Cansaço

Foto de Carmen Lúcia

Apesar de...

Apesar dos caminhos truncados
e dos sonhos não alcançados;
apesar dos estilhaços, tropeços e fracassos;
das derrocadas inesperadas e cruentas,
das lutas consigo mesmo, sangrentas,
dos embates com as incoerências
impostas em nosso cotidiano;

apesar das ingratidões marcadas pelo pranto
que desaba mesmo sem querer,
visto a dimensão do desengano;
amores aos quais nos demos tanto
e que se foram ...e que perdoamos;
dos torpedos lançados à queima-roupa,
covardemente, sem aviso, de improviso
a arrancar-nos o chão... a alma e o coração...

apesar das perdas irreparáveis
de entes queridos, amigos admiráveis,
apesar do cansaço, da fria solidão, da ausência de abraços,
das dores mescladas com sorrisos
amargos e sofridos, escancarados e corrompidos;
ainda assim há o lado bom da vida,
de portas abertas a nos acolher.
Nem precisa bater...
Basta crer que vale a pena viver...

Carmen Lúcia

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
25/02/2010

Foto de raziasantos

Foi Assim!

O dia estava lindo eu arrumava os últimos detalhes do quarto do meu primeiro bebê.
Abri a janelas deixando que a luz do sol iluminasse e aquecesse o quarto.
Tudo lindo o berço de madeira maciça, era decorado com lindo protetor, bordado á mão: Cortinado com rendas finas trazia pendurado pequeno anjinhos.
Minha barriga esta enorme, minhas pernas pesadas e inchadas, mas eu me sentia uma rainha.
A felicidade de ser mãe me irradiava e me enchia de orgulho.
Meu marido entra sorrindo com um boque de flores me abraça, acaricia minha barriga olha dentro dos meus olhos e fala te amo!
Como resposta ao nosso amor nosso bebê da um salto dentro do meu ventre...
A bolsa estoura e vamos para o hospital, atravessamos a pequena cidade que exibia uma beleza nunca observada por mim antes.
Ate o azul do céu estava mais azul, o brilho do som refletia sob as calmas, águas do rio que parecia nos acompanhar até o hospital.
Ao chegarmos fui levada imediatamente para sala de parto.
Era uma sala toda branca, com aparelhos de oxigênio, suportes para soros, e medicamentos, no meio do teto onde tinha uma roda enorme toda iluminada.
A mesa de cirurgia ficava em baixo dessa luz.
As enfermeiras me deitaram nesta mesa, pediram para eu ficar calma que tudo daria certo.
Eu sorri e disse estou calma e muito feliz.
Logo entram na sala quatro médicos, eles vieram conversar comigo se apresentaram, um era anestesista, outro obstetra, um pediatra, e um cardiologista:
Eu perguntei por que tanto medico, eles me explicaram que era normal, pois eu não tinha dilatação e seria necessária uma cesariana, mas estava tudo bem.
Logo começaram os procedimentos eu fiquei com muito sono, mas queria muito ver logo o rostinho do meu filho, então lutava fortemente contra o sono.
Um cansaço começou a tomar conta de mim, um médico ficou todo o tempo na minha cabeceira, ele falava comigo me encorajava dizia esta tudo bem logo estará com seu filho nos braços.
Eu sabia que estava tudo bem tive uma gravidez tranqüila.
Cada minuto que passava aumentava minha ansiedade para ver meu filho.
Der repente! Sou tomada por uma súbita surpresa, ouço um choro de bebê meu filho nasceu!
Os médicos sorriem e me parabenizam...
Uma enfermeira se aproxima de mim com uma coisinha branca, meio ensangüentada, mexendo as mãozinhas, é indescritível o que senti naquele momento, eu era mãe!
Ela o colocou sob meu peito eu o acariciava sentir seu calor foi o maior presente.
O cansaço e sono aumentavam eu lutavam para meus olhos ficarem aberto queria curtir, mais aquele momento, mas a enfermeira veio o tirou do meus braço:
Eu não queira que o levassem, fui tomada por uma sensação de perda, ela afastou-se lentamente dizendo vamos meu amor deixe a mamãe descansar, eu tentei gritar tentei pedir para deixá-lo mais um pouco, mas estava muito fraca e cansada, minha voz não saiu o sono me venceu.
Não sei por quanto tempo permaneci naquela sala:
Eu acordei e não estava mais lá estava em outra sala, deitada em uma maca só tinha eu ali, tudo era muito branco, e o silencio era profundo, abri os lhos e olhei ao redor estava mesmo sozinha, então pensei aqui é a sala de recuperação da anestesia.
Eu não via à hora de ter meu filho nos braço queria amamentá-lo, queira abraçar meu marido compartilhar com ele minha felicidade.
As horas pareciam não passar, cada minuto parecia uma eternidade.
Para meu alivio a porta se abre, entram umas enfermeiras com outra maca.
Vamos levá-la a família esta esperando...
Eu estava tão emocionada que nem conversei com elas.
Logo chegamos à outra sala e me passa para uma cama, me ajeitam, e me cobrem, minhas pernas estão tão pesadas, não consigo meche-las...
Eu não agüentava mais tudo aquilo parecia um ritual, então eu pergunto onde esta meu marido, onde esta meu bebê?
Uma delas responde o marido acaba de chegar esta entrando.
Ele entra esta visivelmente emocionado tem em suas mãos uma bolsa onde estava meus pertence que usaria ali:
Ele me braça fortemente sorri, e chora ao mesmo tempo.
Diz repetidamente estou sonhando!
Deus! Como te amo minha querida, logo a porta abre-se novamente então vejo minhas cunhadas, minha sogra, minhas irmãs, onde esta meu filho?
Eu entro em desespero, sinto que tem algo errado, pergunto por meu filho, mas no lugar de resposta, tenho um monte de conversas, desencontradas.
Eu tento me levantar, quero sair daquela cama, quero procurar meu filho.
As enfermeiras pedem para todos saírem, para mim foi um alivio, assim posso conversar com ela e saber do meu bebê.
Eu tento de tudo para que o tragam, mas nada de respostas...
Ela me ajuda com minha assepsia, me veste uma linda camisola, branca, bordada com pequenas flores coloridas, por cima um roupão.
Eu finjo dormir até que ela sai da sala.
Minhas pernas ainda estão pesadas, mas faço um esforço sob natural, para levantar da cama.
Quero ir ao berçário, ver meu filho.
Eu não sei onde está minha família tudo muito quieto, isso só aumenta meu terror, sei que algo esta errado acontecendo me pergunto onde esta meu filho?
Estou fraca, então respiro fundo e começo a andar determinada a encontrar meu bebê.
Logo me sinto tão leve como uma pena o desejo de ver meu filho me faz quase flutuar pelos corredores do hospital.
Passo por todos os quartos sempre me esquivando dos seguranças, e das enfermeiras:
Uma angustia, e medo, toma conta de mim, meu filho o que aconteceu com meu filho?
Desesperada procura os berçários, chego à frente umas enfermarias, e ali tem muitas mães, umas amamentam seu filho, outras dormem, mas ao lado de sua cama tem um berço com sues bebes.
Olho para cada um procurando o meu, mas também não esta ali.
Eu começo correr em pânico, um dor tão profunda toma conta de mim eu me sinto enganada, traída por meu marido, não consigo acreditar,devo estar sonhando,acho que estou tendo um pesadelo, estou sob efeito de medicamentos, isso não esta acontecendo!
Eu não consigo encontrar o berçário, chego a uma porta que da para os fundos do hospital, lá fora tem um lindo jardim com arvores e bancos, o tempo mudou agora este frio nublado e garoando, eu empurro a porta, meu sinto que agora vou encontrar meu filhinho:
Eu atravesso o jardim e chego à outra parte do hospital as portas estão abertas e muitas pessoas circulam pelos corredores, agora eu não me importo, mais em me esconder, nada nem ninguém ira me impedir de encontrar meu filho!
Entro em uma sala enorme, nos fundos um aglomerado de pessoas, meu coração dispara, minhas pernas tremem, e um frio intenso toma conta de mim.
Continuo andando em direção aquelas pessoas, não demoro eu reconheço meu marido e minha família, está chorando, meu marido esta amparado nos ombros de meu sogro e chora copiosamente!
As doces lembranças dos dias mais belos de minha vida me vieram á memória.
Eu não entendia o porquê, mas sabia que tinha um motivo para tanta dor.
Aproximei-me lentamente era como se minha alma estivesse ali, um medo terrível, misturado com ressentimento por ter me sido negado à verdade toma conta de mim.
Agora estou diante da verdade, não é um sonho é realidade.
As lágrimas banham meu rosto, tenho que tocá-lo pela última vez...
Penso comigo se sou tão amada por que querem negar-me o direito de me despedir, de um pedaço de mim.
Eu empurrei á todos, furando o cerco fechei os olhos, com medo da verdade, mas era inevitável, eu tinha que enfrentar a verdade...
Então olhando para o céu eu me aproximo, abro os olhos...
Não acredito no que vejo, solto um grito de terror diante da imagem que vejo.
Não era meu filho que estava morto era eu!

Foto de raziasantos

Minha linda casinha!

Viajei durante horas até chegar à velha casinha
No alto da colina.
Cansada respiro aliviada.
A pequena ponte de madeira feita com cordas de cipó
Continua inteira.
Balança! Pra lá e pra cá!
Que vista maravilhosa que alimentam minhas ilusões.
O pequeno rio de água flutuante, calmo e claro:
A branca espuma desmancha-se em esperança.
O cansaço que invade meus ossos trezes a realidade.
Esse aglomerado de esforços, em caminhos tão solitários.
Essa viagem incessante em busca do desconhecido deixou marcas
Que nunca serão curadas.
Tudo é passado então porque aqui estou?
Que vida eu tive para que hoje volte ao teu regaço...
Há! Em teus belos campos antes de vir à tempestade...
Que só deixou saudade.
Os amores vividos em teus campos divididos.
Os sorrisos, as lágrimas...
Agora atento para o a que vim buscar...
Quero curar o meu vicio do que aqui apreendi amar.
Quero o abraço perdido, e tudo que eu poder resgatar.
De tudo que vim buscar o mais difícil será assumir minha dor
De tanto tempo longe de ti ficar.
Quero sorrir e esconder o meu rancor, afogar em teus rios minha dor.
Esmagar a vida do nada acontecido.
Aqui em teus seios quero descansar, ver as nuve douradas;
Que surgem com a alvorada.
Estou tão cansada!
Estou definhado meus dias estão findando.
Vem e me abraça eloqüente saudade.
Que minha carne consome sem piedade.
Suga todo meu ser neste breve instante de prazer.
Cansei de revira-me do avesso em busca do que aqui deixei.
Cansei de chorar, cansei de inundar com meu pranto, o doce campo branco que em minha alma passou habitar.
Há! Como é forte o cheiro das flores que ajudei cultivar!
Como bom pisar o seu solo!
Como é bom saber que estou de volta.
Que aqui ficarei até que a morte venha me abraçar.
Lanço sobre ti pela última vez esse olhar que misturei
A poeira que aqui deixei.
Tantas vezes enxugou-me com teu orvalho frio.
Doce terra minha, que bela é a minha casinha!
Estou em teu braço minha linda colina...
Começo a desfalecer... Meus olhos estão escurecendo,
O meu inocente morrer, entre a colina que nasci é dádiva de Deus.
Nunca haverá outro tão belo desabrochar.
A morte é minha estrada certa.
Descanso em teu leito ainda vê os campos brancos.
Que belo é morrer aqui na terra em que nasci!
Estou de volta! Terra minha entre seus jardins descansarei.
Vem morte iminente... Abraça-me acolha- me junto aos meus amados
Que sem me despedir aqui deixei.

Foto de Carmen Lúcia

Tarde demais...

Ei-lo que surge novamente a minha frente
como folha de outono tocada pelo vento...
Dessas que perdem o rumo, aportam em qualquer tempo
rendida ao cansaço do final da estação.

Sorriso entristecido, sem o sarcasmo costumeiro,
olhar inexpressivo, ombros caídos...desolação,
a suplicar o afeto que me roubou a cada dia,
a estender a mão que me apagou a fantasia.

Ei-lo, de repente, sem seu jeito insolente
que me tarjou de preto, me vestiu de imensa dor
descoloriu meu mundo, desgastou o meu viver
mostrando o lado escuro, o sombrio de seu ser.

E hoje me implora uma migalha de amor,
chora pelos erros que a vida lhe cobrou,
quer resgatar de mim o que não existe mais,
o que se perdeu no tempo...
Agora é tarde demais.

_Carmen Lúcia_

Foto de new_dora

A geografia do meu corpo ...

Sei que não vou para nova, que a cada dia que passa mais acentuadas são as marcas do tempo, mas todo o meu corpo faz parte da minha história de vida!!!

Meus cabelos brancos, que revelam lutas travadas e ultrapassadas, guerras vencidas pelo tempo...

Meus peitos descaidos, que demonstram a VIDA, que amamentaram meus filhos, minha razão de viver...

Minhas rugas que ja se evidenciam, que revelam o cansaço duma vida, plenamente vivida...

Minhas estrias e barriga flacida que comprovam o AMOR DE MÃE, o amor verdadeiro, quatro vezes por mim gerado...

Minha cicatriz, uma luta diária com minhas duvidas, minha ansiedade, mas tambem uma força enorme de querer VIVER...

Meus braços largos e fortes com que abraço meus filhos a cada dia, dando lhes colo, mimos e todo o amor que eles merecem...

Minhas pernas cansadas desta longa caminhada, na esperança de alcançar a felicidade, como mulher...

Aquela felicidade que sò a mim me preenche,
a pouca a que tenho direito!!

Foto de jass

Amor e desejos

Amor e desejos...

Você surgiu como a lua....
Iluminando o infinito...
Com seu sorriso bonito!
Alimentou o meu ego
Penetrou em meu coração
Me fez perder a razão....
E me tirou o sossego...

Foi tão bom te conhecer
E sentir o teu olhar...
Como a brisa e o luar
Afagando a grama verde
No seus lábios o desejo
De afogar-se com meus beijos
Saciando a nossa sede

São poucos nossos momentos
Oh! difícil realidade...
Massacrante na saudade
O destino é impiedoso
O sofrimento é voraz
O tempo não satisfaz
E o coração é teimoso....

Estou perdendo o controle
Meu cérebro não me coordena
A inteligência é pequena
Quando o amor está no ar
Amo você de verdade
Com toda a sinceridade
Já não consigo pensar....

Não penso mais com a cabeça
Mas sim, com o coração
Eu já perdi a noção....
Será que estou certo ou errado?
Minha alma sonha contigo
Meu corpo sofre o castigo
Sou um homem apaixonado

Nas minhas fantasias...
Sua imagem está presente
Eu vejo seu corpo ardente
Implorando meus abraços
Brota o fogo da paixão
Doce símbolo do tesão
Levando-me ao cansaço....

Nossas almas se pertencem
Como o mar pertence a terra
Mas é longa nossa espera
Pelo dia de amanhã....
Nosso amor é de pecado
Somos dois apaixonados
Atraídos como imã..

Quando estou perto de ti
Eu fico todo sem jeito....
Um calor sob no peito
E me faz perder a voz
Não consigo dizer nada
E você fica calada
Só o amor fala por nós

Quando preciso ir embora
Dá vontade de não ir
Gosto de te ver sorrir....
Seu sorriso é meu remédio
Alimento para a alma
Que me enobrece e me acalma
Afastando-me do tédio....

Minha vontade é tão grande
De um dia ser o seu homem
Esse amor que me consome
pela falta dos seus beijos
Abraçar-te com fervor
Minha amada, meu amor
Meus delírios e desejos...

Foto de Fátima tathá

Poema: Meu tudo ainda é você ! Fátima { tathá }

O que tenho de você
pode parecer um nada,
mas que ao mesmo tempo é meu tudo.

Não tenho seu corpo físico,
mas sua imagem não sai da minha mente.
Não tenho sequer seu rosto,
mas o tenho tocado, carinhosamente.

Não tenho seu olhar,
mas sinto seus olhos sempre me fitarem.
Não tenho sua boca,
mas sinto seus lábios sempre me beijarem!

Não ouço sua voz,
mas escuto suas juras de amor.
Não tenho suas mãos,
mas sinto-as em meu corpo, com calor.

Não tenho seus braços,
mas, louca, sinto forte o seu abraço.
Não tenho seu peito,
mas nele me deito, se me vem o cansaço.

Não tenho sua pele, seu corpo,
mas sinto seu cheiro, seu calor.
Não tenho, enfim, nada de você,
mas sinto seu amor.

O que tenho de você
pode parecer um nada,
mas que ao mesmo tempo é meu tudo.

Fátima { tathá }

Foto de Carmen Vervloet

Mãe ou Anjo? (Homenagem às Mães)

mescla de mulher e anjo
.os dois se costuram... se fundem
e se misturam...
aqui disfarçada, por Deus infiltrada
preposto do divino
ajuda na construção de todos os destinos
agraciada com sexto sentido
sua vara de condão
sensibilidade do seu coração
mostra a estrada certa
sua alma... janela aberta
gera seres humanos em seu ventre
da natureza, a mais genial semente
e não satisfeita em gerar a vida
oferece, com amor, o alimento
leite sugado de seus seios,
sangue de seu sangue,
tantas vezes.. exangue...
mas maior do que o cansaço
é o seu infinito amor
conduz os filhos pela mão,
ensina-lhes a viver a vida
envolve-os com carinho e proteção,
prepara-os para a dura lida
oferece-lhes amor incondicional
e disponibilidade total...
ensina valores com seu exemplo
respeita de cada um o tempo
muitas vezes enérgica
sem nunca deixar de ser fada
entrega-lhes a alegria da manhã dourada
mistura tudo e faz uma poção de luz e cor,
junto ao seu encantamento e sentimento
e quando eles partem para a vida
para sua efetiva viajem,
em busca de seus sonhos e suas paisagens
parte-se... mas também se alegra seu coração.
um pedaço vai com eles,
e o outro é a eterna morada deles.
e torce para que andem de mãos dadas
com a felicidade
no caminho do trabalho e da honestidade
sempre pronta a lhes oferecer seu colo e proteção
impreterível... em qualquer situação

Carmen Vervloet

Foto de Paulo Gondim

Balanço

BALANÇO
Paulo Gondim
01/05/2010 (1h07)

Não que eu me dê por vencido
Embora o cansaço já se faça à vista
O tempo já não corre tanto, parece mais lento
A pressa de viver, agora, nem reclama
Até posso acordar mais tarde!

Um ganho. Acordar mais tarde.
Uma conquista que desperta o sono de muita gente
Tão simples, tão insignificante, mas perseguida.

Aos poucos, inicio uma prestação de contas
Uso meus conhecimentos de contabilidade
E entre lucros e perdas, o balanço não bate
Há apenas um lucro presumido
Pouco guardado e muito a ser esquecido

Um por cento, talvez, seja meu ganho.
Na conversão de valores, pouco me sobrou
Uns sorrisos amarelos, algumas desculpas
E, lá longe, um pedido de perdão...

Mas guardo comigo, da parte que soneguei,
Um momento de paixão, intenso, embora breve
Que me vale como aposentadoria
Foram os beijos com sabor de cigarro
Apesar de minha aversão pelo fumo
Mas esse gosto não sai de minha boca

Foto de GEOVANEpe

O ULTIMO SUSPIRO DE UM GUERREIRO

Sonhos violentos me acordaram toda essa noite
O vento frio entrava pela fresta da porta e espalhava a terra do meu piso
Tento apreciar aquela que pode ser minha ultima noite
Abraço o calor da minha companhia que dorme e se desváia em lagrimas
Beijo aqueles que futuramente honrarão o meu nome
Nunca temi tanto o nascer do sol, mas ele é inevitável por hoje
Mas temo ainda mais a presença de estrangeiros sobre Minha terra que eis de defender
Sinto que o corpo esta pesado, assim como a minha cabeça
Pelas brechas das palhas um fio do sol me abençoa e me chama
Ergo-me com a obrigação de deitalos
Olho para aquele elmo que prende o livre arbítrio de muitas mentes
Visto aquela malha que cobre o coração de muitos reis
Sei que posso confiar no fio de minha espada e na resistência de meu escudo
A morte é certa assim queremos fazer da vida
A despedida e despeça
Fria...
Me junto aos milhões de compatriotas em uma grande marcha silenciosa
Um caminho cheio de rosas, mas que passam despercebidas
Esbarro meu escudo em uma lança tremula do meu companheiro de posição
Olhos lubrificados pelo medo
Os experientes se remediam
Os iniciantes vibram sem saber o que os aguardam
Chega à vista a ultima montanha
Sei que após ela terá outra, mas que no centro terá o pivô dos nossos medos
Chego ao cume e paro atrapalhando os irmãos que vem de trás
Eis que vejo o maior exercito de toda minha vida
Uma infantaria que poderia ela só nos devorar
Acompanhada de escudos impenetráveis, e infantaria leve e pesada
Ótima nação militar, péssima negociante
Paramos diante da aberração gananciosa dos homens que deseja o que não os pertences
Vejo que nenhum acordo foi tomado a não ser a rendição. Mas não a conhecemos
O silencio antes do gritos e de estourar os tímpanos
Ergo a cabeça e olho para a bandeira do meu país que tanto amo
O sol se esconde e da lugar para um chuva de flechas que dizima metade da nossa frente
O avanço é constante...
O sangue se mistura com lagrimas e gritos, o pedido de misericórdia não se ouve
Cavalos e homens disputam espaços violentamente, enquanto em um vestígio de luz observo as baixas da campanha e o avanço do inimigo
vi gigantes cair sobre mim e diante de mim
Sangue toma o lugar da água
Lanças tomam os das aves
Empadas o do abraço
Sinto-me leve e noto que já não tenho elmo e nem a malha intacta
Deito e sou pisoteado pelo cansaço e pela extinção da vida
Olho para o sol e observo que ele sorrir e me aplaude
Olho para meus irmãos avançando, e com a visão pela metade
Sigo olhando ate que paro diante da segunda montanha
Vejo a bandeira de meu país rasgada, mas erguida
Vitoria...
Vejo que a batalha valeu à pena
Livre
Posso da o ultimo sorriso e o ultimo suspiro...

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