Dentes

Foto de Suavenigma

Vampiros

Bailam cruéis intenções
de solidões aladas.
Gritam gargantas sedentas,
de beijos não dados!
Explodem paixões em corações mortos!
E se revelam intenções,
por debaixo da pele...
Sangue correndo quente,
bocas beijando os dentes...
Vampiros de emoções
nos sugamos plenamente;
em teus olhos meu desejo,
se revela pouco a pouco...
Na verdade não reconheço,
quem de nós dois...
È mais louco!

Foto de Lou Poulit

Hoje Celebro uma Estrela

Hoje celebro uma estrela.

Porque, como de todas as estrelas,

Devemos desistir de tê-las

E como o barco, que apetece Pessôa,

De tão boa apenas pertencê-las...

Pelos cantos, sob os estrelados mantos,

Em cujas noturnas lembranças vagueio.

Hoje celebro muitas coisas.

Até aquelas crianças cheias de dentes,

Tão ricas, tão felizes, tão magrelas,

Que hoje celebro a lembrança delas,

Das velas que seus sorrisos dispensavam

(Quando até a luz faltava);

Porque tímidas estrelas guardam

O sonho radiante das manhãs

E aqueles sorrisos de dentes

Guardavam e protegiam pra gente

As nossas esperanças terçãs.

Sobretudo, do meu amor não apanhe,

Por celebrar com tão simples champanhe

O mais nobre e verdadeiro sentimento:

O querer-tão-bem mais insuspeito,

Que assim como um fermento do peito

Enobrece o tempo e a distância...

É uma prece, uma constância...

Quanto mais velho: melhor.

Hoje celebro uma estrela

Que não pode pertencer à noite

Nem ao dia, nem a ninguém;

Pois que seja, pois que sobreviveu!

Nos protegeu, pois que nos beija!

Nos fez crescer além da idade...

E tão injustamente amesquinhamos:

É só amizade.

Lou Poulit, jul/2006

(Aniversário da bailarina e amiga antiga Agda França, prestes a embarcar para um trabalho no Japão).

Foto de Lou Poulit

Alma Límpida e Esgalga

A alma límpida e esgalga
Paira sobre meu ventre
E me ordena que eu entre,
Que um amálgama espera...
Desde outra era, espera.

Como um buraco negro
Despencado do espaço,
Todo o passado abraço;
Ao passo que o poço quer
Nem ser homem nem mulher.
Bem, como a poesia.

E que o canto de cada
Uma célula minha,
Libélula liberta
Liberte essa cativa,
Minha alma desaberta
Que só assim caminha
Caminhos de pássaro.

E abra o meu velho e ávaro
Peito de homem doído,
De rangentes comportas
E de escombros, ruído
Pela própria insensatez
De negligenciá-las:
A poesia e a nudez
De não ser só para si.

A alma límpida e esgalga
Que cavalga os luares
E olhares meus, profundos,
Nos pântanos escuros
Do amor leviano,
Desse vão amor humano
De ter para si e ser só,
Quer que de mim levite
Sóbrio, de amor ébrio
O verso, minha alforria.
Em que comigo habite.

Ah, minha poesia...
Minha criança alada,
No chão, de luz vasada
Por meu próprio desleixo...
Cada verso meu, seixo
De um absurdo castelo,
Há de aos homens erguer-te,
Pelas valas perdidas
Que lhe vasaram vidas.

Ah, minha amada esquece
E me perdoa, apenas
Para então assim fazermos
Alçar vôo dos ermos
Dos lençóis, testemunhas
Das unhas contundentes
Da minha covardia,
Dos meus versos de dentes...
Brancos, emersos fluidos
Para sempre perdidos.

Foto de THOMASOBNETO

Murmurios

MURMURIOS

Cansado...
Sentado á beira da sarjeta.
Bêbados as portas da loucura,
Balbuciava entre os dentes...
Estranhas e confusas palavras.

Palavras que se misturavam...
As lágrimas e aos risos.
Que pareciam ser sinistros,
Mas eram apenas o desabafo.

Desabafo de um mendigo.
Bêbado maltrapilho de rua...
Que trazia lembranças nuas,
De tempos que ao longe se vão.

Infernos que atormentam.
Sonhos que se desfaleceram.
Numa fasta rotina peregrina...
Que agrilhoa a vida.
Consome as entranhas da alma.

Louco ou possuído?
Quem ouviu os segredos?
Pronunciadas nas estranhas frases.
Ao vento murmuradas.

Vida ou morte? É sem sentido.
Ele espera com viva esperança...
A paz em um distante minuto.
Revelada na ternura de sua...
Intima criança.

THOMAZ BARONE NETO.

Foto de Anjinhainlove

Irmã...

É a luz da minha vida
Desde o dia em que nasceu.
Vejo na sua linda alma
A pessoa em que me tornei.

A sua procura constante
De algo que a faça feliz,
Dá-me força suficiente
Para ser quem sempre quis.

O seu sorriso sem dentes
Capaz de aquecer uma sala inteira.
E os seus olhos amendoados
Que só vêem a esperança de um melhor futuro.

Minha irmãzinha linda,
Sangue do meu sangue,
Sê a luz do meu caminho
E eu serei o teu anjo da guarda para sempre.

Foto de InSaNnA

Suaves Transparências

Cintilam as tuas mãos
nos contornos dos meus seios..
Deslizam por minha pele
desenhando todos os teus desejos
Curiosas, as suas mãos,
inavadem deliciosamente,os meus vãos ,
despertando, os meus melhores sentidos..
Liberto os meus gemidos !
Louca. Loba ..
insaciável mulher!
Quero tudo de tí
Quero muito,muito mais..
Repousas no meu ventre
recuperando o fôlego,
da tua boca cheia de ação..
Arrancando de mim outros
tantos, mais gemidos..
E revelando nos teus dentes
a minha transparência rosada,
explora-me como um louco..
a procura do sabor ,
de minha seiva doada.

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Boa tarde, meninos e meninas poetas!

Um beijo sabor carinho em cada um de vocês!

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de Graça-da-Praia-das-Flechas

in dog position...

...de ti não me canso
me fazes criança
ao subir em teu colo
em teu rijo me atolo
cravas teus dentes
em minhas carnes frementes
teu talo eu sinto
em tesão infindo
quando ao chão me derrubas
me mordes na nuca
para em dog eu ficar
sinto-me então
tua movie star
vejo teu grosso
ficando guloso
no atrás me engolindo
meu grito vem vindo
bebas do próprio veneno
escorrendo entre minhas coxas
quando por fim te cansas
de bailar minhas danças
soltas impropérios
que queres meus orifícios vadios
sou tua cachorra no cio
em ti provoco arrepios
quando com tua língua de dragão
desejas penetrar em todos os meus vãos
introduzas teu gostoso
vai sem pressa
escorrega
me sintas
sou aveludada
em óleos perfumada
por ti estou aberta
na posição que tu mais gostas
vem, meu alazão
me cubras de novo pelas costas...

direitos autorais reservados ®
*** campanha pelos direitos autorais
na internet ***
niterói-rj

Foto de Jainara Martiny

ENCONTRO

Teus braços me envolvem com paciência
Meus dedos contam teus pêlos
Vibrando. Ardendo de desejo
Teus gemidos levam aos poucos minha consciência

Tudo o que recebe o toque da tua mão
Queima. Teu cheiro denso me alucina
Deixa meu corpo em ponto de ebulição
E eu preciso beber da água fresca da tua língua

Minha boca toma o doce do teu suor sem receio
Isso umedece o meu medo
Acalma tudo o que grita em mim

Teus dentes me marcam forte
E eu encontro a vida...
A vida, numa lenta e viciante morte...

Foto de sonhos1803

hum

Hum,
Meu rosto embaça,
Passo meu braço,
Rio com mais um abraço,
Dentes brancos,
Mordendo os lábios,
Que coisa estranha,
O coração grita,
O corpo reclama,
Só um beijo,
Arquejo de desejo,
A respiração se acelera,
As mãos criam a promessa,
Ainda sorrindo,
Olho no fundo dos olhos,
Só um beijo,
O corpo se arrepia,
O sangue corre,
As mãos suam,
Afago o corpo,
Afogo a ansiedade,
A boca cobre o copo,
Lambi os lábios,
A bebida escorre,
Quente,
Esquentando o frio,
Nada mais importa,
Quero cair,
Beijar,
Nunca mais pensar,
As mãos teimam,
A boca sussurra,
Quero um pouco,
Nada além, d teu corpo,
Vou beijar,
Queimar no inferno,
Pelo mesnos procurar o remédio,
Fecho os olhos,
Grito com a alma,
Mas as mãos tremem,
Mentem,
Nada há , só nós.

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