Confusão

Foto de Carmen Vervloet

Um Sopro de Amor - (no jardim dos sentimentos)

Jazia no chão quase sem vida
a murcha esperança,
tal qual prematura criança
abortada em ferida.
Ingênua... chamava-lhe o mundo!
E ela buscando sair
do desmaio profundo!
Levante-se flor... respire fundo...
Soprava-lhe ao ouvido o amor...
Receba o calor do sol
no infinito horizonte...
A vida é um jardim colorido...
E sou a inesgotável fonte
que rega o gerânio perdão.
Só ele é capaz de apontar
o caminho lírio da paz...
O ciúme só trás confusão,
esmaga a rosa felicidade,
e com vileza e maldade
atormenta o frágil coração...
Por favor, não lhe dê atenção!
O ciúme é o espinho
que fere a violeta relação...

E então a flor esperança suspirou...
E ao jardim do amor retornou...
Guardou no baú das lembranças
a feia e velha desconfiança
e qual alegre menina
deu a volta por cima
em gingados de dança
com uma orquídea na trança.

Carmen Vervloet

Foto de Fernando Vieira

Um sonho muito feio

Nem tudo faz sentido
Nessa vida inconstante
Sei que corro perigo
Se o amor se faz distante

Confusão de pensamentos
Um sonho atorduante
Manifesto o desepero
Sou um ser agonizante

Pensamentos, devaneios
Um pesadelo horripilante
Eu tive um sonho muito feio
Que me fez morrer por um instante

Foto de Graciele Gessner

Mudança. (Graciele_Gessner)

Uma nova vida, uma nova expectativa.
Um recomeçar de cabeça erguida.

Um lugar para conhecer...
O passado simplesmente esquecer.

Cultivar novas amizades, sonhar com novo amor.
Sentir novos sabores, conquistar o gosto de viver.

Uma coletiva bagunça é esta tal mudança.
Vira de cabeça pro ar, uma confusão.
A mudança e sua imensa agitação...

Sonhos renascem, e outros novos surgem.
Com a mudança brota aquela pequena esperança.
A mudança sempre será o reinício de onde parou.
Uma nova página da vida é apresentada.

A mudança também é aproximação e solução,
Unindo forças e corações; unindo povos e emoções.

Sempre achei a mudança necessária,
Em todo momento da vida se faz obrigatória.

As mudanças têm dois tempos:
- O anterior e o depois;
- O passado e o futuro;
- As mágoas e as alegrias;
- O sofrimento e a esperança.

Algo fundamental da mudança:
- O motivo pelo qual levou a mudar.
Lembre-se disto!

Desejo que toda mudança torne-se algo prazerosa e construtiva!

09.01.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Fernando Vieira

Folha velha

Tai, cheguei...
Agora vamos ver
Peguei meu caderninho
E vamos ver o que vai ser
Caderno?
Que nada!
Eu peguei uma folha velha
Pra escrever parada
Eu venho, eu venho
Eu venho lá de fora
Do mundo, mundano
Que vive a minha volta
Sinistro, trevoso
Sem dó nem coração
Ele não despensa nada
E nem se esconde no salão
Mostrando a sua cara
Corrompida ali no chão
Sem flores, nem valores
Agredindo o seu irmão
Na falta de modéstia
E de compreensão
Quem por ele se apaixona
Eu posso até dizer
Que vai sofrer decepção
Pode crer que vai sofrer
Pois na falta de um Deus
Ele se transforma em atração
Fazendo disso tudo
Uma grande confusão
Trazendo na bagagem
A discórdia e o seu mau
Mostrando tudo isso
Na tela de um jornal
Não preciso nem dizer
Que é em rede nacional
Mostrando para mim
Mostrando pra você
Mostrando para quem quiser ouvir
Basta compreender
Que é preciso uma mudança
Uma mudança radical
No seu jeito de viver
No seu jeito de agir
No seu jeito de pensar
Anteriormente eu já falei
Que é preciso melhorar
Mas a mudança não é só minha
Eu preciso de você
Eu já havia dito isso
Consegue se lembrar?
Mas tudo bem enfim
Deixa essa lembrança pra lá
Mas não esqueça de uma coisa
Que eu sou o seu irmão
E que igual a mim compadre
Tem mais de um milhão
E o mundo te espera
Não pode vacilar
Um mundo camuflado
Que vive a te expiar
Um amigo, um companheiro
Um alguém pra se ligar
Então se liga Brother
Se engaja na missão
Fazendo o bem a todos
A todos os irmãos
Engajado na batalha
De todo coração
Para que no desencarne
Você possa alcançar
E ter a aprovação
Daquele que esta lá
Além, além, muito além das nuvens
Falo do nosso irmão
E daquele que é o mestre
Exemplo de Cristão
Endoçando a nossa prece
Pedindo para mim
E pedindo pra você
A paz que precisamos
Para sobreviver
Tranqüilo, na paz
Fazendo a coisa certa
Sabendo que de fato
A vida é eterna

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"PARADOXO UNIVERSAL"

"PARADOXO UNIVERSAL"

Sêr ou não Sêr...
Eis a questão...
Matèria ou essência...
Óh cruél indecisão!!!

Matar ou morrer...
Que béla indefinição!!!

Morremos ao nascer...
Ou nascemos ao morrer...
Quanta confusão!!!

Somos parte de um tôdo...
Ou tôda parte de um nada...
Que injusta comparação!!!

Somos obra de um criador...
Ou vitimas de um predador...
Quantas duvidas!!!

Decidimos nosso destino...
Ou somos conduzidos através dele...
Quantas duvidas!!!

Escolhemos nossa historia...
Ou cumprimos metas inglórias...
Quantas duvidas!!!

Por fim, podemos morrer...
Ou somos obrigados a nascer...
Quantas duvidas!!!

Foto de Marsoalex

ESTORINHA BESTA

ESTORINHA BESTA

Há muito tempo, num reino bem distante, havia uma menina muito só, mas muito feliz.Ela sabia que era muito diferente da maioria dos habitantes do reino, e até achava engraçado, embora estranho, alguns de seus costumes. Um deles era o uso de máscaras. A menina compreendia que a visão que ela tinha do reino, não era alcançada pela maioria de seus habitantes, porque as máscaras impediam que eles enxergassem o reino tal qual era: um paraíso. Por mais que a menina tentasse mostrar-lhes essa verdade, eles não entendiam, não acreditavam, e se ela insistia era chamada de louca por todos.
O reino, como todo reino, tinha suas lendas, seus deuses, seus mitos. Havia, no entanto, um deus e um demônio muito cultuados e temidos mais do que todos os outros:o deus "Dinheiro" e o demônio "Sexo".
A menina não compreendia porque ninguém percebia que um não era um deus nem o outro era um demônio, tudo era apenas uma visão distorcida pela máscara, pensava. Ela, como não usava máscara, podia vê-los tal qual eram, anjos bons, necessário à vida de todos, sem que fosse preciso cultuá-los, temê-los, amá-los ou odiá-los, bastando apenas conviver com eles de uma forma simples e natural.
Não era difícil para a menina aceitar e conviver com os habitantes do reino, mesmo não os compreendendo, sabia que eles não eram maus, apenas estavam tão acostumados ao uso da máscara, que mesmo tendo condição de tirá-la na hora que quisessem, eles não sabiam como fazê-lo. Isto tirava-lhes o direito de trilhar a estrada coração, uma das mais bonitas e importantes que havia no reino. Esta estrada era a única que dava total liberdade, levando qualquer um que a trilhasse a outros mundos, outras dimensões infinitas. Poucos habitantes tinham acesso a essa estrada, por isso, a menina sentia-se muito só. Mas ela sabia que um dia encontraria alguém que teria a visão tão ampliada quanto a sua, a quem ela se aliaria e seguiria a estrada coração acompanhada por seu eleito.
Um dia, ela encontrou um menino muito só e muito triste. Apesar de toda tristeza que ela viu em seus olhos, ele não usava máscara, portanto, podia, com ela, trilhar a estrada coração, indo além dos limites do reino, em direção à liberdade de mundos infinitos.E eles se deram as mãos e caminharam como se levitassem. Sabiam que o que estava lhes acontecendo não era simplesmente um encontro entre duas pessoas. Era como se um fosse a parte do outro que estava faltando. E, apesar das diferenças, eles se completavam, pois, falavam a mesma linguagem.
Ele foi contagiado pela alegria que dela emanava, que adormeceu a tristeza que havia em sua alma, e juntos, através da estrada coração, atingiram o mundo mais distante do reino. Um mundo mágico que tinha a palavra "amor" como senha. Aquele que conseguia adentrar nesse mundo, era contagiado pelo sentimento imprimido na palavra da senha, permanecendo puro, livre e criança enquanto vivesse.Eles foram contagiados pelo sentimento e viveram juntos o tempo curto, mais longo de suas vidas.
Não se sabe porque o destino resolveu interferir na estória separando aqueles dois que, pareciam ter nascido um para o outro.Ninguém no reino conhecia as leis do destino, e por mais que a menina perguntasse "por que?", sua pergunta ecoava no vazio dela mesmo.
A menina mais só do que antes, e muito triste, resolveu colocar a máscara e tentar esquecer como tirá-la, para não saber como trilhar a estrada coração, pois, sem a companhia do menino, outros mundos, reinos e dimensões, tinham perdido toda a importância para ela. Com o uso da máscara, ela ficou igual a maioria dos habitantes do reino, aparentemente feliz.
Assim, ela limitou-se e dividiu sua vida com outro habitante do reino, que nunca havia tirado a máscara, por isso, não sabia nada sobre outros mundos nem tampouco sobre o menino.
O tempo passou e na rotina dos dias que se transformaram em anos, a menina se habituara à vida limitada do reino, mas era extremamente infeliz. Sabia que o uso da máscara lhe vetara o acesso a estrada coração, e ela tinha muito medo do desejo que gritava dentro dela. Desejo de tirar a máscara, pois vidas estavam em sua depedência. Se ela tirasse a máscara e enveredasse à estrada coração, iria em busca do menino esquecendo deveres e obrigações que a nova condição trouxera para sua vida.Continuou infeliz, mas consciente da responsabilidade assumida seguiu o seu destino resignada, sem revolta.
Mas, como o destino tem suas ciladas, suas artimanhas, de repente, um dia, ela se viu diante do menino. A emoção que ela tentou conter, irrompeu através da máscara, tomando conta de seus olhos, de suas mãos, de sua voz...
Ele estava ali, diante dela, sem máscara. E ela pode ver ver nos olhos dele a mesma emoção que estava sentindo e a mesma pureza do sentimento que eles haviam trazido do mundo mágico, único, capaz de remover a máscara que ela estava usando. A chama que irradiava dos olhos de ambos, deu-lhes a certeza que nada havia mudado. O amor brilhava com a mesma intensidade, com a mesma força e a mesma pureza. Nem o tempo nem a distãncia conseguira desmanchar a magia do sentimento que existia entre eles.
A menina estava presa a uma situação muito comum, mas muito respeitada por ser parte dos costumes do reino. Além desta situação, muitas vidas estavam envolvidas com a sua vida. Vidas que não compreenderiam nada, que não sabiam sequer da existência de outros mundos, e ela precisava ensinar aos pequenos, como evitar o uso da máscara, para que pudessem ter acesso a tudo que a visão ampliada podia lhes oferecer, e isto, exigia tempo, muito tempo...
O menino era livre, não estava preso a nenhuma situação nem tinha vidas em sua depedência. E como ele nunca tinha usado máscara, teve como mostrar a menina que, se a chama continuasse acesa, ela seria livre sempre. Falou, ainda, que ela poderia trilhar a estrada coração quando quisesse estar com ele, mesmo ele não estando junto, estaria com ela, pois nada nem ninguém poderia separá-los, já que eram parte um do outro. E a menina voltou a ser feliz, abulindo definitivamente o uso da máscara de sua vida.
Foram muitas idas e vindas do menino.E quando ele voltava, na chama de amor que havia em seus olhos, a menina encontrava razão de viver e força para continuar presa a situação do reino, mas livre através do que sentia, e que, a cada dia aumentava mais e mais. Quando ele estava perto, bastava se olharem e tinham um mundo só deles, mesmo que não pronunciassem uma única palavra, diziam tudo e se compreendiam mutuamente.
Enquanto isso, as coisas no reino haviam mudado.O demônio "Sexo", se transformara em um deus e estava em pé de igualdade com o deus "Dinheiro". Os dois eram cultuados por quase todos os habitantes do reino de uma forma obsessiva.Com as mudanças no reino, mudaram algumas regras e padrões, costumes e valores. Quanto mais as coisas mudavam, mais os habitantes ficavam desnorteados, confusos, porque continuavam a usar a máscara e as mudanças não se ajustavam a ela. Isso gerava uma confusão tão grande no reino, que ninguém sabia mais o que era certo nem o que era errado. Dinheiro e Sexo eram os únicos objetivos dos habitantes. A menina ficava triste por ver anjos tãop bons transformados em deuses sanguinários. Acompanhava as mudanças sem aderir a nenhuma delas, já que, crescera dentro do reino, mas sempre vivera além dele, e qualquer mudança que houvesse, ela estava adiante, dada a sua visão privilegiada pelo não uso da máscara.
O reino era dividido em muitas cidades, e o menino estava muito distante em algum lugar que a menina não conhecia. Mas através da estrada coração, ele sempre esteve perto e ela se acostumou a tê-lo junto de si, mesmo que quiloômetros e quilômetros os separasse.
Ela sabia que o menino se ligara a uma habitante do reino, numa situação um pouco diferente da sua, mas era algo que ela sabia que mais cedo ou mais tarde, aconteceria. E quando, as vezes, vinha o temor de perdê-lo, lembrava do que ele havia lhe dito: que eles seriam um do outro para sempre, e o temor se dissipava.
Outros anos se passaram para que eles se vissem novamente. E quando aconteceu, foi para viverem um dos momentos mais bonitos de suas vidas.Foram momentos mágicos, quando o amor deixou que o anjo sexo, os envolvesse em suas asas, levando-os, através da estrada fantasia, para o mundo dos sonhos, onde o amor falou a sua linguagem mais bonita: a linguagem do corpo, que vibra de emoção na entrega sublime dos que amam. E o amor se fez corpo, alma e sentidos. Parou o tempo para ser eternidade em apenas um momento...
E a vida seguiu seu curso. Eles foram distanciados novamente, cada um levando suas lembranças...
E mais uma vez, muitos e muitos anos se passaram. O reino estava cada vez mais mudado e seus habitantes cada vez mais confusos. A menina continuava livre, presa dentro da situação que assumira perante o reino. Os pequenos já estavam crescidos, e ela já os ensinara a não usar a máscara. Ensinara também ao parceiro com quem se unira,para que todos que convivessem com ela, desfrutasem de uma visão ampliada, tendo acesso a outros mundos, através da estrada coração. Ela, com toda sinceridade e pureza, que o não uso da máscara lhe proporcionava, deu de si o de melhor, para aqueles que as leis do reino havia colocado sob a sua responsabilidade. Mesmo não levando o seu parceiro ao mundo mágico, levou-o a outros mundos onde conseguiu subsídios que tornou a vida de ambos boa, válida de ser vivida. Levou-o ao mundo da amizade, ao reino da lealdade, a dimensão do companheirismo, enfim, a todos os lugares de onde trouxessem substâncias para uma vida harmoniosa. O mundo mágico pertencia a ela e ao menino, somente com ele, ela se permetia adentrá-lo. O sentimento que acionava a senha para abrir a porta do mundo mágico, fora entregue ao menino, que, mesmo distante, era presente, diário, permanente, e ninguém mais podia substituí-lo em mundo nenhum. Mas isso não impedia qua a menina tivesse uma vida normal, tranquila e em paz. Pois o sentimento era tanto, que preenchia a sua vida de uma forma completa, total.
Neste amaranhado de vidas, um dia, a menina teve oportunidade de conhecer aquela com quem o menino se unira. Viu, sem nenhuma surpresa, que ela usava máscara. Mas, confiando na visão ampliada do menino, deixou que o destino se encarregasse de reaproximá-los quando fosse tempo.
Algum tempo depois, a menina soube que, como ela, o menino tinha responsabilidade com outra vida, mas continuou confiando na ampliada visão dele e no que sentiam um pelo outro. E foi levando a vida sem drama, sem sofrimento, sem infelicidade, com naturalidade, características peculiares daqueles que têm o privilégio de uma visão sem máscara.
Décadas e décadas tinham se passado quando o destino resolveu que era hora de reuní-los mais uma vez. Quando eles se viram, toda emoção irrompeu novamente através da chama que brilhava nos olhos de cada um, acionando a senha, abrindo a passagem para estrada coração, que os levou ao mundo mágico mais uma vez.
Passado o impácto do primeiro momento, a menina começou a sentir que algo havia mudado no menino, mas ela não conseguia identificar o que era.Ela o olhava e o via do mesmo jeito. Quando o ouvia falar, as palavras eram iguais as que ela estava acostumada a ouvir, mas havia nesta igualdade uma diferença que ela captava mas não sabia definir. Ele sempre se mostrara complexo, ambivalente, paradoxal, contraditório, mas o quê, em suas palavras tão iguais, tinham uma conotação diferente? O quê, naqueles olhos tão transparentes, embassavam o brilho? Por que ele era o mesmo e não era o mesmo?
E um dia a resposta veio deixando a menina atordoada: ele estava usando máscara! Se tornara igual a maioria dos habitantes do reino. A máscara o havia cotaminado, estava tão aderida a ele, que distorcia toda a sua visão. Ele se tornara limitado, padronizado, regulado pelas leis que regiam o reino e deixara de ser livre.Com o uso da máscara, se identificara com a parceira que´há uito tempo estava em sua vida, vivendo num mundo bem menor do que os limites do reino lhe permitia.Não sendo livre, não compreendia a liberdade da menina, que mesmo presa, era tão livre, que podia voar e chegar até à porta de seu pequeno mundo. Ele esquecera totalmente que a ensinara a ter essa liberdade, quando através do amor, mostrou-lhe que o uso da máscara era uma eterna prisão.
O menino tinha aprendido a cultuar o deus Dinheiro, acreitando apenas na força e no poder que esse deus podia proporcionar.Ele deixara de acreditar no sentimento imprimido na senha que um dia lhe abrira as portas do mundo mágico, e ainda debochava da menina, por ela acreditar e viver a força e a beleza de um sentimento, que para ele, não fazia o menor sentido, não tinha a mínima importância e nenhum interesse. Tudo o que eles haviam vivido juntos, era rotulado de "passado", e, as vezes, até vulgarizado por ele, tirando toda pureza, toda beleza, toda magia que envolviam os momentos vividos com tanta intensidade e simplicidade, que seriam eternos para qualquer um que não estivesse contaminado pelo uso da máscara.
E de nada adiantou todas as tentativas que a menina fez para que o menino removesse a máscara e voltasse a ser livre.
Ele não era feliz, ela sabia, mas nada podia fazer. A não ser, ter esperança de que, um dia ele abrisse as portas da própria prisão e voltasse a voar. Mesmo que não fosse em direção a ela, ela ficaria feliz por vê-lo livre outra vez. Era horrível vê-lo tão comum, tão parecido com os outros habitantes do reino. Ela sempre o viu diferente. Se ele fosse realmente diferente como ela o via, bastaria tirar a máscara para que sua visão voltasse a se ampliar, e través dela, ele tiraria de dentro de si, o menino adormecido, para ser livre, puro e criança enquanto vivesse.
A estória não tem final. A menina segue o seu caminho, tentando entender as leis do destino, sem saber porque a sua vida continua entrelaçada a vida do menino, já que hoje há uma enorme distância entre eles, sem nenhuma possibilidade de um dia trilharem novamente a estrada coração. A menina não sabe se esses laços serão cortados um dia, pois, a única coisa que ela sabe, é que o sentimento imprimido na senha que um dia abriu a porta do mundo mágico, continua a existir nela, e através deste sentimento, ela será livre, pura e criança enquanto viver...

Marsoalex

Foto de Felipe Ricardo

Amoreto I - Torre de Sonhos -

Então deixe-me aqui preso nesta louca
Torre feita dos teus mais vagos pensares
Pois quando a voce estendia a mão tu
Simplementes usava de tua malevolencia
E a mim restava apenas modela a insana
Realidade com minha antiga benevolencia,

Mas agora não terei a mesma compaixão
Dos tempos imemorias que apena vivem
Em poesia sem o velho amor de outra essencia

Agora eu criatura renascida do mais escuro
Brilho do lua brinco de modela as essencias
De outras Ondinas, Salamandras, Sílfidis e Terricólas
Que carinhosamente se deleitam com o verdadeiro
Labor de minha devairada alma liberta em seus nãos

Então fique agora presa em sua torre de sonhos
Tão cheios de futilidades quanto seus olhos [...]
Então... Oh! Senhora dona de toda confusão vulgar

Faça suas escolhas e me deixe lhe mostra minhas certas
E verdadeiras intenções com este teu belo corpo que
Agora vejo perecer em uma torre de sonhos e confusas
Escolhas, pois a ti deixo dito estas palavras que assim profiro:
"Se me permitie farei e deixarei tu prova de meu prazer novamente
Agora se não farei mesmo assim e lhe deixarei na presa aqui [...]"

Foto de Felipe Ricardo

Amoreto II - O Olhar da Medusa -

Ah! Por ques agora estou aqui?
depois deum dia de lutas venho
Aqui deforma tão humilde para
Encontra minha derradeira morte
Que nascida é, de tuas pupilas
Cara mulher que esta essancia tanto ama

"Pois então agora me transforme em
Pedra, para que sempre seja teu
Protetor e guardião que agora morre."

Mas saibas, mulher que não desejo isto
Não desejo mais os teus antigos olhores
E sim o sublime prazer de tua boca
Verdadeira morada de teu veneno que
Assim me mata e me deixa assim aqui

"Pois então agora me transforme em
Pedra, para que sempre seja teu
Protetor e guardião que agora morre."

No sordido prazer desta tua certa e
Decidida confusão incerta que assim
Modela minha ira e tristeza tão triviais
Que em meros caprichos teus faço-me ser
Caltelozo e paciente, pois agora lhe digo
"A menina se tornou agora mulher, minha Medusa"

Foto de pedroluis

O sentido

o amor esvaiou-se
não sei mais o que sou
ser de sentimentos
ferido encontra-se
confusão
era como antes
ou aquela magia
que o valor nao dava
acabou?
Posso manter meus sonhos
ou eles acabam indo embora também
Quem sou
Nem aqueles que mais amo consigo mudar
Ajudar
Amar
quem sou meu deus?
quem mereço ser?
nada mais do que mais um
um que nao tem valor algum
um o qual ninguem pode contar
um fardo senhor
sim
um fardo sem conhecimento
sem emoção
um pedaço de carne
que ajuda dou ao mundo que me trouxe
A vida que não dou valor algum

Mas não
Basta de mentiras
de ilusões
minha missão é
tornar meu coração justo
a ponto de amar a todos
sem execeções
e poder ser amado
por todos
mesmo que desprezado
encontrarei o caminho
que tenho a frente
sigo em frente
por favor senhor
lembre a mim que
meus dias são pra isso
que minha vida só tem sentido pra isso
ai encontrarei o que procurava
perdido no escuro
o que faltava no que falava
o que sentia sem saber
o que era
agora sei
amarei a todos
ajudarei a todos
sim
agradeço aos que me amam
e aos que amarei

Foto de Bruna matias

Apenas Eu

EU?
TALVEZ EU SEJA APENAS UM VULTO DE EXISTENCIA
ENTRE O CEU E O INFERNO,
UMA CHUVA PASSAGEIRA QUE SURGE NO BREU DA NOITE
E DESAPAECE EM UMA MANHA RASGADA PELOS RAIOS DE SOL
UMA SIMPLES CONFUSÃO NA INCERTEZA DE VIVER OU MORRER.
TALVEZ O SIM E O NÃO NA CONFUSÃO DE IR E VIR,
O PASSADO DE HOJE E O PRESENTE DE AMANHA,
MAS NUNCA O FUTURO DE AGORA.

TALVEZ EU SEJA O REFLEXO NO ESPELHO
INVERTIDO DO QUE DEVERIA SER,
TALVEZ EU SEJA A CONTRAMÃO NA RODOVIA INTERDITADA,
TALVEZ EU SEJA O SIM E O NÃO ENTRE ESSE OU AQUELE,
UMA APARIÇÃO ENVIADA POR NÃO SEI QUEM...
OU TALVEZ EU SAIBA...

UM SIMPLES SER POR TER, O QUE OUTROS NÃO TEM.
APENAS SER PARTE DE CADA COISA QUE ME RODEIA
OU O NADA DO QUE EXISTIU
UM ESPAÇO EM BRANCO DE UMA CARTA ESCRITA EM VERSOS
OU A ESCRITA COLORIDA DE UM DESENHO PRETO E BRANCO.
A LIGAÇÃO ENTRE COISAS DISTANTES,
OU O MEDO DE PESSOAS PRESENTES...

EU SOU O QUE SOU,
SOU APENAS EU.

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