Hoje revejo valores...
Conceitos e normas sem cabimento.
Preceitos a regularem procedimentos
que anos a fio insisti em preservar.
Perderam o significado, o quê de sagrado...
Tornaram-se fardo, aprisionando e aprisionados.
Guardados num cofre trancado
onde deposito o melhor de mim.
E o melhor de mim seria fruto
de conceitos padronizados?
Valores atemporais...Herança de ancestrais...
Fui palco de suas (im)posições;
platéia de suas (in)decisões.
enredo de suas (con)tradições,
curvando-me às suas (alien)ações.
Tornamos difíceis as fases da vida
sangrando expostas feridas,
quando a dor mais renhida
entra...sem bater.
Testemunhamos acontecimentos.
Os mais diversos e adversos.O viver!
Quando o embate conflitante faz prevalecer
a vontade de vencer...Ou se perder.
Hoje os vejo enfraquecidos,
desvalorizados, envelhecidos...
Perderam a garantia e por ironia
agora são espelhos a refletir legados...
por mim renegados.
Pobres valores desgastados pela vida
que não puderam acompanhar.
Ultrapassou-os a evolução do tempo
e hoje, sem tempo, coíbem o desejo de mudar.
Liberto-os e me liberto...
Que vão embora!
O tempo corre lá fora
e eu preciso o alcançar.
(Carmen Lúcia)