Culpa

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ENGENHEIRO MANOEL FEIO

ENGENHEIRO MANOEL FEIO

Não existe lugar mais feio que o Manoel
Nem engenheiro melhor que Manoel feio
Rascunho de um bairro rabiscado no papel
Criança desnutrida debruçada em teu seio.

Manoel feio, tão feio quanto o próprio nome!
O nome de Manoel não é tão feio assim
Subúrbio da periferia que adormece pobre
E acorda na estação a multidão sem fim.

Longas ruas de terra (terra de verdade)
Manoel não se envergonha e nem culpa tem
O engenheiro que morreu nos deixou saudade
Deixou seu nome feio não importa a quem.

Mauá foi de Barão, Manoel de itaquá!
Na descoberta de Anchieta um anseio
Que ele jamais poderia imaginar
Ter um bairro da cidade com o nome feio.

Nos dias de hoje presto uma homenagem
A esta gente humilde que vive em nosso meio
Aos viajantes que por aqui passaram
Jamais irão esquecer de Manoel feio.

Homenagem á estação ferroviária
Subúrbio Engenheiro Manoel Feio.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Novembro de 2002 no dia 29
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Edevânio

A VERDADEIRA LOUCURA DE CHAPEUZINHO.

SÉRIE PLACEBO
Episódio Um
A Verdadeira Loucura de Chapeuzinho
Edevânio Francisconi Arceno

Dias atrás, estávamos passando pela sala quando ouvimos uma chamada de um filme na televisão: “Deu a Louca na Chapeuzinho”.Achei curioso, é claro que hoje em dia é muito comum retornar à moda coisas antigas , com uma roupagem totalmente moderna e as vezes até surreal, mas até contos infantis? Então resolvemos assistir. O Filme não tinha nada a ver com a versão antiga, até a história foi mudada. A chapeuzinho era a suspeita número um de estar trapaceando para obter vantagens em cima dos deliciosos docinhos que ela transportava em meio a floresta. Apesar da dinâmica surpreendente do filme, a crítica achou que ele retirava o brilho e a inocência da história, que por décadas vem alimentando nossas crianças e até mesmo nossas ex-crianças. Porém, isso não é nada comparado à verdadeira e triste saga da menina Chapeuzinho Vermelho. Preparem-se e entendam que apesar de ignorarmos certos problemas e mazelas sociais, eles existem, estão lá e depois deste relato, você poderá até fazer de conta que é só um conto, mas no fundo você sabe que tudo pode ser real!

A Chapeuzinho como vocês bem sabem, era uma linda garotinha que incansavelmente todos os dias levava docinhos para a vovó, e no trajeto vivia mil e uma aventuras.Acontece que as idas até a casa da vovó foi diminuindo, não por uma razão especifica, mas várias. A primeira delas é levar para a vovó o que? Sua mãe teve que trabalhar para ajudar a suprir as necessidades do lar, pois seu marido estava muito doente. Sim, o pai de chapeuzinho era um homem muito doente, se é que um alcoólatra pode ser designado assim. E como todo alcoólatra, uma das primeiras coisas que perdeu, foi o senso de responsabilidade. Responsabilidade com a família, com o trabalho e por fim com a sociedade. Diante disto, a mãe de chapeuzinho não teve mais como fazer docinhos para a vovó, pois começou a trabalhar dia e noite, muito mais a noite.

Cada vez que sua mãe se preparava para trabalhar, Chapeuzinho a abraçava como se fosse a última vez. Depois que a mãe saia, Chapeuzinho ouvia a voz de seu algoz, que se disfarçava de pai e culpava a bebida por seus crimes: ___ Filhinha vem com o papai, vem. Chapeuzinho então mais uma vez se submetia a perversão do seu inescrupuloso pai, que vinha abusando da pequena e indefesa filha a muito tempo. Mesmo ainda quando entregava docinhos para a vovó, era estuprada e obrigada a sair correndo pela floresta dizendo que havia sido vítima de um grande lobo. Você deve estar se perguntando, porque ela não denunciou este monstro. Acontece que o monstro morava com ela e dormia com a mãe dela e as ameaçava dizendo que mataria ambas se falasse. Depois que sua mãe começou a trabalhar a situação ficou insuportável. Chapeuzinho decidiu dar um basta, tinha que fazer algo para minimizar seu sofrimento, então conheceu o mundo das drogas e logo ficou viciada em “Crak”, uma droga de fácil acesso e extremamente destrutiva. Ela agora se submetia aos desejos criminosos de seu pai, completamente drogada, para proteger a si mesmo e sua mãe. Também começou a se prostituir em meio aos arbustos da floresta, com os caçadores infiéis, tudo isto, para manter o seu vício. Sempre orientada que se por ventura chegasse alguém, ela deveria sair gritando é lobo é o lobo, pois a maioria dos caçadores eram casados e não ficaria bem serem vistos com uma prostituta viciada.

E o caçador herói, onde anda? Cansado de pagar propina aos guardas florestais e entidades governamentais responsáveis pela prevenção das florestas, resolveu fazer um concurso e entrar para este seleto grupo, e logo também se tornou um corrupto. Agora não paga mais propina, apenas recebe! Da prostituição de Chapeuzinho e de muitas outras crianças viciadas, ele apenas cobrava em serviços, nada além de um delicioso...! Quanto aos caçadores, a prostituição também fazia parte de um pacote, com demais itens: podia cortar árvores, caçar, pescar, enfim pagando bem, mal não tem, pelo menos na ótica dele. Chapeuzinho agora estava em um degradante círculo vicioso, se drogava para prostituir, e se prostituía para se drogar.

Em uma de suas viagens alucinantes, lembrou-se do tempo que ainda podia visitar sua Vovó e levar-lhe os docinhos, bons tempos aqueles! Agora existe uma ordem judicial, que a impede de chegar a duzentos metros da residência da vovó, pois segundo o ministério publico, Chapeuzinho tentou culpar um animal conhecido como Lobo, pelos hematomas deixados na Vovó e por furtos misteriosos em sua propriedade. A Justiça não acreditou e chegou à conclusão de que Chapeuzinho era uma ameaça à integridade da Vovó. Ainda bem que temos justiça!

Agora gostaríamos de pedir sua autorização e começar a narrar, na primeira pessoa, pois gostaria de fazer algumas considerações pessoais sobre esta história, da qual fui testemunha e vítima. Primeiramente acredito que as violências sofridas pela menina Chapeuzinho, cujo autor foi aquele que se diz pai, no princípio eram cometidas sem o conhecimento da mãe, mas posteriormente ela soube, porque ela não denunciou? Talvez por medo de ser assassinada por ele, que cada vez mais se entregava ao álcool, ou talvez por medo e vergonha de admitir que o seu trabalho noturno, é tão imoral quanto o modo que Chapeuzinho conseguia dinheiro para se drogar. No contexto dessa inculpabilidade por atitudes erradas e criminosas na qual Chapeuzinho cresceu, tirou dela a possibilidade de valorar o que é moral, ético, certo, errado, justo, verdadeiro, falso, bom, mau, enfim muitos outros atributos disseminados pela sociedade como normas de conduta, ou seja, como ela podia achar que é errado prostituir-se para se drogar , quando era prostituía por seu “pai” , para preservar a vida. Quem culpar? Podemos simplesmente culpar o Estado, sim o Estado, afinal o guarda florestal representa a autoridade do Estado, se ele tivesse cumprindo suas obrigações e evitado que os caçadores se prostituíssem com jovens e crianças, escravizados pelo uso das drogas, o círculo vicioso se romperia e talvez a Chapeuzinho tivesse uma oportunidade. E a vovó, bem a vovó não tem nada a ver com isso, a única coisa que fez foi pedir para Chapeuzinho entregar umas encomendas na cidade, algumas pedras de Crak e alguns papelotes de cocaína. Talvez você não soubesse, mas a “boca de fumo da Vovó” era a mais freqüentada pelos usuários da cidade, e de vez em quando, Chapeuzinho era chamada para entregar droga a domicílio, em troca de alguns míseros trocados. Mas logo a vovó descobriu que Chapeuzinho estava viciada, desde então a menina que gentilmente levava docinhos para a vovó, perdeu sua serventia.

Bem, podemos também isentá-los da culpa e fazer como eles, vamos culpar o “Lobo”, afinal ele é um animal. Ele ameaça seus filhotes e parceiras e às vezes até come as suas crias. Também se escondem em arbustos para atacar e comer crianças desavisadas e depois desculpar-se dizendo que estava apenas caçando. Agride velhinhas inocentes, que não fazem mal algum e ainda rouba a inocência dela. Vocês podem também ignorar toda esta história e simplesmente dizer que tudo não passa de um faz de conta, que isto não é real. Pois não existem pais que estupram filhas, que não existem mães que se prostituem para manter a família, que não existem vovós que aliciam netinhas a se tornarem traficantes, que não existem homens que dizem vou caçar ou pescar e fomentam o mercado da prostituição infantil, não existem autoridades que são coniventes com todo o tipo de crime por dinheiro. E também que neste momento não existem milhares de crianças e jovens se prostituindo para manter o vício. Claro que se por ventura você se convencer de que isto não é um simples faz de conta, e que estas coisas podem existir realmente, não faça como eles, que apenas se preocupam em achar um culpado. Mas se esta história não fez você refletir, reavaliar seus conceitos e ainda quiser um culpado, aceite minha sugestão, culpe o Lobo!

Atenciosamente: Ass. Lobo.

Foto de Carmen Lúcia

Devolve meu coração!

Trago-te pedaços de meu coração...
Se o dei por inteiro, faze a restauração!
Devolve-o colado, mesmo que fragilizado,
ainda que isento de emoção.

Não te culpo por não me teres amado,
ninguém comanda o sentimento,
...embora possa evitar a dor...
Culpo-te por me teres enganado!
E me culpo por haver acreditado,
se é que houve algum culpado.

Mostraste-me o lado casto de tua face.
O outro lado, mascaraste...
Ceguei-me ante à tua totalidade
onde a falsidade é teu cartão postal,
revelando a embalagem, omitindo o essencial,
tua identidade real.

Ou, então, fiz-me cega,
deixando-me levar
pela carência de teus beijos,
pela sede de te amar!

Agora, o que importa?
Saber de quem é a culpa
não te faria bater à minha porta.

Só te peço de volta o meu coração;
Quem sabe ainda o recupere
e viva nova paixão.

Carmen Lúcia

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

CONVIVER COM A SOLIDÃO

CONVIVER COM A SOLIDÃO

Há quem me dera saudade
Não sofresse por ti, e...
Despojasse de minha carne
Tudo aquilo que senti;
Quem me dera...
Pergunto sem interrogação,
Pois quem me ouve
Jamais sentiu algo assim,
Se ti absolvesse
De qualquer culpa, tal saudade...
Estaria traindo o que já vivi,
Mas já não morro
Por ti novamente
Nem te quero pra perto de mim;
Às vezes penso saudade
Que não te quero por maldade
Ao desprezar-te com razão
É que ao lembrar-me do passado
Posso ver-me condenado
A conviver com a solidão.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 16
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Chácara Sales

Quem Sabe na Próxima Aurora?

Não podes imaginar o quanto
Um quarto escuro aborrece minha alma.
A faz gritar solitária e ela, coitada,
Presa neste corpo que triste chora,
Nada pode fazer para acalmar
Este magoado ser, e, no entanto, sofro.

Penso nas vezes em que
Hei de me trancar ali,
Ficar sozinho, remoendo...
Castigando minha vida
Sem ter ela culpa alguma.

Não obstante ela não sabe
Que és tu a razão do sofrer.
Eu, homem franco em desalento
Adoeço a cada momento
Com o coração sedento de ti
Que ameaça parar de bater.

Confesso que choro.
Como não sei de tua volta, me pergunto:
Talvez um dia ela me explique a razão da ida?
Foste como se vai a noite - despercebida - .
Sacrifitaste uma estrela a se eternizar - nosso amor -
Agora vivo em luas pálidas como já é minha face.

Sempre após as chuvas clamo a Deus.
Não tenho aqui esperanças de tê-la de volta.
Minha alma dentro em mim me consola,
Fujo do escuro que me assola,
Procuro luz, expulso tristezas do coração.

O destino falará por mim.
Hoje a passear costumo dizer:
Posso talvez te encontrar por aí,
Abandonada pelas ruas do sem mim;
Ou, quem sabe na próxima Aurora?

*Autor: Chácara Sales

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de Jonas Melo

O que é Amor

O amor nos deixa assim, meio bobo, sem saber o que fazer;
Nos leva por caminhos nunca dantes navegáveis;
E nos deixa entorpecidos de prazer;
É como um raio de luz na infinita escuridão,
iluminando as almas perdidas a procura da paixão;
É loucura é desejo, tudo suporta;
Às vezes é mais forte que a razão;
O amor é infinito, um sentimento incomum,
não conheço, nenhum ser que tenha mais e um;
O amor é antídoto para todos os males do coração,
cura dor, cura culpa , cura ódio, cura até a solidão;
Às vezes o amor é incompreendido, e tentam apagar esse fogo abrasador,
quase ninguém entende, só o tempo entende um grade amor;
Os filósofos tentam explicar, os poetas transcrever,
no entanto, só os verdadeiros enamorados conseguem entender;
o valor do simples e puro amor.

Jonas Melo !!!!!!

Foto de Izaura N. Soares

Despeço-me de ti

Despeço-me de ti
Izaura N. Soares

Mudei o meu destino,
Mudei a minha vida...
Cansei de tanto esperar.
Despeço-me de ti,
Por que dentro do teu coração
Não encontro nenhum lugar.

Não tem mais nenhum sentido
Pra esperar um gesto de carinho,
De amizade, nenhuma palavra de
Conforto para me acalmar.

Cansei de viver nessa solidão,
Nesta triste tristeza.
A minha vida agora mudou e nem
Sentirei nenhuma culpa se o amor
Voltar a me amar.

Dei-te todas as chances,
Fiz todas as declarações de amor
Dedicado a você, mas você não
Prestou a atenção e nem notou que
Essa espera chegou ao fim.

Não cobra nada de mim,
Não sinta ciúmes, pois o amor estar
A minha procura esperando meu aval
Para se aproximar e se não dei
O sinal verde é porque te considero
E por essa consideração a você,
Não entreguei meu coração.

Agora cansei...
Esperei, mas você não veio!
Se, se veio, não percebi por que
Outros encantos você se encantou.

Não sinta ciúmes, não cobra nada de mim,
Estou com o coração partido, com os olhos
Cansados, vermelhos de tanto chorar...
Sentindo a sua falta.

Mas lembre-se, que sempre vou te amar.
Estou de partida não dá mais para esperar
Que um dia você me note e um beijo
Você possa me dar.
Preciso continuar viva...
Para quando o amor chegar e descobrir,
Que meu amor; ainda é você... Por isso
Preciso viver para o meu amor não morrer!

Foto de junioresende

Meu Erro

Meu Erro

Pensei eu, que fosse amor pra vida inteira
Pensei eu, que jamais sofreria novamente
Pensei eu, que havia encontrado a felicidade
Pensei eu, que com você seria diferente.
Pensei... Pensei... Pensei...
Ao final (se é que este já chegou), descobri eu que:
Nada foi verdade, tudo não passou de um sonho.
Tudo ilusão.
Você me fez sofrer,
Apenas aqueles poucos momentos... Duraram quase nada
A Felicidade está em você e eu não encontrei
E como sempre, sofri, chorei, me enganei com você.
Tudo isso porque eu errei, nada foi sua culpa...
Errei, só porque, ousei pensar...

Junio Resende
Pará de Minas, 04/08/06, 10h30min.

Foto de ERIKO ALVYM

A CORUJA LEVANTA GAVIÃO

Eco
angulando
a esquina da alma

saudade é hóspede
segue estrada afora
a caravana dos abandonados

o rei é vivo
embriagado
no sangue da plebe

eu encho
de lágrimas
o teu ventre

eu visto o traje real
p'ra te amar, sêmem
e suor - coroado pelo sol

Na estrada da cidade
a bruxa-sexy recebe
o santo, a igreja é para o amor
o corpo é aonde/
pé-ante-pé
arranco da sombra
o leopardo
arrastando o sexo
no jardim do teu cio

O cavalo branco espalha
da crina o fogo na rua
- selvageria e doação

Teu corpo é a égua
de uma divindade em fúria,
teu íntimo um lago fumegando céus

Nu - encharco as areias
pelo cajado, certo da suculência
que no oásis te umedece o fruto

Tenho nas botas solidão
e desdém, nas esporas
caravelas levam povos espirituais

Assassino, o güeto é meu,
se a sirene é o anjo denunciando
o invasor, a culpa é longe do ateu

Seja como for, o príncipe
nasceu do mendigo quando eu
te amei, das cinzas a coruja levanta gavião
enviada por ERIKO ALVYM

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