Dança

Foto de Lou Poulit

A MONTANHA E O PINTASSILGO (CONTO)

A MONTANHA E O PINTASSILGO
(Parte 3)

Assim que o primeiro lilás de manhã rasgou delicadamente o horizonte, a montanha pôs-se a se catar, sentindo ainda o mesmo pressentimento da tarde anterior, que não a havia abandonado. Procurou em cada uma das suas reentrâncias, em galhos e entre relvas, porém, nem sinal do seu amigo pintassilgo. Nem uma sujeirinha que, ironicamente, lhe alimentasse a esperança. Então, com toda certeza ele não dormira na montanha. Ora, “sua” montanha tola ― ela tentou recompor-se falando sozinha ― serves de abrigo a tantos animais, tu mesmo dissestes a ele: Que me importa, azar o teu. Pois tome vergonha nesta tua cara larga e esqueça o pintassilgo. Quando precisar de ti ele te verá de longe e não se perderá nos seus caminhos de vento. Aliás, vento é o que não falta naquela sua cabecinha.

Piadinhas e ironias serviam para aliviar a tensão da montanha, porém não se pode tapar o sol com uma peneira. E no caso, o sol estava do lado de dentro. Por algum motivo incompreensível, que entretanto, naquele momento, tinha importância de último grau na sua lista de prioridades, ele havia se tornado tão querido, que os diversos perigos do vale se afiguravam muito mais que ameaçadores. A montanha havia criado um sentimento de proteção que jamais experimentara emergir dos seus subterrâneos. Apesar de crer na esperteza e admirar a agilidade do passarinho, via-o por demais pequeno e frágil. Em se lhe retirando as penas quase nada restaria. Era uma coisinha assim, à toa, que tinha medo até de vento... Onde já se viu? Medo de vento... Devia isso sim se preocupar com cobras, gatos e gaviões, que lá por baixo são em grande número e se aproveitam da mata densa para se aproximar sem que sejam percebidos, ou emboscar os desavisados. Não bastassem todos estes perigos, ainda haviam as redes espalhadas entre os ramos por caçadores impiedosos. Deve ser uma morte lenta e desesperadora ― ela gemia só por imaginar ― a se debater e embaraçar-se cada vez mais. E à noite, então? Preso na rede, logo chamaria a atenção de um morcego, que se regalaria a chupar calmamente o seu sanguinho tão pouquinho. Isso é menos o atendimento de uma necessidade básica e bem mais um exercício de degustação, nada charmoso na opinião da vítima.

Enquanto a montanha se catava, se torturava imaginando sanguinolentas desgraças, o sol prosseguia em seu caminho. Rapidamente a tarde chegou e logo os lilases acenavam no horizonte, o dia partia e a escuridão da noite não se demoraria. Durante aqueles imensos minutos, a montanha buscou freneticamente algum sinal do pintassilgo mas, para seu desespero, inutilmente. Então, entregue à sua própria fragilidade emocional, lamentou ser uma montanha. Tantas vezes invejara o pintassilgo quando ele saltitava em sua dança, ou quando fazia espetaculares manobras de vôo, ou ainda quando, tão despreocupadamente, ele simplesmente se espreguiçava. Observando-o nesses momentos, ela tinha a impressão de que, com tão comezinho gesto, ele era capaz de libertar do seu corpinho todas as energias noduladas e indesejáveis. Ah, como a montanha, há tantos milênios acomodada sob o próprio imenso peso, gostaria de saber fazer isso também. E com certeza não poderia fazê-lo em poucos meses.

Naquela noite a montanha não conseguiu pregar os olhos. Sabia que os pintassilgos não são notívagos, não havia uma chance de que ele surgisse das sombras, nem mesmo de que cantasse. Mas a cada pio de outros pássaros ela se permitia a ilusão, como forma de combater o desânimo, com base no reconhecido talento do pintassilgo para imitações. Chegou o novo dia e, um por um, seguiram-se vários outros dias e noites. A montanha havia se determinado a não desistir jamais e, investigando os sons do dia e da noite, descobriu uma grande variedade de animais que habitavam suas encostas e platôs, sem que, contudo, houvesse lhes dado antes alguma importância. Além disso, descobriu também uma outra variedade, em muito maior número, de animais que não emitiam nenhum tipo de som, mas que não apenas existiam como também mostravam-se muito ativos. E que todos tinham em comum uma relação vital consigo. Por todas as partes, na superfície e até mesmo nas suas entranhas, eles nasciam, viviam, se proliferavam e morriam. Muitos deles não viviam mais que um único dia, entretanto, enquanto esperava o reaparecimento do pintassilgo, a montanha pode acompanhar a vida de seres que vivem meses, no passo das estações climáticas, e de outros que vivem ainda por mais tempo. Nenhum deles substituiria o seu tão querido pintassilgo, que ela não cansava de esperar; nenhum deles, por mais tempo que vivesse, tinha longevidade comparável à da montanha; entretanto, nos últimos tempos ocorrera uma mudança de que apenas agora ela se dava conta. Não se tratava de uma mudança de nenhum dos animais individualmente, mas sim da própria montanha, e isso aumentava enormemente a ausência do pássaro, tão pequeno e tão importante, tão frágil e tão soberano na sua fantástica memória milenar. Mantivera com ele, até que desaparecera, um contato por demais curto, tempo usado na maior parte para críticas e julgamentos de pontos de vista particulares; todavia, ele estivera de tal modo presente na incansável busca da montanha, na esperança obstinada, que conseguira o que fora impensável para ela, somente por ser o motivo para isso: o pintassilgo não movera a montanha, mas fizera com que ela mesma deslocasse o seu próprio centro.

(Segue)

Foto de Sirlei Passolongo

Noite

O céu se vestiu de estrelas...
A lua dança entre as nuvens
Os faróis tingem a cidade de vermelho
Meus olhos te procuram no espelho.

Sirlei Passolongo

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"DANÇA COMIGO"

“DANÇA COMIGO”

Em um belo gingado...
Com ritimo compassado...
De um frisson extasiante...
O corpo colado, o rosto molhado...
E as pernas bailantes!!!

Respiração ofegante...
Musica gostosa...
Perfume embriagante...
O começo de uma historia!!!

Uma musica...
Depois outra...
Uma noite...
Depois outras!!!

Braços envoltos...
Corpos que se chamam...
Eu meio afoito...
Nossos corpos não reclamam!!!

Você me chama...
Eu não respondo...
Você me inflama...
Eu correspondo!!!

Dança....
Dança pra mim...
Dança...
Assim, assim!!!

Dança comigo...
Dança pra mim...
Livra-se logo disso...
Vamos dançar assim!!!

É , ao som desse bolero vida vamos nós...........

Foto de Sonia Delsin

DOIS DIAMANTES

DOIS DIAMANTES

Teus olhos são dois diamantes.
Tenho pena quando os fecha.
Parece que o mundo escurece.
Teus olhos são a coisa mais linda.
São tão queridos.
Teus diamantes me fitam.
Rosa bonita.
Dança matutina.
Criança pequenina.
Teus olhos são resposta para o arco-íris que me encanta.
Para o crescer da planta.
Teus olhos são os primeiros que fitei na vida.
Neles eu me perco e me encontro.
E digo.
Foram farol no meu existir.
Conseguiram me mostrar para onde eu devia seguir.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"DOIS PRA LÁ DOIS PRA CÁ"

“DOIS PRA LÁ DOIS PRA CÁ”

O salão estava na penumbra...
A orquestra tocava magistralmente...
Seu corpo colado ao meu...
Rodopiava sensualmente!!!

O bolero embalava...
Nossos passos em harmonia...
Seu perfume me embriagava...
E seu calor me arrepia!!!

O salão era pouco...
Esta dança tem que acabar em uma cama...
O seu cheiro me deixa louco...
E o seu beijo me inflama!!!

A champagne já dá os primeiros passos rumo ao amor...
Você colabora...
A musica se estende até seu devido momento...
Já é hora de irmos embora!!!

Ao som desse bolero............

Foto de Sr.gomes

arte da vida

vida melhor que todas as arte...
poemas
dança
esculturas
musica
roupas
a vida e uma arte colorida so e preto e branco quem quer que ela seja assim

vida e pra ser contemplata ...
admirada..
vivida...
pois o final sera contando num livro...
com pagina em azul ,cinza , violeta ,margareta ou arco -iris

vida e tudo
vida e arte
vida e ...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"POEMAS DE TODOS NÓS" Convite a todos que puderem colaborar com um verso.

"POEMAS DE TODOS NÓS"

Se a vida nos presenteou com este dom...
dividamo-o com todas as pessoas...
De que importa se o que temos de bom...
Guardarmos como se fosse jóia rara!!!...... Edson Milton Ribeiro Paes.

Por grandiosa raridade se tratar
É que a todos entregamos.
E assim, pessoas e mais pessoas incentivamos
À essa preciosa jóia lapidar...

Ouro, prata, diamante, não sei....
O fato é que um dia ousei
A todos a poesia mostrar.

Vi então um pequeno rio fluir...
Tornou-se grandioso dentro de mim...
Hoje, mananciais a jorrar...." ................... (Rose Felliciano)

Cumpre o seu percurso, contornando pedras,
Molda-as com cuidado, circunda-as com aparato,
Águas a jorrar com sabedoria, até virar mar ou poesia.. (Carmen Lúcia)

"Senhor e Criador, vimo aqui não só para lhe pedir,
Mas, para lhe agradecer.

Permita-nos conversar consigo através de nossas poesias.
Fazei que elas não sejam entendidas só pelos letrados, pelos sábios, poetas e filósofos,
Mas também pelo leigo, pelo pobre e analfabeto,
Sim, Senhor!!!
Pelos necessitados, pelos pequeninos

Tira-nos a trava dos olhos
E permita-nos que enxerguemos ao longe
E, ao mesmo tempo que saíbamos interpretar
Corretamente, nossos pensamentos.

Afasta de nós o egoismo

E permita que nossas singelas poesias sejam universais...

Para todos dirigidas..................................... Dirceu Marcelino

Meu sonho é um grande presente,
Num mundo a girar sem parar
Como o sol que ilumina a gente. .................... Laura Marcelino.

Em dias que corremos contra
Nas noites que chegam a favor
Presente sempre presente
Fogo que nos incendeia...
Poesia nosso fervor!............................................ YapRose

Tão rara quão preciosa
Colmeia de poesia rainha
Rima de vida maravilhosa
Com vós partilho a minha............................. Henrique Fernandes

Nosso viver é como um oceano
Cheio de riquezas e desejos.
Num jeito tão especial e marcante,
Dando toques de puros anseios.

Nossas vidas recheadas de inspirações,
Nossos versos se enlaçam
E nossos escritos encantam...............................Graciele Gessner.

Na rua a chuva persiste e canta,
e dança e chora saudades do sol.
No peito o pranto, o canto, o riso.
Na alma anseios, desejos, de sonhos felizaes contigo...
De fato percebo ausências, recados, mensagens, nas rosas vermelhas,
que falam de amor!...........................................(Koka/Delirante)

"No tempo do ontem, meus pensamentos se perderam.
No tempo de hoje, me encontrei na minha realidade.
No amanhã, não sei onde estarei...".................Cecília(Ceci_Poeta)

O amanhã à Deus pertence
Nem quero me preocupar
Não importa se o dia está escuro
Ou se vai nevar
O importante na vida da gente
É trazer aqui dentro do peito
O sol sempre presente
E através dos poemas lidos e escritos
Amar e sentir-se amado
Não importando se quem lê
É ou não teu namorado...................PoderRosa...o poder da mulher...

Teu namorado pode ser o mar,
o sol ou o mais que aspirar...
Na melodia da poesia
Nada se perde,
tudo se inicia
Desde uma teia tênue
Até o mais alto conspirar!
Inspiração que brilha, reluz e incentiva
A amar, amar, amar....................................................Drica Chaves.

É amando a tudo e a todos...
Que o paraiso podes conquistar...
È morrendo que nasces de novo...
E é a Deus que tu deves louvar.............Edson Milton Ribeiro Paes.

Foto de pétala rosa

LENTIDÃO NA TARDE

LENTIDÃO NA TARDE

Os dias, as horas, o sol, tudo passa
e eu ansiosa por um sorriso
no meio deste turbilhão de palavras, que não são minhas
nem tuas,são do bosque interior
duma rosa transparente, dum fulgor branco
onde te encontrei.
Beijo quem não conheço, olho levemente a tua boca
que quero beijar, mas
a respiração são águas onde me deito e sonho contigo.
Quem sou?
uma nuvem, um bálsamo,
no meio duma nudez absoluta e ardente,
a seiva, as lágrimas perdidas no vento, um regato,
uma sombra redonda que se perde no vento brando
na perfeição do sol que arde em soluços
atravessando a lentidão desta tarde tão fragil.
Nesta dança
dum corpo que procura um poema que sobrevive sem mim.
Deixarei tocar a valsa da vida
e sentir os teus passos dentro de mim.
Esta futilidade em que vejo o mundo e seus componentes
perturbam-me o gosto pelas palavras.
É uma luta pelo presente, sem ser o meu presente
quanto mais escrevo emoção menos o mundo
me entende.
Navego na solidão procurando as palavras para encontrar
a emoção, a liberdade, a paz o AMOR...

Domingo, Fevº 2008
Amália LOPES

Foto de Osmar Fernandes

A lágrima

Fingida,
Delícia,
Mentira,
Ferida.

Importa,
Exporta,
Complica,
Implica.

Fogosa,
Manhosa,
Chora,
Implora.

Dança,
Mansa,
Forte,
Sorte.

Sisuda,
Amorosa,
Virtude,
Assombrosa.

Desnuda,
Falante,
Derruba,
Amante.

Dogmática,
Filosófica,
Pragmática,
Histórica.

Aparece,
Some,
Desaparece,
Consome.

Foto de Henrique Fernandes

PARAR UM POUCO PARA AMAR

.
.
.

É uma pausa relaxante
Parar um pouco para amar
Sentir quanto é importante
Receber de alguém o dar

Amar é um passeio descontraído
Pela calçada da paixão
Por entre um jardim colorido
Bem no centro do coração

Apetecível e divertida
A paixão é uma dança
É poesia de vida
Um evento de esperança

Amar veste-nos a pele
De um roseiral com voz
Cantando rimas de mel
Somando a dois um nós

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