Corpo

Foto de Carmen Lúcia

Reencontro

Ainda ouço teus passos se distanciando,
perdendo-se na esquina que te engolia,
tragando-te afoita, droga à revelia,
mutilando uma história que ainda aconteceria.

Sibilam em meus ouvidos as badaladas de um sino
marcando as horas, trilha sonora que estribilha
rasgando-me a carne, mostrando meus avessos,
tendo a lua a compactuar com meus tropeços.

Ainda ouço o estardalhaço dos soluços
que meus lábios apertados tentaram segurar
e num sôfrego vazaram, desabados,
num choro compulsivo, sem parar.

Fostes...simplesmente fostes,
( como sempre fostes),
sem medires a proporção do estrago,
a dimensão de inconsequente ato,
carregando sobretudo, tudo...

Talvez me reencontre sem teu disfarce
e me resgate algum ancoradouro...
Corpo e alma num inusitado encontro, sem ais...
E o silêncio do luar oculto entre a névoa de um cais.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Momento único

Um doce enlevo me conduz à recordação,
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final da tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar;
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora...

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Foto de luzJr

sem título

Me dá tua boca e teu corpo,
seja meu a tua e o teu,
em mim, tu comigo, num só sentir.

Deixa confundir o meu no teu;
sem seu ou meu;
sendo só eu, só meu;
contigo em mim.

Sendo assim, se permitires:
minha boca será teu beijo;
meu corpo, teu abraço; e
serás só minha: tua boca e beijo; teu corpo e abraço.

Mas, mesmo assim, se não permitires, já é teu o meu amor, beijo e abraço.

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

NÃO TRANQUE O VELHO AMOR FALIDO EM VOCÊ.

NÃO TRANQUE O VELHO AMOR FALIDO EM VOCÊ.

Acredito que o ser humano é capaz de amar mais de uma vezes. Se não fosse assim quem “perdeu” uma grande paixão estaria condenado à solidão. O pior é que tem gente que coloca isso na cabeça e se apega, se humilha, se sujeita a qualquer coisa para ter a pessoa e volta. Ao invés de trancar em você aquele seu velho amor falido, abra novos espaços e inaugure um novinho em folha dentro do seu coração.
Quando você parar de procurar ser amada ou amado, você irá sentir que o mundo e as pessoas começarão a te amar mais.
Por isso, fujas e não crie expectativas e ilusões, aprenda primeiro a se amar a conquistar o seu Eu, criando assim uma auto estima e verá realmente o mundo estará leve e te amando e a pessoa certa aparecerá nas circunstância adequada a que você merece. Para isto é preciso ter consciência que mundo não gira em torno de ti, é preciso que você faça por merecer, pois tem muita gente “morrendo” de expectativa e se afogando nas próprias ilusões criada.
Mas não aches que a pessoa certa é bonita de rosto e de corpo, com dinheiro e muita fartura, a pessoa certa é aquela que irá te ajudar nas suas necessidades e não seus desejos e caprichos pessoais.
Quando a gente espera de mais para que aconteça não acontece, às vezes as coisas só acontece quando a gente menos espera.
Mas se você acha que é chapeuzinho vermelho certamente existe lobo mau.

Foto de Ronita Rodrigues de Toledo

DELÍRIO

Num momento degradante,
Entre palavras tortuosas,
O expulsa impiedosa
E ele sai sem hesitar...

Ao abrir a sua porta,
O vento da noite fria
Invade a sala vazia
E faz tudo se calar...

Na vastidão da noite cinza,
Na janela o emoldura
E vê seu vulto a se perder...

Se tranca em seu quarto
Para fugir do desespero,
Lança a face ao travesseiro
Para as lágrimas conter...

Enquanto traga de um copo
Para o desejo embriagar,
Fantasmas sorrateiros,
Flutuando no cinzeiro
Seus lábios vão beijar...

Desejara nesse instante,
Fosse só por um momento
Te-lo em seus braços
Como o tem agora o vento

Na solidão do quarto frio,
Divagando em pensamentos,
Mergulhada em seu pranto
Ela vai adormecendo...

Em meio a desatinos,
Entre soluços e gemidos,
Ouve a voz de seu amado
A sussurrar em seus ouvidos...

E num delírio profundo
Sente o corpo flutuar...
No aconchego de seu mundo,
O amor se perde
Ao se encontrar...

Ronita Marinho
Registro BN

Foto de Carmen Lúcia

Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
Comparadas a uma linha tênue, sutil,
Levadas por um sopro, aragem febril,
Girando sempre, eternamente, sem partir,
Sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
Sem realmente ir...

Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...

Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

Foto de Alexandre Montalvan

Amor Platônico

Amor Platônico

Ela nunca soube
O quanto eu a amava
Eu perdia a fala, quando eu me aproximava.
Não tinha coragem, eu me descompassava.

Ela nunca soube
O quanto eu sonhava
Em tocar-lhe o corpo e aquela pele alva
E perder-me todo
Senti-la criança
O quanto eu a amava, eu me despedaçava.

Ela nunca soube
Da minha esperança
Deste amor platônico que hoje é lembrança
E eu te conto agora
Em ti tenho confiança
Divido meu segredo e a minha história

Ela nunca soube
Deste amor divino
Louco e proibido que eu trago na memória
Ela nunca soube o que eu te conto agora
Sigo meu destino e a minha historia

Alexandre Montalvan

Foto de Maria silvania dos santos

Venha, quero sem limites te devorar

Venha, quero sem limites te devorar

_ Venha, envolva em meus braços, juntos sentirmos um só desejo, entre caricias e beijos, deixe o calor, o suor da minha pele banhar o teu corpo, nossos liquidos se misturar e se aconchegar em um só lugar...
_ Deixe que o desejo do meu corpo te deixe loco...
_ Deixe a essência do nosso amor transborda a qualquer lugar, vamos juntos delirarmos , libidos em juras de amor eternos...
Percebas-tu, que a sua essencia es contagiante e me deixa ofegante, venha delirar em meus braços fazermos trocas de amaços...
Durante a noite, sozinha, não posso suporta, nua , pronta a me entregar, quero dos meus desejos me liberta...
Venha, mergulhe nesta loucura de amor, é que meus desejos já transbordaram, minhas fantasias aumentaram...
Suga de mim este mar de desejo que me tira o sono, durante a madrugada, lembro de você e sinto um desejo que me consome, começo naturalmente a rebolar , imaginando em seus braços estar, quero mergulhar em teu corpo, sentir teu calor, é que já sinto o cheiro de amor que no meu corpo já exalou;..
Te imagino com seu membro já esposto, já na mira de penetrar, quero senti-lo, inteiramente e gulosamente minha entranhas a sugar, quero sentir seu liquido dentro de meu utero jorra, em seguida com minha lingua aspera com sede de sugar, aproveitar cada gota de esperga que escapar...
Venha, quero sem limites te devorar, suas fantasias a qual for realizar!...
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Carmen Lúcia

Via Crucis

E então decidi...
Despojar-me de todos pecados,
Ser meu próprio Pôncio Pilatos,
Ter meu corpo crucificado...
Não pra salvar a Humanidade,
Não me crivaria de tamanha dor,
Cristo foi mais sonhador...
Não, foi mesmo autopiedade,
Da alma, em busca de serenidade...

Caminhei com a cruz...A que me impus...
Não caí somente três vezes...Foram muitas!
Já havia tombado tanto,
Pelo peso de meu pranto,
Por minha consciência pesada,
Não ouvir a voz da razão,
Nem mesmo a do coração,
E agora, Via Crucis, levo-me à condenação.

Fui Verônica...Cantei o meu desencanto,
Limpei sangue de meu âmago
Deixei registrado no pano
O meu triste desengano...
A Madalena arrependida,
Pelo homem incompreendida
Agora cheia de dores e acatos...
Vítima dos desacatos...

Tentei levantar-me, ser o meu Cirineu,
Reacender a chama que um dia morreu...
Momento sublime...Maria, mãe que redime,
Um encontro...Um olhar...
Nem foi preciso falar...
A única expressão...a de nosso coração!
Sedenta de amor, bebi o seu mel...
Desnudei minha alma, arranquei-lhe o véu...
E chorei...Implorei...Me ajoelhei...
Finalmente, enxerguei uma luz,
Semi-apagada, de um sol eclipsado
Recomeçando a acender...

_Carmen Lúcia_

Foto de Bruno Silvano

A Caverna

Seu olhar era triste, talvez pela saudade que estava sentindo de casa, ou por esta se sentindo uma estranha, em um pais desconhecido, sem nenhum amigo. Cursava o primeiro semestre de Moda em uma das maiores universidades de Londres, mas ainda era uma garotinha ingênua e insegura, cheia de expectativas para o que mundo pudesse vim a lhe mostrar, a lhe trazer.
A primavera chegava, e florescia o coração daquela jovem, que por muitas vezes pegava-se a observar o céu estrelado chorando de solidão, da falta que uma companhia lhe fazia. Deitava-se sozinha na rede para acompanhar a transformações das flores, sentia-se como uma, a mais sensível e perfumadas delas, uma daquelas flores que enfurecida com o descaso das pessoas abria somente a noite, onde realmente tinha liberdade para ser somente uma flor.
Costumava banhar-se em um riacho com águas claras, doces, ao som de passarinhos e da goteira que pingava uniformemente da parte de cima da caverna. Era o lugar em que costumava se encontrar com seu interior, em que botava calma na alma, o que ajudava a disfarçar o seu semblante triste.
Sua solidão era cada vez maior, procurava relações de todos os tipos, porém nada fazia com que aquele sentimento tivesse um fim. Sempre procurava cura naquela caverna, aquilo se tornava um vicio, porém em uma de suas idas encontrou algo lá, algo que para ela realmente valesse a pena, a os seus olhos ele era diferente, tinha seu brilho especial, era espetacular, tinha seu toque de humor e simpatia. Foi paixão a primeira vista, fez dele o seu tudo, passava horas com ele, já mais havia sentido tanto amor e prazer quanto o que ele deu a ela, juntos, ela realmente se sentia mulher, algo que não sentiu com mais ninguém.
A caverna tornou-se seu ponto de encontro, não havia alegria maior do que ir todos os dias para lá, e em seu ponto de êxtase deixou-se seduzir de vez por ele, o acariciou com vários movimentos, se deu toda a ele, utilizou de todo os artifícios que havia aprendido em sua vida, deslizou sua mão suavemente sobre todo seu corpo, fazendo-o sentir vibrações, porém ele já não estava com mesmo brilho de como ela a viu pela primeira vez, porém insistiu em acariciá-lo, deslizando com toda sua sedução, a mão até suas partes mais sensíveis, e em um gesto de amor ela pediu “me deixa cuidar de você?”, porém não obteve resposta, o seu brilho foi diminuindo lentamente, até que sem saber o que fazer, ela o deixou ali imóvel, até que toda sua bateria acabasse. Porém não se deixou abater, saiu correndo em direção a cidade e em menos de uma hora já estava com um novo amor, um iphone 4s, que embora seja menos compacto que seu antigo amor ainda trazia lembranças de seu já sem bateria iphone 5.

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