Bem

Foto de Elenildo

Carta aos poetas...

Olá, tu que recebestes o dom de descrever com palavras
aquilo que o teu coração sentes, tu que descobristes
que tens um novo amigo (papel e caneta) para desabafar,
tu que com palavras coloridas faz-nos viajar pelas
histórias que são descrevidas com tuas palavras profundas,
tu que faz-nos entender o que estas sentido com tuas melodias
poéticas.
tu que descobristes o verdadeiro significado do amor...
tu que tens como inspiração a sinceridade de uma alma sentimental
e sensível, tu que faz dos momentos motivos de poesias...
tu que nos encanta com tua linda magia,
tu que observas o mundo com olhos de esperança...
tu que sonhas como uma criança...
Sáiba que recebestes um dom. não o negligencies.
Sáiba que fostes previlegiado, não deixes que os elogios alimentes
o teu orgulho.
Continue nos encantando com tuas belas palavras coloridas.
Não deixes os críticos invejosos ferir tua inspiração.
Não deixes que nada de mal contamine teu coração.
Sejas simples como a pomba e prudente como a serpente.

"Examinai tudo. Retende o bem."
(1 Tessalonicenses 5:21)

Foto de P.H.Rodrigues

Sol

A algum tempo, não sei o que é estar bem
a alguns dias venho sido refém
de algo que um dia só me fez bem
e que hoje já não me permite ir além

ô sol,a tempos não venho te admirar
me sinto leve, quando seus raios quentes
começam a me tocar

o seu brilho, ofusca os meus olhos
afasta o mal tempo,
encontrei um caminho, e sei, não estou mais sozinho no relento

A chuva levou,
vou mentir, se afirmar que o tempo apagou ...
não, o tempo não há de apagar... nada há de apagar ...
mas o raio de sol começou a me guiar

O caminho já não é mais tão escuro
sinto mãos, e boas intenções a me apoiar
sim ... eu sei, eu posso confiar
mesmo se esburacado for o chão,vão me amparar

e com o nascer do sol
cantam os pássaros,
celebram o que poucos podem ver
mostram o que muitos tentam entender

tentando nos ensinar a viver
tentando nos fazer entender
nem sempre vamos ter o que queremos ter
mais sem perceber vamos encontrar

o motivo pelo qual as cigarras vivem a celebrar
o por do sol,
pois mesmo quando não há luz,
basta um chamado para que ela possa encontrar

o que tanto estava a procurar
basta parar ... e observar ...
basta escutar ... apenas notar ...
você vai perceber, o sol vai sorrir pra você.

Foto de betimartins

A vida em forma pura

Respirei fundo, senti o ar fresco entrar nos meus pulmões
Meu corpo dançou ao sabor do vento, balançando a mente
Entre momentos de alegria, por estar ali, partilhar a beleza
Vi as montanhas, com suas arvores imponentes e suas copas
Onde milhares de passarinhos, fazem seus ninhos e seus lares
Vi o riacho que corre apressado, para ir de encontro ao mar
Quantos peixinhos nadavam pelo rio, entre pedras reluzentes
Refresquei meus pés e parte de minha alma, ali, no momento
Caminhei devagar, para a imensa pradaria, o verde imenso
As flores, margaridas amarelas, desapontado, abrindo levemente
Ao sabor do Sol, pequenas orquídeas selvagens, nascem na terra
O violeta era a cor predominante, a cor que acalentava meu coração
Tudo era digno de um pintor registrar na sua mais bela tela pintada
Nada cansada e ainda mais desperta, caminhei e dei com uma cascata
Como tudo era belo, intenso, profundo, o verde reluzindo na água
A água cristalina, deixando ver tudo que ali dentro vivia a vida pura!
Via plantas serem regadas pela água que parecia cristais e suas cores
As cores do arco-íris, que agradecia ao Sol sua visita e a luz do momento.
A noite chegava, eu já estava bem junto ao mar, o mar imenso e misterioso
Caminhei e brinquei na areia, deixando meus pés descansarem e se molhar
Sentei-me numa bela rocha, fiquei a observar o mar, as estrelas que desciam
Querendo beijar a água e as sereias que estavam em belos cantos de amor
A Lua estava vaidosa, querendo namorar os homens do mar, os marinheiros
Que navegam a procura do amor, a procura da magia e da imensidão das noites
Entre os gritos dos golfinhos, as gaivotas gritam ao mar, resgatando a comida
E eu ali, ali sentada, naquela rocha, que muitos diriam que não tinha vida
Mas tinha sim, tanta vida, tanto amor, que a água a refrescava gentilmente
Para seus crustáceos não morrerem de sede, senti uma mordida no pé
Uma leve pontada, eu olhei e um pequeno caranguejo curioso e zangado
Por estar a invadir sua praia seu espaço, sorri e pedi desculpa, olhei para o céu
Naquele momento a mais bela estrela cadente, quis me presentear em um desejo
Deixei uma lágrima de contentamento fugir em meu rosto, apenas pedi a paz.

Foto de Marilene Anacleto

Dona de Casa

DONA DE CASA

Escancarei-me em sorriso.
São seis da manhã.
O sol se apresenta
Pela telha de vidro.

Um copo d’água,
Roupa bem surrada,
Grama cortada.

Para os cantores,
Banana e água,
Fresca e doce.

Às nove horas,
Café da manhã,
Bem preguiçoso.

E então o mar. O mar...
Transparente e calmo,
E a brisa a cheirar.

Tai chi, banho, tai chi,
Sol, frescor e paz,
Nos momentos que vivi.

Almoço? Dois pastéis
E um pouco de gelatina.
Descanso perna e pés.

Levanto. Cozinho, lavo
Louça, roupa, chão.
E o mar... transparente e calmo.

Ondas regulares faz
A maré baixando.
Corro ondas, mergulho paz.

Vento doido. Chuva, frio.
Cobertor de orelha.
Paixão. Aconchego.

Sonhos fluídos, coloridos.
Descanso da noite.
Acordo em sorrisos.

Marilene Anacleto
10/11/2007

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em 26/11/07
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm,

Foto de Carmen Lúcia

Amor Atemporal

Confesso que parei no tempo...
Apesar das marcas registradas
durante o longo das estradas.
Ou ele me deixou pra trás,
correndo veloz demais...
Houve expressivas mudanças...
Por fora!
Por dentro continuo a mesma...
Antes e agora.

Às vezes me sinto idiota
nessa realidade ilusória.
Ser anormal, atemporal!
Felicidade irrisória...
Idiotice que me faz sorrir
pra quem me vê assim...
E de repente gargalhar
até chorar, de rir...De mim.

Ainda vivo meu primeiro amor!
Único!Outros eu já esqueci...
Com o mesmo ardor de adolescente,
a mesma paixão crescente...
Como se fosse hoje
o tempo em que me perdi.

Tantos anos se passaram...
Quantas águas rolaram
desde que ele se foi,
deixando terna saudade
que nunca deixo morrer...
Camuflo-a de cores vivas
e dela tento sobreviver.

Sua música ao piano...
No palco, minha dança,
ilusões por trás dos panos,
palavras de esperança,
gestos de amor,
beijos de batom na flor...
A doce entrega!
Emoção!
Vida a pulsar!
Coração!

Ainda danço. Sem pano vermelho...
Sem palco, sem aplausos...
Frente ao espelho!
Reverencio a mim mesma...
Revejo...Vibro com o que vejo!
Seu verde olhar
a me incitar...
E me ouso em passos inusitados
que mantenho guardados
para meus momentos calados...

E seu piano toca...E me toca,
ainda mais suave...
Mesmo em tom mais grave.
Notas musicais
irradiando claves de sol...
a solfejarem... me sussurrarem...
Trazendo-o bem junto a mim.
Amor sem fim!

Sou feliz desse jeito.
Insensata, mil defeitos...
A vida não é um tratado
e ninguém é perfeito.
Escuto minha alma
que tudo vê e pressente...
E revivo no presente
o grande amor do passado.

Carmen Lúcia

Foto de airamasor

Estações do Amor

No Verão, os temporais são inevitáveis.
No Outono, as folhas caem e as flores
perdem o colorido.

No Inverno, tudo parece arrefecer.
Na Primavera, um belo poema de amor
pode ser jogado ao lixo, se faltar a você
ousadia, coragem de publicá-lo.

Proteja-se contra os temporais do coração.
Cuide bem de seu jardim. Aqueça sua vida
com a chama do amor, que faz morada
no mais íntimo de seu ser.

Não tenha medo de amar. Não viva
se escondendo de seus sentimentos.
Seu poder sobre eles é minúsculo, diante
da força maiúscula que possuem...

Não tem jeito! Não há como fugir!
Seu coração é de quem você ama!

(Aira, 07 de março de 2011)

Foto de raqueleste

O segredo do rio

Uma menina caminhando descalça
Na estrada da beira do rio
Faz frio lá fora...
Olhando para o céu
A menina sorriu
Por ter tido uma idéia
Ir nadar lá no rio
Não nade está frio
Mais a menina encantada
Com a beleza que viu
Não ouviu as palavras
E nadou lá no rio
E nadando sorriu

Mais o rio nada bobo
Cansado do vazio
Pediu que ela ficasse
Pra morar lá no rio
A menina assustada
Lá do rio saiu
Mais então as águas
Furiosas do rio
Pegou aquela menina
E para o mar fugiu...

Quando conseguiu escapar
A menina caiu
Chorou o seu planto
Pela maldade do rio
E então a menina
O segredo do rio
Descobriu...

Ainda bem as pessoas falavam
Que a menina escapar conseguiu.

Foto de odias pereira

" POR FAVOR LIGUE PRA MIM "...

Esperei o dia inteiro o meu celular tocar,
A minha anciedade era enorme.
Eu queria ouvir tua voz te escutar,
Quero saber se estais bem, me informe.
Ligue agora que vou estar a tua espera,
Me preocupei com você o dia inteiro.
Nenhuma informação obtive da galera,
Liga pra mim e me diz onde é seu paradeiro.
Ligue-me agora e diga-me a onde foi,
Vou te buscar amor, por favor ligue no tim.
Não me importa se não der liga no oi,
Eu espero você ligar pra mim.
Já revirei todo lugar e não senti seu faro,
Nunca passei por um momento assim aberrativo.
Liga pra mim por favor liga no claro,
Não importa a operadora, meu amor liga no vivo.
Os meus numeros você já sabe quais são,
Estão ligados as vinte e quatro horas do dia.
A anciedade de ouvir a tua voz já me afeta o coração,
Liga pra mim meu amor e acabe de vêz com essa agonia.

São José dos Campos SP
Autor: Odias Pereira
06/03/2011

Foto de fisko

Santo Dia

Enquanto me desfazes no cinzeiro do teu ser,
Eu acordo, lavo a cara, olho-me ao espelho e saio.
No caminho da minha vida,
Deixo cair uma lágrima,
Suave, fresca e sincera.

Queria sentir-te enquanto dormias.
Queria saber destinguir-te por entre a mágoa e a dor.

Hoje sou só eu.
Sem fábulas espantosas como outrora.
Com uma mente brilhante presa a uma alma estragada,
Deitada num qualquer cinzeiro público.
Esquecida, estropiada e novamente esquecida.

Sou um homem que chora baixinho.
Sou um sentimento disperso.
Sou uma caixa de música bonita oferecida no dia dos namorados.
Sou uma data qualquer.
Sou o mundo todo e, por isso, não sou nada.

A minha dor é desprezível
Como um produto caríssimo no supermercado.
A minha dor é melancólica
Como uma canção de Yann Tiersen num deserto.
A minha dor é velha
Como o vinho que o meu pai guardava em casa.

Faço parte de tudo o que ouves.
Faço parte de tudo o que sentes.
Faço parte de tudo o que dizes
Sem pertencer a nada mais que aquilo que é meu,
E por isso não faço parte de nada teu.

Sinto-me tão baixo que até toda esta escrita me mete tédio,
Escrita que deveria fazer-me bem, não espelhar o tédio desta situação.
Sinto-me como um copo partido,
Caído num qualquer mata-sede,
Caído pelas tuas mãos.

Hoje trago o tédio no bolso da camisa que me ofereceste
E vou matando-o como um cigarro.
Vou fumando-o.
Fumando-o e desfazendo-o no mesmo cinzeiro público,
Onde despejaste o meu ser e todas as palmas que te dava.
Vou fumando-o enquanto houver para fumar
Ou enquanto o divino me der vida para continuar a fazê-lo.

Vou fazendo isto tudo com um toque pessoal.

Amanhã acordo, lavo a cara, olho-me ao espelho e saio.
E continuarei a fazer o mesmo, todos os dias.


Porque não sei fazer outra coisa
E sinto-te demasiado para conseguir deixar de te sentir.

“Respondi às perguntas e às dúvidas com o tempo, ninguém me explicou o que passei, ninguém percebeu, acho, tenho a certeza que o meu pai ainda espera que um dia chegue a casa com uma mulher como tu pela mão, numa obrigação de filho, obediente, como quando lhe mostrava os deveres da escola depois de jantar.” (…)

Foto de jucelinosouza

Como você é bela, minha linda!*

Como você é bela, minha querida!
Como você é linda!
Como os seus olhos brilham de amor atrás do véu!

Os seus cabelos ondulados são como um rebanho de cabras descendo as montanhas de Gileade.
Os seus dentes são brancos como ovelhas com a lã cortada, que acabaram de ser lavadas.
Nenhum deles está faltando, e todos são bem alinhados.

Os seus lábios são como uma fita vermelha, e a sua boca é linda.
O seu rosto corado brilha atrás do véu.

Você tem o pescoço roliço e macio, elegante como a torre de Davi, onde estão pendurados mil escudos, parte das armaduras de soldados valentes.

Os seus seios parecem duas crias, crias gêmeas de uma gazela, pastando entre os lírios.
Eu irei até a montanha da mirra, até a montanha do incenso, enquanto o dia ainda está fresco e a escuridão está desaparecendo.

Como você é linda, minha querida! Como você é perfeita!

*Cantares de Salomão

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