Chão

Foto de P.H.Rodrigues

Brincadeira

Portas com janelas, como passarelas.
De um mundo ao outro.
Envolva-me com teu corpo.

Deixando minha língua navegar em torno...
De seus seios, seu umbigo. Agarrando!
Sua cintura, apertando o quadril.

Vamos brincar na parede, na cama.
Afundar o colchão...
Ver o mundo de cabeça para baixo.
Elevando o desejo. Perdendo o chão.

Não controle-se, permita-se acelerar a respiração.
Sinta o toque, e o sussurro ofegante de prazer.
Em teu ouvido, pela frente, ou por trás. Fazendo-lhe gemer.
Mantendo o continuo movimento. Até a grande Explosão.

Foto de William Contraponto

POR TODA ESTRADA

Quantos caminhos levam?
Quantos podem trazer?
Por toda essa estrada
Já perdi o coração
Indo de encontro a parada
Que me mantinha a direção

Quantos caminhos há no mar?
Qual o melhor lugar?
Sigo pelos ares... acima dos mares, voando
Mesmo no chão, nas nuvens sentado.

Sim! Prefiro escapar do destino
Seguindo por toda essa estrada
Como um sábio Clandestino
Que escolheu seu caminho
Ou nele aprendeu a andar
Devido força exterior

Mas nunca vou abandonar
qualquer tipo de aventura
Eu sei como vencer
As fortes curvas
Dessa velha conhecida
Louca, bondosa... diferente
E na mochila, só o suficiente
Por toda essa estrada

Foto de luar da noite

Confusa

O coração bate forte,
Se intensifica cada vez mais,
São meus os pensamentos,
São teus os verdadeiros gostos,
De quem vive e quer viver,
Como posso?
Como deveria ser?
Tantas perguntas que não sei começar,
Mas rogo à lua, a minha lua,
Que me dê o que mais preciso,
Coragem e discernimento,
Num segundo me perco,
Num minuto me ganhas,
E fico aqui, confusa mas,
Com todas as ideias no lugar.
São teus os dias mas,
São minhas as noites...
Que noite de luar,
Que noite bela para amar.
Somos tudo ou talvez nada.
Serei nada?
Talvez um tudo?
Por onde caminhas e por onde te perdes?
Longe os momentos de praia,
Longe os portos na explanada vendo o mar,
Longe de ti sou nada!
Apanha-me do chão, imploro!
Encontra-me! Preciso Amar!

Foto de luar da noite

Anjo da Noite

Colhi a flor do luar,
Na luz da lua beijei,
Um coracao que me apaixonei,
Tremi!
A neve fria que cai,
Que canta e encanta,
Cada centimetro do chão,
Meu sonho se encanta,
Um grito mudo que me atormenta,
Sou neve,
Fria,
Sem cor,
Nas asas de um condor,
Que rasga e queima a dor,
Do frio que me alimenta,
Um espinho que rebenta,
Uma alma que gela e foge,
Assim sou eu...
Um anjo da noite que se apresenta!

Foto de Carmen Lúcia

Quero meu mundo de volta

Quero de volta meu mundo de outrora
onde se podia, a qualquer hora,
sair sem trancar o portão,
jogar pedrinhas, pular Amarelinha
nas calçadas, de pés no chão,
sem medo ou indignação.

Dar esmola sem temer o ladrão,
ter como base a fraternidade e a união,
respeitar pais, mestres, avós, irmãos,
dar-lhes afeto, ter-lhes consideração.

Hoje me dei às lembranças
de meu tempo de criança...
De tudo que tínhamos e perdemos,
das crenças que hoje descremos...
Ou ainda cremos?
Comparo o ontem com o agora.

Regalias à revelia...Megalomanias...
Cabelos brancos...Pedofilia;
exploração sexual, humano irracional,
crime passional, descomunal, brutal...
Meras banalidades de notícias no jornal,
esquecidas após o próximo
intervalo comercial.

Inverteram-se os valores...
Pais e filhos trocam abraços por carros,
pra que a vida não seja uma droga...
E por isso pagam preço muito caro...
De repente...Vira droga o presente!
E o hoje, esquecido vagamente.

Me perdi no tempo de agora...
Nada mais é como outrora!
Cada um por si, cada qual pro seu lado,
Cabisbaixo, calado, sozinho...
Esqueci até o nome do vizinho...
Desde quando me fechei?

Quero o meu mundo de volta...
Simples, comum, solidário,
sem cercas elétricas, calvários,
abrir portas, ver as cores,
tirar grades das janelas,
tocar as flores amarelas.

(Carmen Lúcia)
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
19/05/2009

Foto de Carmen Vervloet

Arco-Íris

Na linha que traças no infinito
apontas para o início do fim...
Desenhas o céu, que bonito!
Acendes a sensibilidade em mim.

Grita minh’alma em sete cores
as maravilhas do universo sem fim,
fogem ligeiras todas as dores,
imobiliza-se a cena dentro de mim.

A vida pulsa dentro de tudo...
Nas nuvens errantes, pelos montes,
nos ventos com seu cantar agudo!

Pulsa no oceano, no ventre do chão...
Os olhos passeiam no vasto horizonte
chove alegria do meu coração.

Foto de Maria silvania dos santos

Nada que não possa a ser melhorado

Nada que não possa a ser melhorado

_ Nunca devemos se esquecer, que nunca é tarde para se arrepender, ou até mesmo fazer o que deve ser feito...
Basta erguer-mos a cabeça, firma os pés no chão e ser decidido consciente nas conseqüências da vida...
Podemos sentir-mos um pouco frustrado, mas nada que não possa a ser melhorado...
Não devemos nos deixar ser elevado, por alguma coisa que não deu certo, pois
Não podemos prever os acontecimentos.
Tudo que precisamos saber é seguir adiante, na esperança que o amanhã, seja um dia de vitória...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Arnault L. D.

Coração vazio

Um coração vazio
é como um campo aberto.
A mercê do Sol no estio,
que o pode tornar deserto.

É assim terra desnuda
ao calor, que a endurece.
Se perdurar, nenhuma muda
brotará... nada mais cresce.

E vem a chuva traiçoeira,
a lavar, levando o chão
e depois o vento, na poeira,
o que um dia, foi coração.

E o que fica? O vazio..
apenas deserto sem vida.
Dia a chama, noite o frio
e a terra morta varrida...

Terra rasgada de arado
a esperar a semente,
é vida com tempo marcado,
debaixo de um Sol ardente.

Foto de Arnault L. D.

Cacos de amor

As estrelas, retornar ao céu,
a despir dos olhos os brilhos.
A poesia, tornar ao papel,
o sentir confinar aos trilhos...

As pérolas, devolver ao mar,
o belo deixar naufragado.
Volver atrás, o que fui buscar,
enquanto estive apaixonado.

Voltar as flores ao vaso,
e este vaso depois ao chão.
E o sonho que subiu ao raso,
mergulhar, fundo, ao coração...

A canção que veio envolver,
junto a tanta coisa bonita,
devo uma a uma devolver,
para aonde a beleza habita.

Mas, eu não sei o que fazer
com estes cacos de amor.
Lugar algum os vão caber,
seja o canto qualquer que for.

Estrelas, pérolas e o amar...
A doce poesia e a canção,
sei aonde voltar, ou guardar.
Porém, os cacos do amor... não.

Foto de P.H.Rodrigues

Translucida

É leve... sente? Também é macia,
parece não haver nada, e de fato... não há,
é transparente, então... sabe, não podemos tocar.

Entra na cabeça, retira o peso, e faz flutuar
por momento lhe da uma vontade de dormi, uma calmaria
como se o mundo fosse acabar, mas você não fosse se abalar

É fresca, e refrescante! Faz de alguns segundos eternos
traços isolados para sempre na memória, em quadrantes.
Separados, porém, não distantes, que despertarão a cada vez
que se deparar novamente com essa sensação .

Prepare-se! Tu podes perder o chão e não querer mais voltar!
Ai sim! Tu vais lutar para alcança-la! Para te-la e domina-la!
A cada anoitecer seguido de um amanhecer transbordando vitalidade...
É por ela que vais chamar, Tranquilidade.... A doce e perseguida, Tranquilidade.

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