Aroma

Foto de Mauro Veras

Temporal

.
Trago nas veias não sangue
o beijo partido de dentes e marcas
a carne ferida, o aroma dos mangues,
o temporal que encharca a mente
e transforma em pântano
o âmago do que era afago.

Trago essa bebida mórbida
de desilusão e salvias apodrecidas,
uma saraivada de trovões e órbitas
azuladas na boca hoje nada, onde
reinaram versos e que agora pétreos
são grilhões de uma tórrida paixão.

Trago raiva.
Sou seu prisioneiro.

Hoje eu queria as calçadas
marés de pés ligeiros, casais namorados
corriqueiros de mãos dadas e luas
assanhadas e nuas a consagrá-los ... e

trago raiva.
Sou seu prisioneiro.

Hoje eu precisava um roçar de lábios
e não roçar os lábios em palavras
lixas, sentidos sórdidos e prolixas
piras de angústias e decepções...

trago mentiras
de mil corações

que entoavam canções reconfortantes,
que reinavam diamantes na boca juvenil
de cantigas de roda infantis, mentiras
imperiais, ardilosas prostitutas, mentiras
abruptas e ilações. Trago mentiras
de mil corações.

O pôr-do-sol mediterrâneo que, se foi
a semente do jasmineiro, hoje vidrino
e por inteiro rasga com seus cacos e iras
o destino subcutâneo do sonho atro
pelado coração, exposto, mentiroso....

Trago mil corações
de mentiras.

Foto de Junior A.

É noite...

É noite, sinto-te pela casa, em passos, por entre os espaços, vazios de ti. Logo há de chegar, as velas, sobre a mesa queimam e se gastam, em um pouco da esperança de logo ver-te.
Teu perfume, ameno paira pelo ar, mistura-se ao aroma das pétalas que cuidadosamente deixei ao chão, da casa, escuro, escuso de si em saudade, luzes apagadas, tudo em silêncio, realçado apenas com o brilho das estrelas, distantes, ao céu, que se intrujam por entre os vidros da janela da sala.
Dar-se o tempo, oiço, bate a porta, chegas, um tanto atrasada, envolta por pingos da chuva, que serôdia se derrama, como em pranto, fraco, presente. Num vestido vermelho, rente ao corpo, cabelos soltos, olhos sôfregos e coração pulsante, insegura talvez, mas bem delineada para com teus anseios. Despojas o teu vestido, único acessório que cobria tua pele, branca, teu cheiro inunda os cantos, os meios, os lados que não se viram, que não se vê. Teu libido grita por entre teu olhar, serrado, fitado em mim. Entras por entre porta, cala-me o dizer com tua língua que afaga a minha, tuas mãos inquietas, tua estuga em achar-me. Dou-me ao palor de outrora, acomete-me a dor das amarras.
Desato-me do teu beijo que queima em meus lábios, afasto-me do teu quadril que o meu procura, no desejo de encaixar-te. Cá, não me cabe. Não se desatina a mente, liga-se as luzes que não escureciam, já que lúcido ainda estava. Recolho teu calçado por sobre tapete, lhe devolvo o vestido que se perdera no caminho e peço-te:
- Vai embora.
Teu desejo, mais que tua nudez me assusta, tamanho é o infortunio que nada mais de ti desejo. Enamorei-me por tua alma, nua, onde a beleza intacta se apura ao decorrer do tempo. Vá, cubra os teus excessos, procure-me no dia em que isento de mim mesmo, ei de querer-te apenas num corpo, sem alma. Deixa-me só agora, como quase em todo o tempo estou, apague as luzes antes de ir por favor, deixe apenas o vinho, o cheiro que não se vai, para apetecer-me a sonhar com o dia em que ei de encontrar, a nudez, que tua pele sem roupa esconde.
Permita-me pensar, que cá ainda não chegaste, para quem sabe assim, ter de ti aquilo que em verdade almejei.

Foto de angela lugo

Amor eterno amor

Perfumei-me com essência de rosas
O aroma que te embriaga em êxtase
Vesti-me com aquele vestido que tu gostas
bem coladinho ao meu corpo,
formando curvas sensuais a te enlouquecer.
A brisa da primavera adentrava o meu quarto
os aromas das flores misturam-se,
inundando o ar com seu perfume.
Olho o relógio. A hora se aproxima
A hora que tu chegaras para nosso encontro.
Com o coração eufórico, acendo as velas.
Que espalhei por toda a casa,
para dar um aspecto romântico.
As cortinas entreabertas deixam entrar,
o luar prateado da noite de lua cheia.
Tudo colabora para esta noite de amor,
que é dedicada aos enamorados.
Escuto seus passos vindo em direção à porta.
Minha face brilha translúcida, o coração estremece.
Olho para a mesa posta com todo carinho.
Ao centro um buquê de cravos coloridos,
junto ao vaso um cartão, feito a mão.
Escrito em linhas traçadas em fios de ouro
uma declaração assim escrita:
Meu amor já um ano estamos juntos,
e esta é a nossa primeira comemoração.
Não poderia ter sido em um melhor dia,
senão este em que se comemora o amor
Deixo aqui expresso todo amor que sinto por ti,
com estas letras que brilham como o sol.
Quero dizer-te que assim brilha o meu amor.
Nada poderá apagar esta luz,
que a milhares de anos brilha e continuará,
até que a eternidade o consuma.
Assim é o meu amor por ti.Eterno....
A porta abriu-se, tu entraste, com um sorriso.
Sem nada dizer enlaçou-me...
E em teu peito aninhou-me.
Sussurrando ao meu ouvido perguntou:
Quer ser a mulher eterna da minha vida?
Minhas pernas bambearam, o coração disparou.
O abracei e quase desfalecida de emoção respondi:
Sim. Para sempre meu amor!
E como num passe de mágica lá tu estavas ajoelhado,
colocando o anel de noivado no meu dedo.
E naquele momento extasiada pela felicidade ouvi,
ao longe sinos badalarem em sinfonia
Vinha da Capela de São Valentim.
Selando assim o nosso enlace de amor sem fim!

ângela lugo

(Direitos Reservados)

Foto de Ge Fazio

Marcas de um Tempo

Gotejas o orvalho sobre a relva densa...
Numa tarde do frio inverno.
Pássaros recolhem no aconchego de
Seu ninho... Alimenta, aninha.

Toques de emoções emergem de
Um coração sem par... Solitário.
Num olhar através do tempo
Da distância sórdida...

Goteja o amor de um olhar
Terno, transparente que outrora.
Passou por aqui... Chegando
Pelo velho rio de águas claras

Vem o vento...A chuva e o sol
As tormentas que transbordam
Lavando em enxurradas os rastros
De seus passos... Levando o aroma do amor.

Restam agora as marcas de um tempo.
Os vincos de uma saudade cravejada
Na pele, nos contornos que resguarda...
Protege um invólucro do amor perene.

Gotejam lá fora o orvalho.
Numa rua nua, crua sem nome e sem dono.
Resta agora um jardim sem cor, sem aroma.
A espera do amor que faz germinar.

Germinar de novo o sorriso...
O brilho do olhar da esperança
Junto às folhas secas de outono.
Renasce um jardim em flor...

Ge Fazio

Foto de HELDER-DUARTE

O meu amigo

O meu amigo, é o meu amor,
Que me ama, em verdade,
Porque do amor é Senhor.
É o pai da felicidade.

É o que aroma dá,
Às flores das cerdeiras,
Desta terra de cá.
Do Alto Douro e das Beiras.

De Lamego é o Senhor.
À Serra das Meadas ama.
Com todo o seu amor.

Meu amigo é Jesus,
Que te chama...
Para estares, na sua luz!

Helder Duarte

Foto de angela lugo

Amor eterno amor

Perfumei-me com essência de rosas
O aroma que te embriaga em êxtase
Vesti-me com aquele vestido que tu gostas
bem coladinho ao meu corpo,
formando curvas sensuais a te enlouquecer.
A brisa da primavera adentrava o meu quarto
os aromas das flores misturam-se,
inundando o ar com seu perfume.
Olho o relógio. A hora se aproxima
A hora que tu chegaras para nosso encontro.
Com o coração eufórico, acendo as velas.
Que espalhei por toda a casa,
para dar um aspecto romântico.
As cortinas entreabertas deixam entrar,
o luar prateado da noite de lua cheia.
Tudo colabora para esta noite de amor,
que é dedicada aos enamorados.
Escuto seus passos vindo em direção à porta.
Minha face brilha translúcida, o coração estremece.
Olho para a mesa posta com todo carinho.
Ao centro um buquê de cravos coloridos,
junto ao vaso um cartão, feito a mão.
Escrito em linhas traçadas em fios de ouro
uma declaração assim escrita:
Meu amor já um ano estamos juntos,
e esta é a nossa primeira comemoração.
Não poderia ter sido em um melhor dia,
senão este em que se comemora o amor
Deixo aqui expresso todo amor que sinto por ti,
com estas letras que brilham como o sol.
Quero dizer-te que assim brilha o meu amor.
Nada poderá apagar esta luz,
que a milhares de anos brilha e continuará,
até que a eternidade o consuma.
Assim é o meu amor por ti.Eterno....
A porta abriu-se, tu entraste, com um sorriso.
Sem nada dizer enlaçou-me...
E em teu peito aninhou-me.
Sussurrando ao meu ouvido perguntou:
Quer ser a mulher eterna da minha vida?
Minhas pernas bambearam, o coração disparou.
O abracei e quase desfalecida de emoção respondi:
Sim. Para sempre meu amor!
E como num passe de mágica lá tu estavas ajoelhado,
colocando o anel de noivado no meu dedo.
E naquele momento extasiada pela felicidade ouvi,
ao longe sinos badalarem em sinfonia
Vinha da Capela de São Valentim.
Selando assim o nosso enlace de amor sem fim!

ângela lugo

(Direitos Reservados)

Foto de Anjinhainlove

Se voasse daqui

Se voasse daqui
E pisasse toda a hipocrisia.
Se fosse para onde me amam
E não permanecesse onde sou invisível.
Se voltasse a ter contacto humano
Longe dos gigantes de pedra,
No meio do mar verde
Onde criaturas de Deus pastam
E o ar é transparente.
Se, novamente, conseguisse sorrir,
Se ao acordar pudesse sentir
O aveludado aroma do sal
E os meus olhos pudessem contemplar
O infinito horizonte.
Se conseguisse voltar a proferir
Palavras aos ventos
E fosse ouvida pelos corações
Das estrelas da minha vida.
Se pudesse adormecer
E sentir-me segura,
Certamente, no seio dos meus.
Se conseguisse fugir
De todos estes rostos pálidos
E sem expressão.
Libertaria as suas almas
Que gritam por atenção.
As suas peles que gritam por emoção
Aprisionadas pela razão,
Corroídas pelas núvens negras
Do cinzento gelado.
Se voasse daqui,
Talvez, numa esperança imortal,
Voltasse a ser feliz.

Foto de Shiva sem Shakti é Shava

DEVANEIOS DA SUA BRUXA

Em uma noite de céu nublado
Tive somente a companhia de uma dose de absinto...

quando senti o aroma inebriante lembrei do nosso cheiro.

olhei para o céu e vi estrelas através das nuvens negras,
só não estava lá minha lua...
nem se quer um resquício do seu brilho

o gosto forte do absinto...era o seu
o queimor na garganta era do seu calor
Ando até pensando em te lambuzar de absinto...
E depois me embriagar...

os 4 elefantes me lembraram a porta do paraíso
que se abre quando te vejo
o balançar dos sininhos...
me fez pensar nos seus espasmos orgásmicos...
e os sons indianos os meus gemidos..

Não sei onde é o encaixe perfeito de você...
Entre as minhas pernas, na minha cabeça ou no meu coração...
só sei que você me faz bem...Muito bem...

à propósito.. acho sua bunda linda ...

Foto de Sirlei Passolongo

Amar você

Amar você
É sentir perfume de rosas
Embora longe de jardins
É tocar as estrelas
Embora possa apenas vê-las
É ouvir a mais bela canção
Da harpa dos querubins.

Amar você
É sentir na pele
O suave roçar da chuva
O cheiro da terra molhada
Que alegra o canto do sabiá
E desperta a madrugada...

Amar você
É compor em versos d’alma
A força do sentimento.
Embriagar-me do vinho mais raro
E me perder nos mais doces
Pensamentos.

Amar você
É sentir o aroma da manhã,
O calor do sol ao nascer.
A nada se compara...
Um amor assim.
É me perder em você,
É esquecer de mim...
É meu jeito de te amar
É o meu amor... Enfim!
(Sirlei L. Passolongo)

Foto de InSaNnA

Causa e efeito

Infelizmente,não vês
o brilho faminto
dos meus olhos ,
quando a tua poesia
passa de modo incandescente
pelo meu corpo..
Grande delírio,esse !
Sentir o teu aroma,
penetrando pelas veias
do meu coração,
alcançando a minha alma,
com a força da tua emoção..
Verias também o meu sorriso
largo,iluminado..
umedecidos por tí,
de tanta paixão.

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Oba! Está voltando a minha inspiração !
Aos poucos vou aumentando a poesia..rs
Beijocas poetas maravilhosos!

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