Deserto

Foto de Daemon Moanir

Lisboa

Vejo lá no cimo
Lisboa em baixo,
De telhados a reluzir o dia,
O calor, o deserto, a falta de histórias d'amor.
Pobre Lisboa antiga,
Casa de artistas e meu refugio,
Que me faltam os braços pra te amparar.
Que te faltam poetas pra te crer viva.

Passo a ponte,
Nunca te consigo parar d'olhar,
Que és mais bela que as mais belas musas,
Ninguém te vê, poucos te querem.
Ó Lisboa, força sublime e transcendente
Mostra-me as histórias, quais paixões éreis!
Mostra-me a pureza em ti pendente.
Mostra-me a conquista que te fez nossa,
Corações fortes que nossa te querem.
Mostra-me os segredos que tanto te ferem.

Ó Lisboa, canto e choro teu nome simples,
Já te passei
E já só penso voltar a ti,
Porque tu morres e eu também!

Foto de carlosmustang

"" DESALENTO""

Estou perdido num deserto...
Nem só de "pernas" eu dependo
Pra sair desse reverso
Que me prendeu num sentimento...
Nem meu corpo saudavel e viríl!!!
Pode me salvar!

Já sem muito contrôle das ações
Tento guardar só pra mim essas emoções!
E saber que tenho motivo pra não ser nada
Mesmo assim tento, tentar...
E seguir essa pequena estrada!

Lá no beco, no lamênto...
Aos joelhos, à rezar...
Nem pela vida, nem pela morte!
Na esperança de tudo acabar...
Enquanto espero...só amar...só amar

Foto de Ana Botelho

AMADA AMIGA ( presente de um grande amigo, o poeta Albino Mello)

Amada Amiga
Andei por belos e verdes prados,
Alimentei pobres, ajudei necessitados,
Ouvi muitos sons angelicais.
Enveredei por cerradas florestas,
Na vida, aparei tantas arestas,
Aqueles sons, eu quero ouvir mais.

Caminhei solitário pelo deserto,
O que era errado, virou certo,
As harpas me iluminaram.
Mergulhei em águas profundas,
Limpei algumas mentes imundas,
Os anjos me acompanharam.

Escalei altos paredões rochosos,
Consolei amigos e pessoas chorosas,
Com a realidade me identifiquei.
Passei por perigosas corredeiras,
Pessoas mentirosas e verdadeiras,
Mas, com os anjos, sempre andei.

Percorri muitas e longas estradas,
Encontrei pessoas encantadas,
Que me encantaram também.
Passando por essas paragens,
Percebi em todas minhas viagens,
Que me faltava o carinho de alguém.

Ela veio, me aconselhava, ouvia,
Acordou-me com linda poesia,
Trouxe aquela esperança antiga.
Anjos amigos, flores, trombetas,
Caminhos divinos, cheio de facetas,
Obrigado, amada poetisa amiga.

15/09/07 Albino S. S. Mello

Foto de Dirceu Marcelino

O MAR - Meu salvamento - DUETO - VANESSA BRANDÃO e DIRCEU

(Vanessa Brandão )
Em um lado deserto
Daquela linda praia.
Sentada na areia,
Admirando o mar,
Avistei alguém dentro dele.
Que tentava sair,
Mais não conseguia
O mar que antes estava com as ondas tênuas
De repente se tornou agressivo.

Ao olhar bem percebi que era um lindo homem
Tentei pedir ajuda
Mais não havia ninguém
Fiquei sem saber o que fazer
E mesmo que eu quisesse
Não poderia salvá-lo
Pois não sabia nadar.

Me vi enloquecida
Pois queria muito ajudar
E nesta hora lembrei
Que existia em mim
Uma força muito poderosa
A fé em Deus.

E foi nela que me apeguei
Para retirar o homem do mar
Aquele homem que estava desesperado
E que aos poucos perdia as suas forças.
Percebi que as correntes marinhas,
Formavam um círculo na baía,
E com os braços fui indicando
E ele foi nadando,
De acordo com aquela orientação.
Foi da praia se aproximando
Até que no local em que as ondas se quebram
Seu corpo já entregue foi levado
Por uma das grandes ondas

Que o jogou na areia

Justamente aonde eu me encontrava
Olhei pra baixo e lá estava ele
Aos meus pés desmaiado...
Mas vivo...

(DIRCEU)

Poderá parecer mentira,
Um sonho de pescador
Ou delírio de um caipira.

Mas, foi realidade
Eras ainda uma menina,
Mas alguém como tu
Vi sentada na areia da praia,
Observando o mar de longe.
Estendi a minha esteira
Na areia.

Queria chamar-lhe atenção:
Fiz algumas flexões,
Olhei-a mas ela não me via.
Não deu bola.

Adentrei na água,
Passei os arrebentos das ondas,
Mergulhei.

Virei-me ná água
Não sei mais se ela me via
E aos poucos fui adentrando
Mar adentro.
Sempre eu fazia isso
Ia até o farol.

Mil metros, para um jovem
Na época era pouco.
Mas naquele dia,
Não percebera por encanto
Que o mar estava tenebroso
E fui adentrando,
Adentrando...

De repente
Vi que tinha passado o farol,
Era hora de retornar,
Desvirei-me do nado de costas,
E dei algumas braçadas.

De três ou quatro,
Avançaria dois metros,
Mas naquele instante recuei um metro.
Mais quatro ou cinco braçadas,
Avancei meio metro.

Ah! Já fiquei desesperado.
Olhei ao ser erguido por uma onda
Para a praia e vi ao longe só aquela morena.

Não podia gritar,
Nem adiantaria
O marulho do mar era intenso
E então fiz alguns gestos,
No padrão do S.O.S.

Noutro levantar das ondas
Vi que ela desesperada
Levantou-se da areia
E virava a cabeça para todo lado,
Talvez, pedindo ajuda,
Foi quando percebi.

Ela me fazia sinais,
Com os braços,
Em círculos
E comecei
Então,
A obedecê-los,
Seguia a corrente d’águas,
Que eu não podia vê-las
Tantas eram as fortes ondas.

Mas, com certeza, ela as via de longe
E assim, confiei nela,
E atendendo suas indicações,
Comecei a avançar,
Dois metros,
Em forma de um semi-círculo,
Dez metros,
No sentido dos ponteiros do relógio,
Cinqúenta metros,
E via a medida que avançava
Em cada onda que me erguia,
Que ela me seguia,
Andando pela praia.

Passei o farol,
E sempre em círculo,
Seguindo suas indicações
Fui avançando,
Quinhentos metros
E, já podia ver
Que para trás o farol foi ficando
E fui avançando,
Novecentos metros,
Até quando
Sentia
As ondas me elevando,
E quando passavam
Meus pés ia roçando
A areia do fundo,
E não sei quantos metros
Faltavam.
Mas já era praia
E continuei,
Remando...
Não sei
E
Só acordei,
Recobrei os sentidos
Quando a minha frente vi duas pernas
D’uma linda morena e
Ela me olhava
Sorrindo.
Vivi.
E vi que ela caminhou vários quilometros
Pela areia da praia
E foi assim que me salvou.

Se não fosse ela,
Não estaria agora aqui poetando

Por isso te peço, continues,
A vida é assim...

Até hoje agradeço a Deus!

NB. Ontem indicastes o caminho,
Hoje poderei indicar o teu
E, aqui temos muitos amigos,
Vamos nos encontrar
Na Escolinha da Fernanda. Uai!

Foto de Raiblue

Beco sem saída

.
.

Nos becos sujos
Da cidade vazia
Eles se encontram
Fugitivos do cárcere
Da burguesia
Amam-se como bichos
Sobre um jornal
Anunciando
As dores do mundo...
E o amor se derrama
Sobre a notícia
Dissolvendo as letras
Desfazendo a realidade
Tudo por um instante
É só carne...carne...
Quente...úmida...trêmula...
De dia, nos becos,
A fome dos meninos
Abandonados nas ruas ...
À noite,outra fome....
Dos pervertidos amantes
Abandonados
Ao mais carnal desejo...
Alheios a tudo
Aos perigos dos submundos
Bebem na taça do corpo
O antídoto dos dias vazios
Sem a rebeldia do amor...
Dissolvem os medos
E fazem do beco
Um ninho...um segredo...
Devoram-se
Como se devorassem a vida
E não mais precisassem
Voltar...
Perdidos no beco sem saída
Da paixão mais devassa
Em uma noite que não passa...
E,de repente,
Estrelas de sussurros
Iluminam o beco escuro
E os amantes tocam o céu
Azul derramado sobre o concreto
Mar invadindo o deserto
Milagre...
Mistério...

(Raiblue)

Foto de paula_s

Se soubesses

Se soubesses a falta que me fazes, cada vez que olho o sol, lembro-me de ti, cada vez que olho as estrelas, a sua luz lembra-me o teu olhar, até mesmo um deserto me lembra de ti, da possibilidade de o tornar habitado contigo a meu lado.
Sinto a tua falta em tudo, desde a simplicidade do nascer do dia à beleza do cair da noite.
De dia no meu pensamento, de noite nos meus sonhos, uma certeza eu te dou, um dia entraste num mundo sem qualquer porta de saída, como uma viagem só com bilhete de ida, esse mundo é o meu coração.
Meu coração que se tornou teu, num dia que o destino escolheu.
Tenho ainda a esperança de um dia além do teu olhar ter também um beijo teu, beijo aquele que de tão esperado, para sempre será lembrado.
Por fim só tenho uma coisa a pedir-te, nunca me deixes, pois sem ti, o sol deixará de brilhar.

Foto de Gasv

INSTANTE X

VAMOS VER O FAROL, SOL
DE CIMA DA LUA, NUA
ONDE UM DESERTO, INCERTO
EXISTE POR,... , EXISTIR.

VAMOS COMIGO POR A PAZ
ONDE A TEMPOS ATRÁS EXISTIA
E AGORA COM TANTA COVARDIA
DEIXOU DE EXISTIR.

NESTE VASTO UNIVERSO
VASTAMENTE DEVASTADO, ACABADO,
ARRASADO, SÓ NOS RESTA SER O
RESTO DO RESTANTE QUE NOS RESTA.
ONDE O INSTANTE X, PODE OU NÃO,
SER O COMEÇO DO FIM, OU,
O FIM DE UM COMEÇO.

Foto de patrick_bange

A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA III (à maneira de Vinicius)

O corpo da mulher amada é sagrado.
Súbito como um susto, voraz como a carne vermelha.
O toque à sua superfície angelical é leve,
tem de ser silencioso como uma oração,
íntimo infinitamente.
Pelo corpo mergulha-se na mulher amada,
procura-se a aurora de seu ser, a luz secreta,
o silêncio celeste de sua matéria impalpável.
Haverá a hipótese do suor quente:
beber o vinho de sua alma e deslizar pelos caminhos úmidos,
salgados e vermelhos de suas curvas de ouro.
Para ouvir a mulher amada respirar, tem-se que fechar os olhos,
porque há nisso qualquer coisa de divino,
de eterno, de graças à vida.
A voz da amada é o canto de cem mil harpas em harmonia uníssona.
Seu sorriso guarda o espanto de uma noite estrelada,
olha-se para seus olhos como para uma flor vermelha,
rara, hipnoticamente bela.
E cai-se dentro deles como em uma alegre armadilha.
Não há coisa mais bonita e azul que a mulher amada.
Segurar suas mãos como a duas porcelanas chinesas,
e beijá-las como a um filho que nascera.
Comer a Poesia da mulher amada,
fazê-la água fria no deserto, agasalho no inverno,
alimento para toda a vida.
Entregar-se como a um deus bom,
cantar-lhe as incomensuráveis ternuras que nela explodem.
A vida da mulher amada é o princípio da minha,
também o meio, também o fim.
E como prova final de amor eterno ao ser da mulher amada,
escrever-lhe um poema simples,
sussurrá-lo em seu ouvido à noite
e selar o infinito com um beijo morno:
uma luz infinda que ilumine duas escuridões.

Foto de Sirlei Passolongo

Nunca mais

As folhas
que o vento
espalha
São como as areias
do deserto
Jamais retornam
ao mesmo lugar

As pétalas
que as rosas
soltam
São como as águas
da nascente
Jamais retornam
ao mesmo lugar

Os anos
que o tempo leva
São feito as folhas
que o vento espalha
Os grãos de areia
do deserto
São pétalas
soltas ao vento
e se foram... Feito
água da nascente
jamais retornam...
ao mesmo lugar.

(Sirlei L. Passolongo)

.

Foto de Carmen Vervloet

DOCES ÁGUAS DOCES

DOCE ÁGUA DOCE

Brota do olho
Da terra que chora...
E ainda menina...
Acetina o chão...
Eterna adição...
Corre entre trilhas...
Reflete a luz... Brilha...
E num crescente...
Fonte... Nascente...
Dá-se gratuitamente
A semente que germina...
A flor tão pequenina...
Aos bichinhos sedentos...
As plantas em crescimento...
As lavadeiras de sonhos...
Aos homens em desalinho
Com a essência da vida...
A sua mais preciosa bebida
Em extinção...
Sem zelo, nem proteção...
Poluída...
Por almas perdidas...
Homens insanos...
Comprometidos com planos...
De riqueza... De poder...
Anestesiados... Sem perceber...
Que sem você,
Água cristalina...
Doce água dançarina...
Que sem você...
Tudo é incerto...
Sem vida...
Deserto!

Carmen Vervloet

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