Carreira

Foto de janie

SE QUERES!

Existe a cura pra isso!
Se desejar...
Enxergará no fim do túnel...
Uma luz... a saída!

Podes abandonar essa vida...
Essa garrafa de bebida!
Quer perder tua família?
Deixa as trevas, vem pra luz!

Isso é grande escuridão!
Termina em fundo de poço!
Até os teus te têm medo!
Nem ficas em um emprego!

Esse cheiro e a tremedeira...
Que pôs fim a tua carreira!
Não consegues mais amar!
Atenção... Não tens pra dar!

Magro... como vareta!
teu lar... pode ser uma sarjeta!
Levanta a cabeça... Você pode!
Da tua roupa... essa poeira sacode!

Vê se reage... Ta na hora!
Teu criador te ama!
Tua família... te adora!
Joga esse maldito copo fora!

Eu só falo pra teu bem!
Também sofri isso com alguém!
Perdão! Não me leve a mal...
Mas resgata a tua moral!

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 1

O ano era 1996, para variar. Eu morava na favela com a minha família. Não havia muito o quê fazer. Na televisão, tinha a Xuxa, a Sandy, a Maria do Bairro, e, diferente das outras casas, na nossa elas não faziam muito sucesso. Nós recortávamos tudo aquilo que sabíamos que não tínhamos dinheiro para comprar, e colávamos num papel para pendurar no único armário da casa, de duas portas e metro e meio, pouco mais que uma fruteira. Mas a maior diversão não era essa. Meu pai fazia uma espécie de rádio de um hipermercado no centro da cidade. Quando havia alguma promoção, ele trazia o máximo de coisas possíveis para a gente. E também tinham os discos. Todos dele, material de apoio para o trabalho que apesar de desdenhar em certo ponto, ele fazia com competência extrema. Mas a realidade não era tão boa assim. Mas meu pai era bom no serviço, e sacana no lar. Quando eles se separaram, foi um alívio. Mas, com o litígio, perdi em certa medida a melhor parte da minha modesta, porém digna bagagem cultural. Meu pai é ator, tem como base da carreira o movimento da tropicália. Ouvíamos a MPB, como ela é rotulada, todos esses artistas consagrados, de Caetano a Gil, Raul a Tim, e principalmente Elis Regina. Minha mãe cantava quando nova e mesmo sem grandes lucros, chegou ao profissionalismo. Sempre vi a imagem da minha mãe relacionada com a de Elis Regina. Era como se uma existe em função da outra. Era assim, na época em que me dei por gente.

Com a separação, perdi o contato com a obra de Elis Regina. Minha mãe era reticente quanto ao resgate desse conteúdo; era momento de sobreviver, e não pensar em música. Mas Elis, no meu âmago, foi ganhando o status de lenda. Elis morreu em 1982. Evidente que a imprensa, sem material novo, já não dava a mesma repercussão ao trabalho da cantora. Eu queria Elis. Sempre quis Elis, com o perdão da rima fácil. Quanto menos tinha, mais queria. Volta e meia se preparava um programa especial de televisão ou rádio, e lá estava eu assistindo. Foi assim até 2008. Nessa época eu já trabalhava. Na internet, procurava músicas e dados biográficos de Elis. Não sou o maior seguidor de Elis Regina, nunca fui, mas não me ligo nisso. O que sabia era que a artista me fascinava e queria o máximo possível de informações dela.

Um dia, já em 2009, no caminho da minha escola encontrei um desses camelôs que vendem música pirateada. Estamos na era do MP3. Nunca me importei muito com compra de discos, até os falsificados são caros demais para meus parâmetros. Perguntei se tinha Elis. O gaiato me mostrou três discos, segundo ele, a coleção completa. Tinha tudo mesmo! E era por uns vinte reais. Desnecessário dizer, amigos, que duas semanas depois cometi o

que considero até hoje um “crime famélico”. Era isso, ou então empenhar tempo e esforço numa gigantesca extravagância financeira. Acreditem que não me arrependo nem um pouco com essa decisão.

Com a compra da discografia de Elis, vi que tinha adquirido também uma enxurrada de música brasileira de alta qualidade. Já escrevia, e influenciado pelos compositores que trabalharam com ela, tive um salto no teor das minhas criações. Percebi que Elis não era só sua música, era a história do meu país acontecendo diante da minha sensibilidade. Era questão de tempo até que fosse lembrada nos meus textos.

(Continua...)

Foto de Paulo Zamora

Artigos Paulo Zamora 2011 (Ano 17)

Dias passando
Vejo nos dias passando poucas coisas mudarem; os que deveriam estar ganhando maturidade sem saber por que a estão perdendo; mas confuso me pergunto; o que está faltando? Na maioria o sabor da vida, entraram na rotina e esta toma o tempo desesperadamente das pessoas, não posso jamais criticar, sem querer acabamos nos escravizando e deixando o sabor perder-se.
Vejo os dias passando, as saudades das pessoas aumentando; é como se já não significássemos mais nada, vamos lutar por nossos valores; mas qual a receita? Quais são as regras?
Quanto vale um sonho material? Quanto vale um sonho emocional? No mais amplo sentido da vida escondemos ou simplesmente afastamos de nós a importância da emoção. Muitos me criticam por falar tanto de emoção, de sentimento humano, mas me diga em que se resume uma vida se não for guiar-se pelo que se sente?
Cuidado com o que sentir. Também é uma escolha. Nos alimentamos pelos pensamentos, das imagens vistas por nossos olhos, tal qual paixão, erros e fatalidades; e continuar na estrada certa cobra-se de cada um, um preço, que poupemos nossos gostos, nossos refúgios frios, e escolhamos seguir continuamente o caminho mais simples, no entanto cheio de amor.
Quem traçou melhores rumos para ser exemplo? Somente Cristo, mas pessoas questionam a razão de serem imperfeitas; já fiz várias análises e pude com isso saber que a imperfeição não nos proíbe de amar, de sonhar, de reconhecer nossos erros, e mudar de vida, sim, para uma vida melhor.
A juventude passa a ser um desafio ainda maior; como vamos amadurecer nossos jovens se eles (A Maioria) não querem escutar bons conselhos, não sabem ainda colher exemplos de outras pessoas. O que faremos? Como reagir usando o amor? Cada um tem um jeito diferente de amar, mas sabem, todos sabem.
Os dias vão passando, e o espelho da vida é como um reflexo girando em torno do tempo humano. Quisera mudar as pessoas que mais considero, destruir os defeitos, provar que mudança nem sempre é radical, mas acontece; eu não possuo tal poder, as vezes esqueço de tomar medidas até mesmo comigo; eis que sou consciente de que o amor não falha mesmo. Eu sou um mundo profundo dentro de mim, e me descubro pouco a pouco sem saber explicar como é; os poetas são assim, então convido você leitor a ser parceiro nas poesias da vida. Não sei o que seria de mim sem ler, sem meditar nas palavras, sem escrever...
Quero continuar a ser água nos rios dos textos, compartilhar o pouquíssimo que sei e que aprendi com a vida. Tenhamos a sensibilidade de observar os dias que se passam, nos transformam aparentemente, e impossivelmente conseguem penetrar os pensamentos.
É um acordo entre você e seu mundo proteger a sua emoção. Falar das coisas do coração é sempre algo prestimoso; já fui destacado como diferente; nem sempre isso foi elogio, porque sei que não sou diferente, sou simplesmente alguém que acredita no amor e na capacidade que isso nos dá.
Vejo os dias passarem e com ele nosso semblante mudando; para onde estamos indo?
Das promessas que fiz, prometi jamais deixar as letras sozinhas, elas precisam de mim e choram quando estou distante, foi sempre assim...
Às vezes eu sou Poema.
(Escrito por Paulo Zamora em 18 de maio de 2011)

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Paulo Zamora 2011
Baixe o novo Cd de poemas de Paulo Zamora

http://www.fileserve.com/file/jdb4g7U

Paulo Zamora e convidados
Participações - CULTURA DOS SONHOS (Coletânea 2011)
Poemas de Paulo Zamora
01-Cultura dos Sonhos (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 02-Nas ruínas (Com Fabiano Xavier- Pantanal FM)- 03-Transformado (Com André Mitterer)- 04-Volta Querida (Com Alex Fernando Soares)- 05-O Recomeçar (Com André Mitterer)- 06-Suas Expressões ( Part. Romário Gutemberg- Três Lagoas FM))- 07-De repente um desabafo sufocado (Com Bruno Henrqiue Ramos)- 08-Sonhos dos Retornos (Com André Mitterer)- 09-Quem sabe um dia (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 10-Cultura dos Sonhos (Part. Jean Carlos)- 11-A nuvem que passou (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 12-Adeus- Poema de Célio de Barros (Com Paulo Zamora e Célio de Barros)- 13-Anjo Sagrado (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM- 14-Áureas (Com Paulo Zamora e André Mitterer- 29-02-2011)- 15-Os Beijos (Com André Mitterer)- 16-Não foi por acaso (Com Alex Fernando Soares)- 17-Com o Passar do Tempo (Com André Mitterer)- 18-Bálsamo (Com Alex Fernando Soares)- 19-Fantasia (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM- 20-Os Instantes Contigo (Com Romário Gutemberg- Três Lagoas FM)- 21-O recomeçar (Com seus autores Paulo Zamora e Bruno Henrique Ramos)- 22-Cultura dos Sonhos (Com Fabiano Xavier- Pantanal FM)- 23-Culpa e Culpados (Part. Fabiano Xavier- Pantanal FM)- 24-Flores (Part. Bruno Henrique Ramos- Poeta)- 25-De um complexo momento de pensar (Part. Alex Fabres- Três Lagoas MS)- 26-Pijama Marrom (Com Romário Gutemberg- Três Lagoas FM)- 27-Para Frente (Com Romário Gutemberg)- 28-Sonhos dos retornos (Part. Alex Fernando Soares)- 29-Em forma de solidão (Com os autores Paulo Zamora e Bruno Henrique Ramos- Poetas)
05 de Abril de 2011

Vídeos de POEMAS (2011)
http://www.youtube.com/watch?v=KeYhOqTTpJA
http://www.youtube.com/watch?v=7_DuW7GrF4Q
http://www.youtube.com/watch?v=taKSLA0LksA
http://www.youtube.com/watch?v=XcmHZ38siZ8
http://www.youtube.com/watch?v=VPefOEsZJsY
http://www.youtube.com/watch?v=QSNkmDBtYns
http://www.youtube.com/watch?v=AZxcAuXGSKQ

Novas Coletânea de Poemas de Paulo Zamora-2011

http://www.fileserve.com/file/anWWrT7

Poemas de Paulo Zamora
Vencer o Tempo
Seleção 2011

01-Reação- 02-Fantasia- 03-Com o Passar do Tempo (Com André Mitterer)- 04-O tempo - 05-O recomeçar (Com seus autores Paulo Zamora e Bruno Henrique Ramos)- 06-SEI- 07-Saudade e Sonho (Poesia de Verena Venâncio)- 08-Adeus (Poema de Célio de Barros)- 09-SINOS- 10-TRANSFORMADO- 11-Anjo Sagrado- 12-A vida é assim- 13-Nenhuma palavra- 14-Sonhos dos Retornos (Com André Mitterer)- 15-Volta Querida (Com Alex Fernando Soares)- 16-Do Outro Lado Do Seu Coração- 17-Culpa e Culpados- 18-Dependência Emotiva- 19-Suas expressões- 20-Na PRÓXIMA esquina- 21-Sonhos dos retornos (Part. Alex Fernando Soares)- 22-Flores (Part. Bruno Henrique Ramos- Poeta)- 23-Vencer as lágrimas- 24-Uma pista da saudade (Poema de Bruno Henrique Ramos)- 25-Adeus- Poema de Célio de Barros (Com Paulo Zamora e Célio de Barros)- 26-IMPERFEITO- 27-Nenhuma Palavra (Com Alex Fabres)- 28-Volta Querida- 29-Cinza de uma paixão- 30-Fantasia (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 31-Vencer O Tempo- FAIXA ESPECIAL- 32-Pijama Marrom (Com Romário Gutemberg- Três Lagoas FM)- 33-O tão completo amor- 34-Intransferível- 35-Cultura dos Sonhos- 36-Não é apenas saudades (Poema Clássico)- 37-Transformado (Com André Mitterer)- 38-Noite em que passei com você- 39-Em forma de solidão (Com os autores Paulo Zamora e Bruno Henrique Ramos- Poetas)- 40-Anjo Sagrado (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 41-Cultura dos Sonhos (Com Jean Carlos- Rádio Três Lagoas FM)- 42-Escute-me- 43-Áureas (Com Paulo Zamora e André Mitterer)- 44-Os instantes contigo
Três Lagoas MS 15 de março de 2011

VENCER O TEMPO
É com muita alegria que realizei esta seleção de poemas e poesias, a poesia em sua trajetória vence o tempo; ultrapassa épocas e chegam sempre aos ouvidos de pessoas merecedoras. OBRIGADO aos meus amigos poetas e radialistas pelo apoio prestado em quase vinte anos, anos em que os poemas fizeram e fazem parte do meu dia a dia. Aos leitores e ouvintes deixo o terno agradecimento, todos os citados são pessoas motivadoras para um poeta consciente de que a cultura está mesmo adoecida, continuar mesmo assim requer amor pela arte, é esse amor que me conduz através do tempo e da minha história como poeta e escritor. São quase 3.500 textos (Poemas, poesias, reflexões, e outros assuntos), e quase 3.000 poemas gravados, os números somam como prova de que todos estamos juntos enaltecendo a cultura brasileira. O POETA DOS RADIALISTAS é o mais recente título, Helen Cunha se baseou nas participações e apoio dos locutores da cidade, divulgam O poeta colaborando para que a união seja mesmo a força. É uma carreira nossa, continuo divulgando através da Internet, entrevistas, jornais, cópias de CDs e outros meios possíveis. Um dos CDs mais importantes para mim é a recente Coletânea “ HISTÓRIA”, porque trás algumas das participações no decorrer dos anos. Sinto-me privilegiado em possuir um arquivo extenso de áudio, trabalho que ainda realizo com muito amor e dedicação, sinto-me realizado nesse sentido; e o intuito dessas coletâneas é acreditar que o poema preferido por você vença o tempo.
Paulo Zamora
Poeta e escritor
Três Lagoas 15 Março de 2011
* Poemas escritos e gravados em 2011

HISTÓRIA- 17 ANOS DE POEMAS (Paulo Zamora 2011)
Baixe Gratuitamente a Nova Coletânea de Poemas de Paulo Zamora na dos amigos voz de poetas e Radialistas, CD em comemoração aos 17 Anos de Poemas.

http://www.fileserve.com/file/Gw47KhM

Poemas de Paulo Zamora (Coletânea 17 anos)
HISTÓRIA
01-O tempo (Com André Mitterer)- 02-Volta Querida (Com Alex Fernando Soares)- 03-Moça (Na voz de Nyck Poesya)- 04-Namoro perfeito (Com Célio de Barros)- 05-Com o Passar do Tempo (Com André Mitterer)- 06-Espelho da Minha Vida (Com João Carlos de Souza- Band FM)- 07-Estradas sem rumos (Com Alex Fabres- Três Lagoas FM)- 08-A primeira noite de inverno (Com Larissa Dandara e Jean Carlos )- 09-Pensamentos (Com Fabiano Xavier- Rádio Pantanal FM)- 10-Rio de Lágrimas (Com Jean Carlos- Três Lagoas FM)- 11-Abstrato (Com Célio de Barros)- 12-Últimos segundos (Com Célio de Barros)- 13-Saudade (Com Sueli Batista Damasceno)- 14-Gemido (André Mitterer)- 15-Coração Humano (Com Jean Carlos)- 16-Pijama Marrom (Com Romário Gutemberg- Rádio Três Lagoas FM)- 17-A minha sensibilidade provocada (Com o poeta Célio de Barros)- 18-De repente um desabafo sufocado (Com Bruno Henrqiue Ramos)- 19-Sobriedade (Com Célio de Barros)- 20-Escondido (Com Célio de Barrros)- 21-Outono (Com João Carlos)- 22-Pensamento (Com Larissa Dandara)- 23-Muito mais que os Cristais (Com Carlinhos Albert- Três Lagoas FM)- 24-Não é apenas saudades (Com João Carlos)- 25-Dia pra te amar (Com Alex Fernando Soares)- 26-Sensações (Com João Carlos)- 27-Quando se sente amor demais (Com Célio de Barros)- 28-Enfermo amor (Com Célio de Barros)- 29-Namoro perfeito (Com Jean Carlos e Célio de Barros)- 30-Eu nunca vou entender (Com Verena Venâncio)- 31-Faz parte da minha vida (Com a Poestisa Verena Venâncio)- 32-Momentos delicados (Com Jean Carlos- Três Lagoas FM)- 33-Drama psicológico(Com João Carlos)- 34-Mistério da emoção (Com João Carlos)- 35-Não estou preparada para dizer adeus (Com Larissa Dandara)- 36-Imaginações (Com João Carlos)- 37-Eu quero te amar (Com Paulo Zamora e Helen Cunha)

Uma coletânea em homenagem aos 17 anos de poesia do Poeta dos Radialistas, são mais 800 faixas com participação, Zamora é o poeta que mais gravou poemas, somando quase 3.000 faixas.

www.pensamentodeamor.zip.net

O POETA DOS RADIALISTAS- Três Lagoas MS
Paulo Zamora
POETA , ESCRITOR E DECLAMADOR
Ano 17 (2011)

O POETA DOS RADIALISTAS
O POETA QUE MAIS GRAVOU POEMAS
PARTICIPOU E PARTICIPA DE EVENTOS CULTURAIS

Paulo Zamora 2011 (ANO 17 DE POEMAS)
Novo Cd de poemas de Paulo Zamora – BAIXE GRATUITAMENTE

Transformado – Seleção 2011

http://www.megaupload.com/?d=P478MBZ0

AGRADECIMENTOS aos APOIADORES:
Maria Irene (Mãe)- João Carlos de Souza (Rádio Band FM- TV Concórdia )- Helen Cunha (Rádio Difusora AM- Colunista Social)- André Mitterer (Declamador)- Célio de Barros (Rádio Difusora AM- Poeta, radialista e ator)- Leif Eric (Professor de Língua de Sinais)- Alex Fernando Soares (Declamador)- Larissa Dandara (Radialista)- Jean Carlos (Rádio Três Lagoas FM)- Bruno Henrique (Poeta)- Carlinhos Albert (Rádio Três Lagoas FM)- Verena Venâncio (Poetisa e Professora)- Sueli Batista Damasceno (Poetisa e Professora)- Luiz Octávio (Professor de Música)- Anne Francielle Bertholdo (Poetisa)- Altair Ferreira e Gleyci Nonato (Poetas do Projeto Poesia Na escola)- Elaine C. D. Zamora (Poetisa)- Fran Soares (Cantora)- Nyck Poesya (Poeta e compositor)- Fabiano Xavier (Rádio Pantanal FM)- Alex Fabres (Rádio Três Lagoas FM)- Adilson Silva (Rádio Três Lagoas FM e TV Record)- Ademar Cardoso (Rádio Difusora AM)- Toninha Campos (Rádio Caçula AM) Romário Gutemberg (Rádio Três Lagoas FM).

Rádios apoiadoras

www.radiodifusora1250.com.br
www.treslagoasfm.com.br
www.jptl.com.br
www.pantanalfm.com.br

Outros Sites
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Home
Orkut (Comunidade): http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=23628542
Blog do meu Saudoso Amigo poeta e Declamador Célio de Barros
www.poetaceliodebarros.zip.net

Foto de Paulo Zamora

Vários poemas e Biografia de Paulo Zamora www.pensamentodeamor.zip.net

Por Helen Cunha
Sobre o poeta, escritor e declamador Paulo Zamora (Ano 16)

É uma satisfação escrever sobre meu amigo poeta Paulo Zamora; desde criança possui o dom de ser poeta, participava dos eventos da escola onde declamava poesias, assumindo-se poeta em 1994, foi quando começou a arquivar seus trabalhos (Textos e áudios). Com o passar do tempo foi aprimorando, porque Paulo é amante da leitura e a arte da escrita o fez escrever Poemas, poesias, artigos para jornais, auto-ajuda; enfim, uma variedade de textos, o que o conduz pela sua carreira. As gravações são feitas em sua própria casa, o mesmo faz a parte técnica, são recitações e declamações feitas à sua maneira, Zamora possui um estilo próprio de dar vida a seus poemas; nessas gravações pôde contar com muitos amigos, entre eles novos cantores, poetas, escritores e radialistas. A divulgação do seu trabalho até hoje foi realizada através de murais de escolas, cópias de seus Cd’s de poemas, Internet; eventos escolares, entrevistas em rádios, e sem dúvida tem vivido grandes momentos. É um trabalho realizado por amor, até porque nunca se obteve lucratividade.
Para quem conhece os trabalhos do escritor sabe que é merecedor dos títulos recebidos: PAULO POETA / O GÊNIO DOS PENSAMENTOS DE AMOR/ O POETA DE UMA PALAVRA SÓ/ O POETA COM O MAIOR NÚMERO DE POEMAS GRAVADOS/ O POETA DOS RADIALISTAS/ O POETA QUE MAIS GRAVOU POEMAS.
Desde 1994 (Em 16 anos) escreveu 3.626 textos (Poemas, poesias, auto-ajuda e outros), gravou 2.883 poemas (Somando 198 Cd’s, sendo 116 Inéditos; 82 coletâneas). Faixas com participação somam 823 (Poetas, amigos, locutores, traduções, poesias de outros autores).
Têm falado com as pessoas através de suas mensagens de amor, sem contar que também gravou poemas para TELEMENSAGENS. É um poeta incansável, tendo muita história para contar. Em uma de suas participações em meu programa de rádio (Difusora AM 1250- Três Lagoas MS- Aos Domingos a partir das 9:00 hrs ) agradeceu a todos os colaboradores pela motivação recebida, já que a cultura encontra-se numa fase de crise em nosso país, não quer ser famoso, quer simplesmente continuar levando suas mensagens de amor às pessoas que sabem dar atenção. Seus números comprovam sua dedicação pela arte. Trata-se de um arquivo enorme, e para ele motivar novos autores é ganhar maior público para a cultura deste país, ou pelo menos de sua cidade. “Paulo Zamora tem intuição rápida e decidida” (Professor Luiz Octávio) para escrever. Que continue escrevendo e gravando suas composições poéticas; tenho certeza de que você vai se encontrar dentro de algum poema...
Helen Cunha
Colunista Social e Radialista
Três Lagoas MS, 18 de Outubro de 2010

AGRADECIMENTOS aos APOIADORES:
Maria Irene (Mãe)- João Carlos de Souza (Rádio Band FM- TV Concórdia )- Helen Cunha (Rádio Difusora AM- Colunista Social)- André Mitterer (Declamador)- Célio de Barros (Rádio Difusora AM- Poeta, radialista e ator)- Leif Eric (Professor de Língua de Sinais)- Alex Fernando Soares (Declamador)- Larissa Dandara (Radialista)- Jean Carlos (Rádio Três Lagoas FM)- Bruno Henrique (Poeta)- Carlinhos Albert (Rádio Três Lagoas FM)- Verena Venâncio (Poetisa e Professora)- Sueli Batista Damasceno (Poetisa e Professora)- Luiz Octávio (Professor de Música)- Anne Francielle Bertholdo (Poetisa)- Altair Ferreira e Gleyci Nonato (Poetas do Projeto Poesia Na escola)- Elaine C. D. Zamora (Poetisa)- Fran Soares (Cantora)- Nyck Poesya (Poeta e compositor)- Fabiano Xavier (Rádio Cultura FM)- Alex Fabres (Rádio Três Lagoas FM)- Adilson Silva (Rádio Três Lagoas FM e TV Record)- Ademar Cardoso (Rádio Difusora AM)- Toninha Campos (Rádio Caçula AM) Romário Gutemberg (Rádio Três Lagoas FM).

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Saída
Existe somente uma saída para este amor, é me entregar com a alma, e quando sentimentos vierem borbulhar-me a mente saberei que entre as mais difíceis escolhas, escolhi ter você; alguém para amar tanto na primavera como no verão; no sol ou no temporal, em todas as épocas favoráveis, até mesmo no fracasso. Eu quero te amar assim, diferente de todos os amores, e me entregar assim, completamente como sendo tudo o que eu pudesse fazer para ser contente.

Existe somente uma saída, ficarmos juntos, você sabe que em todos os momentos vividos fomos felizes sem exceções, no fundo seu corpo precisa do meu porque o meu corpo precisa do teu.

É comum a entrega, é fato considerável ter você se entregando, deixando em mim a confiança mais prudente, de que eu estou inteiramente me entregando a você. É uma saída, é refugio, solução, é saber que se um dia nos encontramos não foi por acaso, e se nos tacamos não foi nada mais que a força do destino. A saída é nos entregarmos para este amor.
(Escrito por Paulo Zamora em 27 de Outubro de 2010)

Família
Neste ano falei muito sobre família e costumes que podem atrapalhar os relacionamentos; muitos choram coisas perdidas, mas pouco se importam em dar a devida atenção para o crescimento afetivo dos relacionamentos. O comportamento é tudo, aliás, o bom comportamento. De repente dá-se a impressão de que algumas famílias viraram-se de pernas para o ar; esquecem de amar, esquecem da compreensão, notei diante de alguns depoimentos que o espírito vingativo faz com que o mau seja pago com o mau, e isso por sua vez vai aumentando a desunião, a falta de afeto entre as pessoas.
Outro assunto que esteve muito em pauta foi a respeito do alcoolismo, raramente é possível ver alguém assumindo-se alcoólatra; são doses e doses que aumentam o vicio e a cegueira do comportamento; são pessoas que deixam de levar em consideração o que os outros pensam, ou o quanto outros se importam; ao redor não percebem o sofrimento e a ilusão causada por algo sem sentido. A família é mais importante, e estar bem dentro de casa exige de cada ser humano um comportamento renovador a cada novo dia de vida.
Muitos, sei que muitos não agradecem pelo o que possuem, reclamam deixando penetrar neles o poder da negatividade, onde tudo é preciso ser resolvido através de discussões, gritos, ofensas, diante das tensões esquecem-se facilmente dos bons conceitos, e da importância de um bom comportamento para os relacionamentos.
De repente parece que todo conselho é vão, que entra num ouvido e sai noutro. Infelizmente a emoção foi desvalorizada.
Ser contente é decisão tomada, ser feliz é conquista, ser alegre é andar no labirinto deixando claro que a vida é mais, e merece profundo respeito. Há tantos lugares para visitar, há muitos objetivos a serem descobertos, existem muitas coisas que podem trazem imenso sabor à vida; depende de como você vive e encara a vida.
Na saudade é possível descobrir valores; as pessoas são importantes, os sonhos prioridades, os filhos herança, a vida O MAIOR DOM CONCEDIDO A ALGUÉM.
Não perca tempo deixando a tristeza entrar em sua vida, tome medidas cabíveis, seja responsável, conserve sua saúde, vale mais deixar alguns costumes do que viver em conflitos sem necessidades.
Todos os meus textos reflexivos são parecidos, revelam os mesmos sentidos, revelam os frutos vindos dos bons relacionamentos, e o que mais se leva da vida? Mudanças são certezas de que o amanhã será diferente; porque o amor nunca perde o sentido e a família é a preciosidade de uma pessoa que vive.
(Escrito por Paulo Zamora em 22 de Outubro de 2010)

Eu te vi
Eu te vi, correndo e deixando as fagulhas caírem ao chão. Lutou contra o temporal, percebeu a razão do tempo e do viver aqui. Compreendeu motivações para mudanças, acreditou em você, e agora; acredita em mim.

Eu te vi, inacreditavelmente estava falando de amor aos outros, deixou de lado uma arrogância sem medidas, pela primeira vez você me fez feliz pela sua atitude inovadora, você é outra pessoa diferente da que conheci.

Eu te vi, contradizendo a memória, reeditando, reescrevendo os pontos cardeais da vida; passou a compreender o valor da humildade, das lutas e porque alguns infelizmente sofrem, até sem merecer; são efeitos do mundo...

Eu te vi, estava sorrindo ao falar de Deus, estava contente por ter aprendido a ter esperanças.

Há um deserto, dunas enfeitam as paisagens, e nos Oasis refrigera-se a emoção; é alguém como você, que conhece de mim, e então sabiamente conseguiu me ver com olhos da razão e a entender o quanto mudei meus procederes.

Eu te vi; eu te senti em meu ombro, hoje sabemos o quanto é importante essa amizade; e como as fagulhas doentias que caem, não deixe jamais esse imenso carinho ter um fim; porque eu te vi quando não mais pensava em ver alguém mudado; mas eu te vi...
(Escrito por Paulo Zamora em 17 de outubro de 2010)

Encontro juvenil
Foi muita coincidência, os olhos cruzaram nossos olhares, atração física, desejos não mais ocultos, nada me disse, poderia dizer, falar da vontade de se entregar. Como são os anjos? Ainda não sabemos, mas possuem asas sedutoras, assim como você...

Na altura do meu sentimento existe um segredo por você; espera ai; você já sabe, soube por aquele olhar diferente, deixei sem querer transparecer; eu te desejo, não é mais segredo.

Não posso estar enganado, só as crianças são inocentes, só os pássaros voam, só os livros revelam os segredos e desejos dos adolescentes; são muitos os desejos, loucas as vontades, pouca coragem ou coragem demais; até o amor pode ser um risco.

No mesmo instante você me olhou, decorou na memória o formato do meu olhar querendo, possuindo sem tocar, as revelações existem, e nós as precisamos, assim nascerá um encontro juvenil.

Espere! Vou olhar novamente, quem sabe se assim não criemos coragem de falar, me convide para sair, vamos falar de nós, das nossas fantasias, eu quero sentir que você também tem sonhos.

Estou deitado em minha cama, relembrando aquele momento, existem páginas a serem escritas por nossos respeitados desejos, e quem sabe se essa coincidência nos revele um encontro juvenil, onde possamos matar todas as nossas vontades...
(Escrito por Paulo Zamora em 15 de outubro de 2010)

Caminhos abertos
Implorei pena de mim por este amor em conflito, é outra primavera na minha vida; são sonhos renovados, são caminhos abertos; mesmo assim não consegui te esquecer meu amor...
Vou chorar outra vez escondido. O mundo não me deixa pensar em outra pessoa. O prazer não é comum longe dos seus lábios. As lembranças atormentam; vejo continuamente seu corpo possuindo o meu nas noites mais românticas.
Foi amor. Ainda é amor. Eternamente te vejo dentro do mundo da mente, os caminhos estão abertos, posso ir para onde quiser, mas nada, nada completa minha vontade de você.
Não serei feliz, pessoas confundem meu sorriso, não conhecem essa saudade, houveram dias de amarguras destruindo meus objetivos, veja minha vida, os caminhos estão abertos... para você voltar...
(Escrito por Paulo Zamora em 12 de outubro de 2010)

Pela janela da noite
Quando voltei a sentir que seria dessa maneira, fiquei alucinado olhando a vida pela janela da noite, no escuro vejo apenas o meu sentimento caminhando pelo quintal, e nada mais foi bonito ao ponto de ser uma paixão.

Sem você a vida não leito, tem somente o relento, coisas pairam na mente, infelizmente o amor nunca cai no esquecimento. Fui feliz nos momentos em que juntos amamos sem pensar no amanhã.

Acabou. Somente meu amor ficou, sofrendo, padecendo pelas noites.

Falta amparo. Falta abraço. Falta amor...

Vai ter que ser dessa maneira, como eu não queria que fosse, e toda a solidão vai contra minha vontade. Pela janela da noite vejo sombras correndo pelos corredores da vida, talvez à procura da minha alma; tão vazia sem você, e no suspiro de quem tenta resistir um grito reage, é como se o mundo todo fosse escutar minhas palavras de refúgio; eu te amo; Meu Deus como eu te amo!

(Escrito por Paulo Zamora em 12 de outubro de 2010)

Foto de _João_

Ilusão...

Ilusão...

Andando sozinho, procuro um amigo,
Alguém que esteja aqui e que simplesmente fale comigo...

Revoltado com isto tudo, não estou bem em lado nenhum,
Olho para trás e aprecio o comum...

Como é possível, também apreciar o irreal,
Não querer saber de nada e achar tudo tão normal...

Como uma noite a dormir pode alterar tanto a minha vida,
Quando fechei os olhos, via tudo o que queria,
Rodeado somente por aquela pessoa, tudo parecia poesia,
Mas o sol nasce, e quando os abro tudo se desfaz como maresia...

Quando penso ter tudo, e o nada me abandona,
Quando penso ter o nada, e também o deixo de ver,
Quando penso ter tudo, e toda a gente me rejeita,
Finalmente acredito que nasci para sofrer...

Sofrer sozinho interiormente, sem um alguém que me compreenda,
A vida é temporária, e a morte é uma mera prenda.

Ninguém quer saber, todos são uma ilusão,
Não te iludas tu também, pois a vida nunca tem razão...

João Carreira

Outubro de 2009

Foto de _João_

O Caminho...

O Caminho...

Nesta vida amargurada, traçada
Passeio numa imensa estrada
Caminho sem fim deixo tudo para trás
E continuo só por mim.

Sem pensar no ontem
Nem sequer no amanha,
Futuro incerto, apenas com um caminho em aberto.

O caminho da incerteza o caminho da questão
Quero entrar na minha mente e fechar meu coração.

Absorver juízo e muito mais orientação
Pensar no descontrolado, caminhar sozinho
Mas ter a sensação de observado.

Observado por ninguém e perseguido por opções
Sinto falta de sentimentos, sinto falta de emoções.

Olho para trás e despeço-me do nada que me abandonou
Sigo o meu caminho, e
Vejo tudo o que não quero ver
Porque jamais o que quero a minha frente vai aparecer...

João Carreira

Setembro de 2009

Foto de _João_

Espera(nça) ...

Espera(nça) ...

Que homem sou eu destinado a ficar sozinho
Só me resta ficar sentado a espera do meu caminho.

Longo ou curto mas de certo na escuridão
A espera de alguém que me acalme esta solidão.

Rodeado de tanta gente e ao mesmo tempo por ninguém
So me resta esperar, esperar que apareça alguém.

Quem sabe seja destino vaguear na noite sozinho
A espera de um abraço a espera de um carinho.

Um simples “olá” ou um alguém que me acolha
A vida e um caminho mas não foi esta a minha escolha.

Mais sozinho era impossível pareço ser transparente
E sei que não sou ninguém aos meros olhos desta gente.

O que será isto? Arrogância?!
Talvez depois da morte me dêem a devida importância.

Por agora finjo estar tudo bem, farto de ser ignorado
Ergo-me e parto a procura de um ninguém em nenhum lado...

João Carreira

Agosto de 2009

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de Carmen Vervloet

OLHOS QUE VEEM, CORAÇÃO QUE SENTE

No meu coração, gravada em felicidade, a fazenda Três Meninas! O casarão caiado em branco, portas e janelas pintadas em ocre, a varandinha, como mamãe chamava, com jardineiras repletas de gerânios coloridos e camaradinhas que caiam até o chão. Em frente à casa, estonteante jardim, onde borboletas faziam seu ritual diário, beijando com amor a cada exuberante flor, cena que meu coração menino guardou para sempre. As cercas todas cobertas por buguenvílias num festival de cores. Em seguida ao jardim, o pomar com gigantescas fruteiras (olhos de criança, enxergam tudo maior), mangueiras, abacateiros, laranjeiras, goiabeiras e tantas outras que não se conseguiria enumerar, onde com a agilidade da idade subia, não só para colher e saborear os frutos maduros, mas, para ver de perto os ninhos de passarinhos, que papai com sua profunda sabedoria, já me ensinava a preservar. Passava horas sobre os galhos das minhas fruteiras prediletas, principalmente goiabeira, que era só minha, ficava ao lado do riacho, onde também costumava pescar. Lá do alto, no meu galho preferido, junto aos pássaros, voava em meus sonhos de criança feliz!
Nos meus devaneios, fui mãe (das minhas bonecas), fui anjo (nas coroações de Nossa Senhora), viajei pelo mundo (sempre que via um avião passar), fui menina-moça (sonhando o primeiro amor). Na vida real fui criança feliz, cercada pelo amor e carinho de minha doce mãe, de meu sensível e amigo pai (ah! Que saudade eu sinto de você, pai), de minhas duas irmãs mais velhas que faziam de mim sua boneca mais querida, colocando-me sobre uma pilha de travesseiros, num altar improvisado sobre a cama de meus pais, onde eu era o anjo, na coroação que faziam de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha apenas dois anos e se o sono chegava, a cabecinha pendia para o lado, logo me acordavam, pois não podiam parar a importante brincadeira.
Já maior, menina destemida, levei carreira de vaca brava, só porque me embrenhei na pasto, reduto das vacas com suas crias, para colher deliciosa jaca, que degustara com o prazer dos glutões. O cheiro da jaca sempre me reporta às boas lembranças da Fazenda Três Meninas... Até hoje tenho uma pequena cicatriz na perna, que preservo com carinho, sinal de uma infância livre e feliz. Desci morros em folhas de coqueiros, cavalguei cavalos bravos, pesquei com peneira em rio caudaloso! Ah! Tempo bom que não volta mais!...
Mês de dezembro. Tempo de expectativas e alegrias. Logo no começo era a espera do meu aniversário, da minha festa, do vestido novo, do meu presente, o bolo, a mesa de doces com os deliciosos quindins feitos por mamãe. Depois a expectativa do Natal, a escolha do pinheiro, do lugar estratégico para montar a imensa árvore, os enfeites coloridos, estrelas, anjinhos, bolas que eu ajudava mamãe a pendurar, um a um, com delicadeza e carinho, junto à certeza da chegada do bom velhinho, em quem eu acreditava piamente, com todos os presentes que havia pedido por carta que mamãe me ajudava a escrever. O envelope subscritado com os dizeres: Para Papai Noel – Céu
E depois era esperar a chegada do grande dia. Era o coração batendo em ansiedade, era a aflição de ser merecedora ou não da atenção do bom velhinho. Quando chegava o dia 24, sentia o tempo lento, as horas se arrastando, o sapatinho, o mais novo, sob a árvore, desde muito cedo, o coração batendo acelerado. Mal anoitecia, já deixava a porta entreaberta para a entrada de Papai Noel e corria para minha cama tentando dormir, sempre abraçada a minha boneca preferida, para acalmar as batidas do meu coração. O ouvido apurado para tentar ouvir qualquer ruído diferente. Era sempre uma noite muito, muito longa! Os olhos bem abertos até que o cansaço e o sono me venciam!
No dia seguinte, cedo pulava da cama. Que grande felicidade, todos os meus presentes lá estavam sob a árvore. Era uma festa só! Espalhava os presentes pela casa toda, na vitrola disco LP tocando canções natalinas, função de papai que adorava música... (Ah! Papai quanta coisa boa aprendi com você). Lembro-me bem de um fogãozinho, panelinhas, pratos, talheres que levei logo para o meu cantinho, onde brincava de casinha. Lembro-me também de uma boneca bebê e seu berço que conservei por muitos e muitos anos.
Todas essas lembranças continuam vivas dentro de mim, como se o tempo realmente tivesse parado nestes momentos de paz e felicidade. Os almoços natalinos na casa de meus avós paternos onde toda a imensa família se reunia em torno de uma enorme mesa. Vovô na cabeceira, vovó sentada a sua direita, tios, tias, primos e mais presentes para as crianças, comidas deliciosas, sobremesas dos deuses, bons vinhos que eu via os adultos degustarem, (depois do almoço, escondida de todos, eu ia bebericando o restinho de cada copo), arranjos de frutas colhidas no pomar, flores por toda a casa e depois minhas tias revezando-se ao piano, já na sala de visita, onde os adultos tomavam cafezinho e licores. A criançada correndo pelo quintal, pelo jardim, pelo pomar... Tantos momentos felizes incontáveis como as estrelas do firmamento! Momentos que eternizei no meu coração.
Hoje o tempo é outro, a vida está diferente. Muitos se foram... Outros chegaram... Os espaços estão reduzidos, as moradias se verticalizaram, as janelas têm grades por causa da violência, as crianças já não acreditam em Papai Noel, desapareceu o espírito cristão do Natal para dar lugar a sua comercialização, as ceias tomaram o lugar dos grandes almoços em família, da missa do galo...
Mas a vida é dinâmica e temos que acompanhá-la. Os grandes encontros de família são raros. As famílias foram loteadas, junto aos espaços, junto a outras famílias, junto à necessidade de subsistência.
Nada mais é como antes, mas mesmo assim continuamos comemorando o nascimento do Menino Deus, em outros padrões é verdade, mas com o mesmo desejo de que haja paz, comida e felicidade em todos os lares.
Feliz daquele que tem tatuado nas entranhas da alma os venturosos natais de outrora vistos por olhos que vêem, olhos atentos de criança, sentidos com a pureza do coração!
Olhos da alma, sentimentos eternizados!...

Carmen Vervloet
Vitória, 23/12/2008
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À AUTORA

Foto de Lorena Luiza Fernandes

Insônia.

Envelhecer perturba, ainda mais pra quem já era velha por dentro. Além das dores que vêm, surgem as responsabilidades que antes eram zero e agora tendem ao infinito, as preocupações que rendem aquelas ruguinhas e o fato de saber que tudo isso só vai é piorar com o passar do tempo. Estou cansada só de imaginar (cansar... já é coisa de gente velha). Insônia, outro sintoma agudo que chegou com a idade, no relógio são 23:26 há essa hora eu já deveria estar no sétimo sono, sonhando com um belo príncipe encantado, nosso casamento e filhos, minha carreira bem-sucedida e meu guarda-roupa chiquérrimo repleto de peças brancas! Entretanto, estou plantada na minha cama, depois de uma tarde inteira de pensamentos malvados a meu respeito, acordadíssima dialogando com a minha decadência. Me deparo com a página daquela velha colega de escola, paro pra dar uma bela analisada, típico de mim - típico de gente que não tem mais o que fazer de madrugada, tipo dormir. Ela não está com essas olheiras de gente que como eu, que mesmo sem conseguir dormir tem acordar seis da matina pra enfrentar um dia inteiro de ocupações, ela não, ela acorda tarde, toma aquele sol e depois está pronta para aproveitar seu dia, de ócio, é claro. Ela está sempre estampando um emoticon de coração no nome, um arzinho juvenil de gente que ainda não sabe o que ser gente. E o que mais surpreende, a menina sempre está namorando, exibindo fotos e mais fotos com seu grande amor - que é atualizado com frequência. Os caras nunca são bonitos, eu concordo que isso não é preciso, mas visivelmente são o par perfeito, fúteis e despreocupados com a vida. Eu que leio, viajo, estudo, escrevo tinha tudo pra acrescentar encanto na vida de alguém, opto pela solidão. E às vezes, depois que a madrugada arrasta o cansaço e ninguém mais pode me julgar só eu, tenho um pouco de inveja da minha ex colega de classe que não tem medo de ser boba e infantil aproveitando as paixonites que surgem e não tendo vergonha de mostrar. Pior do que envelhecer é sentir que por dentro tanta coisa já morreu em função da vida adequada a uma rotina maçante. As risadas altas foram substituídas, por sorrisos contidos que é pra não chamar muita atenção, as brincadeiras inocentes já não são naturais, é tudo impregnado de duplo sentido e eu nunca fui boa em captar coisas no ar, smiles nos nicks são impossíveis, me permitir um romancezinho juvenil? Só no dia que chover canivete. Deixei meu lado infantil morrer pra me encontrar e foi aí que eu me perdi.

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