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Céu

Foto de andrepiui

Quem é Quem...

Queimaduras no corpo
Corpos no chão
Toalhas estendidas em varais
ondas no som
Fumaça se espalhando pelo ar
uma mente que não para de pensar
Quem é quem
milhões de perguntas
Respostas tento encontrar
O brilho da lua
refletindo o brilho do mar
Pessoas pelas calçadas
cabeças teimam a rolar
Um dia me disseram
para que eu nunca
deixasse de acreditar
Se o demônio é belo
Jesus é a olvelha
que não para de berrar
Convidando seu rebanho
para a festa no céu na terra
na água e no ar...

Musica espalhada pelo ar
Mais o homem é surdo
e não para pra escutar
Terra o barro
já não mais existe
Agora é cinzenta
em todo lugar
Um dia à casa cai
todos tropeçam
mas quem vai se importar
Puro mesmo só o bêbê
antes da 1°vez de mamar
Esfera estendida no universo
Processo continuo
trabalhando sempre a girar
Mentes poluidas
frutas podres
O fogo destroi o gelo
O telhado cai quem berrou 1°

Berra convidando seu rebanho
Berra cantarolando
coréografias feitas
por milhares de anjos
Espalhados por ai
Vagando sem conseguir dormir...
(André dos Santos Pestana)

Foto de Fernanda Queiroz

Oi Mãe

Que bom dizer teu nome
Mesmo que não possa me ouvir
Que bom contornar os dedos pela tua face
Mesmo que você não possa sentir
Que bom percorrer teu álbum de foto
Maior herança de tua presença
Que bom poder te amar tanto
Sabendo que mesmo distante ira sentir

Um dia Deus determinou
Que eu iria existir
E deste amor intenso que brotou
E na semente fecundou
Em momentos de profundo amor
Vencendo a maior corrida da vida
Para tua alegria infinita
Em teu útero me alojei

Neste pequeno habitat
Que por tempos passei
Conheci tuas ânsias
Ou profundo mal estar
Que mesmo querendo evitar
A natureza ou a sábia ciência
Sempre soube explicar
E em teu ventre, gerei

Ouvia tua voz baixinha
Acompanhava teu caminhar
Que depressa ou lento
Levava-me a embalar
Tuas canções de ninar
Sempre a me acariciar
Onde teu toque singelo
Ensinou-me a te amar.

Mas os melhores momentos
Foi te acompanhar a bordar
Sentadas nós duas no lago
No enxoval a trabalhar
Com os teus pés a banhar
Onde teus pensamentos
Era parte do momento
Aguardando meu chegar

E em uma noite de verão
Onde o frio estarreceu
Trazendo sinais de vida
Mas de morte também
Onde meu primeiro choro
Foi acompanhado em coro
E depositando-me em teu leito
Silenciou teu coração no peito

Hoje sei de tua dor
Que é minha também
Queria me ter em teus braços
Apenas por um momento
Fecundando teu anseio
Ofertando-me teu seio
Como se amamentar
Fosse protocolo de amar

Mas Mamãe!
Você me passou tudo isto
Quando me alojou em teu ventre
Pude ouvir teu coração
E este amor infinito
Chegou que nem um grito
Que me deixou de herança
Que sempre será mais que lembrança.

Mãe!
Muitos versos existem
Muitos poetas escrevem
Tentando te completar
Falam de você em três letras
Comparam-te tamanho do céu
Ou um pouco menor que Deus
Só te digo Mãe querida
Meu coração sempre será teu.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Lou Poulit

Vida Longa aos Escritores!

Todo o meu trabalho artístico, artes plásticas e literatura, é o resultado de longos anos de um tipo de solidão pouco conhecida, docemente imposta pelo espírito da arte. Parece absurdo? Asseguro que não é. Se observarem bem, outras profissões também são muito solitárias.

O pescador que passa o dia e a noite no mar, por exemplo, só pode conversar com o próprio silêncio. Ninguém ouvirá a sua gargalhada, caso esteja alegre. Mas ninguém lhe dará um conselho ou amenizará os seus temores em momentos em que, pela própria solidão, o medo se apresenta concreto, tangível dentro dele. Todo pescador é solitário de alguma forma. Então compramos o fruto do seu esforço, sabendo que é saboroso e nutritivo. E por uma involuntária ironia, raramente o saboreamos sozinhos.

Quantas vezes entramos em um elevador, saímos e não nos lembramos de cumprimentar o ascensorista. Esse é um profissional solitário muito especial. Passa horas infindáveis em um espaço exíguo, por vezes lotado de pessoas que talvez não lhe escutassem, mesmo que mostrasse a elas o que existe no seu silêncio.

Creiam, não há tanta diferença assim no trabalho artístico. E por isso não se julgue o artista, mais que o seu trabalho. Há, entre a transitoriedade de tudo e a edificação de uma identidade artística (desde os seus alicerces conceituais e técnicos até o seu acervo propriamente) uma infindável e caudalosa sucessão de alegrias e tristezas profundas, de certezas frágeis e receios ferrenhos, que ele precisa amalgamar. Isso mesmo, é um amálgama. Todo artista é meio anjo e meio bruxo. Só que paga com a própria juventude a aquisição do seu arcabouço empírico, porque nenhum livro o daria.

Não vejo sentido útil em nenhuma arte egoísta. Nenhuma obra de arte, produto concreto da escuridão do seu autor, tem luz própria! Mas quando a escuridão do artista consegue tocar a do observador, usando a sua obra como veículo físico, aí a luz se faz... Não pela materialidade, ao contrário, pela sua expressão imaterial e subjetiva. O artista plástico trabalha recriando a luz física, muito especialmente os que trabalham sobre planos bi-dimensionais, como os pintores, mas é aquela luz, e não essa, que lhe alimenta a alma voraz.

Me perguntaram se são artistas os anjos-bruxos da arte escrita. Pode parecer um questionamento estúpido, mas tenho o hábito antigo de duvidar do que aparenta ser óbvio demais (antigo postulado dos ascetas da magia). A literatura é uma arte relativamente recente, porque prescindiu do estabelecimento (e, muito depois, da transmissão) de uma codificação gráfica, simbólica, que expressasse claramente as idéias para a posteridade.

Todas as artes expressam idéias, porém, muito antes do surgimento das instituições da justiça, os chefes sacerdotais desenvolveram, declararam sagrada e mantiveram em tumbas e labirintos as chaves da codificação. Vejam bem, embora tão no início, numa época de completo analfabetismo e desinformação, já percebiam aqueles senhores o imenso poder dos rabisquinhos nada caligráfricos que desenvolveram. Poder... Essa palavra tem tudo a ver com a história de sucessivas civilizações. Expressa uma idéia que tem amplitude máxima nas mãos do próprio Deus. Confunde-se com Ele.

Vejam que belo, a arte sempre surgiu como manifestação e meio de acesso ao divino. Ou seja, a escrita nasceu divina! Embora, inafortunadamente, tenha seduzido, por isso mesmo, a natureza egoísta e dominadora do homem. E mantida em cárcere, molestada por alguns privilegiados e seus favorecidos, durante muito tempo.

Vida longa aos poetas e escritores! Acabarão por entender que atribuir imortalidade ao seu amor, está muito além de constituir um mero lirismo. Hoje, a massificação da tecnologia multiplica esse poder, mas entenderão que há, mesmo no amor do menor dos poetas, um ideal divino de resgate. O poeta, esse tipo quixotesco não tem nada de louco, nem seu Rocinante é um pangaré inútil, nem sua Dulcinéia pode ser tão casta!

Sim, os escritores são artistas. Mas não o são como os outros artistas. Eles somatizam muito mais. Seus “eus” são de verdade, são muitos, e todos partilham o mesmo teto! Os escritos se vão, mas personagens ficam com todas as suas vicissitudes. São sacerdotes que sacrificam e são sacrificados, prostitutas que vendem sortilégios mas não compram a própria sorte, chegam a ser o céu de todas as suas estrelas e o mar que se esbate nos rochedos infindamente. Na sua escuridão dores e afagos, gritos e silêncios, sorrisos e lágrimas, não são vistos mas sentidos. Seus orgasmos são íngremes e sua paz pode ser um abismo insondável. Ora em sã penitência, ora uma orgia ambulante. Sempre sem testemunhas humanas.

Apenas os seus textos poderão ser vistos. Escolherão algumas palavras, para usar como uma larga estrada em direção ao seu âmago. Mas logo ela será uma picada pedregosa e um pouco além, não mais que rastros. No entanto, quando suas próprias escuridões forem tocadas, a luz se fará. E não será mais necessário seguir as palavras. Porque sendo elas plenamente compreendidas ou não, o messiânico destino do artista estará cumprido. Mais que isso: a luz da arte estará gravada na memória celular da posteridade e produzirá outras gerações. Ninguém mais julgará a sanidade do poeta... E dirão com muito mais lucidez: “Os poetas não morrem”.

Foto de Aboarante

Deixei fugir uma estrela

Deixei fugir uma estrela

Numa bonita noite de verão, olhei o céu estrelado;
De todas que brilhavam, com uma fiquei encantado ;
Tinha um brilho diferente, dei um salto pr’agarra-la
Quis segura-la na mão, parecia que me queimava.

Metia dentro dum cofre fechado tal era o seu valor!
Nunca, nunca mais o fui abrir esquecendo seu teor.
Quando um dia me lembrei, a estrela não brilhava!
Deixei o cofre aberto pois já não mais m’interessava.

Numa triste noite de Inverno, olhei o céu enevoado;
De repente vi uma estrela que fugia o meu telhado,
Corri depressa a casa mas o cofre estava esvaziado.

Passo as noites todas ao relento escrutinando o céu;
Mas aquela estrela brilhante nunca mais m’apareceu.
Foi brilhar para outro lado a quem mais valor lhe deu.

António Aboarante

Foto de Gaivota

* AZUL DE DOER!

*
*
*

Hoje o céu brilha,
tem aquele azul
de doer,
e dói!
No frágil coração
marinho,
na lágrima,
na boca
rubra
do desejo.
Dói!
Na alma que voa,
na pétala
que desliza,
no vento que sopra,
na concha que esmaguei.
Dói!
No vôo solitário
do dia,
no abraço da
estrela que virá.
Dói!
Na espera do instante.

** Gaivota **

*
*

Foto de Agamenon Troyan

A rosa e o anjo

A rosa e o anjo

De: Agamenon Troyan

Contemplei o infinito
Mas ele estava vazio!
Para onde foram as estrelas?
A noite estava calada
Tentando encontrar uma resposta.
Dispus-me em ajudá-la
Porém em vão.

Continuei meu caminho,
Totalmente tragado pelas trevas
A noite veio em meu auxílio.

Estendeu-me sua mão
Guiando-me pela penumbra.
Paramos por um instante;
Precisava interrogar o céu.

“Como pôde permitir tal fato?”
“Por que não se manifestou, oh senhor do firmamento?”
Nada, nenhuma resposta. Nem mesmo um suspiro.

Fechei os meus olhos e fiz um pedido...
De súbito, caindo cadenciadamente
UMA ESTRELA CANDENTE!
Guiada por um anjo
Cuja uma das mãos trazia uma rosa.

Ao semear suas pétalas pelo infinito,
Milhares de estrelas brotaram
Que para todo o sempre
Continuem a brilhar

Foto de andrepiui

A.R.R

oi coelinha!!!
com o suave cantar dos passaros!!!
venho agradecer e apreciar!!!
a mais bela das rosas!!!
deste divino pomar!!!
feito pelo criador!!!
para presentear o mundo!!!
com seu jeito meigo e puro!!!
nos quatro canto procuro!!!
mas igual não ha...

coelinho da pascoa!!!
leva esta mensagem pra mim!!!
para a mais bonita!!!
que do céu caiu aqui!!!
entrega esta mensagem do coração!!!
poesia meio que oração!!!
se toco a viola!!!
pode até virar canção...

coelinha canta!!!
que a flor desabrocha!!!
com seus labios encantados!!!
do botão, a mais bela das rosas!!!
como em outrora ja disse!!!
nunca te vi, sempre te amei!!!
mesmo não estando aqui!!!
no coração para sempre te levarei...
(André dos Santos Pestana)

Foto de Lou Poulit

Ao Largo

Ao largo, o veleiro se desabriga

Do sonho frágil do cais viçoso

Olhando a lua, em seu caminho vicioso

Ao rés dos telhados da vila antiga;

Suas lonas, de estrelas abarrotadas

Túmidas vergam amadeirados mastros

Porque não são estrelas, são astros

Que lhes esgarçam de canções desatadas.

Mas são imensos os perigos insuspeitos

De se amar ao largo assim, e tanto

Os olhares plenos vagueiam estreitos

E a boca beijosa já basta ao espanto.

Então, ao cair da lua sobrevem o escuro

No chão da rua, de destino incerto

O poeta mendiga d’alma o pão duro

E uma gota de orvalho que sacie o deserto.

O silêncio da madrugada é soberano

E sob a clava transita a alma em julgado

Pois vem ao mundo para amar, humano

Mas nem tanto, por ser humano, é amado.

O rosto antes plácido agora lateja

O golpe súbito, que à dignidade exila

Mas o mar revolto, de água ainda beija...

O exílio é melhor que a mágoa de ferí-la.

Ao largo, o poeta trama a amada em prece

Se fortalece, recompondo areias suas;

Abarrota de céu suas veias, exíguas

Que o galo já canta... Em breve amanhece.

Foto de Gaivota

ACESOS, ILUMINAM NOITE ESCURA..

*
*
*

FOSFÓROS

Queima a noite
no céu de estrelas bocejantes..
Queimam meus dedos
no teclado agonizante.
Queima a palavra
indecisa,
saboreando
um tasco
de gelo
derretido em dedos
inconformados..
Perde-se
assim que
derrete
no colo aquecido de um
fósforo apagado..

09/03/2007

** Gaivota **

Foto de angela lugo

Anjo Meu

Lá estava ele... Como um anjo
Seu rosto pálido...
Seus lábios sem cor...
Quase que transparente

Em uma camisa desabotoada azul...
Que esvoaçava com o vento
Confundindo com o azul do céu
Em uma tarde junto ao mar...

As gaivotas revoavam...
Na busca de seu alimento
Sem perceber que ali...
Pairava um anjo a observá-las

Olhando-te ao longe...
Vejo a magnitude angelical
De beleza indescritível
Resplandecer no horizonte

Vem... Anjo leva-me...
A um vôo ao infinito...
Em suas asas acolhedoras...
Para conhecer-mos o paraíso

Os anjos entoaram...
Uma canção silenciosa
Que somente nós...
Poderemos ouvi-la

Homenageando o nosso amor
Suspira anjo meu... Suspira
Enquanto fazemos este vôo
Rumo ao infinito da felicidade
...
angela lugo

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