Canto

Foto de Izaura N. Soares

O canto da alma

O Canto Da Alma
Izaura N. Soares

Meus olhos vagueiam pelo deserto ardente
Minha alma chora com lagrimas frias,
Meu corpo pula numa esperança contente
Ao ver a alma sorrir no amanhecer do dia.

E como se o espirito acordasse feliz,
Apesar do deserto ser tão distante,
A liberdade fala e não contradiz
As palavras certas com o coração palpitante.

O canto da alma, se tornou um hino
Agora feliz no deserto corria
Ao som do badalo de um sino,
Corria alegremente cantando com alegria.

Como é bom gritar com a voz de criança,
Cantar, pular, como nos tempos de outrora
Banhar-se no rio da esperança
E deixar de lado a alma perdida que chora.

Meus olhos vagavam a procura do nada,
Mas o nada apareceu num campo a florir,
A alma sorridente adormeceu abraçada
Aos anjinhos do deserto que se pôs a sorrir!

Foto de HELDER-DUARTE

CANTAM

Cantam os lirios do campo....
Minha cançäo, tambem...
Como eu ainda a canto...
Cantam eles o bem...

Cantam os lobos dos montes...
Seu manso cântico, de paz...
A paz que ja e real, sem que o deixe de ser.
A paz de salem, do reino Melquisedeque

Oh reino eterno, luta pois comigo...
Es pois disso capaz...
Porque Deus e nosso amigo...
E jä nos deu os seus muito cantares...

Foto de HELDER-DUARTE

ZURIQUE

Neste dia, em zurique... ja vou pensando....
No dia, do adeus, a ti linda, cidade...
Cidade, antiga, perdida no tempo, sem idade....
Tu terra amiga da gente de Portucalen!

Sim Helveteia, do amor, onde cheguei....
A ti minha cidade, que me tiraste, a dor---
Eu te canto, no meu coraçäo, tanto, tanto....
Com tanto amor e louvor, oh cidade, sem pranto....

Adeus pois sim! Sim! Sim.... meu amor...
Vou ja, entäo, para Alvor, onde ficarei...
Mesmo, com muita dor.... Por te deixar, enfim...
Terra, santa de amor e de imenso calor....

HELDER DUARTE

Foto de Arnault L. D.

Cantares íntimos

Minha poesia é tão íntima
que ela sequer possui a voz,
só fala aos olhos, sem palavras.
Nunca tento recitar a rima,
apenas teço aqueles versos sós
e esqueço ser minhas as lavras.

É como se fugi-se ao peito,
qual pássaro a romper gaiola.
Mas, não recito, não pronuncio
e o seu cantar assim desfeito
qual fumaça, que ao léu evola
silenciosamente ao vazio.

A tortura de sangrar beleza,
essa tristeza que ponho verniz,
não ousa voz, apenas transcrevo.
Lento é sonhar; presto, a aspereza
transparece-lhe nos versos, se diz...
Então, recita-los não me atrevo.

Que na voz mansa d’alma ressoe,
entre íris e encarne as idéias,
façam calar o barulho tanto
que force ao silêncio... E perdoe
se só cantarolar à platéia
sem palavras, só as notas canto.

Foto de Arnault L. D.

E ela adormeceu ( Para minha cadela Tchuca )

É... amiguinha, descansa,
eu lhe digo, pode ir, não tema.
ao seu lado estou, e fico.
Então sossegue e não se prenda,
Foram tantos anos, tanto tempo...
você foi a melhor, lhe garanto
você me fez sorrir, brincando,
implicando, ou apenas sendo,
Sempre confiando em mim.
Mas, é tarde e está cansada
então lhe canto um acalanto.
Dorme agora... não fique por mim
lutando contra este sono,
sinta a minha mão e relaxa...
estou aqui com você.
Tenha certeza que foi a melhor,
tenha certeza que eu a amo,
mas, agora é melhor você dormir
então dorme, em paz minha amiga
minha menininha.... adeus.

Foto de ArielFF

Renuncio e vou-me

Eu renuncio á poesia!
Pois tudo o que escrevo
Me dá azia

Deixo de lado a canção!
Pois naquilo que canto
Já não vejo a razão

Esqueço os versos!
Já que em tudo o que crio
Não há mais sentimento terno

Desisto da palavra!
Mesmo que sejam tantas
Ainda não dizem nada

Vou embora!
Há tanto que estou aqui
E não vejo passar a hora

Foto de cinderela apaixonada

Uma linda história de amor...

E por um tempo, tudo ficou quieto...

A princesa em seu castelo e o príncipe em sua caminhada

Mas ao te olhar, sentia seus olhos procurando os meus,

Ao te abraçar, sentia que era um abraço mágico, querendo me segurar e nunca mais soltar,
Tinha uma magia no ar, um encanto especial,
O seu beijo no rosto, escorregando no canto dos meus lábios me fascinava e me fazia sonhar,

Em uma bela noite, num momento especial, nossos olhos se encontraram, nossos corpos se aproximaram e como um momento mágico, nossos lábios se reencontraram,

Ah o seu beijo, tão cheio de ternura, tão cheio de carinho e ao mesmo tempo repleto de desejos, basta os lábios se encontrarem para o coração bater mais forte, minhas mãos ficam geladas, meu corpo estremece...

E você meu lindo príncipe, te conheço muito bem, vejo e sinto esse olhar carente de mim,

Suas mãos que me seguram, seus braços que me abraçam, me desejando, me beijando, me tocando...

Ficamos nos olhando e imaginando quando nos encontraremos novamente e ansiosos sonhamos com o que vai acontecer no próximo capítulo ...

Em breve, mais um capítulo dessa linda história de amor e desejo...

Foto de Arnault L. D.

No fim dos dias

Eu sei que o amor está em mim,
quando a dor não faz correr,
quando mesmo me ferindo,
e abraça-la é dizer sim,
Digo. Contando com o sofrer,
sem razão de estar sorrindo.

Eu sei que o amor está em mim,
quando não me ponho a mover
e deixo a onda me encontrar.
E o tiro não é de festim,
a festa não vem socorrer,
e mesmo assim irei ficar.

Eu sei que o amor está em mim,
este amor, que esta em você,
Mesmo se não traga canto
quedo aqui, até o fim.
Não deixo margem para um “se”.
Estarei... enquanto encanto.

Eu sei que o amor está em mim,
mesmo que não lembre, serei,
sem dever voltar mais nada.
Não é para ganhos que vim.
Assim, mesmo fim, amarei.
Pois, sei... que me fez morada.

Foto de ltslima

Meditação.

Deus nos mostra o caminho correto,
Cabe a você escolher sua trilha
Saiba que nada fica oculto eternamente
Olhe a sua volta....
Será que não vê?
A beleza que Deus nos mostra
A cada dia que nasçe,
Com o por do sol
Com o perfume das flores,
O canto dos pássaros,
O nasçer de uma criança
O entardecer no horizonte,
Onde o céu fica claro,
Com a luz do luar,
O brilhos de cada estrela?
Que Deus ilumine seu dia
Sei que vais ler...
Escrevo para você!

ltslima

Foto de Arnault L. D.

Dolorosa

Minha alma anda tão triste
que apagou as luzes,
desligou o som.
Que buscou o canto da parede,
o chão do canto da parede
e ali se encolheu.

Respirando de pouquinho,
quase como esquecendo,
a chorar lágrimas mornas,
a engasgar de boca aberta.
Só querendo junto a luz,
apagar a dor.
Ou se fazer invisível,
inalcansável fim do mundo.

O chão do canto da parede
tem um quê de fim do mundo,
como o umbral de uma cova.

O corpo teso, cada músculo
queimando em estafa.
Testa vincada, pulmões travados,
olhos vazios de esperança,
olhos de naufrágio...
No canto escuro, no silêncio,
solitário, das almas doloridas.

Um grito fibrilante é o silêncio.

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