Cansaço

Foto de Jonas Melo

DEPOIS QUE VOCÊ FOI EMBORA

DEPOIS QUEVOCÊ FOI EMBORA

Depois que você foi embora eu fique aqui tão sozinho
Sentindo a falta do seu perfume, dos seus sorrisos e dos seus carinhos

Seus beijos sempre foram o lume do meu amanhecer
Agora aqui sozinho, sem saber se vivo ou vou morrer

Que saudade dos momentos de outrora
Onde será que você está agora ?

Como queria você aqui ao meu lado, sentindo seu abraço
Fazendo amor comigo, adormecendo no teu cansaço

Venha meu amor, não me deixes assim
Venha me tirar dessa solidão, tenha pena de mim

Pois teu amor tem o sabor do rejuvelhecimento da paixão
E só você tem a cura para esse meu mal chamado solidão

Jonas Melo !!

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de Jonas Melo

PENSAMENTOS DE DESEJOS

PENSAMENTOS DE DESEJOS

A primeira vez que te beijei, tinhas em teus lábios o doce gostoso do medo e da sede do amor, adocicado pelo desejo da adrenalina do momento.

Tinhas desejo sim, mas muito mais curiosidade, do homem, talvez diferente de todos que já passaram em tua vida.

A razão teimava novamente com a tua emoção, mas o teu desejo falou mais alto, e fostes vencida pelo delicioso licor do pecar.

Certamente não tenhas adormecido, ou quem sabe, pensastes mil vezes na loucura daquele momento.

Com certeza, ainda varrem em teus pensamentos, em tuas imaginações, o doce sabor da adrenalina daquele momento.

Talvez fantasie, como seria nós dois, sozinhos, sem pecado e sem juízo, mas sem juízo, pois o pecar será certamente extremamente delicioso, principalmente quando nossos corpos se aflorarem um no cansaço do outro e, quem sabe se não repetiremos maciçamente outras vezes, simplesmente para atender a sede de nossos corpos alucinados.

É incrível que todas as vezes que estou ao seu lado, vejo sempre a loucura profana em teu olhar, principalmente quando sussurro palavras lascivas em seus ouvidos, chego a sentir teu coração a pulsar aceleradamente, teu rosto fica ruborizado, além da tua respiração que parece querer enlouquecer. Pois é, você parece querer fugir, todas as vezes que ficamos a sós, mas acredito que já estamos presos por vontade própria, é só você olhar suas mãos, pois as mesmas parecem suadas todas às vezes que as tenho juntinhas a mim.

Como eu as quero percorrendo meu corpo, enlouquecendo meu desejo e fulminando meu prazer.

As quero sedentas descobrindo meus segredos mais recônditos, alucinando meu corpo e acariciando minha loucura insana de querer ter você, talvez como ninguém jamais te teve, ou terá.

Talvez agora estejas assustada, ou quem sabe sorrindo, ao ler esta carta de amor enlouquecido de desejo.

Como queria estar ai ao teu lado, beijando teu sorriso e saboreando cada gota dos teus beijos, daquele jeito de pecado molhado, que talvez só você sabe dá quando se entrega ao prazer.

JOnas Melo !!!

Foto de Fernanda Queiroz

Dia de Hoje

Dia de acordar
de ver meu rosto sem ver o teu,
a penumbra não mais oculta o presente,
não mais aquece meu corpo,
não mais é meu alimento.
Olhar para meu corpo sem sentir o teu
onde libera pensamentos,
que por momentos foi uma paixão
sem ser razão, sem ter noção,
da realidade que espera
da solidão que impera.
Dia de acordar,
sem ter que viver a vida,
sem aquecer a ferida,
sem clamar por amor,
mesmo que isto traga a dor.
Sem querer em teus braços
esquecer o cansaço
sem pensar que a mente
faz brotar contundente
o direito de ser, de ter,
sem enganar a gente,
sem sufocar brutalmente
como um tufão esmagador,
sentimentos apenas querido,
tempo jamais existido.
Dia de hoje,
dia que faz sentido,
não há vencedor nem vencido
não há nada a esperar.
A imagem não reflete nada,
das pupilas mudas e caladas
apenas o vazio vaga
apenas eu e mais nada

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Carmen Vervloet

Tropeços

Andava... E muito era meu alento
Acelerava cada vez mais os meus passos
Corria... Corria... Contra o tempo
Tropecei em meu próprio cansaço!

Ofegante... Eu levantei os braços
Pensei... Desse jeito certamente morro
E envolvida no meu embaraço
Sinalizei e gritei por socorro!

Cai muitas vezes... Feri meu corpo
Feri minh’alma, o meu sentimento...
Atraquei minha dor num porto
Vislumbrei a fé num singelo templo!

Do meu mar de lágrimas cristalinas
Fiz uma lagoa de água mansa
Vesti-me com a paz da menina
Soltei ao vento minhas negras tranças!

Enfeitei meu rosto com um sorriso
E saí leve... Caminhando devagar
Santa Rita me segredou que não era preciso
Um mar em fúria para a felicidade abraçar!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Apesar de...

Apesar dos caminhos truncados
e dos sonhos não alcançados;
apesar dos estilhaços, tropeços e fracassos;
das derrocadas inesperadas e cruentas,
das lutas consigo mesmo, sangrentas,
dos embates com as incoerências
impostas em nosso cotidiano;

apesar das ingratidões marcadas pelo pranto
que desaba mesmo sem querer,
visto a dimensão do desengano;
amores aos quais nos demos tanto
e que se foram ...e que perdoamos;
dos torpedos lançados à queima-roupa,
covardemente, sem aviso, de improviso
a arrancar-nos o chão... a alma e o coração...

apesar das perdas irreparáveis
de entes queridos, amigos admiráveis,
apesar do cansaço, da fria solidão, da ausência de abraços,
das dores mescladas com sorrisos
amargos e sofridos, escancarados e corrompidos;
ainda assim há o lado bom da vida,
de portas abertas a nos acolher.

Nem precisa bater...
Basta crer que vale a pena viver...

Carmen Lúcia

Foto de Anja apaixonada

Vontade de você

Hoje me deu vontade de escrever
Escrever não sei o quê, mas pra você

Hoje me deu vontade de te abraçar
De me perder em teus braços
De me envolver em abraços

Hoje me deu uma grande saudade
Uma enorme vontade
De me fundir em você

Hoje me deu um imenso desejo
De te amar
De me soltar

Hoje eu queria você
Queria viver somente com você,
Por você...

Hoje eu só queria teu calor
E me entregar ao cansaço
De uma noite de amor

Hoje eu queria ver teu rosto
Sentir o suor no teu corpo esgotado de amar
Hoje eu só queria dizer...

Que te quero muito!!!
Quero sentir seu corpo quente sobre o meu,
suas mãos me acariciando, seus beijos, seu desejo....

VOCÊ!

Foto de Paulo Gondim

Devaneio

DEVANEIO
Paulo Gondim
06/02/2010

Imagino como seriam teus beijos...
E o pulsar de teu peito arfante
Imagino como seriam teus abraços
Se tivesse sido teu amante

Imagino teu corpo pequeno
Embebido em puro veneno
De tanta volúpia a me envolver
No calor de teus abraços, como laços
Me deixando inerte de tanto prazer

Imagino como seria leve teu sono
Depois de todo o abandono
Da entrega sem igual,
Do permissivo momento
De todo o encantamento
Da fusão dos corpos
No êxtase total.

Imagino como seria o tempo
Uns anos a frente, bem mais além
No espaço da vida, os cabelos brancos
Apesar do cansaço, teria em teus braços
A felicidade de chamar-te meu bem

Foto de Sonia Delsin

CANSEI

CANSEI

Cansei de ser espaço.
De ser regaço.
Cansei de esperar.
De me ajoelhar e rezar.
Cansei.
De olhar... de olhar a vidraça.
Olhar perdido.
Olhar doído.
Cansei de te buscar pelos caminhos.
De ansiar por carinhos.
Dobrei com cuidado a colcha de retalhos.
Quebrei os galhos.
Da árvore maior.
Aquela que dava maior sombra.
A vida é surpreendentemente linda.
Quando o cansaço me dominou eu vi um novo horizonte.
Eu vi a fonte.
E pensei.
A água está jorrando.
Por que vou seguir chorando?
Há motivos para rir.
Vou me divertir.

Foto de Jonas Melo

LINDA NOITE DE VERÃO

LINDA NOITE DE VERÃO

Conheci você em uma linda noite de verão
Seus olhos eram puros, seus lábios ardentes
Simplesmente confiscastes meu coração

Sobre o teatro das estrelas, te dei o meu melhor sorriso
Mas você achou que era tudo brincadeira
E não me revelou o segredo que me levasse ao paraíso

Mas com ternura e carinho te mostrei o lindo lago da paixão
Onde os amantes apaixonados se banham alucinados
E você mergulhou sem medo e abriu-me o seu coração

Perdido nos teus carinhos, me encontrei no teu abraço
O tempo não parou e a noite correu ligeira
E o amor que a gente fez, me fez adormecer no teu cansaço

Mil luas passaram e você me amou em cada uma delas
Seus beijos, seus carinhos, seu jeito de me fazer seu
Deixou-me refém, prisioneiro das mais insondáveis selas

Hoje não sei onde estais...
Se és feliz, se sentes minha falta...
Talvez estejas com aquele rapaz ...

Já não me recordo tão bem, apenas da paixão
Dos teus lábios ardentes e alucinados
Saboreados quando te conheci, naquela linda noite de verão

Jonas Melo !

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