Canto

Foto de Ozeias

A obra prima do escritor anormal

Ele passou toda a noite buscando alguma coisa. Algo que pudesse preenchê-lo para assim, com a ajuda da caneta e do papel, esvaziar-se.
Como quem puxa todo o catarro do fundo e depois o cospe, assim, segundo ele, é escrever. Em seu caso, ele puxava outras coisas de outro fundo, um fundo mais pessoal, um fundo inteiro e somente dele, que mesmo assim, não conhecia por inteiro.
Naquela noite, devido às nuvens que tapavam a lua, ele viu-se obrigado a usar velas. Chovera o dia todo e ele ainda podia ouvir as gotas pingarem nas folhas das árvores.
Mas naquela hora não havia gotas pingando em folhas. Todas as gotas já haviam pingado.
- A janta. – Anunciou a sua mãe.
Sua mãe havia se deitado mais cedo e a sopa esfriado, mas só naquela hora que ele foi ouvi-la. Também não estava com fome, então deixou seu prato intacto na mesa. Ele nem sabia que era sopa.
Pegou a caneta e encostou a ponta no papel amarelado. Quando um ponto preto surgiu no papel, sua mão afrouxou-se e a caneta se soltou dela, deitando assim no papel.
Lá fora as pessoas corriam de um lado para outro, pisando nas poças de água, produzindo um barulho que estava distraindo. Primeiro, ele ficou apenas prestando atenção. Depois, mais pessoas começaram a correr, deixando-o irritado. Fechou os olhos tentando se controlar, mas não conseguiu. Num gesto rápido, ele levantou-se produzindo um ranger alto e dirigiu-se para a janela.
- Vocês querem parar de correr nessa merda?
Dois gatos assustaram-se e sumiram em meio ao breu. Não havia ninguém lá fora, mas mesmo assim as pessoas pararam de correr. Satisfeito com o novo silêncio, ele voltou para a sua cadeira.
Cadê aquilo que ele buscava? Ele fechava os olhos, ele olhava para o céu negro, ele olhava para cada canto daquele quarto mal iluminado à procura de alguma coisa, mas nada lhe vinha.
- Não, não... Não! – Irritou-se ele com a voz feminina que lhe dava idéias – Isso eu já escrevi ontem!
As sombras dos fogos das velas começaram a dançar por cima da folha e um cachorro começou a latir. Ao ver e ouvir tais coisas, ele teve um insight. Pegou rapidamente a caneta e começou a escrever com frenesi.
Enquanto o cachorro latia lá fora, as sombras das velas dançavam sobre a folha amarela...
Enquanto ele escrevia, foi tomado pela sensação de prazer. Um êxtase que somente ele era capaz de sentir. E cada palavra escrita foi lhe proporcionando tanto prazer que quando estava prestes a terminar, sentiu um prazer orgástico. Aquela fora a primeira vez que ele gozou enquanto escrevia.
Feliz e orgulhoso, leu e releu o que havia acabado de escrever.
- Obra prima!-Disse-lhe a voz, fazendo com que ele ficasse mais cheio de si.
Inquieto, ele andava de um lado para o outro, no quarto. Alguém tinha que ler, mas quem? Seja lá quem fosse, haveria de ser logo, naquela noite. Sua mãe já estava dormindo, seu irmão, um ignorante, algum amigo que quase nunca entendiam, mas então quem?
De repente, o som da porta da cozinha fez com que ele pulasse. Um vendaval entrou pela casa, fazendo as portas do armário bater, o fogo das velas se apagarem e... O papel! O vento carregou o papel, que saiu pela janela.
- Não!- Gritou ele enquanto corria para fora, à procura do papel.
Para onde o vento teria levado? Enquanto ele corria, seu medo ia crescendo. Aquilo não podia estar acontecendo. Logo a sua obra prima? Ele não ia permitir aquilo. Que o vento levasse outra coisa, mas não aquele texto.
Ele parou de correr ao ver a folha caída na poça de água. Ainda que a rua tivesse mal iluminada ele pode ver. Não teve coragem de se aproximar enquanto a folha se dissolvia na água. Seu estado de choque era tamanho que ele ainda não conseguia chorar. Naquele momento ele era uma pedra.
- Depois você reescreve- Disse-lhe a voz.
- Não, eu já esqueci. Eu já esqueci. Eu já esqueci.
Foi aí que ele se entregou. Foi para a beirada da poça e sentou-se. Não agüentava ficar em pé. Admitir era o que ele tinha que fazer. Seu conto fora diluído pela água.
Sua boca começou a tremer, seus olhos já trasbordavam.
A dor era insuportável, era como se tivessem-lhe arrancado um filho. O único filho.
Então a voz sussurrou para ele uma ideia. No mesmo instante, ele engoliu o choro. Havia uma saída, uma esperança. Seu coração voltou a bater acelerado. Por que ele não havia pensado naquilo?
Ajoelhou-se e aproximou a cabeça da poça. Abaixou-se mais um pouco, tocando os lábios na água lamacenta. Sugou. Sugou para que, segundo a voz, tudo o que a água tivesse tomado dele, ele tomaria de volta.

Foto de CarmenCecilia

PEQUENINA PERCEPÇÃO DO AMOR VÍDEO POEMA DE AMOR ( NARRATIVA )

POESIA: MARÇAL FILHO

EDIÇÃO E NARRATIVA: CARMEN CECILIA

Pequenina percepção do Amor*
.
O amor não tem bússola de precisão
mas navega mares desconhecidos
e encontra seu destino...
O amor não questiona razões, não é juiz
mas advoga questões e vence...

O amor não aprisiona ninguém
mas, se quiser, se deixa aprisionar
e ri dessa prisão...
O amor é fonte inesgotável de sabedoria
e se perde totalmente entre desejos...

O amor é brisa em tempestade
vulcão afetuoso e brilha
é paz em profusão e queima
o amor define tudo
e não pode ser definido...

O amor é lúcido em altivez e nunca teme nada,
porém é o mais temido...
O amor vence a tudo e a todos e não impõe ninguém
é tudo de melhor e ainda que o pior fique embravecido
pelo amor, sempre será vencido...

O amor é canto de paz na trincheira do inimigo
e quando o desesperado achar tudo perdido
por certo encontrará no seio do amor, o colo mais querido.
.
Marçal Filho
Itabira MG

Foto de Joaninhavoa

Quem és tu

*
Quem és tu
*

Quem és tu que me desperta
rasgos de paixão
labaredas incertas um turbilhão
Quem és tu que me acalenta
em momentos de solidão
noites adentro nas madrugadas
O toque o canto sem tino
tanto amor tanta paixão
Um desatino tanta ilusão.

Joaninhavoa
(helenafarias)
2010/11/04

Foto de Diario de uma bruxa

Conto do canto

Quem canta o canto que ecoa no ar
Cantando encanta á todos que escutam o canto por onde passar
Encantou o canto e foi levando a beira do cais
Esbarrou em um canto e caiu cantando nas águas do mar
Ecoou o canto e afundando foi cantando pro fundo do mar.
O canto encantou e afundou e do fundo do mar não volta mais

Poema as Bruxas

Foto de NiKKo

Meu alimento: O amor.

Meu amor é vento nas madrugadas frias
que soturnamente percorre o céu a assobiar.
Buscando no silêncio do dia que nasce
o brilho de certos olhos no surgir do sol encontrar.

Meu amor é a brisa que flutua nas ondas do oceano.
Que carrega para brincar, as espumas lá na areia
para fazer com que os passantes na orla descubram
o som do meu coração, como se fosse o canto de sereia.

Meu amor é a cor das flores nas encostas verdejantes
que misturam suavidade e perfume para surpreender;
provocando pássaros e borboletas de todos os tamanhos
que enfeitiçados de tanta beleza, acabam a ela se render.

Meu amor é brilho de sol em verão escaldante
que se torna nas noites frias de inverno um bom protetor,
para aconchegar meu corpo como um ninho perfeito
onde seu corpo é meu agasalho e é meu cobertor.

Meu amor é a chuva mansa e cálida que cai
na terra arida como lagrima do céu para fecundá-la.
Somente para ver a vida escondida sob o chão duro
alimentando a semente e em linda flor transformá-la.

Meu amor, este sentimento que está junto a mim
é algo que me derruba e também me fortalece.
É como embriaguez; são dias longos e noites sem fim.
Sentimento que me alegra, mas que também me entristece.

Meu amor é assim algo tão grande e maravilhoso
equipara-lo com outra coisa seria o desmerecer.
Porque sem ele não vejo sentido na vida
já que ele é meu chão, meu ar, razão do meu viver.

Foto de Dirceu Marcelino

POEMAS DA MINHA JUVENTUDE - CANTO DA SEREIA e o UIRAPURU

O CANTO DA SEREIA

Eiaaaa! Vamos lá meu garanhão!
Eitaaa! Vamos corre voa, galopeia!
Fustiga o chão, as pedras, meu garanhão!
Vamos procurar, encontraremos na areia...

Aiii! Como pula. Aguenta meu coração!
Com certeza é por aqui que ela veraneia?
Sim! Perto do rio, em baixo desse pontilhão
Ah! Olhe lá... Ali esta a linda sereia...

Quieto ohoooo! Ouça que entonação.
Tudo se cala. Nem uma a ave gorjeia
Nem o Uirapuru canta sua bela canção

Nada. Nenhum um pássaro chilreia
Só a melodia impregna o coração.
E encanta nossa alma que devaneia...

(Dirceu Marcelino, 1970,
Em Itanhaém – SP )

Foto de Diario de uma bruxa

Posso ler sua mente

Posso ler a sua mente
Eu sei o que você esta pensando
Eu conheço os seus desejos
Sei que estou em seus pensamentos

Eu vejo o que você quer
Esta em seus olhos
Esta em sua boca

O seu nervosismo te condena
Cada vez mais
Essa sua mordidinha no canto dos lábios
Mostra-me ainda mais
Que é comigo
Que você deseja estar

Posso ler a sua mente
É a minha imagem que vejo
Quando olho pra você
Posso ver
Sou eu em seu pensamento.

Poema as Bruxas

Foto de Melquizedeque

Deserto dos poetas

O tempo mastiga cada imagem que entra na alma desses viajantes solitários que se arriscam no árido deserto da mente. Olhando para o horizonte, eles correm, sabendo que um dia encontrarão as respostas das perguntas que os guiam como uma bússola sem norte nem sul, apenas com uma agulha que gira em seu próprio eixo.

Embriagados com o rum da discórdia são levados pelo vento a um oásis que se forma nesse deserto... Ali matam a sede e se aliviam bebendo grandes dozes de loucura e genialidade. Vejo como eles crescem a cada passo que dão na direção do fim que os aguarda pacientemente. Do lado de cada um deles a morte caminha como um cão-guia companheiro e fiel... Ela se mantém aposta, esperando o dia em que se alimentará das sombras de cada um deles.

Meu futuro se encontra com o desses viajantes e, percebo que o que eles buscam é aquilo que estou a desejar. Caminho até a porta da razão e, sem medo entro naquele inóspito deserto. Respiro esse novo ar e meu corpo sente que o calor sol do saber é tão refrescante quanto às águas dos Alpes suíços. Cada idéia que tenho, ganha vida, torna-se real e extasiante.

Não tenho nada de eterno a não ser meus pensamentos. Não quero aprisioná-los e jogá-los no buraco da preguiça, onde serão consumidos lentamente até serem destruídos. Preciso viver, preciso respirar... Não me impeça de voar ao invés de correr. Não quero atolar no caminho, e sim, ver tudo o que tenho a enfrentar pela frente e, não fugir de nada. Aquilo que vejo hoje já não é mais o que outros viram antes de mim... Quero ver tudo o que existe nesse caminho como se ninguém antes tivesse imaginado.

Alguns se desfalecem no caminho e, já exaustos, começam a escrever sobre seus próprios túmulos um legado de medo e decepção. O cemitério onde se encontram esses túmulos fica no fundo das areias movediças que se estendem por todo o trajeto dos viajantes.

Cemitério que engole os fracos e traz desespero aos seguidores dos normais. A senhora morte já cavou minha cova nesse repouso, e todos os olhos me vêem como se eu fosse cair ali a qualquer momento. Mas percebo que esse magnetismo não é mais forte que meu sarcasmo... Esses olhos me observam e, o que consigo ver neles são medos e lástimas. Meus passos não marcarão aquele solo tenebroso. Esconder-se ali é se deixar levar pela inexistência. O que mais desejo é pisar naquelas terras que ficam depois da linha do horizonte.

Meus olhos brilham ao ver a luz do sorriso daquele maravilhoso sol que por detrás das últimas dunas do deserto, iluminam meus sonhos e me encantam como uma sereia no mar que anuncia seu canto irreverente. Assim percebo que para cada passo que dou uma idéia é preciso se criar dentro de mim e, isso me fascina como os suaves dedilhados de uma donzela ao tocar seu majestoso violino.

Isso me faz Mudar como os ventos do norte em busca das brisas do sul... E agora não canso de buscar eu mesmo em outros ventos. Se por acaso você me encontrar, diga-me como estou; quem eu sou e quem eu nunca fui. Se sentir minha falta, não tenha medo de me entregar suas lágrimas, e também não fuja delas. Mas as guarde naquele precioso frasco que lhe dei chamado saudade, e ali será meu eterno aposento.
(Melquizedeque de M. Alemão)

Foto de Oliveira Santos

Ressaca Moral

Quem disse ser o ser humano o animal mais adaptável e que capaz ele seria de estar todos os dias,
nas manhãs quentes ou nas noites frias a labutar com a solidão?
Quem sangue frio teria de , naquela calmaria dos bares agitados de casais aconchegados, transitar
furtivamente sem ter quem lhe acompanhe e ainda querer beber champanhe?
Não me venham com discursos ou qualquer das parolices que só dizem mais tolices filosóficas ou hipócritas
tentando dar justiça, pois, partindo da premissa de que tudo tem sua vez. Eu prefiro a embriaguez!
Pois nela é oito o oitenta, ou alivia ou então arrebenta tudo que estiver por dentro: intestinos, pensamentos
cândidos ou impuros num clima assim, romântico para deixar tudo mais duro.
E vou para casa, onde, bêbado, me julgo, sentencio e executo a pena do total expurgo. Sinto sede, fico puto,
cambaleio, pelas pernas titubeio em meio aos móveis mais que móveis aos meus olhos. Que momentos
vexatórios!
Frente ao espelho lavo o rosto, lavo a boca, olhos vermelhos, voz rouca a murmurar palavras ocas de auto-ajuda, de auto-ofensa, daquelas que não se pensa refletindo sobre o dia que termina em agonia.
E amanhã, de cabeça assaz pesada, levanto a carcaça cansada para mais momentos de pesar até passar
o mal-estar e, num canto da minha mente, paro por alguns segundos para me ver diante do mundo, como fui,
estou e sou e vejo que nada mudou. Tanto faz ou tanto fez, tudo começa outra vez: solidão e insensatez.

12/10/99

Foto de lobao_x

E se eu te disser..........

E se eu te disser que seu coração é tao simples de entender que vejo ele refletido no brilho dos seus olhos.

E se eu te disser que quero apenas ficar abraçado a vc, sentindo seu corpo, seu calor, sua presença e sentir que vc é real.

E se eu te disser que ao acordar todas as manhas sinto vc presente no canto dos passaros, na luz que irradia do sol ...nos ventos que sopra pelo mar e que toca meus cabelos, porque vc esta em todos os lugares.

E se eu eu te disser que é no fundo dos seus olhos que vejo todos meus sonhos e desejos e meu futuro refletido.

E se eu te disser que quando fecho meus olhos , busco seu sorriso gravado na minha retina e suas palavras fincadas no meu coração.

E se eu te disser que tudo Parece mágica,tudo muda quando falo com você,Até um dia chuvoso se transforma em dias de sol, frio não fere tanto e a lua brilha por vc.

E se eu te disser que vc é meu ar.
Você é meu viver.Você é tudo. minha alma,meu ser.
Cada segundo cada momento,preciso mais de vc

E se eu te disser que olhando vc eu descubro que vc é o proprio poema em pessoa e colocar vc em um papel é descrever o que vc é..
um lindo sonho de amor.

e se eu te disser que vc é uma joia rara lapidada pelas maõs de DEUS

E se eu te disser.....................................

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