Não sou dono de nada, nem das palavras
Não sou dono do mundo, como dizem muitos por ai
Sou apenas dono de alguns pensamentos que me guiam
Curto a natureza em sua plenitude, em seu vigor
Gosto dos sabores, da cebolinha, da salsa e do morango
Gostaria de inventar um novo sabor
Com gosto de mistura, de chiclete com arroz e café
Uma mistura de gosto diferente, diferente de tudo
Criar deve ser isso, inventar uma coisa qualquer
Inventar o mundo, como criaram, como inventaram
Veio a explosão, e aconteceu
Surgiu tudo isso abaixo dos nossos olhos
E o ser humano não se preocupa, não liga
As ruas das cidades, as estradas, as matas e os rios
Estão sofrendo, estão acabando, por descuido do ser humano
Por descuido da honestidade de todos nos
O ar está mais e mais contaminado, mais poluído a cada dia
Ontem, hoje e depois de amanhã, estará muito mais, muito mais contaminado
E o planeta continua suportando, garrafas pet, lixo e mais lixo diariamente
Num vai e vem, como as ondas do mar,
Queria inventar uma coisa, uma palavra que pudesse alertar, chamar a atenção
Queria ter o don de criar essa palavra, que não encontro mesmo em nosso alfabeto
Uma palavra com sentido de "cuidado", de "não faça isso", de "por favor"
Seria difícil criar, eu acho, pois já teriam criado uma
Na verdade, tudo já foi criado, tudo que temos, e o que procuramos criar
Talvez, a palavra fosse "responsabilidade"
Responsabilidade nos atos, no pensar, no cuidado com o planeta
Não sou dono da palavra, das palavras
Sou dono dos meus atos...