Chuva

Foto de airamasor

Pura magia.

Quando pela manhã se abrem as janelas

E entra a brisa da felicidade, isto é magia.

Quando se cheira uma rosa encantada

E se sente o perfume de um beijo ardente, isto é magia.

Quando os raios escaldantes do sol

Se transformam em fonte eterna, isto é magia.

Quando se mergulha nas gotas da chuva

E navegamos pela imensidão, isto é magia.

Quando se toca nas cores quentes do por do sol

E descobrimos cânticos dourados, isto é magia.

Quando se vê no reflexo do brilho do luar

Os contornos íntimos da sua beleza,

Se sente o perfume ardente do teu beijo,

O calor penetrante da tua ternura,

A imensidão absorvente do teu carinho,

Isto é AMOR.

(Aira, 03 de fevereiro de 2011)

Foto de Carmen Lúcia

Cara e coroa

Sou a mais viva cor do arrebol,
também a nuvem negra que encobre o sol.
Sou um gesto nobre de carinho,
também o frio incesto de seu ninho.
Sou a calma de um mar tranqüilo,
também um furacão bravio.
Sou outono e vento que vêm desfolhar,
também a primavera e o frescor a aflorar.
Sou a branca paz que pacifica,
também o arsenal que mortifica.
Sou a moça pura, acervo de poesias,
também a prostituta das noites vadias.
Sou a bênção que a alma refaz,
também a maldição de ancestrais.
Sou a seca do sertão agreste,
também a chuva fina que umedece.
Sou luz, sou chama, sou clarão...
Também sou trevas, sombras e escuridão.
Sou tudo isso que me mostra,
cara e coroa...
Quem aposta?

_Carmen Lúcia_
12/07/2006

Foto de LillyAraujo

Como?

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O que é que eu fui fazer? (...)
O que eu faço para não mais lembrar?
Como calar o som da chuva, a lágrima do poeta,
o amor que sinto por ti?!

Poderia eu fazer retornar as lavas flamejantes
de um vulcão recém despertado?
Poderia eu conter a fúria de um tsunami?
Poderia minhas palavras ficar longe das tuas?

Quisera eu, saber adestrar o mar,
conter a tempestade,
correr por sobre o sol, andar por entre as nuvens.
Tudo em vão!

Como isso poderia ser feito de outra forma
senão desta forma doida e desenfreada?
Como chamar os anjos para perto de mim?
Como parar o tempo Kronos?

Nada eu te dei.
Nada tu me deste.
tudo um ao outro entregamos.
Como poderíamos conter a fúria do oceano?

© Por Lilly Araújo-Direitos Autorais Reservados.

Foto de airamasor

Amor Incondicional

Através da minha existência;
Amo os seus gestos,
Amo o seu sorriso,
Amo a sua voz,
Amo tudo em você...

No ar que respiramos,
No alvorecer da tarde,
No entardecer,
Na noite estrelada.

Amo te sentir em cada gota de chuva,
E teu amor me aquecendo como o sol aquece o dia.

Te desejo em todos os momentos.
Nas minhas horas de tristezas,
Na minha alegria;
Na minha solidão,
Você é parte do meu ser
E sou feliz em cada momento que tenho você no meu pensamento.

Nosso amor nunca irá terminar,
Nosso destino foi escrito nas areias do tempo;
Nossa paixão aquece nossos corações
Desejo que meu amor te ilumine;
Como as estrelas iluminam a noite
Seria capaz por esse amor
Enfrentar o mundo.

Você vive dentro do meu coração.
Somos um único ser,
Pulsando de paixão,
E nos entregando um ao outro todos os dias
Te amo, meu grande amor.

(Aira, 01 de fevereiro de 2011)

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 3

Assim escreveria;

'Vou preencher com poesia a sua vida
Como se preenche um jardim com flores;
Vou preencher com um lápis de cores
Um arco com a nossa chuva reunida;
O prisma é o teu olhar
E a luz em te tocar
Traduz amores
Em uma lâmina de vida."

Poderia desenhar mais...
Desenhar um futuro mais ao seu lado.

Foto de Arnault L. D.

7° Concurso literário (Conto) Montanhas Submersas

O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; marcos, obeliscos, torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes, picos, montanhas...

Dependendo dos amores, são apenas dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes.

Tornam-se pontos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.

Quanto aos outros amores, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, que se acumula, toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, ou mesmo, os diluindo. Dependendo do volume destas aguas os montes submergem, até que apenas reste só um mar... Plano.

Até mesmo a montanha mais alta fica oculta, alagada, mergulhada, neste horizonte quase sólido...

Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.

Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem. Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.

Porque se forem minguando, se houver estiagem, faz baixar as aguas deste “mar”... formado por estórias, ilusões e passatempos. E no limiar, você bem sabe o que ressurge:

Novamente a montanha mais alta, torna à luz , sólida emerge.
A montanha de seu grande amor.

Foto de betimartins

Poema da calçada...

Poema da calçada...

Descem as pedras da calçada
Entre pontapés esguios, sortidos
Nos gritos abafados das crianças
No andar apressado da Mulher
Aquela que se despe em cada esquina
Aquela que leva o pão para casa
A que fica com dez filhos a sua volta
E a que em veste finas e saltos altos
Ainda consegue trabalhar para si
Na rua da pobre calçada esburacada
O peão perdido do seu cavalo e viola
Jaz entre vômitos, deitado, sujo e inerte
Com cantos em fortes lamentos a vida
O homem do boteco, sentado na escada
Com sua bata já encardida, com olhar triste
Percorre seus pensamentos e chora
Chora por aqueles que já se foram
Uma bola invade seus pés e uma menina
Com um belo sorriso, cheio de luz
Estende a suas mãos e o chama de avô
Entre abraços apertados, temendo
O medo de perder também o seu amor
Mas aquela rua tem um palhaço de vestes
Já meio desgastadas pelo tempo e idade
No rosto pintado os olhos cor de mel
Grandes, cheios de amor, sorrindo
A todos que lá passam de mão estendida
Fazendo pequenas graças, na sua alegria
A noite chega fria com a chuva, a água que cai
Sem parar, enchendo ruas e casas já velhas
O pouco que já tem fica em nada, nada mesmo
Ajudam-se, partilham sua dor, entre abraços
Entre palavras de esperança, no poste sem luz
Seus joelhos já sentem ardor e cansaço
Sem ter para onde ir ficam ali na rua da calçada
Esperando que amanhã seja um novo dia...

Betimartins

Foto de odias pereira

" O MUNDO ESTA TERMINANDO "..

Vendo as manchetes nos jornais,

Na midia e na televisão.

Mostrando o país catástrofes e vendavais,

Que causam tristeza morte e destruição.

Até parece o fim do mundo,

que começa a acontecer.

Matando pobres ricos e moribundos,

A tendencia ! ... é muita gente morrer.

Em toda chuva de verão,

Todo ano tem noticias.

Falando da devastação,

E do trabalho das policias.

O pobre que mora no morro,

Convive há anos com o sofrimento.

Ao governo pede socorro,

Mais o seu dotor !... continua com o mesmo argumento.

Os vendavais acabam com as moradias,

Os pobres perambulando.

E os ricos sem mordomia,

E assim vivemos num mundo que esta tudo acabando...

São josé dos Campos

Odias Pereira
21/01/2011

Foto de betimartins

Loucura de amor

Loucura de amor

Caminhei por vales e montanhas
Viajei através dos mares e rios
Nas nuvens me deixei levar
Para no vento eu repousar...

A chuva cai fortemente na minha mente
Rasgando a minha sanidade em pedaços
As pedras frias de granito dilaceram o coração
Os meus olhos cegam ao te ver e não te tocar...

Minha alma esta presa no umbral da ignorância
Entre raios de luz e a eterna escuridão do não saber
Eu nada sei nada posso escrever aqui a não ser
Que sou escrava da minha poesia e do meu amor...

Na loucura de te amar, sem medo e sem luxuria
Eu só penso em ti, penso sem saber se isto é real
Este amor que roubou a minha alma e a minha luz
Se fazendo brilhar a volta do teu Ser e somente a ti...

Uns dizem que é loucura, insanidade da vida, amarras
Eu quero ser louca, a eterna louca que vive um amor
Que roubou a liberdade e os meus pensamentos
Hoje eu sou escrava, que docemente aprende o amor...

E na loucura do meu Ser, eu vou te amar até ao final
Dos meus dias na terra, seja na vontade de Deus
Entregar-me a ti, sem de gnomas, vaidades e pura
A tua voz que embarga a alma de sentimentos, despertando...

Leves sentimentos que renovam ferozmente o movimento da terra
Em breves serenatas, à lua e nas estrelas eu dançar
A dança que fecunda o ventre materno, belas ondas de amor
Entre as nossas metades, como se fossemos os dois um poema...

O poema da loucura, nua e crua e tendo como luz o farol
Que ilumina as nossas vidas unidas pelo destino, destemido
Unidas na loucura do amor desmedido, louco, insano e temido
Temido por muitos aqui na terra e que nunca foi compreendido...

Betimartins

Foto de Carmen Lúcia

Versos & Reversos

A luz traz a paz que refaz;
também pode cegar quando é demais.

O começo sempre traz um desafio;
e o fim, o mais denso calafrio.

O amor pode levar ao paraíso;
também a perder o juízo.

A chuva umedece a terra pra fecundidade;
também pode conduzir à calamidade.

O mar dá margens para os sonhos;
mas destrói os castelos mais risonhos.

A lua é tão meiga e brilhante;
para o lobo parece irritante.

O sol é o astro que ilumina e aquece;
também o fogo que fulmina e estremece.

Em erupção, o vulcão lança sua lava
que uma paixão incandescente apaga.

A mulher traz no ventre a semente...
que, lamentavelmente, pode não vir a ser gente.

Tão triste ouvir falar em aborto...
Pode ocorrer mais um poeta morto.

_Carmen Lúcia_

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