GALINHA DE QUINTAL
Esta forma de vida no campo,
com a natureza abraçado
dos pássaros, ouvir o canto
sonhando com o passado.
É bom sentir o vento no rosto
com cheiro de capim melado.
Olhar o verde com gosto
num dia ensolarado.
Ah, que vida, esta minha vida.
Acordo cedinho, todo dia.
Quando a noite já de partida
e o sol, bem longe, se anuncia.
Com o corpo preguiçoso
de uma noite bem dormida
me sinto um rei magestoso
com a alma ainda adormecida.
De repente, alguem me chama
vou correndo com destreza
olho no fogão, ainda em chama
e logo me sento à mesa.
Ela me põe café, ovos e pão
e a meu lado se senta.
guloso como sou, como tudo de mão,
e só paro quando a barriga já não guenta.
Sem compromisso e sem pressa
procuro logo o que fazer.
Hoje, quero comer peixe à bessa
e pescando terei prazer.
Peixe, que é bom, não peguei
aborrecido? Porque? Isso não é legal.
Para o almoço logo sentei,
prato do dia: GALINHA DE QUINTAL.
A sesta depois do almoço
é programa sagrado.
Com os pássaros em alvoroço
acordo embriagado.
Com o peito bem oxigenado
passeio no meu jardim.
Alegre, adimiro o meu reinado,
em especial, meu canteiro de jasmim.
Sinto que o dia passou lentamente.
No arvoredo, os pássaros estão em festa.
Olho a lua, lá no céu, e fico contente.
Pois é hora da seresta.
No meu banquinho predileto
arpejo um dó maior
minha canção, meu dialeto
ao meu amor maior
De Antonio Rosendo