Mas ele transforma a mão e o cajado.
Fortes argumentos de sua parte.

53
Há um fogo que arde na sarça.
Eu não imaginaria jamais isso.
Ter agora este “chama-mento”.
Sair da paz deste meu momento.
Para buscar um povo que chora,
Por que ele viu o seu tormento.

54
Há um fogo que arde na sarça.
Não há como a ele dizer não.
Convence-me de forma plena!
Subjugou minha teimosia atroz.
E quando me indagarem quem és?
Dirás que “Eu Sou” enviou a vós.

55
Há um fogo que arde na sarça.
Uma jornada de volta vou enfrentar.
Um grande inimigo me espera.
Mas este amigo me acompanhará.
Não sei o que verei daqui em diante.
Mas o poder me acompanhará.

56
Há um fogo que arde na sarça.
E tudo se transforma novamente.
Com Ele é assim, não há discussão.
Nada do que pensamos, quase? Vale.
Planos? São todos em vão.
Mas é melhor repousar em sua mão.

57
Há um fogo que arde na sarça.
Jamais irei saber por que eu?
Diante de tantos outros mais fortes.
Logo a mim, fugitivo de outrora.
Um homem sem nome ou atrativos.
Completamente destituído de glória.

58
Há um fogo que arde na sarça.
Este fogo agora arde em meu coração.
Sigo em frente, cajado na mão.
A voz ressoando em meus ouvidos.
Caminho agora para minha missão.
Ouço como ele dos irmãos os gemidos.

59
Há um fogo que arde na sarça.
Fogo para consumir a escravidão.
Que faz tremer o pior opressor.
Ai dos que oprimem o povo do grande “Eu Sou”.
Ai daqueles que tocam em seus ungidos.
Pois é o povo que ele sempre amou.

60
Há um fogo que arde na sarça.
Olhando-os livres, e dançando após o mar.
Vendo os milagres que Ele realizou.
Vendo as mulheres sem correntes nos pés.
Ainda me ressoa a voz onipotente:
__ Agora vai! Moisés!

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Foto de Maria silvania dos santos

Uma conversa com o senhor

Uma conversa com o senhor

Senhor, porque tantos projetos se não temos nem mesmo um teto?
Se às vezes quando saímos à procura de um teto para nos escondermos, mesmo que seja de aluguel, somos rejeitados por ter nossas doces e
inocentes criancinha que o senhor mesmo o disse, deixai vinde a mim as
criancinhas?
Então, porque tanto rejeito senhor?
Será que não somos dignos de amor?
Porque alimentamos tantas esperanças se já não temos nem mais forças para
lutar?
Se a dor das ilusões dilacera nossos corações?

À como é triste Senhor, te suplicamos, nos ajuda, nossa vida parece apenas fantasia.
Cade nossa alegria?
Às vezes em altas madrugadas ,perdemos o sono sentimos
perdidos em um deserto sem rumo, sentimos como se fossemos unicos no mundo, desamparados em um deserto de tristeza.
E com nosso coração lesado, logo começamos a pensar, porque
tantos problemas senhor?
Será que perdemos nosso valor?
Ou simplesmente estamos vivendo um pesadelo o qual logo, logo, iremos acorda e tudo que estamos vivendo neste momento irá acabar?

Senhor tende misericórdia! Tiramos junto este momento para ter uma conversa com o senhor, queremos uma resposta.
Nos também somos seus filhos e
não queremos viver uma vida de agonia, uma vida que parece apenas fantasia, porque
tanta agonia Pai?

Se estivermos sonhando, que nos acorde deste pesadelo e nos
deixe sentir a vida, percebermos o quanto ela é querida.
Nossas forças já estão abalada, já sentimos fracos para lutar.

Senhor, cura nossas feridas, alivia nossas dores, nos deixa
andar em verdes pastos.
Também somos
parte de te o pai, somos teu templo, e sabemos que o senhor não irá nos
desamparar!

O Senhor! O Senhor é o nosso guia, o qual sempre irá nos
guiar e nossa vida restaurar!

A te entregamos a nossa vida o Pai celestial, pois o Senhor
é o Deus de ontem hoje e sempre! Restaura nossa vida, a nossa felicidade!

AMEM!

Maria silvania dos santos

Silvania1974@oi.com.br

Foto de Maria silvania dos santos

Hoje você arrumo uma namorada/05/06/2011

Hoje você arrumo uma namorada/05/06/2011

_ (....); Hoje você arrumo uma namorada, a qual foi a escolhida a ficar do seu lado, e numa pessoa feliz, e bem humorado você vai ser transformado, vai deixar de ser tão calado, também vai perceber que você é muito amado.
Feliz por você eu torço para que tudo de certo, e que você saia deste deserto de solidão.
Para seu casamento quero ser convidada, no meu coração vou sentir forte emoção, pois você é o primo amigo que percorre na veia do meu coração.
Mas agora também sei, que minha amizade de vez pode ser abandonada.
Pois mesmo sem namorada, comigo você não quer falar nada.
Por este lado fico triste e calada, pois não quero ser abandonada.
Mas por outro lado tenho certeza e sei que um dia nossa amizade vai ser de deixar saudade, pois um dia mais cedo ou mais tarde, você vai percebe minha sinceridade e vai ver que eu te ofereço amizade com amor, sinceridade e muita lealdade.
Também sei que a amizade faz parte da nossa jornada e como amiga, como prima espero um dia ser procurada, com certeza vou sentir muito privilegiada.
Dos meus erros quero ser perdoada.
E feliz irei ser transformada.
Mas enquanto isto, relembro as histórias do passado.
E entre elas, com certeza você será lembrado.
Pois você faz parte do presente e do passado, o qual no meu coração sempre estará guardado e eternamente vai ser lembrado.
Por tanto nunca vai ser desprezado, quero que também saiba, que se você precisar será sempre apoiado.

AUTORIA; MARIA SILVANIA DOS SANTOS.
E-mail; silvania1974@oi.com.br

Foto de Maria silvania dos santos

Vamos brindas as oportunidades

Vamos brindas as oportunidades

Vamos
brindar as oportunidades que recebemos de DEUS hoje, porque o amanhã só a DEUS
pertence e não sabemos o que nos vai oferecer. Vamos viver nossos sonhos de
hoje, e cultivar a amizade que temos; ajudar a quem preciza na medida em que
podemos; fazer alguém sorrir, pois o sorriso é o brilho da alegria que nasce
por dentro de um coração triste, e o sorriso nunca é cobrado e nunca vai nos
faltar, vamos fazer hoje a alegria de alguém, porque alimentamos amanhã o que plantamos
hoje, E pode ser que amanhã pela frente você pode encontrar de um outro alguém
que te ofereça, em dobro do
Privado Responder
enviar scrap cancelar apagar 15/11/11 Maria Silvania:
que você tenha feito hoje. Vamos viver o hoje, pois
amanha será o incerto e se torna um deserto. Devemos sonhar amar, valorizar,
esperar e dar esperança, mas nunca deixar para viver o amanha, o que podemos
viver hoje, pois o amanhã pode não chegar.

Então vamos pela certeza e nunca pela incerteza.

ENTAO HOJE TE OFEREÇO MINHA AMIZADE E TE DOU O MEU ABRAÇO PORQUE AMANHA POSSO
NÃO ALCANÇAR!!!

BEIJOS com os ingredientes da enterna amizade; carinho, sinceridade, amor e
muita saudade!

Beijo de quem te ama muito!

De sua eterna amiga (SILVANIA)
Autora; maria silvania dos santos

Foto de EsperancaVaz

IGARAPÉ DE SONHOS

Vejo teu oásis de sentimentos
E um sussurrar escaneia por dentro
Me ponho árida nesse deserto
De coração exposto e aberto

Sonhando com beleza sensível
Desejando até o mais indiscutível
Limiar de pratear belas emoções
E unir reversos de dois corações

No estreito igarapé dos desejos
Deleitando a alma na sede de amar
Cobrindo em flor belos sentidos
Numa flechada certeira do cupido

Eros grego que cobre o meu olhar
Provoca sensações que faz delirar

03/07/2012.
Esperança Vaz

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