Chão

Foto de P.H.Rodrigues

Homem Moderno

A falta de direção é o que leva o homem a pensar
a ignorância de pensar que tudo sabe é o que leva o homem a errar
a falsa sensação do conhecimento é o que faz o homem se perder
em seu orgulho, e não consegue seus erros reconhecer

A sensação de superioridade é o que faz o homem se por no altar estando na lama
que o faz cair no chão, mas ainda assim, pensar que sonha em sua cama
Assim como a imaturidade o torna inútil,
mais cego que uma criança, não sem maldade, mas bem mais que fútil.

A incapacidade de pensar o torna máquina
que não consegue se entender,
e muitos menos consegue aos outros compreender

Tão tolo, que não consegue nem ler seus pensamentos
desiste, se joga de lado, aceita e se torna prisioneiro de seus lamentos
e assim segue o homem moderno, rumo ao desenvolvimento.

Foto de carlosmustang

COMPADECIMENTO

Deixem meus sonhos incontidos, Explodirem
E almas vivas, se expandirem, até entenderem
Que criaturas ferram, até desenvolverem
E exibir histórias pra ao mundo saber

O homem também chora, pela criança no CRACK
Ele ignora, o intender, o resgate
Sendo que ele brilha, quando não fica indolente
Sente as dores plenas da injustiça

Vive plenamente na vida
Fazendo instintivamente guarida
Pro mais fraco ter mais guarida

Ele não se conforma, ver um inocente ao chão
Debate e se transforma, num guardião
A plena existência,é amar pra viver

Foto de Rosamares da Maia

Contradições do Ser

Contradições do Ser

Sou mesmo assim, côncavo e convexo.
Do jeito que você vê e não entende.
Doce e salgada, agridoce, contradição.
A suavidade da rosa se despetalando.
Mas que ao chegar ao chão quebra tudo.

Assim mesmo, o dito e o não dito, desconforme.
Graça e sutileza, pretensão e falta de jeito.
Afinal, ninguém é totalmente uniforme.
Na lente, olhado de perto, nada é normal!
Ninguém consegue andar em linha até o final.

Gente tem altos e baixos, variação do tempo,
Ama sem razão e odeia só por sugestão,
E no mesmo diapasão da sonoridade perfeita,
Atravessa o tom no tempo da desarmonia.

E nesta antítese milenar que é viver a vida,
A brisa acolhe sem cerimonia a tempestade.
E no auge do caos, no vórtice do furacão.
Os ventos destruidores sem razão se dissipam,
Para que inexplicavelmente se abra um lindo dia.

Por que logo eu deveria manter a constância?
O convexo, o agridoce, a suavidade,
O chão quebrado, desconforme e sem jeito.
O nada normal da linha, as variações do tempo,
A sonoridade de atravessar o tom sou eu.

A antítese da vida que acolhe a tempestade,
Vivendo como uma brisa sem cerimonias,
Caos que se abre e dissipa inexplicavelmente,
O vórtice destruidor no auge de um lindo dia.

Rosamares da Maia – 30.10.2012

Foto de Rosamares da Maia

CPP 245

CPP 245

Barraco não é domicílio,
É esconderijo.
Na calada da noite,
Há meia-noite. Calado!
Quatro horas da manhã,
Zoeira do caveirão,

Pé na porta. – Deitado no chão!
É busca e apreensão.

Que mandado que nada,
Genérico é remédio de pobre.
Nunca li o 5º da Constituição.
Qualquer casa “verde” serve.

Mão na cabeça. Calado!
Cara no chão!
Direitos e garantias?
Literatura de subversão!

Criança dormindo,
Mulher chorando,
Pé na porta.

Cadê? Me dá. Confessa!
Prova é fácil de plantar.
Mas... Se arregar...
Quanto tu vale o negão?

Favela não é comunidade,
É gueto, só mais um gueto.
Barraco não é domicílio.
Negro não tem lealdade.

Barraco é esconderijo,
Na calada da noite,
Pé na porta, mão na cabeça!
Cara no chão.

Rosa Maria Maia

25 / 11 / 2005.
Monografia - Puc R.J

Foto de Allan Dayvidson

CINTILANTE

‎"Bom, aqueles que se dedicam a arte sempre tiveram meu fascínio. Mesmo aqueles que se dedicam a ela sem perceber. Chamam de 'hobby' ou até mesmo de algo tipo 'uma bobagem minha que faço de vez em quando'... Embora a 'dedicação' nem sempre seja óbvia, ela é sempre genuína e parte de uma necessidade de produção de algo que escape ao que já está posto e definido... Inspirado por um texto de uma amiga (artista com orgulho), escrevi este poema em homenagem aos artistas que conheço e que de um modo ou de outro atravessam minha própria inspiração... inclusive a todos do site Poemas de Amor..."

CINTILANTE
=Allan Dayvidson=

Prefiro o cintilante das palavras
daqueles que encontram vazão nos versos
e cujas estrofes de reflexão são como descargas elétricas
brigando pela vida de um corpo.
É o tipo de gente que me mobiliza
e me coloca em suspensão,
um lembrete de que não sou um pobre prisioneiro de uma órbita.
E posso ser simples;
E apenas estar contente;
Estar surpreso ou ser surpreendente;
E me sentir precioso de novo...
pelo simples fato de estar aqui...

Prefiro as cifras honestas e incalculáveis
daqueles que encontram nos compassos, abraços;
daqueles que dançam em dueto com o acaso;
e aqueles que se colocam no palco por um pouco mais que aplausos...
o tipo de gente que colore a vida de dentro para fora
e vê beleza mesmo nas gotas de tinta que caírem no chão.
E posso ser audaz;
Estar envolvido e ser envolvente;
Estar curioso permanentemente;
E me sentir bem vindo de novo,
pelo simples fato de estar aqui...

Um brinde a sua disponibilidade filosófica;
Uma salva de palmas a sua licença poética;
Sinceros agradecimentos a sua bravura emocional,
sempre produzindo novas possibilidades...

E posso ficar implicante;
Estar desprendido e me sentir abundante;
Estar livre, mas não distante...;
E apenas chorar de novo...
pelo simples fato...
E consigo explorar e inspirar;
Consigo usufruir e libertar;
E apenas criar e fluir;
E, enfim, me sentir aquecido...
pelo simples fato de estar aqui...

Foto de vânia frança flores

Vem pra mim.

Os dias passam...
As noites vêm...
E eu aqui sem ninguém
Achei o que faltava em minha vida
Mas isso não contei para ninguém!!!
Tento esquecer me digo baixinho
Não sei se vou voltar
Mas nada prende mais que um carinho
Já vou te procurar.
A muito tempo eu tô querendo encontrar,
Um grande amor pra mim que tenha tudo a ver
Me bem me chama que essa noite só vai dar,
Eu e você.
Eu me amarro no teu jeito de me olhar
Vai ser gostoso mergulhar no teu prazer
Ir ao teu encontro, não importa como, onde ou quando. Que demore, mas que aconteça. Quando meus olhos baterem nos teus, correr pra te abraçar, bem forte. De preferência, pulando no teu colo e te jogando no chão, de maneira que meu corpo fique sobre o teu e que esqueçamos do que se passa ao nosso redor.
Junto de ti me sinto o mais perfeita
te abraçando, te beijando, e sentindo o teu cheiro
você não imagina o quanto eu te quero
vem pra mim, deixa disso
vem que eu te espero.

Foto de Maria silvania dos santos

Já é tarde

Já é tarde

_ Quanta saudade!
A saudade é um sentimento que feri meu coração, ferida que dói e não cura nem com ingessão...
Saudade que me faz chorar como uma pequenina criança.
Me faz sentir uma criança e navegar na esperança.
É uma razão que me deixa fora do chão...
É um sentimento que chegou e no meu coração ele ficou.
Não me importa se o tempo foi pouco ou não, só sei que foi suficiente para ganhar meu coração.
Foram momentos marcantes, difíceis de esquecer.
Queria poder voltar atraz e mais um pouco te ver, te abraçar dos meus sentimentos falar.
Mas já é tarde, o tempo não volta mais.

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Nailde Barreto

Rezar o terço e pecar no quarto.

E daí, porque você se esconde?
Vive na igreja com o terço na mão;
Camufla-se atrás da religião.

E daí, porque você não assume que adora suar no meu colchão,
De molas, de espumas, até mesmo no chão.
Me curvo esperando seus beijos, sentindo suas mãos.

O seu fogo, pecador, não te deixa fugir do meu mar;
Vem me ensinar a sua reza e enlouquecer-me com a quentura do seu olhar...
Este é o nosso destino, rezar e pecar...

(escrito em 05/10/12-Nailde Barreto)

Foto de Carmen Vervloet

Do Caçador

Minhas lágrimas em queda d’água
duas torrentes de prata
umedecem o seco chão.
As flores murcham silentes
e as borboletas ausentes
não voejam no quintal.
Os pássaros cerram os bicos...
Ouço um arsenal de tiros
e este barulho maldito
arranca de mim um suspiro...
Morro de dor
junto ao animal abatido
pela mão do caçador,
malvado infrator
que à preservação
das espécies em extinção
não ouve o lastimoso clamor,
nem tem no coração
ínfimos nacos de amor.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nome do Amor

O amor verdadeiro sempre foi de graça. Sempre esteve ao seu lado, ali, jogado num canto. O amor te abrigou no dia frio e cinzento da realidade nua e crua, o amor te guardou na chuva, te abriu as portas de um sonho bom. O amor não te pediu identidade, não te cobrou ingresso, não olhou a sua cara antes, foi cego, te amou assim que te sentiu. O amor te prendeu como uma corrente que segurou seus pés e suas mãos, não deixou você sair mais, se arrastou em suas pernas quendo você foi na esquina, te arranhou, te castigou para o seu bem, te xingou, de tudo quanto era nome, quando o único que pensava em dizer mesmo era o seu. O amor se declarou sem você pedir, te desejou até quando você esborrachou a cara no chão, ao não olhar direito a pedra que tinha no meio do caminho.

O nome do amor é o nome do meu viver.

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