De despir-me das vontades
e nua de desejos e ensejos
perder minha identidade.
De desistir dos sonhos
e me imbuir de marasmos
cultivando um amanhã enfadonho.
De mergulhar no vazio,
dele não conseguir sair
e por mais que eu tente, nele imergir.
De perder a inspiração
vítima da síndrome do papel em branco
...e fragmentá-lo com meu pranto.
De que a sombra se interponha
e me impeça de ver a luz,
o belo, o arrebol, o sol...
De que pensamentos funestos
conspirem contra mim, no universo,
e me retornem mais perversos.
De não encarar a verdade,
alienar-me à falsidade
e por mais que me custe,
mascarar a realidade.
De não ter ousado,
não ter lutado,
não ter recomeçado,
não ter acertado,
mesmo tendo amado.
Medo de não perder o medo...
_Carmen Lúcia_
12/09/2009